quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Casados mas Felizes

PREFÁCIO

Como podem dois crentes unir-se de modo a for¬marem um corpo espiritual, emocional e físico através do casamento? O pastor La Haye discute esta pergunta abertamente, de maneira singular. Baseado em anos de experiência em aconselhamento e no dom de com¬preender a personalidade humana, o pastor La Haye descreve as alegrias do casamento, diagnostica os maiores problemas em potencial, analisa as causas da incompa¬tibilidade e orienta o leitor na busca de soluções práticas e espirituais. A discussão das seis chaves para a felicidade matrimonial (maturidade, submissão, amor, comuni¬cação, oração e Cristo) deverá ajudar não só aos que estão há tempos na estrada do matrimônio, mas também aos que juntos estão dando os primeiros passos. Este livro difere de muitos outros que tratam de atitudes cristãs antes do casamento, por incluir um capítulo amplo e medicamente exato sobre a adaptação física. Ainda que o sexo não deva ser a força dominante, a existência de conflito e confusão nesse terreno freqüentemente resulta em caos matrimonial.
De modo muito significativo, o pastor La Haye sali¬enta o papel central de Cristo no lar. Sempre que haja submissão de um homem e de uma mulher á vontade de Deus. o casamento será uma aventura bela e emocionante. Sem Deus, o ingrediente unificador, ele é in¬completo.
Mesmo para o leitor que não tenha tido o privilégio de ouvir o pastor La Haye ensinar verdades bíblicas domingo após domingo, o livro será estimulante. Depois de estudar estes capítulos, você se familiarizará com o interesse de Deus pelo homem e seu lar. Confio em que servirá de tão grande ajuda a você como tem sido para tantos em San Diego, na Califórnia.


INTRODUÇÃO

O casamento pode ser a mais feliz, ou a mais me¬díocre, ou a mais infeliz das experiências da vida. Deus criou os sexos opostos para se complementarem. Ele quis que homem e mulher se unissem em matrimônio de modo que cada um pudesse dar ao outro aquilo que falta. Mas essas diferenças, que podem comple¬mentar e ligar duas pessoas, podem também produzir incompatibilidades que dividem e trazem separação ao invés de unidade. O sexo e o casamento são muitas vezes considerados como algo que se desenvolve natural¬mente, mas a prova de que não se trata de uma relação instintiva está na grande infelicidade em que vivem tantos casais. O alto índice de divórcios nos Estados Unidos é evidência de muita infelicidade conjugal.
Nem tudo acontece de maneira perfeita e maravilhosa no casamento como indicam os filmes românticos de Hollywood. Amar e viver com seu cônjuge exige deter¬minação e prática diária - e a entrega de si mesmo ao bem estar do outro.
Uma vez que Deus criou o homem e a mulher um para o outro, segue-se que a melhor orientação, para o casamento, se encontra na Bíblia. Deus planejou o matrimônio para o bem do homem: "Disse mais o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só: far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea. . . E disse o homem: Esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne da minha carne; chamar-se-á varoa, porquanto do varão foi tomada. Por isso deixa o homem pai e mãe, e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne" (Gênesis 2:18,23,24).
O homem foi a única criatura que Deus criou sozinho no jardim; todos os animais foram feitos macho e fêmea. Todavia, os seres humanos foram criados à imagem de Deus (Gênesis 1:26), e receberam uma alma eterna (Gênesis 2:7), e um simples parceiro não era suficiente para as necessidades emocionais e espirituais do homem. Foi por essa razão que Deus planejou que o homem e a mulher fossem bem mais do que parceiros — que fossem auxiliadores. Nisso é que está o segredo de um casamento feliz. Se tudo que duas pessoas têm em comum é o impulso sexual, o seu relacionamento será sempre inadequado, pouco mais satisfatório do que o dos animais. Para que o homem encontre a felicidade no casamento, ele e a esposa precisam cooperar para que as suas diferenças mentais, espirituais, emocionais e fí¬sicas se unam num relacionamento harmonioso.
O casal começa a vida conjugal com um amor pro¬fundo. Por causa das suas diferenças naturais, que aos poucos vão se tornar mais e mais evidentes, entram conflitos em seu relacionamento. Se eles não aprenderem a resolver esses conflitos, seu amor será substituído por hostilidade e animosidade, reduzindo suas possibi¬lidades de um casamento feliz.
O Dr. M. R. De Haan, professor da Bíblia e médico, disse: "A coisa mais próxima do céu na terra é a família cristã e o lar em que marido e esposa, pais e filhos, vivam juntos em amor e paz para o Senhor e uns para os outros. A coisa mais próxima do inferno na terra é um lar sem Deus, quebrado pelo pecado, em que os pais vivem em discórdia e acabam separando-se e os filhos são abandonados nas mãos do diabo e de todas as forças da impiedade"
Uma das causas mais comuns de distúrbio emocional em nossos dias é o lar. Em vez de os pais experimentarem um amor que contribua para a segurança deles, o que os filhos freqüentemente vêem e sentem são os traumas da hostilidade, do ódio e da animosidade nas duas pessoas que eles mais amam: seu pai e sua mãe. Essa hostilidade produz insegurança emocional nos filhos e fobias que os acompanharão pela vida a fora.
O plano de Deus para a vida do lar é diferente dessa experiência geral. Ele deseja que o lar seja um abrigo de amor, em que marido, mulher e filhos vivam num clima de segurança e aceitação. Com as agitações e a vio¬lência fora do lar, cada um de nós precisa de algum lugar na vida em que seja cercado de paz e amor. Deus estabeleceu o lar para ser esse lugar de segurança emocional. Toda pessoa que se casa deseja essa espécie de lar, mas um lar feliz não é obra do acaso. É o resultado de duas coisas: adaptação adequada de um ao outro e incorporação na vida diária dos princípios do casa¬mento, os quais foram estabelecidos por Deus na Bíblia.
Os princípios apresentados neste livro são o resultado de estudo e aconselhamento com centenas de casais antes e depois do casamento. Tenho visto "milagres" na vida de casais que se dispuseram a segui-los. Eles alcançaram a felicidade no casamento.
Muitos casais, depois de receberem o aconselhamento anterior ou posterior ao casamento, disseram: "Deseja¬ríamos que essas instruções fossem impressas para que pudéssemos levá-las e estudá-las juntos". O desejo deles se realiza agora, com a publicação deste livro. Minha oração é que Deus o use para ajudar muitos casais a se adaptarem um ao outro e a encherem seu lar de amor, calor e compreensão, e que eles, apesar de casados, sejam felizes.


1
OS OPOSTOS SE ATRAEM

"Afinal, o que faz com que pessoas como nós se casem? ", perguntou uma senhora crente, depois de treze anos de casada. "Nós temos um irremediável conflito de personalidades! Ambos podemos ficar à von¬tade e ser corteses quando outros nos cercam, mas quando estamos juntos, parece que expressamos o pior de cada um de nós". Embora este exemplo seja mais extremo do que a maioria dos casais crentes que tenho aconselhado, venho percebendo há anos que persona¬lidades opostas se atraem mutuamente.
Para entender por que essa atração é verdadeira, precisaríamos conhecer o que torna diferentes as pessoas. Muitas sugestões têm sido dadas: bagagem cultural, treinamento, nacionalidade, educação, etc. Essas coisas se relacionam com nossas diferenças, mas também com o temperamento que herdamos. Em meu livro, Tempe¬ramento Controlado pelo Espirito, apresento os quatro temperamentos básicos das pessoas e discuto minucio¬samente os seus pontos fortes e as suas fraquezas. Meu propósito é mostrar que o Espírito Santo, operando na vida de um crente, é capaz de ajudá-lo a vencer suas fraquezas. Apresentarei aqui uma descrição con¬densada dos quatro temperamentos, para mostrar por¬que os opostos se atraem.
O temperamento humano é um estudo fascinante! Temperamento inclui a combinação de características inatas que, subconscientemente, afetam o comporta¬mento de uma pessoa. Essas características, trazidas pelos genes, incluem inteligência, raça, sexo e muitos outros fatores. As características do temperamento derivam-se de quatro tipos básicos. A maioria de nós é uma mistura de temperamentos, representando as características de pais e avós. Geralmente, um tipo de temperamento predomina num indivíduo; todavia, traços de um ou dois dos outros tipos serão sempre encontrados. Os extrovertidos têm uma predominância sangüínea ou colérica no seu temperamento, enquanto que os introvertidos são, de maneira geral, melancólicos ou fleumáticos.

O Temperamento Sangüíneo
O indivíduo com o temperamento sangüíneo é afe¬tuoso, alegre e animado. É naturalmente acolhedor, e as impressões externas o afetam com facilidade. Toma a maior parte de suas decisões baseado mais nas emoções do que no raciocínio.
Ele gosta de gente, não aprecia a solidão, e se sente no auge quando está rodeado de amigos, onde é a "vida da festa". Tem um repertório sem fim de histórias interessantes, as quais conta de maneira dramática, e tanto as crianças quanto os adultos gostam dele, sendo sempre bem-vindo às festas e reuniões sociais.
O Sr. Sangüíneo nunca se embaraça com as palavras; quase sempre fala antes de pensar, mas sua sinceridade aberta tem o efeito de desarmar muitos dos seus ou¬vintes, fazendo-os reagir ao seu bom humor. Sua forma de vida exuberante, aparentemente excitada e extro¬vertida, transforma-o em objeto de inveja dos tipos mais tímidos de temperamento.
Suas maneiras ruidosas, tempestuosas e amistosas fazem-no parecer mais confiante em si mesmo do que realmente é, mas sua energia e adorável disposição ajudam-no a atravessar as asperezas da vida. Os outros tendem por desculpar as suas fraquezas, dizendo: "Ele é assim mesmo"
O mundo é enriquecido por esses sangüíneos joviais e simpáticos. Eles se tornam bons vendedores, funcio¬nários de hospitais, professores, conversadores, atores, oradores e líderes.
O Sr. Sangüíneo geralmente é eleito como "O Homem Indicado para Vencer"; porém, com freqüência, essa predição é falha no tocante a ele. Sua vontade fraca pode torná-lo deficiente e inconstante. Ele tende a ser emocionalmente inquieto; indisciplinado, egoísta e ex¬plosivo.

O Temperamento Colérico
O temperamento colérico é encontrado no indivíduo explosivo, vivo, ativo, prático e decidido, que tende a ser auto-suficiente, independente, decisivo e de opinião forte, achando fácil fazer decisões por si mesmo, bem como por outros.
O Sr. Colérico gosta de atividade. De fato, para ele vida é atividade. Não precisa ser estimulado, mas, ao contrário, estimula seu ambiente com as suas idéias, planos e ambições inesgotáveis. A sua contínua ati¬vidade não é sem objetivo, visto que tem a mente aguçada e prática, capaz de tomar decisões rápidas e de planejar a longo alcance projetos importantes. Ele não vacila sob a pressão do que os outros pensam. Toma uma posição definida sobre os assuntos e, com fre¬qüência, pode ser encontrado lutando por alguma grande causa social.
O colérico raramente se deixa amedrontar por adver-sidades; na verdade, tendem por encorajá-lo. Possui uma determinação obstinada e freqüentemente acontece ser bem sucedido onde outros falham, não porque os seus planos sejam melhores, mas porque se mantém impul¬sionado para a frente, ainda depois de outros terem desanimado e abandonado a luta. Se há alguma verdade no ditado que "líderes nascem e não são feitos", então ele nasceu líder.
A natureza emocional do Sr. Colérico é a parte menos desenvolvida do seu temperamento. Ele não simpatiza facilmente com os outros, e nem mostra ou exprime compaixão natural. Na realidade, sempre se embaraça ou se desgosta com as lágrimas de alguém. Aprecia pouco as belas-artes, pois que o seu primeiro interesse está nos valores utilitários da vida.
Reconhece com facilidade as oportunidades, reagindo da mesma forma ao diagnosticar qual o melhor meio de fazer uso delas. Ainda que tenha a mente bem organizada, os detalhes comumente o aborrecem. Não é dado à análise; ao contrário disso, tende a uma avaliação quase que intuitiva. Por conseguinte, se inclina por olhar fixamente para o objetivo para o qual está ele trabalhando, sem enxergar as possíveis armadilhas e obstáculos no caminho. Uma vez que tenha tomado a direção do seu objetivo, tratará sem consideração a quem postar-se no seu caminho.
Tende a ser dominador, e é constantemente consi¬derado um oportunista.
Muitos dos grandes generais e líderes do mundo têm sido coléricos. São bons administradores, homens do¬tados de idéias, produtores, ditadores ou criminosos, dependendo do seu modelo de moral. Tal como o Sr. Sangüíneo, o indivíduo colérico é extrovertido, posto que um tanto menos intensamente.
Suas fraquezas usualmente fazem dele uma pessoa difícil de se conviver com ela, pois pode ser de tempe¬ramento impulsivo, cruel, impetuoso e auto-suficiente. A pessoa com esse temperamento com freqüência é melhor apreciada por amigos e companheiros do que pelos membros de sua própria família.

O Temperamento Melancólico
O "temperamento negro ou sombrio" geralmente caracteriza o indivíduo melancólico. O melancólico é analítico, abnegado e um perfeccionista dotado de natureza emocional extremamente sensível. Ninguém aprecia melhor as belas-artes do que o melancólico.
Por natureza, é propenso a ser introvertido, mas, por se deixar dominar pelas emoções, possui humor variável.
Em algumas ocasiões, esse humor o elevará a um estado de êxtase, que o fará agir da maneira mais extrovertida. Contudo, em outros momentos, tornar-se-á tristonho e deprimido, e, durante esses períodos, se retrai, po¬dendo ser até mesmo hostil.
O Sr. Melancólico é amigo de confiança, mas, ao contrário do Sr. Sangüíneo, não faz amizades facil¬mente.- Não se esforçará para travar relações com as pessoas; antes, esperará que estas venham a ele. Talvez seja o mais fiel dos temperamentos, pois suas tendências perfeccionistas não lhe permitem ser um relapso ou abandonar as pessoas que dele dependem.
A sua natural relutância em se pôr em evidência não indica que não goste das pessoas, pois, como todos nós, não somente gosta delas como tem forte desejo de ser amado por elas. As decepções tornam-no relu¬tante em aceitar as pessoas como elas parecem ser, e, por isso, desconfia quando o procuram ou lhe dão muita atenção.
Sua excepcional capacidade de análise faz com que possua um diagnóstico profundo dos obstáculos e peri¬gos de qualquer projeto que ajude a planejar. Essa previsão contrasta de modo acentuado com o tempe¬ramento colérico, que raramente prevê os problemas ou dificuldades, mas antes, julga-se capaz de arrostar qualquer situação que surja. Essa característica faz com que o melancólico hesite a iniciar algum projeto novo ou entre em conflito com aqueles que desejam iniciá-lo. Ocasionalmente, quando está em um de seus estados emocionais de êxtase ou inspiração, pode produzir grande obra de arte. Essas realizações, via de regra, são acompanhadas de períodos de grande depressão.
O Sr. Melancólico geralmente encontra seu maior significado na vida através do sacrifício pessoal. Parece ter vontade de sofrer, e buscará uma vocação difícil, que envolva grande sacrifício pessoal. Uma vez que a sua decisão tenha sido tomada, tende a ser muito meticuloso e persistente em alcançar seu objetivo, e provavelmente realizará um grande bem.
O melancólico é dono de grande potencial natural, quando impulsionado pelo Espírito Santo. Muitos dos maiores artistas, músicos, inventores, filósofos, educa¬dores e teóricos são de temperamento melancólico.
As fraquezas do indivíduo melancólico são nume¬rosas: ele tende a ser egocêntrico, sensível, pessimista, crítico, mal humorado e vingativo. Esse temperamento tem produzido a maior parte dos gênios do mundo e grande parte dos homens imprestáveis, dependendo de a pessoa ter dado ênfase aos seus pontos fortes, ou ter sido vencida por suas fraquezas.
Os melancólicos, geralmente, têm mais problema em fazer um ajustamento emocional com a vida do que outros e, quando esmagados por suas fraquezas, são consumidos por complexos de perseguição, excessivos complexos de culpa, depressão, hipocondria, medos infundados e hostilidade.

O Temperamento Fleumático
O temperamento fleumático é calmo, frio, vagaroso, fácil de tratar e bem equilibrado. Para o fleumático, a vida é uma experiência feliz, tranqüila e agradável, na qual ele evita, o mais que puder, o envolvimento com os outros.
O Sr. Fleumático raras vezes se deixa perturbar, e raras vezes dá expressão á irritação ou ao riso. É o tipo de temperamento equilibradamente coerente. Sob uma personalidade fria, reticente, quase tímida, o Sr. Fleu¬mático tem uma boa combinação de capacidades. Sente muito mais emoção do que aparenta e tem uma grande capacidade de apreciar as belas artes e as melhores coisas da vida.
Por gostar das pessoas, não faltam amigos a ele. Tem um senso de humor seco, capaz de levar a multidão às gargalhadas, enquanto que ele não esboça um sorriso. Tem a capacidade singular de ver coisas engraçadas nos outros e nas coisas que fazem. Sua capacidade mental de reter as coisas faz dele um bom imitador — e ele se diverte ao provocar ou fazer troça dos outros tipos de temperamento. Aborrecido pelo entusiasmo sem objetivo e inquieto do sangüíneo, muitas vezes expõe a futi¬lidade de sua atitude. Irritado pelos estados de depressão do melancólico, tende a ridicularizá-lo. Gosta de atirar água fria nos explosivos planos e ambições do colérico.
Tende a ser na vida um espectador e procura não se envolver demasiado com as atividades dos outros. Na verdade, normalmente, é com grande relutância que se sente motivado a qualquer forma de atividade além de sua rotina diária. Isto não significa, porém, que não possa avaliar a necessidade de ação ou as dificuldades dos outros. Ele e o Sr. Colérico podem ver as mesmas injustiças sociais, mas a reação deles é inteiramente diferente. 0 espírito de luta do colérico o levará a dizer: "Vamos organizar uma comissão e fazer uma campanha para dar solução ao problema". Já o Sr. Fleumático provavelmente reagirá por dizer o seguinte: "Essas con¬dições são terríveis! Por que alguém não faz alga a respeito? "
O Sr. Fleumático é constantemente bondoso e com¬preensivo, mas raras vezes demonstra seus verdadeiros sentimentos. Não procurará ser líder, mas, quando for colocado em tal papel, provará ser capaz, porque tem um efeito conciliador nos outros e é um pacifista natural.
O mundo tem sido muito beneficiado pela natureza benévola do eficiente fleumático. Ele fica bem como diplomata, contador, professor, líder, cientista, ou outro tipo meticuloso de profissional.
A principal fraqueza do fleumático, e a que o impede de desenvolver seu potencial, é a falta de motivação, ou preguiça. Satisfeito em apenas olhar os outros parti¬ciparem do jogo da vida, faz caçoada deles como uma maneira de proteger-se ou de conservar suas energias. Além do mais, é teimoso, indeciso e medroso.
Geralmente, é fácil de se conviver com ele, mas sua forma descuidada e vagarosa de viver pode ser uma fonte de irritação para um parceiro agressivo. Fleumáticos quase sempre são boa companhia para seus filhos; é mais fácil para eles parar o que estão fazendo e brincar com as crianças do que para os temperamentos ativistas. Muito marido de disposição enérgico dirá de sua esposa fleumática: "Ela é uma esplêndida mulher e mãe, mas não é boa dona de casa". Inversamente, a ótima dona de casa pode ser mãe ineficiente. Ela gostaria de parar e brincar com os filhos, mas o chão precisa ser limpo, as roupas precisam ser lavadas, e. . . Essas reações subconscientes a situações da vida, fazem parte de nossos temperamentos.
O temperamento é uma questão de importância neste estudo sobre "a felicidade conjugal, porque ajuda a esclarecer por qual motivo as pessoas são tão dife¬rentes! E também oferece uma chave para o porquê da atração entre os opostos.

Porque os Opostos se Atraem
O subconsciente tem sobre nós uma influência bem maior do que a maioria das pessoas pode perceber. Isso pode ser visto claramente na maneira como em geral selecionamos nossos amigos — e, particularmente, na escolha do companheiro da nossa vida. O espalhafatoso, gregário e extrovertido sangüíneo, subconscientemente desejaria possuir um maior controle sobre si mesmo. Quando retorna de uma festa, com freqüência se sente embaraçado, no seu íntimo, devido à sua tagarelice e por haver dominado as conversas. Já o suave e quieto fleumático, ou o melancólico, subconscientemente me¬ditam: "Eu gostaria de ser mais sociável e expressivo". É bastante fácil perceber por qual motivo esses tipos contrastantes se sentirão grandemente interessados um pelo outro, quando se encontrarem. Ele é tudo aquilo que ela gostaria de ser, eela é justamente o que ele, secretamente, gostaria de ser; por conseguinte, é na¬tural que pareçam se completar um ao outro. Esse princípio opera subconscientemente quase todo o tempo em que uma pessoa escolhe aquele com quem deseja casar-se. Na verdade, nenhum temperamento, subcons¬cientemente, é barreira para uma pessoa, a não ser o seu próprio. E o que não se deve perder de vista, pois é o que importa, é que as pessoas são atraídas umas pelas outras, com base em suas virtudes, embora a cada virtude corresponda uma fraqueza.

As Fraquezas Surgem mais Tarde
Muitos casais estão tão apaixonados que, antes do casamento, vêem somente os pontos fortes da outra pessoa. Depois que passa a novidade do casamento, en¬tretanto, as fraquezas de cada parceiro (e todo ser hu¬mano as tem) começam a aparecer. Essas fraquezas exigem ajustamento — aprender a conviver com as fraquezas do parceiro. É importante que um casal tenha a ajuda do Espírito Santo para que possa revelar "bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio", en¬quanto vai se ajustando a essas fraquezas. O Espírito Santo também ajuda a transformar fraquezas em atri¬butos positivos. Gaiatas 5:22,23 aponta nove caracte¬rísticas disponíveis ao cristão cheio do Espírito:! uma força para cada fraqueza natural. Um cristão cheio do Espírito alcança maior alegria em seu casamento, porque se utiliza da ajuda do Espírito Santo para vencer suas fraquezas, e assim se torna menos censurável aos olhos do seu parceiro. Além disso, o Espírito Santo lhe dá á graça de tolerar e viver alegremente com as fraquezas do companheiro.

Conflitos de Personalidade
Conflitos de personalidade são, realmente, fraquezas conflitantes, e poderiam ser chamados conflitos de tem¬peramento. São fraquezas de um companheiro que irritam as fraquezas do outro. Eis aqui alguns exemplos que tenho achado no meu aconselhamento.
A falta de cuidado e os projetos inacabados do Sr. Sangüíneo criam um grande conflito para as ten¬dências melancólicas e perfeccionistas da esposa. Quando ele se atrasa devido a uma reunião de vendas e a esposa o espera duas horas para o jantar, ela tem muitas dificul¬dades em "perdoar e esquecer" o seu descuido. Após alguns anos ela se cansa de suas histórias exageradas e do uso inconseqüente da verdade. A história que ela conta não é tão interessante como a dele — "mas pelo menos é a verdade!"
O Sr. Colérico se dedica inteiramente aos seus negó¬cios e a esposa se sente abandonada. Ela não percebe que antes do casamento ele se havia dado 100%, como ele comumente faz, para alcançar seu objetivo de desposá-la. Agora que o "projeto do casamento" já se realizou, ele se preocupa com o próximo passo, susten¬tá-la. Se ela é desleixada, ele pode ficar muito irritado com a sua desorganização e vir a reprová-la com palavras cruéis e sarcásticas. Ele agora vê suas maneiras gentis e calmas — como as via antes do casamento — como "preguiça e falta de motivação"
A Sra. Melancólica freqüentemente cai em depressão pouco depois de casada. O alívio natural que vem após a tensão excitante das vésperas do casamento pode levá-la a um período de depressão. Se o marido é impa¬ciente e fica frustrado, ela pode ficar em silêncio, em estado de hipocondria, ou chorar. Sua super-sensibilidade pode fazê-la suspeitar que "ele não me ama mais".
O perfeccionismo dela, quando dirigido para o tra¬balho doméstico, pode criar uma casa impecavelmente cuidada, na qual o marido raras vezes poderá se sentir à vontade.
Ela pode se perturbar se ele põe os pés sobre a mesa ou não apanha as meias do chão. Uma de suas maiores tentações é manter todas as suas frustrações armazenadas dentro de si mesma, onde elas, finalmente, "explodem" ou causam nervosismo, úlcera ou outros males.
A falta de motivação do Sr. Fleumático torna-se exaustiva para a sua companheira. Sendo um tipo que gosta de "ficar em casa", ele pode se tornar enfadonho, a menos que faça um esforço só por amor à compa¬nheira, descobrindo depois, que ele mesmo se divertiu. Ele faz bem os serviços de reparo da casa — se ela puder conseguir que ele os faça. Certa mãe colérica que co¬nheço deu à sua filha colérica, casada com um marido fleumático, este sábio conselho: "Shirley, quando você conseguir que ele se levante, mantenha-o em atividade".
Um companheiro fleumático é menos inclinado a ser generoso do que um sangüíneo, e esse fator, acrescido de uma silenciosa teimosia, pode causar grande ressenti¬mento e frustração.

Resolva seus Conflitos
As diferenças entre casais não precisam ter conse¬qüências desastrosas. Nenhuma divergência é ameaça para um casamento; a atitude do casal para com as di¬vergências é que vai determinar o sucesso ou a ruína de um casamento. Muitos dos casamentos estáveis de agora, um dia experimentaram fortes conflitos de tem¬peramento.
As sugestões que seguem são dadas para ajudá-lo a fazer os necessários ajustamentos de um modo acertado.
* Quando você sente frustração, ressentimento ou qualquer outra forma de hostilidade, pare e olhe obje¬tivamente para aquilo que os causa.
* Ore sobre isso. Primeiro, confesse seu pecado de entristecer o Espírito Santo (Efésios 4:30-32). Sua paz de espírito não depende do comportamento de seu companheiro. Depois que você encarar como pecado sua hostilidade interior e raiva, e confessá-los (I João 1:9), peça a Deus para enchê-lo com seu Espírito (Lucas 11:13) e depois ande no Espírito (Gaiatas 5:16). Em segundo lugar, ore a respeito das ações de seu companheiro, pedindo a Deus que o ajude a enxergar suas falhas e levá-lo a discutir o assunto com você.
* Fale com seu companheiro sobre a falha dele. Isso deverá ser sempre feito "em amor" (Efésios 4:15). Aproveite um momento apropriado, quando você pode compartilhar objetivamente seus sentimentos sem se emocionar demais. Nunca fale com raiva, e sempre lhe dê tempo para pensar sobre o que você disse. Então, deixe o assunto a cargo do Espírito Santo.
* Peça a Deus, o doador do amor, para enchê-lo de amor por Ele e pelo seu companheiro, de tal forma que você possa amá-lo verdadeiramente, apesar de suas fraquezas. Olhe para as virtudes dele e agradeça a Deus por elas (I Tessalonicenses 5:18).
* Esqueça os erros e pecados passados! "Esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão adiante, prossigo para o alvo pelo prêmio da vocação celestial de Deus em Cristo Jesus" (Fili-penses 3:13,14).
Seguindo repetidamente este procedimento, você saberá que sua reação para com as ações do seu com¬panheiro será dirigida pelo Espírito Santo e seu amor aumentará de tal maneira que cobrirá uma infinidade de fraquezas.


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¹ Veja no Apêndice A a explicação do autor sobre que significa ser cheio do Espírito.
































Você quer que sua esposa o trate como um rei? Pois então trate-a como uma rainha!


2
ESQUEÇA-SE DE SI MESMO
"Não pretendemos ter filhos por dois anos ao menos! Assim teremos tempo de nos adaptar um ao outro, antes que tenhamos de aprender a nos adaptar aos filhos". Essa declaração é uma das respostas mais comuns que recebo à minha pergunta, durante o aconselha¬mento pre-nupcial: "Quais são os planos de vocês quanto a ter filhos? " A afirmação supra evidencia o fato geralmente reconhecido que a maioria dos casais espera atravessar um período de adaptação após o casa¬mento. Esse período comumente dura uns três anos. Uma pesquisa recente revelou que sete em cada dez divórcios se deram dentro dos três primeiros anos do casamento. A maior parte dos casais felizes concor¬dará em que, ainda que os três primeiros anos de casados trouxessem muitas bênçãos e alegrias, também apresen¬taram muitas e difíceis experiências de adaptação.
Quase todos os conselheiros matrimoniais reconhecem três aspectos básicos de adaptação conjugal — o mental, o físico e o espiritual. A adaptação adequada em cada uma dessas áreas é necessária à formação de um matri¬mônio equilibrado. Se representarmos o casamento por um círculo, cada um desses três aspectos representaria, aproximadamente, um terço do relacionamento matri¬monial. Ainda que a idade do casal, por ocasião do casa¬mento, e o tempo em que estão casados, sejam fatores, um dos quais pode assumir aspecto mais importante que o outro, considerada a vida conjugal como um todo, as três áreas são aproximadamente iguais em impor¬tância. Na década dos vinte, o elemento físico poderá sobrepujar os outros, mas na década dos trinta é o ele¬mento mental que predomina, e do final da década dos trinta em diante o elemento espiritual em geral se so¬bressai aos demais.
Essas três áreas de adaptação são sempre interde¬pendentes. Dificilmente um casal se adaptará devida¬mente no terreno físico se não tiver um alto grau de adaptação mental. Conheço casais cuja dificuldade em se adaptar mentalmente produziu desajustamentos fí¬sicos, mas, devido a seu forte relacionamento espiritual — pelos laços da fé comum em Cristo — puderam fazer uma melhor adaptação no terreno mental e físico. 0 aspecto espiritual potencialmente é o mais impor¬tante, porque pode melhorar radicalmente a adaptação nos outros dois.
Devido à grande significação dessas três áreas de adaptação, irei tratar delas separadamente em capítulos sucessivos, começando com o aspecto da adaptação mental.
A adaptação mental no casamento, ainda que em geral a mais complexa, oferece excelente oportunidade para os dois se conhecerem profundamente. Como as pessoas têm a tendência de se apresentar no seu melhor durante o período do noivado, a maior parte dos casais tem uma adaptação mental muito grande a fazer. Essa área de adaptação evidencia diferenças de formação e encerra uma variedade de experiências que exige um treinamento renovado.
Na adaptação física o casal começa com uma expe¬riência inteiramente nova. No aspecto espiritual podem, através do estudo da Palavra de Deus, aprender igual¬mente um novo relacionamento um com o outro e com Deus. Mas, no aspecto mental, cada um deles gastou aproximadamente vinte anos ou mais adaptando-se a outras pessoas, de acordo com o seu próprio padrão. Agora, chegam ao casamento com suas respon¬sabilidades e pressões naturais, e poderão descobrir que seus padrões de adaptação a determinadas experiências estão em conflito com os de seu cônjuge. Por conse¬guinte, considerem com muita atenção a regra áurea da adaptação mental, conforme se aprende em Filipenses 2:3,4:
"Nada façais por partidarismo ou vangloria, mas por humildade, considerando cada um os outros supe¬riores a si mesmo. Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também o que é dos outros".
Com o propósito, diante de Deus, de se olvidarem de si mesmos e de fazerem seu cônjuge feliz, como estes versículos ensinam, vocês estarão aptos a fazer uma adaptação sadia às muitas facetas mentais da vida conjugal. Desejo discutir cinco dos mais comuns pro¬blemas de adaptação mental.

Finanças
A adaptação financeira se torna a mais difícil e con¬fusa atualmente, pelo fato de muitas esposas traba¬lharem. Se a esposa trabalhava antes do casamento e tinha a sua própria conta bancária, é natural que deseje continuar fazendo o mesmo depois de casada. Se ela vai continuar trabalhando para ajudar o esposo para terminar os estudos, poderá assumir o papel de provedora do lar e menosprezar a seu esposo, ao invés de reconhecer que o seu esforço é um investimento para o futuro — um investimento que pagará dividendos pela vida a fora.

Quem Deve Dirigir as Finanças?
A resposta a essa pergunta é da mais profunda significação. Deus declara, de modo explícito, em Sua Palavra, que o homem deve ser o cabeça da casa. Esse princípio traz felicidade; a violação do mesmo produz infelicidade. Nunca encontrei um marido feliz se é do¬minado pela mulher, e nem uma mulher feliz que domine ao marido. Deus nunca teria pedido à mulher que se sujeitasse ao marido se não fosse para o bem dela. A mulher não terá felicidade duradoura a não ser que esteja sujeita ao marido.
E por que isso é importante em relação às finanças? Simplesmente por causa da verdade de um adágio an¬tigo: "A mão que segura a bolsa domina a família". Verifica-se que o tesoureiro de qualquer organização com freqüência tem elevada consciência de poder. Isso é verdade de modo particular na família. O fato de a esposa ser excelente guarda-livros e o marido um péssimo matemático, nada tem a ver com o caso. O ma¬rido deve gerir as finanças do lar, particularmente nos primeiros sete a dez anos.
Isso não quer dizer que a esposa não deva ter seu campo de responsabilidade. O casal pode planejar um orçamento que proveja certa importância para a mulher, destinada à alimentação, despesas da casa, suas diversas necessidades, e outros itens sobre os quais o casal con¬corde um com o outro. O marido, por sua vez, deve pagar as contas, cuidar da conta bancária e ser respon¬sável pela estrutura financeira em geral. Não devem ter contas bancárias separadas; se a mulher trabalha, deve depositar o ordenado na conta familiar. Compras maiores, como de mobília, utilidades domésticas, auto¬móvel, etc, devem ser resolvidas de comum acordo. Sempre que um dos cônjuges se opuser a um invéstimento financeiro qualquer, seria muito melhor esperar até que possam chegar a um acordo, para que não sejam feridos os sentimentos do outro cônjuge quanto à questão.

Quando a Esposa Trabalha Fora
Está se tornando cada vez mais comum as esposas trabalharem. Muitos casais jovens julgam que há razões ponderáveis para isso, como, por exemplo, ajudar no começo da vida de casados, guardar o suficiente para a entrada no pagamento de uma casa, ou para ajudar o marido a terminar seus estudos. Essa combinação deve prosseguir somente enquanto não chegam os filhos.
Entretanto, quando a mulher trabalha, há perigos que devem ser considerados.
O mais importante é que se a mulher trabalha e guarda o seu dinheiro em separado, isso desenvolve um sentimento de independência e suficiência própria que Deus não desejou para a mulher. Esse sentimento dificulta sua adaptação ao marido nos primeiros anos de casamento. Estou convencido de que uma das razões porque jovens casais se divorciam com tanta facilidade hoje em dia é que a mulher não depende economica¬mente do marido. Quando surgem dificuldades ou pres¬sões, ela pode dizer — como me disse uma jovem senhora: "Não preciso me submeter a essa sorte de coisas. Posso me sustentar!" Sempre recomendo que tenham uma conta bancária conjunta, e que a esposa retire do seu ordenado somente o que precisa para as suas necessidades e para as despesas da casa. O casa¬mento é uma aventura a dois, em que duas pessoas vivem como uma só. Não se trata de duas corporações distintas, operando debaixo de um mesmo teto.
O segundo perigo de a mulher trabalhar é o de ser protelado em demasia o nascimento de filhos. Se vocês forem esperar até que estejam financeiramente aptos a ter filhos, esse dia provavelmente nunca chegará. Eles são uma fonte de tão grande enriquecimento e bênção para o lar que o jovem par deve planejar tê-los o mais breve possível, e fazer planos definidos quanto à melhor ocasião; de outra forma, estarão se privando da bênção dos filhos, e, além do mais, estarão desobedecendo ao mandamento de Deus: "Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra. . ." (Gênesis 1:28).


Díividas
Um dos mais sérios problemas de muitos casamentos é que o casal já se casa com dividas ou adquire-as poucas semanas após o casamento. Tal situação produz tensões e receios que são um dano desnecessário a uma adap¬tação adequada. Evitem compras impensadas; limitem-se só às coisas absolutamente essenciais. Já foi sugerido que os pagamentos mensais nunca devem exceder 10% da renda do casal, além do pagamento do automóvel e da casa. A atitude da esposa é de suma importância nos primeiros anos do casamento; inconscientemente, ela pode levar seu esposo a gastar mais do que pode, no esforço para agradá-la. Ela deve evitar comparações entre o lar de seus progenitores e as condições em que dá início à sua vida conjugal. Lembre-se ela de que seus pais tiveram vinte anos ou mais para acumular o que possuem, e que, no tempo devido, ela poderá ter o mesmo que eles. A paciência da esposa e a alegre aceitação da capacidade financeira do esposo são inves¬timentos que contribuirão para que um casamento seja duradouro e esperançoso.

Plano Financeiro
Um programa, financeiro para o casal crente foi sugerido por Charles W. Shedd, em "Cartas a Karen" (sua filha), publicada na Seleções do Reader's Digest de janeiro de 1966, e na qual ele estabelece a seguinte regra: "Dê 10%, poupe 10% e gaste o restante com louvor e ações de graças!"
Como casal crente que são, comecem por obter as bênçãos divinas sobre as finanças da família, de acordo com Malaquias 3:3-11, dando a Deus o dízimo de sua renda. Vocês poderão, literalmente, fazer mais, com as bênçãos de Deus, no dispêndio de 90%, do que com 100%, sem as bênçãos divinas. Jamais conheci um casal que não fosse abençoado por dar os dízimos. ". . .provai-me nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós bênção sem medida" (Malaquias 3:10)
Poupando os outros dez por cento, vocês poderão comprar à vista algumas das coisas de que necessitam, sem terem de pagar bem mais caro a crédito, e sem a pressão das prestações. Se vocês não começarem a vida juntos com esses dois hábitos, encontrarão dificuldade em fazê-lo mais tarde. Porém, isso não é impossível. Dêem a Deus os dízimos, e confiem em que Ele os guiará em seus problemas financeiros. Ele nunca falha.

Vida Social
Outra área significativa da adaptação mental é a vida social. Deus criou o homem para ter comunhão com Ele e seus semelhantes. Porém, vocês descobrirão que inte¬resses e desinteresses sociais — que vocês nunca imagi¬naram existissem — surgirão após o casamento. Um ma¬rido, entusiasta do esporte, e sua esposa, amante da mú¬sica, tiveram a seguinte conversa, um ano após se ca¬sarem. Ele indagou: "Por que você não vai mais comigo aos jogos de futebol? " Ela disse: "Bem, é que não entendo de futebol, e nem gosto". Exasperado, ele retrucou: "Não entendo. Quando estávamos namorando, você nunca se recusou a ir a um jogo comigo, e parecia gostar". A resposta dela foi esclarecedora: "É fácil de explicar. Eu gostava tanto de estar com você que não me importava onde você ia". Então ela indagou: "Por que você não me leva mais para assistir a concertos, como fazia quando éramos noivos? " Ele respondeu: "Eu simplesmente não tolero música clássica!"
De repente, ambos perceberam o fato de que nos dias de seu noivado o amor era tal que os tornava insensíveis às suas diferenças sociais. O prazer de estarem juntos fazia com que as coisas desagradáveis parecessem agra¬dáveis. Esse esclarecimento surgirá para quase todos ós casais, em diversos aspectos de sua vida social, após o casamento. Aquele casal analisou suas diferenças, e, cada qual levando em conta as preferências do outro, concordaram em que a esposa iria com o esposo aos esportes, e ele a levaria aos concertos. Pacientemente, ele lhe ensinou as regras do futebol, e ela acabou se tor¬nando torcedora entusiasta. Por outro lado, ele obteve maior apreciação pela música clássica, de modo que um concerto já não é "tortura" para ele.
Todos estamos sujeitos a mudanças, e, muitas vezes, aquilo de que gostamos não se baseia apenas em pre¬conceitos ou experiências desagradáveis do passado.
Sendo nós criaturas que se aferram aos hábitos, podemos cultivar novos prazeres, tanto quanto novos desprazeres.

Amigos são Importantes
Os casais gostam da companhia de outros casais. Descobrem logo que os amigos do tempo de solteiros têm interesses e horários diferentes, de modo que, a não ser que os amigos também se casem, terão de formar novos círculos de amizade.
Os amigos muito nos influenciam, sobretudo se culti¬vamos a sociabilidade com eles. É importante, pois, que os crentes descubram outros crentes para serem amigos chegados. Além deles, terão também outros amigos. Peça ao Espírito Santo que os ajudem a levá-los a Cristo. Mas vocês precisarão de amigos crentes que os ajudem a crescer na fé.
O melhor lugar para se encontrar camaradagem cristã é a igreja. Tomem parte ativa na Escola Domi¬nical e procurem participar com o grupo de sua idade. Convidem casais para irem à sua casa, e façam-se amigos deles. O antiqüíssimo princípio que diz: "Aquele que quiser ter amigos, deve primeiro ser um amigo", é verda¬deiro também para os casais. Uma coisa que se deve lembrar é que a vida social não deve cessar depois do casamento. Naturalmente, vocês não poderão ter a mesma vida social intensa que tinham quando ainda eram solteiros, exatamente porque agora o dinheiro está sendo gasto em coisas mais importantes e permanentes do que antes. Todavia, vocês precisam relaxar juntos, fora do lar, de vez em quando. Essa área é outra em que a adaptação pode ser feita por entendimento e consi¬deração mútua.


Família
O seu relacionamento com a família de seu cônjuge é importante. Há casos em que os pais do cônjuge são tão ideais que ele nunca tem problemas com eles; mas francamente, isso é a exceção, e não a regra. A maior parte dos pais tem dificuldade para se desprender dos filhos depois que se casam, ainda que reconheçam que deveriam fazê-lo. 0 casal deve viver separado dos pais, mas ter profundo respeito por eles. E muito natural que os pais dêem conselhos baseados nos seus mais de vinte anos de experiência, mas às vezes os casais se re¬belam contra isso, ao ponto de rejeitarem bons con¬selhos, só porque foram dados pelos pais.
Em geral, nossos próprios pais não nos aborrecem tanto quanto os pais do nosso cônjuge, simplesmente porque cada um entende melhor os seus próprios pais. Muitas vezes as sugestões dos sogros parecem indicar desaprovação ou crítica, quando na verdade foram feitos com a melhor das intenções.
Você deve procurar tratar com respeito e conside¬ração os pais do seu cônjuge. Afinal de contas, eles gastaram muitos anos e milhares de cruzeiros preparando o seu cônjuge. O mínimo que você pode fazer é tratá-los com dignidade. Evite uma atitude negativa para com eles; se for necessário dizer que eles estão interferindo demais na vida de vocês, deixe que o filho ou a filha faça isso. Talvez seja conveniente que os dois vão falar juntos, mas o parente consangüíneo deve expor a si¬tuação.
Devido ao instinto materno, as mães, freqüentemente, têm mais dificuldade de soltar os filhos do que os pais às filhas. A esposa amorosa deve compreender isso e não colocar o marido na difícil situação de ter de escolher entre ser leal à esposa ou à mãe. Revelando consideração e amor, a esposa pode ajudar o marido a manter um sentimento de abrandamento para com seus pais, espe¬cialmente para com a mãe. Esse espírito de consideração beneficiará também à esposa. Ela pode se dispor a ser generosa nesse terreno. Ela tem o marido agora por muito mais tempo do que a mãe o tinha, e, além disso, ela tem um relacionamento com ele que nunca poderá ser partilhado por outra mulher, inclusive a mãe dele.
O marido deve ter muito cuidado para não fazer comparações entre a esposa e a mãe. Não é justo comparar o jeito da esposa passar a roupa, cozinhar e cuidar da casa com a de uma mulher com mais de vinte anos de experiência. Comparações desse gênero criarão hos¬tilidades e conflitos entre as duas mulheres mais impor¬tantes para o marido.
Dificuldades no relacionamento com a família devem ser tratadas com cuidado e amor. É possível, com a ajuda de Deus, ter um relacionamento agradável com sogros e cunhados, o que, por sua vez, serve para enriquecer seu casamento.

Aparência
A aparência não é tudo, apesar do que é muito importante. A Bíblia declara que "o homem vê o ex¬terior, porém o Senhor, o coração" (I Samuel 16:7). Visto que o seu cônjuge é um ser humano, ele verá o exterior. Por isso, importa que você não use a sua certidão de casamento como desculpa para relaxar a sua aparência.
Você não teria sido atraente para seu cônjuge, se não tivesse mantido uma aparência limpa e agradável. Ajude seu cônjuge a manter aceso o seu amor, mantendo aparência atraente sempre que for possível. Ele deseja apresentá-la aos seus amigos, sem sofrer constrangimento, algum; não se apresente de modo que ele sinta que tem de se desculpar pela sua aparência.
Os homens, às vezes, deixam de fazer a barba no dia em que não estão trabalhando. É o egoísmo que os leva a não fazer a barba, exatamente no dia em que estão mais tempo com suas esposas.
A esposa deve manter este ritual desde os primeiros dias de casada: gastar os minutos anteriores à chegada do marido preparando-se para recebê-lo. A volta dele deveria ser o ponto alto do dia dela, e, se ela assim planejar, poderá se apresentar a ele como nos dias do seu noivado. Esse cuidado pessoal é necessário, sobre¬tudo em nossos dias, quando homens e mulheres traba¬lham juntos. Um rápido olhar em qualquer escritório revelará que as mulheres que trabalham procuram apresentar-se da melhor maneira possível durante o tempo em que estão trabalhando na companhia dos maridos de outras mulheres. Se uma esposa negligenciar a sua própria aparência, estará se colocando em posição des¬favorável em relação a elas. Mesmo depois de ter tido filhos, não se utilize dos mesmos como desculpa para se apresentar de modo descuidado — antes, mantenha-se atraente aos olhos do seu companheiro.

Cortesia
Cortesia e educação deveriam fazer parte integrante da vida de todo crente; entretanto, em nossa moderna civilização, isso parece ser uma arte rara. Cortesia é algo que os pais deveriam ensinar aos seus filhos, e que uma jovem deveria esperar da parte do seu namorado. E a melhor ocasião para conversar sobre as diferenças, nesse assunto, é antes do casamento. A falta do comporta¬mento devido à mesa, bem como a falta de outras provas de cortesia, podem servir de fonte constante de irritação.
Minha mãe insistia em que sempre vestíssemos uma camisa à mesa, não comêssemos com os cotovelos apoiados em cima da mesa, disséssemos "por favor" um ao outro, e usássemos de boas maneiras para com os outros em todas as oportunidades. Sou-lhe grato por essa insistência, porque me casei com alguém que aprecia a cortesia e a delicadeza — e eu me inclino por acreditar que a maior parte das mulheres aprecia essas coisas.
A mulher deseja ser tratada com atenção; por isso, o marido deve ter o cuidado de não deixar de continuar a dar-lhe "tratamento preferencial" depois de casados. O marido atencioso abre a- porta para sua esposa, inclusive a porta do carro, e a trata como um cava¬lheiro deve tratar a uma dama. Você estará contribuindo para a felicidade e o respeito próprio dela, o que fará com que seu amor por você aumente. Visto que amor gera amor, esse é um dos melhores investimentos que você pode fazer na vida conjugal.
Quando estava realizando uma semana de conferências sobre a família, em certa igreja, anunciei que, na noite seguinte, ia dizer aos homens "como conseguir que sua esposa o trate como um rei". Não me admirei de que aquela fosse a maior reunião da semana. Meu con¬selho espantou alguns dos homens, devido à simplici¬dade; porque eu disse: "Se você deseja que ela o trate como um rei, trate-a como uma rainha!"
Algo que não se desculpa no casamento é a desleal¬dade. Já participaram de uma roda em que a esposa ou o marido diminuíram e criticaram o cônjuge em frente de amigos comuns? Essa atitude embaraçadora provém de pessoas que parecem não saber se comunicar em particular e procuram a segurança do grupo para consertar suas mágoas recalcadas. Este é um dos erros mais devastadores que uma pessoa pode cometer contra o seu cônjuge.
Nunca, mas nunca mesmo, ventile as fraquezas e de¬feitos do seu cônjuge em público. Nunca faça críticas perante amigos ou parentes. Se a conduta de seu côn¬juge lhe desagrada, só há duas pessoas com quem você deve partilhar: Deus e o seu cônjuge. "Mas eu tenho que ter alguém a quem possa contar meus problemas", é a resposta defensiva. Como crente que você é, você tem alguém para quem pode levar seus problemas: o seu Pai celestial. Depois, com oração e a orientação do Espírito Santo, partilhe o problema com o seu cônjuge. Então, se isso não produzir resultados, leve o assunto ao seu pastor.
Uma senhora, cuja filha se casara com um excelente jovem da nossa igreja, veio me procurar um dia. Estava perturbada, porque sentia animosidade e amargura para com o genro, e estava achando cada vez mais difícil tratá-lo bem. Depois de conversar com ela e com a filha, descobri a causa. Duas semanas depois de voltarem da lua de mel, eles brigaram. A filha telefonou para a mãe e contou a história toda. Naquela noite, o marido chegou em casa e se desculpou pela maneira com que havia tratado a esposa, e tiveram uma dessas experi¬ências maravilhosas de "reconciliação", que tanto enri¬quecem ao casamento.
Algumas semanas mais tarde surgiu outra discussão, e ela telefonou para a mãe, durante o dia, para derramar o coração pesaroso. Sem se aperceber do fato, ela tele¬fonava à mãe somente para lhe contar dos problemas que tinham; ela não telefonava de novo para falar dos momentos felizes de "reconciliação". Em conseqüência, após alguns meses, a mãe só tinha ouvido uma parte da história. Não é de admirar que ela considerasse seu novo genro um moço genioso e indelicado. A filha contou à mãe o,que sucedera entre os dois, mais tarde, e assim se acabou o ressentimento da sogra para com o genro.
Você nunca deve criticar seu cônjuge, por duas razões. A primeira é que a recordação dos ressentimentos e a alimentação deles fixa-os ainda mais indelevelmente na mente. A segunda é que o desejo de aprovação é um dos impulsos básicos do homem. Nada poderá preju¬dicar mais esse impulso de aprovação do que alguém descobrir que o seu cônjuge foi desleal ao ponto de criticá-lo ante um estranho. Se precisar fazê-lo, procure seu pastor, mas não discuta a situação com outra pessoa.

Estejam Prontos a Mudar
A maior parte das decisões espontâneas ou dos pre¬conceitos resulta de nossa formação, mas isso não deter¬mina se são certos ou errados. Tenho encontrado homens que - porque o pai não tratou a, mãe dessa forma — não cedem ao desejo de sua esposa para que sejam mais cavalheirescos e delicados. Na realidade, essa reação nada tem a ver com o caso. Somente porque o pai cometeu uma série de erros não quer dizer que você deva perpetuá-los. Portanto, quando você estiver bus¬cando o caminho para a adaptação mental em sua vida conjugal, lembre-se sempre de que os padrões e con¬ceitos produzidos pela sua formação podem estar em erro. Pode haver outra maneira de agir. Lembre-se de que uma das características do amor é que ele "não procura seus.interesses. . ."(I Coríntios 13:5).
A adaptação no casamento pode ser uma experiência emocionante, através da qual você pode melhorar a si mesmo, aceitando os pontos fortes da formação e do temperamento do seu cônjuge. Esteja disposto a se curvar e a dar. Não resista à mudança em sua conduta, a não ser que seja comportamento para o qual as Escrituras já tenham estabelecido um padrão. Seja objetivo quanto às diferenças entre você e o seu cônjuge, porque da mesma forma que você espera que ele mude, em al¬gumas áreas, ele tem o direito de esperar mudança de sua parte. Felizmente, a mudança é parte natural da vida. Uma das observações felizes que tenho feito é a de que muito do que gostamos hoje não gostávamos há dez anos. Dê ao seu cônjuge tempo para se adaptar; e você descobrirá que o tempo aproxima duas pessoas altruístas.






















Comunicação singular: a pessoa diz coisas e compartilha de fardos em oração que não seria capaz de fazer em qualquer outra circunstância.


3
ADAPTAÇÃO ESPIRITUAL
O homem é criatura intensamente espiritual. Quanto mais velho fica, mais se torna cônscio desse fato. Pascal, o grande físico e filósofo, disse: "Há um vazio em forma de Deus, no coração de cada homem, que não pode ser preenchido por qualquer coisa criada, mas somente por Deus, o Criador, que se revela a nós através de Cristo". Quando Jesus é convidado a ser Senhor e Sal¬vador, esse vazio é preenchido. Por causa da presença de Jesus Cristo a pessoa pode ter comunhão com Deus - uma comunhão que enriquecerá todas as áreas de sua vida.
Gálatas 5:22 descreve a obra do Espírito de Deus na vida do crente. Na medida em que ele se submete ao Espírito Santo, começa a desenvolver, de maneira crescente, amor, alegria, paz, longaminidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, fé e domínio próprio. Jesus salienta o princípio universal de que a pessoa ceifa o que semeia; por conseguinte, o amor (ou qualquer outro atributo) que é dado será constan¬temente devolvido ao doador. Segue-se, então, que aquele que dá e recebe atributos espirituais terá, sem dúvida, um casamento agradável e satisfatório.
Creio que a área espiritual é a mais importante dentro da adaptação matrimonial. A pessoa não pode fazer uma adaptação física satisfatória, a não ser que primeiro se adapte mentalmente. A adaptação mental é tão cheia de complexidade, e cada um de nós é tão vulne¬rável e egoísta — o que retarda essa adaptação — que os problemas dessa área não são fáceis de ser resolvidos. Mas tenho observado que uma vida espiritual profunda facilitará grandemente a adaptação mental. A Bíblia ainda é o maior livro sobre o comportamento humano, e é na proporção em que duas pessoas se relacionam com Deus e Sua Palavra que encontrarão os princípios para ajudá-los em sua adaptação mental. Cinco aspectos da adaptação espiritual, que podem tornar o casamento emocionante, são apresentados em seguida para consi¬deração do leitor.

Comportamento Cristão Coerente
Você é a chave para a vida espiritual do seu casa¬mento. O Dr. Henry Brandt, psicólogo cristão, salienta que pais adequados precisam antes ser cônjuges ade¬quados, mas antes que você possa ser um cônjuge ade¬quado, precisa ser uma pessoa adequada. Portanto, o comportamento cristão coerente no lar é a chave para a adaptação espiritual. O que você é no lar é o que você realmente é. Seu cônjuge não demorará a descobrir exatamente quem você é. Se você não é coerente em seu relacionamento com Deus, não tem um ponto de vista espiritual acertado para fazer a devida adaptação mental ou física.
Uma grande pressão não muda a pessoa; somente revela o que ela é. As pressões da vida íntima do lar trazem à superfície reações à vida que não foram pla¬nejadas. Essas reações irão lhe mostrar quem você é. Por exemplo, se você tem a tendência de "explodir" ou de gritar ou chorar, quando se torna tenso ou per¬turbado, a situação surgida em geral não é tão impor¬tante como o seu fracasso em reagir de maneira cristã. Deus diz a você: "A minha graça te basta". Reações egoístas são indicação de que você não está usando essa graça que Deus oferece. Por exemplo, suponhamos que seu cônjuge diga algo sarcástico e descaridoso a você; em vez de receber isso com delicadeza, você reage com palavras duras — você pecou. Seu cônjuge também, mas você não é responsável pelo pecado dele; você é respon¬sável diante de Deus só por seu próprio pecado.
Para conseguir agir como você deseja, e não simples¬mente reagir a uma situação, não desculpe seu compor¬tamento, independente daquilo que o provoque. Vá a Deus e confesse seu pecado, pedindo-Lhe que lhe dê um espírito amável. Em seguida, confesse suas palavras pesadas ou seu comportamento a seu cônjuge, de modo que a sua consciência fique limpa. Ao se deitarem, à noite, muitas pessoas ficam perturbadas com as palavras descaridosas que voltam à sua mente e as per¬seguem. Fraquezas e fracassos se acumulam, até que a pessoa sente que ela é um fracasso, ao invés de sentir que fracassou temporariamente. Então ela perde o seu senso de valor como pessoa. Aquele que enfrenta cada fracasso como um pecado e alcança o perdão de Deus (I João 1:9) não terá de viver com a consciência a persegui-lo e acusá-lo. De fato, os que enfrentam seu fracasso e o confessam - e pedem ajuda de Deus -verificarão que Ele oferece um remédio para isso. Reflita na promessa de Deus, contida em I Coríntios 10:13: "Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel, e não permitirá que sejais tentados além de vossas forças; pelo contrário, junta¬mente com a tentação vos provera livramento, de sorte que a possais suportar".
Se você não reagir ao seu cônjuge com rancor e pa¬lavras duras, será que ele irá ofendê-lo ou tirar vantagem de você? Em geral isso não acontece. A Bíblia diz que "a resposta branda desvia o furor" (Provérbios 15:1). E preciso que haja dois para haver uma discussão; se você se recusar, a discussão termina. Muito problema familiar poderia ser evitado se um dos dois cônjuges seguisse a orientação de Deus, e não os seus próprios desejos egoístas. Esta ilustração é só uma das muitas áreas em que uma atitude coerente com os princípios de Deus abrirá o caminho para um ajustamento matri¬monial feliz.
A coerência no lar é importante. A pessoa não tem de ser perfeita para manter o respeito do seu cônjuge, mas se agir piedosamente na igreja, e de maneira oposta no lar, ele perderá o respeito por você.
A falta de coerência se torna mais evidente quando surgem os filhos. Depois de anos de observação, cheguei à conclusão de que os melhores jovens da nossa igreja ou procedem de lares cristãos consagrados ou de lares não crentes. Via de regra, lares cristãos medíocres não produzem jovens consagrados. A razão? Incoerência. Incoerência é uma forma de hipocrisia. O filho cujos pais não se dizem crentes ou religiosos, pode compreen¬der o comportamento dos pais, porque não são crentes. Todavia, o jovem que vê os pais assumirem posições de liderança na igreja local e depois os vê em rixas e con¬tendas no lar terá dificuldade em aceitar esse duplo padrão. Por essa razão é mister que o crente busque e siga a direção de Deus em seu viver diário. Pensar, falar e agir de acordo com a nossa fé produz paz emo¬cional e comportamento coerente.

Vida Devocional
0 vazio espiritual no homem é preenchido pelo Espírito Santo, quando ele aceita a provisão de Deus para a sua alma: Jesus Cristo. Disse Jesus: "Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim" (João 14:6). Quando a pessoa pede que Jesus Cristo dirija a sua vida, tem início a sua vida espiritual. Tem então acesso à ajuda e à direção de Deus, e esse novo elemento espiritual lhe oferece tão grande poder para mudar que a Bíblia diz ter ele "nascido de novo". A pessoa nasce pela primeira vez fisicamente. E nasce pela segunda vez quando aceita a vida espiritual por meio de Jesus Cristo. Cuidar da vida espiritual é tão importante como cuidar da vida física. Deus quer que cada crente cresça na graça e no conhecimento do Senhor Jesus, e esse crescimento vem somente através da Palavra de Deus. Assim a pessoa alimenta o corpo três vezes ao dia, vinte e uma vezes por semana, e assim precisa nutrir sua alma diariamente também. E o alimento necessário é a Palavra de Deus. Mesmo que sejam de cinco a vinte minutos por dia, gastos na leitura da Bíblia e na meditação nas palavras de Deus, isso ajudará a pessoa a viver uma vida cristã coerente.

Sua Vida na Igreja
Muitos pensam imediatamente na igreja quando con¬sideram o aspecto espiritual da vida. Muitas vezes a pessoa não se compenetra de que a espiritualidade é um relacionamento intensamente individual com Deus. Esse relacionamento não depende da igreja, mas é gran¬demente ajudado por ela. Deus deseja que seu povo se congregue a fim de compartilhar sua fé e adorá-lo. A igreja deverá contribuir para o progresso do crente, dando-lhe oportunidades de estudar a Bíblia, encorajando-o a lê-la e a orar diariamente, e oferecendo-lhe oportunidades de servir e ajudar a outras pessoas.
Escolher uma igreja poderá ser fácil para o jovem casal que cresceu na mesma igreja. Mas, no caso de pertencerem a igrejas diferentes, ou de terem mudado para outra cidade depois de casados, será necessário descobrir uma igreja em que ambos se sintam bem e na qual possam ser participantes entusiastas. Cada casal deve pensar seriamente no que deseja dar e receber de sua igreja. Quando um casal vai à igreja esporadi¬camente — sem um propósito ou alvo definido - sua experiência é muitas vezes desanimadora.

O que Procurar em uma Igreja
Oitenta e cinco por cento do povo que se une com a nossa igreja, veio pela primeira vez porque foi convi¬dado por alguém. E provável que algum amigo reco¬mende uma igreja a você, mas, francamente, essa não é razão suficiente para você se unir a ela. Uma porção de sentimentalismo e lealdade desnecessários entram na escolha de uma igreja. Sua igreja é tão importante que não deveria ser escolhida por causa de um senti¬mento emocional, mas por causa de compreensão e raciocínio espiritual. Antes de se unir à igreja em que seus filhos irão receber muito do seu treinamento espi¬ritual, verifique se ela preenche os seguintes requisitos básicos:
* Ela ensina a Bíblia? O pastor prega a Bíblia? É o material da Escola Dominical devidamente baseado na Bíblia? O povo se congrega semanalmente para estudo da Bíblia e oração? Se for preciso, seria melhor mudar de denominação, uma vez que isso não vá de encontro às suas convicções doutrinárias, para freqüentar uma igreja que ensine a Bíblia, do que permanecer na sua denominação e negligenciar um ministério bí¬blico sadio.
* A igreja está preocupada com a salvação dos per¬didos? Uma igreja assim, em geral faz apelo no fim do culto e realiza campanhas de evangelização ocasio¬nalmente. Ela também faz o esforço de alistar seus membros no trabalho de visitação e evangelização.
* É ela uma igreja de espírito missionário? Uma igreja que não se preocupa em enviar missionários não demorará a se tornar um campo missionário. Verifique quando foi que alguém sentiu a chamada para ser mis¬sionário, naquela igreja.

Serviço e Testemunho Cristãos
É natural que o crente deseje servir a Cristo. "Acaso não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo" (I Coríntios 6:19,20). Muitos casais jovens ficam tão envolvidos um com o outro e com a aquisição de coisas para a sua casa que acabam por negligenciar o trabalho de Cristo. Com freqüência, o grupo dos jovens casados é o menos espiritual dos grupos de adultos na igreja, ainda que muitos jovens tenham crescido na igreja. Mas isso acontece porque Jesus Cristo não ocupa o primeiro lugar nas vidas deles (Mateus 6:33).
A igreja oferece excelente oportunidade de servir a Cristo. Você pode servir como professor da Escola Dominical ou na Mocidade ou no programa de visi¬tação. Como acontece com tudo mais na vida cristã, somos beneficiados por aquilo que fazemos para Cristo. Mais de uma vez alguém me tem vindo dizer: "Pastor, desde que estou ensinando uma classe de Escola Domi¬nical tenho aprendido muito mais sobre a Bíblia do que já aprendi com seus sermões". O serviço cristão oferece grande motivação para o estudo da Palavra (II Timóteo 2:15), o que, por sua vez, desenvolve a vida cristã.
Além de servirem à igreja, Jesus Cristo deseja usar suas vidas como testemunhas - a da esposa na comu¬nidade entre outras senhoras e os vizinhos, o marido entre os homens com quem trabalha e no lar dos vizi¬nhos. Façam com que compartilhar a fé se torne algo habitual em sua vida. Nada nos desperta mais, espiritual¬mente, do que partilhar a fé com alguém. O Senhor Jesus quer que os crentes sejam Suas testemunhas ante os homens (Atos 1:8). Muitas vidas vazias precisam do testemunho dinâmico de um casal cristão consagrado.

O Culto Doméstico
O culto em família pode se tornar a influência mais poderosa no lar. O casal que já tem experiência na oração conhece o valor e os benefícios de uma hora de oração. Entretanto, mesmo que um dos cônjuges ou ambos sejam inexperientes na oração, o lugar ideal para aprenderem a orar é no lar, um com o outro. O culto doméstico é também o lugar mais certo para as crianças aprenderem a orar. 0 Senhor bem poderia ter em mente a família, quando fez esta promessa: "Em verdade também vos digo que, se dois dentre vós, sobre a terra, concordarem a respeito de qualquer coisa que por¬ventura pedirem, ser-lhes-á concedida por meu Pai que está nos céus. Porque onde estiverem dois ou três reuni¬dos em meu nome, ali estou no meio deles" (Mateus 18:19,20).
O culto doméstico não é uma experiência etérea ou misteriosa, mas uma prática muito simples de leitura da Bíblia e oração com os membros da família. Em contraste com o presente elevado índice de divórcios, a estatística seguinte revela que o culto familiar une os membros da família em amor e compreensão. De acordo com uma pesquisa de casamentos cristãos, feita pelo Dr. Pitirim Sorokin, da Universidade de Harvard, "nas famílias em que se observa diariamente o estudo da Bíblia e a oração, há somente um divórcio em cada 1015 casamentos". Isso é evidência de que não só o divórcio é praticamente eliminado nos lares em que o culto doméstico é observado, mas também que muito da tristeza e infelicidade ligadas aos casamentos atuais não se acha nesses lares.

Como Fazer o Culto Doméstico
Ofereço as seguintes sugestões para tornar signifi¬cativo o culto doméstico:
* Marque um tempo certo para a devoção doméstica e não faça exceções, a não ser que sejam absolutamente necessárias. Decida quanto ao horário, de manhã ou de noite, e forme o hábito, independente de quem esteja em sua casa. Quando possível, o culto doméstico deveria ser iniciado na noite de núpcias, mas nunca é tarde demais para começar.
* Leia uma passagem da Bíblia e comente-a. Antes de virem os filhos, um capítulo por dia seria um alvo ideal. Depois de nascerem os filhos, talvez seja melhor ler menos e tornar a leitura compreensível para eles.
* Tanto o esposo quanto a esposa devem orar, acom¬panhados pelos filhos à medida que crescerem. Se a sua igreja tem espírito missionário, o culto familiar é um excelente lugar para orar regularmente pelos missio¬nários. As orações devem incluir o elemento de ações de graças e de intercessão, que devem ser feitas pelos vizinhos não crentes, pelos crentes desviados e pelos doentes — bem como petições por si mesmos. Ore, cada qual, especificamente, a fim de poderem esperar respostas específicas.
O culto familiar apresenta um meio singular de co¬municação. A esposa diz coisas e compartilha problemas em oração, como ela nunca seria capaz de compar¬tilhar em qualquer outra circunstância. A oração em conjunto molda duas pessoas pelos laços do amor de modo profundamente emocionante. A oração unida é o meio de multiplicar e fortalecer o amor através dos anos. Um crente deu o seguinte testemunho: "Hoje, depois de vinte e seis anos de casado, sou mais sensível à emoção da presença dela do que em qualquer outra ocasião. Quando me encontro com ela inesperadamente em um grupo, é como um cântico alegre surgindo dentro de mim. Quando seus olhos me encontram em público, trazem para mim a mensagem de inspiração de que estou precisando naquela hora. . . Até hoje sinto profunda emoção quando ela vem correndo ao meu encontro. E quando olho para a estrada diante de nós, vejo um casal de velhos, indo de mãos dadas, na direção do pôr do sol. Eu sei em meu coração que o fim será incomparavelmente melhor do que o princípio". Esta experiência foi possível porque aquele casal, através do culto doméstico, aprendeu a lançar mão do lugar secreto da divina comunhão, em que duas vidas são ligadas em uma unidade sagrada.

Perdão
Você não se casou com uma pessoa perfeita; nem seu cônjuge! Por isso, vocês dois terão de se perdoar por seus erros, pecados, egoísmo e outras formas de conduta desatenciosa. Não guarde nunca um ressentimento; é um fardo pesado demais para se carregar. Que Efésios 4:31,32 seja o seu lema: "Longe de vós toda a amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmias, e bem assim toda a malícia. Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como tam¬bém Deus em Cristo vos perdoou". Uma pessoa exigente achará mais dificuldade em perdoar do que uma pessoa condescendente. Entretanto, Deus espera que você perdoe. 0 Senhor Jesus tornou claro, emMateus6:14,15, que você não poderá ser perdoado dos seus pecados a não ser que esteja disposto a perdoar aos outros. Por¬tanto, o perdão é uma necessidade espiritual. Você pode estar certo de que seu Pai celestial o capacitará a fazer aquilo que Ele ordenou — perdoar um ao outro, qual¬quer que seja a falta.
Nunca vá para a cairia zangado. A Bíblia diz: ". . . não se ponha o sol sobre a vossa ira, nem deis lugar ao diabo" (Efésios 4:26,27). Sua disposição de perdoar seu cônjuge afeta tanto a sua vida pessoal quanto a sua vida espiritual. Faça seu o encargo de tomar a iniciativa do perdão. Isso o ajudará a alcançar um lar fortemente espiritual, o que, por seu turno, enriquecerá todos os demais aspectos do seu casamento.





Designado por Deus para o bem do homem, o ato matrimonial pode ser, para o marido e a mulher, a mais sublime expressão de amor.

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ALEGRIAS FÍSICAS
O ajustamento físico no casamento1 pode ser acertadamente comparado ao ajustamento instrumental neces¬sário para que uma orquestra produza uma sinfonia bela e harmoniosa. Contrariamente à opinião popular, "agir na base da satisfação natural do desejo físico" não garante, de maneira automática, a harmonia física na relação matrimonial. Os seres humanos são tão mais complexos em sua estrutura emocional do que os animais, que o seu impulso sexual não pode ser compa¬rado simplesmente a uma necessidade de acasalamento. Se o "ato matrimonial" — como prefiro chamar, ao con¬trário do título popular, "ato sexual" — não é cons¬truído sobre o amor mútuo e o máximo de doces expressões de delicadeza e carinho, não produzirá a sin¬fonia de harmonia emocional que Deus pretendeu, para os casais. Discórdias no campo físico leverão à frustração de um ou de ambos os cônjuges.
A falta de harmonia mútua na relação matrimonial não significa que um casamento está destinado a falhar. Pode significar, entretanto, que alguma coisa está seria¬mente errada e que o casal deveria buscar o conselho de seu pastor, de um médico cristão, ou de um conse¬lheiro. A maior parte das discórdias no ato matrimonial pode ser atribuída a uma de três coisas: ignorância, egoísmo ou medo.
A maioria das pessoas tem sido devidamente instruída no recato desde a infância. No entanto, muitas vezes esse padrão de recato conserva em mistério os esplen¬dores da anatomia humana. Num esforço para desfazer esse mistério, procurarei ser bem franco em minha apre¬sentação do relacionamento sexual que existe entre marido e mulher. Como disse o Dr. Henry Brandt: "Deus não fez o corpo humano com partes boas e partes ruins; Ele o fez todo bom". Isto inclui o sistema repro¬dutivo, a parte da anatomia humana que, para muitas pessoas, não tem sido explicada. Eu lhes pediria, pois, que examinassem as ilustrações médicas que aparecem neste capitulo e se familiarizassem com os nomes e funções dos diversos órgãos reprodutivos do homem e da mulher. Uma compreensão apropriada dessas funções do corpo poderá auxiliar grandemente um ajus¬tamento físico. Cada órgão é mencionado na ordem de sua função reprodutiva.

ESCROTO OU SACO ESCROTAL - a pequena bolsa situada entre as pernas do homem, que contém os testículos.

TESTÍCULOS - os órgãos sensíveis de forma oval, fabricadores de esperma, situados no saco escrotal. Eles contém um longo tubo e são capazes de produzir quinhentos mil espermas toda semana.

ESPERMA OU ESPERMATOZÓIDE - o sêmen mascu¬lino produzido pelos testículos; o esperma fertiliza o óvulo feminino. Esse sêmen contém a informação genética que determina o sexo da criança. No ato conjugal ele é lançado através do pênis na vagina da mulher.

EPIDÍDIMO - o pequeno canal, no saco escrotal, em que o esperma produzido nos testículos passa por um pro¬cesso de maturação.

CANAL ESPERMÁTICO OU DEFERENTE - o canal que sai do epidídimo e leva o esperma até à vesícula seminal.

VESÍCULA SEMINAL - o órgão que produz o fluido seminal que leva o esperma à próstata.

ÓRGÃOS REPRODUTIVOS MASCULINOS2


CANAL EJACULADOR — o órgão que lança na mulher o esperma e o fluido seminal através do pênis.

PRÓSTATA — essa glândula produz fluido seminal adi¬cional e contém os nervos que controlam a ereção do pênis.

GLÂNDULA DE COWPER - quando o homem é sexu¬almente excitado, esta é a primeira glândula a funcionar. Ela envia algumas gotas de um fluido neutralizador à uretra, que a prepara para a passagem segura do es¬perma, neutralizando os ácidos da urina que, de outra forma, matariam o esperma.

URETRA - o canal que leva urina da bexiga através do pénis no ato da eliminação líquida. Ela também leva o esperma e o sêmen da próstata através do pênis.

PÊNIS — o órgão sexual masculino através do qual a urina e o esperma são eliminados. Em condições normais o pênis é bem mole, esponjoso, e límpido. Quando sexualmente excitado recebe grande quantidade de sangue, o que causa pressão, produzindo a ereção que estica a pele e faz com que o órgão se projete para a frente e para cima.

GLÂNDULA DO PÊNIS - a cabeça do pênis, a parte muito sensível do órgão que, quando friccionado, produz a ejaculação do esperma e do fluido seminal.

PREPÚCIO — a pele solta que cobre a cabeça do pênis, para protegê-lo. Pode ser circuncidado ou cortado na infância, com finalidades higiênicas. Uma substância cha¬mada smegma muitas vezes se acumula debaixo do prepúcio, produzindo um cheiro desagradável. Por essa razão, o pênis deve ser lavado diariamente.

ÁREAS DE SENSIBILIDADE SEXUAL - os órgãos genitais masculinos, formados do pênis, do saco escrotal e da área ao seu redor, são excepcionalmente sensíveis ao toque. Quando são acariciados carinho¬samente pela esposa, produzem uma agradável excitação sexual, que prepara em poucos minutos o marido para o ato matrimonial.

EMISSÃO NOTURNA (sonho úmido). - experiência perturbadora para o jovem que não está preparado para ela. Se ele desperta e encontra seu pijama úmido e pega¬joso ou endurecido como se estivesse engomado, poderá ficar desnecessariamente alarmado. 0 que acontece é que a pressão aumenta com a excepcional velocidade com que o esperma é produzido pelos testículos, até o ponto de se tornarem sensíveis e inchados. As vesículas se¬minais são preenchidas com fluido, assim como a glân¬dula da próstata, de modo que todo o sistema repro¬dutivo está esperando por uma explosão. Algumas vezes, um sonho durante a noite levará o pênis a ficar entu-mescido de sangue, produzindo a ereção. A glândula de Cowper lança suas neutralizantes gotas de fluido na uretra, e então os músculos ejaculatórios entram em ação, o esperma e o fluido seminal emergem e jorram através da uretra e do pênis. Todo rapaz adolescente terá essas explosões noturnas. Essa constante produção de esperma e fluido seminal leva o homem a ser o agressor, iniciando o ato matrimonial. Sua agressivi¬dade não deverá ser vista somente como um meio de satisfazer a necessidade sexual do macho, mas como o cumprimento do plano estabelecido por Deus, de rela¬cionamento sexual mútuo entre marido e mulher.
O sistema reprodutivo feminino revela a engenhosa mão criadora de Deus. Os órgãos femininos são seme¬lhantes e complementares do sistema reprodutivo mas¬culino. Esse propósito particular será revelado ao passo em que você estudar os órgãos seguintes e suas funções.

ÓRGÃOS REPRODUTIVOS FEMININOS3


OVÁRIOS — a mulher tem dois ovários, um de cada lado do seu abdomem, localizados entre seus quadris. Esses ovários correspondem aos testículos masculinos e produzem o óvulo feminino. Quando a menina nasce, seus ovários contêm milhares de pequenos óvulos. Quando a menina cresce, seus ovários começam a secretar os hormônios sexuais femininos que provocam seu desenvolvimento. Seus seios começam a crescer, pelos começam a crescer nas axilas e órgãos genitais externos. Seus quadris começam a alargar-se, e ela assume aparência curvilínea, caracteristicamente femi¬ninos. Com intervalos aproximados de um mês, um de seus óvulos amadurece, ocasião em que é eliminado pelo ovário na trompa de Falópio.

TROMPA DE FALÓPIO - tubo ligado ao ovário, que leva o óvulo ao útero durante um período de aproxima¬damente setenta e duas horas. Se houver relação sexual durante esse período, é bem provável que ao menos um dos espermas ativos atravesse a vagina e o útero, e pe¬netre numa das trompas de Falópio, unindo-se ao óvulo. Nesse instante, é concebida a vida. Se o óvulo não for fertilizado pelo esperma, na trompa de Falópio, passa então para o útero e se dissolve.

ÚTERO OU MADRE — parte em que a criança cresce durante a gravidez. Esse órgão em forma de pera pode expandir-se grandemente.

VACINA — órgão sexual feminino primário, compa¬rável ao pênis masculino, e feito para recebê-lo. É for¬mado de tecido muscular macio, e prove passagem da parte externa do corpo ao útero.

REGIÃO DA VULVA - abertura externa para a vagina, contendo diversos órgãos, inclusive os lábios externos, chamados "lábia majora". Esses lábios são formados da mesma espécie de pele grossa do saco escrotal do homem. Quando sexualmente excitados, incham ou engrossam. Quando esses lábios externos se abrem, revelam os lábios interiores, de nome "lábia minora", que são membranas muito delicadas na frente da estrutura da vulva. Esses lábios internos são feitos de pele muito semelhante à pele da glande do pênis.

HÍMEN — membrana delicada, característica de uma virgem, que torna difícil a penetração profunda da vagina pelo pênis, ou, às vezes, a torna impossível. Antes do casamento, toda jovem deveria ser examinada por um médico. Se ela assim o desejar, e se ele julgar conve¬niente, o hímen poderá ser rompido com o fim de evitar demora desnecessária no ato sexual depois do casa¬mento. Se a jovem tiver sérias objeções a que isso se faça, um exame físico pode ser marcado para o dia após o casamento. Às vezes, um noivo muito ansioso pode produzir dor física, devido à presença do hímen. Ainda que isso não produza prejuízo físico permanente, pode deixar marcas psicológicas, se a noiva associar a dor com a penetração do pênis na vagina. Nesse caso, seu medo impedirá a produção de fluidos na região da va¬gina, e provocará uma relação sexual dolorosa, o que é deveras desagradável para ambos.

CLITÓRIS - pequeno órgão bem acima da uretra, perto da entrada da vagina. Em geral está encaixado dentro da pele da vulva e é semelhante, em estrutura, ao pênis masculino. Quando sexualmente excitado, o clitóris se torna rijo e ereto, sensível ao toque ou ao contacto do corpo. É a manipulação desse órgão pelo contacto com o pênis, ou com o corpo do homem, que produz o orgasmo feminino. Há duas classes de orgasmos femininos: do clitóris e da vagina.

ÁREAS DE SENSIBILIDADE - a mulher tem mais áreas sensíveis de excitação sexual do que o homem. Pro¬vavelmente, essa foi a maneira de Deus compensar o fato de o marido ser, comumente, o iniciador do ato sexual. Visto que os seios da mulher são muito sen¬síveis, o seu acariciamento afetuoso ajuda a prepará-la para o ato matrimonial. Quando excitada, seus ma-milos freqüentemente endurecem e se salientam ligei¬ramente, indicando o estímulo adequado. Os grandes lábios da região da vulva também se tornam cada vez mais sensíveis, ao mesmo tempo que crescem com a ex-citação. A vagina, e, particularmente, o clitóris, são também áreas de sensibilidade. Quando uma mulher está sexualmente excitada, muitas de suas glândulas começam a secretar uma lubrificação que banha a área da vulva e da vagina com um muco escorregadio, faci¬litando a entrada do pênis na vagina. Isso nada tem que ver com a fertilidade, mas é projeto engenhoso de Deus para fazer a entrada do pênis seco uma experiência agradável, tanto para o marido quanto para a mulher.

ORGASMO — ponto máximo do estímulo emocional da mulher no ato matrimonial, seguido de um declínio gradual na estimulação sexual, produzindo uma agra¬dável sensação de prazer e satisfação. A mulher nunca ejacula ou expele fluido, como o faz o homem. Ao contrário disso, ele é o instigador e ela a receptora, não só do órgão sexual masculino, mas também do esperma. Ainda que não seja uma experiência explosiva, como a do homem, o orgasmo feminino é igualmente gratificante, e alguns psicólogos julgam-no ainda mais intenso.

Atitude
Essa explanação dos órgãos reprodutivos masculino e feminino nos prepara para discutir a atitude. Uma autoridade disse que, "educação sexual é vinte por cento educação e oitenta por cento atitude". A atitude certa é importante tanto para o marido quanto para a mulher. A primeira coisa a reconhecer é que o ato matrimonial (tecnicamente chamado coito) é bom. Foi estabelecido por Deus para o bem do homem. Poderia bem ser des¬crito como a mais sublime expressão de amor entre duas pessoas, quando limitado ao casamento. Devido aos tabus em relação ao ato matrimonial, durante a ado¬lescência e no período de namoro, meninas cristãs al¬gumas vezes hesitam em entrar entusiasticamente na relação matrimonial após o casamento. Às vezes, por causa de idéias preconcebidas e sugestões falsas, tra¬zendo uma conotação do demônio, há uma associação subconsciente de culpa na realização do ato. Ocasionalmente, o ponto de vista da menina foi deturpado por sua mãe ou avó frustrada, cuja vida sexual foi infeliz, podendo carregar secretamente um sentimento de pavor ao leito conjugal. Essas atitudes são contrárias ao plano de Deus:
"Honrado seja entre' todos o matrimônio e o leito sem mácula; pois aos devassos e adúlteros, Deus os julgará" (Hebreus 13:4).
"O marido pague à mulher o que lhe é devido, e do mesmo modo a mulher ao marido. A mulher não tem autoridade sobre o seu próprio corpo; e também, da mesma sorte, o marido não tem autoridade sobre o seu próprio corpo, mas sim, a mulher. Não vos negueis um ao outro, senão de comum acordo por algum tempo, a fim de vos aplicardes à oração e depois vos ajuntardes outra vez, para que Satanás não vos tente pela vossa incontinência" (I Coríntios 7:3-5).
"Criou, pois, Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus os criou; homem e mulher os criou. Então Deus os abençoou e lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos; enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra" (Gênesis 1:27,28).
É evidente, por essas passagens da Bíblia, que os únicos tabus na relação sexual estão fora dos limites do casamento. Que não há absolutamente conotação demoníaca, envolvida no relacionamento adequado, se vê em Gênesis 1:28, onde Deus ordenou a Adão e Eva que gerassem filhos. Essa ordem foi dada antes do pe¬cado levantar sua horrenda cabeça (Gênesis 3).
Feliz é a mulher que olha para o ato matrimonial como meio de demonstrar o seu amor ao marido, e ele por ela. Num sentido vital, esta pode ser a única expe¬riência que ela e seu marido têm, juntos, a qual não têm que dividir com outra pessoa. Se ela é uma boa cozi¬nheira, seu marido pode ter que dividir a arte culinária dela com seus amigos. O mesmo se dá com a aparência, as maneiras, as cortesias, e, praticamente, com todas as demais áreas da vida. O ato matrimonial, contudo, é singular, por ser a experiência da qual excluem todo o resto do mundo.


Diferenças Emocionais
A diferença entre o sistema reprodutivo do marido e da esposa deveria servir de símbolo da maravilhosa diferença em sua constituição emocional. Não com¬preender essa diferença, particularmente da parte do homem, impedirá a completa satisfação que Deus pre¬tendia para a relação entre marido e mulher.
O impulso sexual num homem é quase vulcânico, em sua capacidade latente de entrar em erupção à menor provocação. Ao contrário da mulher, o homem é esti¬mulado pelo olhar. Não foi por acaso que o Senhor disse do homem, em Mateus 5:28: "Eu, porém, vos digo que qualquer que olhar para uma mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela". Ele não fez essa advertência para a mulher. A razão é clara. A maioria das mulheres não tem o problema de olhar para um homem e desejá-lo. Qualquer quartel do exército demonstrará que os homens são estimulados pelo olhar, como se verifica nos quadros com mulheres seminuas ou nuas, pendurados nas paredes. Nunca ouvi dizer que uma mulher tivesse quadros de homens nus. O homem é que é estimulado pelo olhar.
A mulher reage a atos e palavras gentis, e às carícias. O homem também responde ao toque, mas de maneira diferente da mulher. As emoções da mulher são menos eruptivas que as do homem, mas, depois de alguns momentos, são igualmente eletrizantes. Suas emoções têm a capacidade de queimar durante mais tempo e de alcançar o clímax mais devagar, mesmo ao ponto de se extinguirem mais lentamente.
O diagrama da página 55 lhe dará uma idéia da dife¬rença emocional, mas também da satisfação igual que tanto o marido como a mulher têm.
Essa diferença de estimulação pode ser ilustrada pela simples rotina que se passa em muitos lares todas as noites. O homem, ao ver sua mulher despir-se, pode ficar pronto para o ato matrimonial antes de se dei¬tarem. A esposa, contudo, não sendo estimulada pelo olhar, só estará pronta para deitar-se.
A menos que ele esteja pronto a, gentil e carinho¬samente, expressar seu amor sem egoísmo e, por meio de carícias, dar às emoções dela a oportunidade de chegar ao ponto em que ele está, não estará seguindo a regra áurea do casamento, encontrada em Filipenses 2:3: "Cada um considere os outros superiores a si mesmo".

Nota Pessoal para os Maridos
Há várias coisas que você, como marido, deveria lembrar. Uma é de que você precisa aprender a ter auto-controle, no esforço de tornar verdadeiramente profunda e enriquecida a sua relação matrimonial. Você pode obter satisfação física de forma bem simples no casamento. Mas, ao mesmo tempo, se sua esposa não experimentar satisfação, então o seu casamento não alcançará o seu potencial máximo. Considere, portanto,
cuidadosamente, as seguintes sugestões:
* As mulheres reagem ao sentimento carinhoso e às palavras gentis. Inicie seu jogo do amor quando chegar em casa do trabalho, cumprimentando sua esposa com um beijo carinhoso. Com várias expressões de afeto até à hora de deitar, sua esposa estará mais preparada para o ato matrimonial quando se forem deitar.
* Observe diariamente hábitos de higiene, e, pelo uso de desodorantes, mantenha-se livre do odor corporal.
* Lembre-se de que, devido ao seu impulso sexual mais forte, você deverá ser o iniciador. Comumente a esposa não iniciará a relação exceto, possivelmente, nos meados do mês, durante o período de fertilidade, ou logo antes ou após seu período de menstruação, quando seu impulso sexual estará particularmente inten¬sificado. Ocasionalmente, algumas mulheres têm um impulso sexual mais forte que o do marido; ainda que isso não seja comum, nenhuma esposa fervorosa deverá associar tal impulso com o mal. Mantido dentro dos limites do matrimônio, isso pode ser uma grande bênção, já que é usualmente mais fácil para uma mulher inspirar um homem para o ato matrimonial do que vice-versa.
* Abstenha-se do uso de palavras indecorosas e ex¬pressões que associem o mal com o ato matrimonial. Sempre se refira ao mesmo em termos puros e edifi¬cantes; assim, você o elevará à altura que Deus pre¬tendeu para esse ato sagrado.
* Procure levar sua esposa ao orgasmo no ato matri¬monial, em vez de somente satisfazer seus próprios desejos. Na medida em que você a satisfaz, criará nela um maior desejo pelo ato, e, assim, ao dar amor, você receberá amor de volta.
* Após a vibrante consumação do ato matrimonial, não se apresse em afastar-se de sua esposa. Para ela, faz parte do efeito da satisfação uma proximidade física com o marido após o clímax. Ainda que isso seja mais apreciado pela esposa, o marido pode, gradualmente, aprender a gostar de prolongar a experiência.
* Mantenha boa comunicação com sua esposa, de tal forma que possa falar livremente sobre esses assuntos delicados. Uma comunicação franca sobre o que é mais agradável para seu cônjuge auxiliará no sentido de ambos terem um bom ajustamento físico.

Nota Pessoal para as Esposas
Sua atitude para com o ato matrimonial é uma das chaves que abrirá- a porta para a felicidade conjugal. Você ficará surpresa em saber que uma atitude mental inadequada em relação ao sexo é a causa primária de frigidez entre as mulheres. De acordo com os autores da Enciclopédia do Sexo, Drs. Willy, Vander e Fisher, não mais que a metade das mulheres experimenta, durante o ato sexual, "o prazer voluptuoso que se eleva à inten¬sidade do orgasmo".4 O Dr. Frank S. Caprio, psiquiatra, disse: "A vasta quantidade de literatura atual em medi¬cina psicossomática tem convencido a maioria dos ginecologistas de que a frigidez, na maior parte das vezes, é de origem psicológica. A prova disso reside no fato de psicanalistas terem sido definitivamente capazes de curar mulheres de sua frigidez, através da psicoterapia. Por um processo de reeducação, a mulher pode aprender como vencer suas inibições que, com freqüência, a impedem de alcançar o orgasmo sexual".5
Comparando essas citações, podemos legitimamente concluir que quase cinqüenta por cento das mulheres casadas, na tão famosa "América sexualmente esclare¬cida", são sexualmente frustradas, sem qualquer razão física. Dois de meus amigos médicos confirmaram essa conclusão e concordaram em que a atitude da mulher é o fator mais importante para que haja clímax satis¬fatório no ato matrimonial. Quando uma mulher se sente frustrada no ato matrimonial, algo está errado. Deus quis que fosse uma experiência de satisfação mútua. Para ajudá-la a encarar essa parte muito impor¬tante do casamento, com o desejo de ser companheira amorosa e atuante, considere as seguintes sugestões:
* Procure afastar sua mente de qualquer preconceito prejudicial ou "histórias de velhas antigas", que a levem a sentir medo do ato matrimonial — ou olhá-lo como algo mau. Só porque sua mãe ou alguma outra mulher não se ajustou bem na área física do casamento não quer dizer que você tenha de perpetuar seus erros e conseqüente amargura. Encare o ato matrimonial com um prazer antecipado. Deus o planejou como algo bom.
* Aprenda a fazer uma exceção aos modelos sau¬dáveis de modéstia e virtude que lhe foram ensinados. Seu marido deve ser a única exceção! Mas ele é uma exceção. Algumas vezes, tabus pré-nupciais são difíceis de esquecer, mas, com a ajuda de Deus, você poderá esquecê-los. Quando são dirigidos para seu marido, tornam-se falsos modelos de modéstia. I Coríntios, sé¬timo capítulo, deixa claro que você deve guardar seu corpo para seu marido; logo, não receie expor-se a ele. Quanto mais se sentir à vontade diante dele, maior será o ajustamento entre vocês. Isso geralmente vem com o tempo. Recentemente, uma mulher me disse que, mesmo após oito anos de casamento, ela nunca se despia em frente do marido. Isso é falsa modéstia.
* O banho diário é altamente recomendado. Algumas autoridades sugerem que o banho de banheira é prefe¬rível, visto que os lubrificantes da vagina na anatomia feminina podem exalar um odor desagradável.
* Cabe à mulher reagir positivamente. Não veja com maus olhos essa função, mas abandone-se e corresponda às afetuosas expressões de amor do seu marido. Você pode gozar habitualmente de forma completa a expe¬riência, se se abandonar a ele!
* Muitas esposas caíram no hábito de abafar os avan¬ços do marido, com um olhar cansado ou movimento de enfado, que eqüivale a dizer: "Não sinto vontade hoje à noite". Agindo assim, ela priva a ambos de terem uma experiência recompensadora. A maioria das mu¬lheres corresponderá à disposição do marido, se tiverem uma atitude de abandono e se entregarem a ele. A pri¬meira reação da esposa, ao ardor de seu esposo, quase sempre nada tem a ver com seu prazer final, porque Deus lhe deu a capacidade de corresponder a ele — se ela se entregar. Uma total compreensão dessa reação feminina ajudará a mulher a vencer a sua tendência egoísta de pensar primeiro em como se sente, quando o marido se aproxima dela, e, ao invés disso, a levará a pensar em como se sentirá se entregar-se.
* Já que o medo de engravidar afasta a mulher da alegria do ato matrimonial em sua plenitude, procure consultar seu médico para um programa de controle de natalidade adequado, se quer adiar a vinda de um filho.
* Às vezes, a esposa acha que em um ou dois dias do mes, de acordo com seu ciclo reprodutivo, as coisas que geralmente causam um grande estímulo emocional, acabam ocorrendo ao inverso. Em vez de aumentar seu ardor sexual, elas o reduzem, e, em alguns casos, tornam--na irritadiça. Não use de falsidade durante essas oca¬siões. Seja franca com seu marido e obedeça a Efésios 4:15, que diz: "seguindo a verdade em amor". Algumas vezes é melhor que hão haja relações conjugais nessa época; outras vezes, limitando o jogo inicial do amor ao beijo, suas relações físicas poderão ser consumadas, Se bem que seja uma experiência recompensadora, você não achará que é a experiência estimulante e excitante que é na maioria das ocasiões.
* Mantenha as linhas de comunicação abertas sobre esse assunto com seu marido, de tal maneira que não haja desentendimento, A maior parte das diferenças na¬turais pode ser eliminada e ser efetuado um feliz ajus¬tamento físico, se duas pessoas conversarem franca¬mente sobre elas.
* Se você sente que seu relacionamento se torna uma obrigação, sem alegria ou significado, procure a ori¬entação de um conselheiro cristão. Deus tem coisas melhores para você.
Os casais crentes podem ter o melhor relacionamento possível no casamento, apesar do fato de que geralmente começam como noviços. Deus está interessado em todas as áreas da vida, inclusive esse relacionamento muito importante. Ele pode ainda guiá-lo para o livro certo ou para o conselheiro adequado. Lembre-se, Deus con¬sidera o ato matrimonial como a suprema expressão de amor entre dois seres humanos.







































Quando uma criança cresce na segurança do amor de seus pais, gradualmente vai desenvolvendo uma visão sadia da vida.


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ADAPTAÇÃO AOS FILHOS
Sua infância influencia sua vontade de ter filhos. Se você viveu num lar bem informado, provavelmente vê as crianças como uma bênção. Se teve uma infância infeliz, você pode não querer filhos. Contudo, tenho visto muita gente que utiliza o seu passado como um estímulo para fornecer aos seus filhos algo melhor do que o que tiveram.
O temperamento, mais do que o passado, quase sempre tem grande parcela na determinação do desejo que as pessoas têm de possuir filhos. O Sr. e a Sra. San¬güíneo, invariavelmente querem filhos; eles adoram gente. 0 Sr. Colérico os quer porque necessita de alguém para cuidar, ou filhos para manter a esposa ocupada. O Sr. e a Sra. Melancólico são tão propensos a ser inde¬cisos e perfeccionistas que, provavelmente, não acharão que precisam ter filhos. Estão muito ocupados consigo mesmos para permitir que alguém mais penetre em seu pequeno mundo. O Sr. e a Sra. Fleumático, em geral, desejam filhos porque são basicamente amorosos, pois são pessoas de boa natureza, que gostariam de. assumir essa responsabilidade. A Sra. Colérico, dentre todos os tipos, talvez seja a menos inclinada a ter filhos. Está tão ocupada em mandar, liderar ou produzir, que não deseja ser tolhida por crianças.
Felizmente para a humanidade, ter filhos, até recen¬temente, não era questão de escolha, e, sim, um produto natural do casamento. Mas, mesmo hoje em dia, o tem¬peramento não é impedimento completo, pois os "opos¬tos se atraem", e, assim, um ou outro quer filhos.
Deus, graciosamente, deu aos bebês uma capacidade excepcional de trabalhar no coração dos pais e obter um lugar especial de amor. Raro é o pai que olha para o rosto de seu filho e diz: "Gostaria que ele nunca tivesse nascido!" Apesar de muitos terem hesitado no início da paternidade, acabaram por reagir com o ins¬tinto paternal, no momento em que seu filho fez o pri¬meiro movimento de respiração. Nos dias de hoje, em que se dá ênfase ao adiamento da chegada dos filhos, muitos casais jovens estão lesando a si mesmos na perda de uma das mais ricas experiências: serem pais.

Filhos: Agora ou Mais Tarde
A tendência de adiar indefinidamente a vinda dos filhos é geral nos Estados Unidos. Com o advento da "pílula" e de outros métodos científicos de natalidade, a "paternidade planejada" tornou-se um fato. O pro¬blema está em que muitíssimos casais sentem que devem esperar até que possam sustentar filhos, antes de encomendá-los. Conforme já foi discutido, quando mencionei a questão do ajustamento financeiro, é fácil cair na rotina de uma maneira exagerada de viver, logo nos primeiros anos do casamento, quando marido e mulher estão trabalhando. Muitos homens podem nunca ter aumentado o seu salário, como pretendiam — ou, se o fazem, levam tanto tempo que a esposa passou da idade de ter filhos. Em muitas ocasiões, tive oportunidade de falar sobre adoção com casais, e eles responderam: "Nós esperamos até poder sustentar filhos, e agora não podemos mais tê-los". Esse "esperar até poder sustentar filhos" me preocupa, pois, com freqüência a espera é causada por um desejo egoísta, o de possuir um elevado padrão de vida. Entretanto, nenhum casal jamais encontrará nas coisas materiais aquele senso de alegria e satisfação que só se encontra nos filhos.

Idade Ideal para Ter Filhos
A idade ideal é extremamente curta e não, neces¬sariamente, paralela com os costumes de hoje. Alias, uma jovem que termine os estudos colegiais de hoje, estará com dezoito anos de idade. A menos que seu futuro marido seja muitos anos mais velho do que ela, freqüentemente ela esperará de um a quatro anos para que ele complete os estudos ou aprenda um ofício. Nesse ínterim, ela também se especializou ou se formou e vai trabalhar para comprar móveis, ou juntar dinheiro para dar de entrada numa casa nova. Nessas circuns¬tâncias, ela terá de vinte-e-dois a vinte e seis anos quando estiver pronta para ter filhos, e, para sua sur¬presa, já passou da idade ideal.
Temos quatro filhos em nossa família e somente o nascimento de nosso filho Lee trouxe graves compli¬cações para minha esposa. Após um trabalho fora do comum, o ginecologista aplicou-lhe o raio-x, para ver se ela poderia sofrer uma cesariana. Conforme ele me explicou: "Esse bebê provavelmente pesa de quatro a quatro quilos e meio, e isso é que está causando tudo".
"Como pode ser isso?" perguntei. Os nossos pri¬meiros dois filhos pesaram mais que isso.
Então ele me respondeu: "Mas sua esposa já não é tão jovem quanto antes". Sorrindo, repliquei: "Doutor, ela está com vinte e cinco anos. Pensava que fosse mais fácil depois de cada filho".
Nunca me esquecerei de sua resposta. "O senhor não entendeu", disse ele. "A maioria das mulheres está preparada fisicamente para ter filhos quando elas se aproximam dos vinte anos de idade. Depois disso, sua capacidade de dar à luz diminui a cada ano".
Se Deus desenhou a anatomia feminina para ter filhos nos últimos anos da adolescência, Ele deve ter pretendido que as mesmas se tornassem esposas e mães cedo na vida. Foi a nossa cultura, e não o desejo de Deus, que complicou a paternidade, tornando-se econo¬micamente necessário adiar a vinda dos filhos. De outro lado, a maioria das mulheres não está particularmente interessada em tornar-se mãe, depois de haver passado dos trinta e cinco anos de idade. Penso que podemos concluir racionalmente que a atual idade média para a maternidade está entre os vinte e os trinta e cinco anos, com tendência de diminuir mais ainda.

Adoção
Quero mencionar brevemente a adoção. Devido às vá¬rias pressões do mundo moderno e outros fatores, um número crescente de casais sem filhos se defronta com a pergunta: Devemos adotar filhos ou esperar que o Senhor os envie? Devido à decomposição moral de hoje, parece haver mais filhos disponíveis que pais.
Alguns casais têm noções estranhas de que crianças nascidas fora do matrimônio não têm as mesmas possibi¬lidades que as outras crianças. Este não tem sido certa¬mente o caso com crianças adotadas, dentro da minha experiência em aconselhamento. Com efeito, tenho observado que pais que adotaram filhos freqüentemente os querem mais do que os pais naturais, e, conseqüen¬temente, lhes demonstram mais amor. Para mim, quando crentes adotam uma criança ilegítima estão praticando um método quase certo de evangelismo. O que teve início como uma tragédia, pode, pela graça de Deus e o altruísmo de um casal cristão, salvar não só uma vida, como também uma alma.

Educar os Filhos
Quais são as qualificações de bons pais? Não é pre¬ciso que você tenha grau universitário. A História revela que alguns dos maiores homens possuíam, pais iletrados. Para isso não importa a riqueza, o encanto pessoal ou os dotes naturais. Posso resumir os requisitos para a pa¬ternidade em uma só palavra — maturidade. Qualquer casal suficientemente maturo para viver bem um com o outro está qualificado para a paternidade. O egoísmo, destruidor do casamento, também é devastador para os filhos. Todos os filhos precisam de pais abnegados.
O ajustamento dos pais cuja responsabilidade está em levantar-se à noite, mudar as fraldas, etc, pode ser facil¬mente realizado quando feito com amor e abnegação.
Não pretendo ser uma autoridade em educação de crianças e não posso dar instruções detalhadas, mas desejo apresentar três áreas básicas de responsabilidade: amor, disciplina e treinamento. Ainda que sejam inse¬paráveis, devendo ser administrados juntamente, discu¬tirei sobre cada um deles em separado.

Amor
Praticamente todos os psicólogos e especialistas em crianças concordam que a necessidade de amor em todo ser humano é básico para um desenvolvimento apro¬priado. O amor dos pais é mais importante para a criança do que a saúde, a educação ou qualquer forma de posse material. Quando uma criança cresce na segurança do amor de seus pais, desenvolve gradualmente uma visão sadia da vida. O lar pode estar longe da perfeição em muitas áreas; essa falta servirá para preparar a criança, a fim de viver num mundo imperfeito. Mas o de que ela mais precisa para ter uma atitude mental positiva é amor.
Por essa razão, os pais precisam ter o cuidado de de¬monstrar amor, quando aplicam disciplina corretiva. Pais excessivamente críticos e dominadores causam nas crianças a inclinação para o medo. Mesmo a criança que tem vontade forte, pode se tornar indecisa, se for constantemente atormentada, criticada e humilhada por seus pais. A tendência perfeccionista dos pais deve ser cuidada, para não impingirem seus modelos de per¬feccionismo nos filhos, mas para fazerem com que eles se sintam seguros em seu amor. Um pai consciencioso pode transmitir ao filho a idéia de que ainda que não aprove uma atitude particular sua, está pronto a ajudá-lo e amá-lo. Afinal de contas, é com correção amorosa que nosso Pai celestial nos trata: "Pois o Senhor corrige ao que ama" (Hebreus 12:6).
O terceiro filho de um pastor amigo meu tinha o problema de molhar a cama. O médico da família explicou que isso resultava de um sentimento básico de inse¬gurança por parte da criança, porque não podia com¬petir com o irmão mais velho e com a irmã; por isso, se sentia insuficiente e sem ser amado. Quando o quarto bebê nasceu, recebeu todas as atenções que as famílias naturalmente dão aos bebês. Isto veio convencê-lo ainda mais de que não era tão amado como os outros irmãos.
O médico sugeriu um plano, que o pai resolveu seguir. Toda noite, antes de se deitar, acordava o filho e o levava ao banheiro. Então, quando voltava para a cama meio dormindo, o pai aproveitava alguns minutos para de¬monstrar seu amor à criança e expressar-lhe genuíno afeto. Disse-lhe que ele era importante na família, e su¬geriu que ao amanhecer ele despertaria e instantanea¬mente se levantaria para ir ao banheiro. Dentro de duas semanas o menino não molhou a cama por algumas noites, e, dentro de dois meses, seu pai me disse que o problema fora resolvido.
Mais importante do que a cura, seu pai informou ao médico, foi a notável mudança na atitude do filho. Ele se tornou melhor estudante na escola, sua tendência para a rebelião e a desobediência, com o fim de atrair a atenção, havia diminuído consideravelmente, e um genuíno espírito de afeição cresceu entre pai e filho. Ao passo que o pai continuava a dizer ao filho que o amava, seu subconsciente finalmente recebeu aquilo que todo ser humano anela — a certeza de ser amado.

Você Não Pode Dar Amor Demais
Uma coisa que não podemos dar demais aos nossos filhos é amor. Os filhos precisam ter certeza do amor que os pais têm por eles; mas isso não é verdade também em relação a esposos e esposas? Mesmo depois de muitos anos de casamento você ainda gosta de ouvir aquelas mágicas palavras do seu cônjuge: "Eu te amo!" Os pais deverão ser particularmente cuidadosos em de¬monstrar sua afeição às filhas. A maioria dos homens não percebe a importância de estender essa afeição às suas filhas. As sérias conseqüências advindas de um rela¬cionamento inadequado entre pai e filha causaram-me grande impressão quando, aproximadamente há nove anos atrás, conversei com o ginecologista de minha esposa, membro de nossa igreja e nosso amigo pessoal. Ambos aconselhamos muitas pessoas; e por isso pedi-lhe que me falasse sobre um problema que havia em minha mente: "A medicina conseguiu fazer alguma pílula que cure a frigidez? " Ele sorriu e disse: "Não que eu saiba!" E acrescentou ainda: "O melhor remédio preventivo que conheço para tal problema, é um pai afetuoso".
Desde então, quando aconselho senhoras com o pro¬blema de frigidez, procuro saber a respeito de seu rela¬cionamento com o pai, e, sem exceção, a causa tem sido a rejeição desde a mais tenra infância. Outra possível causa de frigidez pode ser uma experiência traumatizante, tal como uma criança molestada, o que deixa uma cicatriz emocional que impede a mulher de se sentir descontraída na presença de seu marido. Porém, mesmo esse tipo de tragédia é vencido por algumas meninas, por terem sido bastante felizes, tendo tido um relacionamen¬to afetuoso com o pai.

Transferência de Amor
Parece que quando uma menina procura ser amada pelo pai e é rejeitada, isto lhe causa uma cicatriz perma¬nente no subconsciente. Se o seu pai nunca teve tempo para ela, nunca se interessou pelos seus desenhos in¬fantis ou não a deixou sentar-se em seu colo ou sentiu-se com liberdade suficiente para envolver com os braços o seu pescoço, então, com toda a probabilidade ela desenvolverá uma resistência protetora contra a rejeição de seu pai, para evitar ser continuamente ferida.
Já que sua primeira imagem masculina é o pai, ela tende a transferir essa imagem a todos os homens, incluindo seu marido. Qualquer ressentimento e hosti¬lidade que tenha alimentado contra o pai, quase sempre se transfere para o marido. Esse processo de condicio¬namento falho, mas natural, vai preparar a mulher para um casamento abaixo do ideal, e pode ser evitado por um pai compreensivo, que percebe que toda menina precisa ser amada pelo homem mais importante de sua vida, o seu pai.
Toda essa conversa a respeito do afeto entre pai e filha não significa que os meninos também não neces¬sitem do amor de seus pais e mães. A análise acima simplesmente ilustra uma das tristes conseqüências da falta de amor. Muitas das atitudes anormais por parte dos adultos de hoje podem ser vestígios do fato de terem sido crianças que não tiveram certeza do amor de seus pais durante a infância. Felizmente, esse devastador infortúnio pode ser curado pelo poder de Jesus Cristo. Deus, em Sua graça maravilhosa, nos envia o Espírito Santo para nos suprir de paz, alegria, amor, e da fé que todo ser humano precisa para ter um adequado senti¬mento de segurança, independente de seus pais ama¬rem-no ou não. Mas até que a pessoa busque a ajuda do Espírito Santo, passará por muito receio, dúvida, limitações desnecessárias, por nunca haver recebido o amor de que necessitava.
Alguns pais, mais do que outros, têm que se esforçar para expressar amor, devido ao seu temperamento na¬tural e experiências da infância. Um pai que conheço cometeu um dia o que reputo um grande erro. Sua filha de treze anos de idade jogou-se sobre ele, numa eferves¬cente exuberância de juventude, procurando beijá-lo. Sua reação involuntária foi afastar os lábios, e ela beijou-lhe o rosto. Quando isso sucedeu, seus olhos encontraram os meus e pude ver, por um momento, o olhar de desapontamento estampado em seu rosto.
Considerando que o desenvolvimento emocional de sua filha merecia o risco de nossa amizade, mais tarde falei com o pai sobre o incidente. Felizmente ele re¬cebeu a minha sugestão da melhor maneira, e admitiu que lhe era difícil demonstrar afeição, principalmente quando alguém o observava. Da maneira mais delicada que pude, mostrei-lhe que estava sendo egoísta — que mais importante do que a sua inibição de demonstrar as suas emoções em público estava o desenvolvimento de sua filha. Pela graça de Deus ele tem aprendido a expressar seu amor genuína e delicadamente, e sinto--me feliz por dizer que sua filha mantém hoje um rela¬cionamento afetuoso e precioso com ele, o que a está preparando para ser boa esposa e mãe.
Em conclusão, qualquer pai é capaz de demonstrar amor se é maturo o suficiente para pensar mais em seus filhos do que em si mesmo.

Disciplina
Um professor de educação cristã em um dos prin¬cipais colégios evangélicos de nosso país fez esta decla¬ração numa Convenção de Escolas Dominicais: "Cin¬qüenta por cento do desenvolvimento do caráter e da personalidade de uma criança são completados, às vezes, aos três anos de idade, e setenta e cinco por cento, às vezes, aos cinco anos de idade". Um outro orador afir¬mou: "Mostrem-me uma criança de cinco anos cheia de vontades, rebelde, desobediente, e em dez anos lhes mostrarei um adolescente cheio de vontades e rebelde. 0 período para se controlar adolescentes é anterior à sua idade escolar". Essas declarações tornam claro que a disciplina das crianças deve começar cedo na vida. As vezes encontro um pai que me diz: "Amo demais a meus filhos para bater neles". Isso não é verdade; é mero sentimentalismo. Uma das coisas mais difíceis para um pai fazer é disciplinar seus filhos. Mas, isso precisa ser feito!
Psicólogos ateus, há trinta anos atrás, começaram a fazer rolar como bola de neve a idéia de que os pais devem fazer as vontades dos filhos; e essa idéia vem causando muita dor de cabeça hoje em dia. Muitos ado¬lescentes modernos são vítimas de tais idéias, como as que um meu professor de psicologia apresentava em nossa classe: "Bater é antiquado e inibe o desenvolvi¬mento da criança. Toda criança precisa aprender a se expressar". Estou agradecido porque, além da lição do psicólogo eu também possuía a Palavra de Deus, a qual diz: "Aquele que poupa a vara, aborrece a seu filho; mas quem o ama, a seu tempo, o castiga" (Provérbios 13:24).

Fazer e Não Fazer
Uma das dificuldades da sociedade atual é que pou¬quíssimas pessoas aprenderam que algumas coisas na vida não podem ser feitas: um homem não pode ter liberdade absoluta sem infringir os direitos de outrem. O melhor lugar para uma criança aprender que precisa fazer al¬gumas coisas em contraposição a outras, que são proi¬bidas, é o lar, onde ela é rodeada de amor. Isso não significa que bater é o único jeito de disciplinar. Como a maioria dos pais, em nossa ignorância da juventude, provavelmente batemos mais em nosso primeiro filho do que nos outros três. Conforme fomos amadurecendo, contudo, aprendemos que havia outros meios igualmente eficientes de se usar a disciplina — desde pô-lo sentado na cama de dez a trinta minutos, dependendo da "arte", até não permitir que ele guie o automóvel da família.
Uma coisa que nós deveríamos aprender como cristãos é nunca perder a paciência e disciplinar com raiva os nossos filhos. Alguns pais têm a tendência de bater nos filhos como uma forma de desabafarem sua raiva e frustrações sobre as ações da criança, as quais lhes recordam suas próprias fraquezas. Uma das coisas mais importantes a serem lembradas na disciplina é: coe¬rência. Muitos pais acabam por bater num filho devido à falta de coerência. Dizem ao menino: "Agora, Júnior, não faça isso", e esquecem que no minuto em que dizem "não faça", o filho os está testando para ver se real¬mente pretendem o que dizem. Porque eles falham no primeiro teste, dizem a mesma coisa duas ou três vezes e então, em desespero, recorrem à violência.
Uma boa sugestão para a disciplina, que ajudará a evitar essa incoerência, é: não proiba nada a seu filho, a menos que pretenda fazê-lo obedecer realmente. E se ele vier a testar você, não falhe no teste. Descobrimos através da experiência o que nos pareceu um bom mé¬todo para aquelas infrações das regras de família que exigem correção. Usamos uma colher de pau (provavelmente porque foi assim que eu fui criado). Na primeira vez que eles faziam alguma coisa proibida, apanhavam com a colher. Pela segunda infração, recebiam uma dupla correção, e, pela terceira, recebiam três, e assim por diante. Por alguma razão, nunca foi mister mais do que três para cada ofensa. O segredo para isso, ou para qualquer outra forma de disciplina é a coerência.
Os filhos aprendem prontamente que os pais têm idéias diferentes, em certas áreas da disciplina. Começam imediatamente a explorar essas diferenças, lançando os pais um contra o outro. A solução para esse problema é a mesma que para todos os outros — comunicação afetuosa. A maioria dos casais não estabelece certos padrões de conduta, mas procuram resolver cada crise à medida em que elas surgem. É muito melhor estabe¬lecer uma orientação; as crianças ficam mais tranqüilas e a disciplina é mais coerente. Os pais deveriam con¬cordar em que quando um fala, representa a autoridade de ambos; assim evitarão o dilema da criança que deso¬bedece ao pai com a permissão da mãe. Isso não signi¬fica que deverá concordar sempre com a interpretação que seu cônjuge faz das regras. A sua discordância, con¬tudo, deve ser apresentada ao seu cônjuge em particular. Se ele concorda em.que cometeu um erro, então ele mesmo deverá ratificá-lo. Na maior parte das vezes você verá que é mais importante para a mãe e para o pai manterem a unidade perante os filhos do que resolver determinado problema.

Treinamento
A melhor instituição educacional do mundo é o lar. A sociedade atual tem falhado nesse terreno, e tenta deixar que a escola, a televisão, e, algumas vezes, a igreja façam esse treinamento. Essa transferência de respon¬sabilidade está se revelando inadequada, porque os agi¬tadores ateus em nosso país têm levado os adminis¬tradores das escolas a terem medo de ensinar princípios de moral e padrões de comportamento. A televisão é mais degradante do que benéfica, e pouquíssimas crianças vão regularmente à Escola Dominical.

Busque Comunicar-se com os Filhos
A maioria dos pais não percebe a grande vantagem que levam em relação aos filhos. Nos primeiros anos de vida, as palavras, do pai são mais significativas para o menino do que as palavras de Deus. Infelizmente, muitos pais não avaliam essa preciosa oportunidade. Feliz é o adolescente que pode aproximar-se natural¬mente de seu pai ou de sua mãe, buscando um con¬selho, porque essa afinidade foi estabelecida desde a mais tenra infância.
Minha esposa e eu tivemos o privilégio de ver esse relacionamento entre pai e filho de um ponto de vista fora do comum. O jovem cristão que namorou nossa filha, durante quase todo o tempo de ginásio, tinha um relacionamento ideal com seu pai, que influenciou o comportamento que tiveram no namoro. De fato, quando meu filho de dezesseis anos começou a namorar, chegou o momento de ter a tradicional conversa entre pai e filho, e usei aquele moço como um bom exemplo. Quando disse a meu filho que seus pais e seu Deus esperavam que ele tratasse toda menina como a uma dama, ele entendeu o que eu disse, pois vira aquele moço tratar sua irmã desse modo. Quando lhe disse que espe¬rávamos que ajudasse toda menina que namorasse a obe¬decer às regras que os pais dela estabelecessem, ele sabia, através de exemplos, o que queríamos dizer. Quando lhe disse que se cooperasse com seus pais e com os pais dela, ele poderia ter uma feliz e agradável adolescência, ele entendeu, pois tinha visto sua irmã e o namorado experimentarem um período muito agradável durante os anos de ginásio. Além disso, enfatizei que esse modelo de comportamento não lhe estava sendo ensinado por¬que seus pais estavam no ministério, mas porque ele era crente, e esse era o melhor caminho a seguir.
Infelizmente, muitos pais crentes não dizem essas coisas a seus filhos, ou talvez seus filhos não os ouçam... Pelo que tenho aprendido com meninas que vêm a mim, para aconselhamento, muitos rapazes cristãos são menos dignos de confiança do que outros. Isso resulta de um treinamento falho, por parte de seus pais.

Preto e Branco - ou Cinza?
Os padrões morais de comportamento estão em mu¬dança constante. A sociedade contemporânea parece pensar que é errado haver pretos e brancos, certos e errados. Tendem a adotar a corrente relativa de limitar toda moral a uma zona cinzenta. Pensar em comporta¬mento moral em termos de cinza, ao invés de preto e branco, faz as pessoas deixarem de tomar decisão até que estejam no centro de uma situação e sejam forçadas a se decidirem. E geralmente lamentam essa decisão repentina. Viver dessa forma não- faz nenhum sentido! Isso não somente produz pessoas indecisas e emocional-mente instáveis, como cria problemas sociais sérios.
A Bíblia expõe um modelo de certo e errado. Em vez de procurarmos defendê-lo, devemos ensiná-lo aos nossos filhos "preceito sobre preceito, regra sobre regra". A Bíblia diz: "E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendi¬mento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus" (Romanos 12:2). Se você quer para seus filhos a perfeita vontade de Deus, então é sua responsabilidade ensiná-la para eles.

Rebelião na Adolescência
"O que dizer da rebelião na adolescência? " Os conse¬lheiros fazem cada vez mais a pergunta. Jovens de von¬tade forte atravessam um período de rebelião fora do comum na adolescência, independente de quanto tenham sido amados e cuidados. Esse deve ser o grupo a que a Dra. Henrietta Mears, autoridade em educação cristã, se referiu em tom de pilhéria: "Alguns adolescentes se tornam tão enjoados que só seus pais e mães são capazes de amá-los; e, às vezes, o pai de alguns não consegue entender como a mãe os suporta".
A época do ginásio é difícil para o jovem, pois, como adulto em potencial, tem muitas oportunidades e respon¬sabilidades novas, mas geralmente não tem discerni¬mento suficiente ou experiência para tomar decisões. Com freqüência se vê em face de uma encruzilhada. Que caminho deverá tomar? Deverá fazer isto ou aquilo? Nessa época, muitas de suas decisões e ações afetarão — negativa ou positivamente — o seu futuro.
Preocupar-se com eles, nesse estágio, não ajuda. Pro¬cure compreender a mudança e a confusão em que eles estão, e entregue-os a Deus, confiando nele, como a Bíblia ensina no Salmo 37, para protegê-los através dessa tempestuosa fase da vida.
Um de nossos mais chegados amigos e sua esposa tiveram uma experiência traumática com uma filha ado¬lescente que atravessava uma fase de adoração aos Beatles. Ela e uma amiga da igreja compraram secreta¬mente entradas para uma apresentação dos Beatles em um domingo à noite, no horário do culto. No entu¬siasmo de verem seus ídolos, nenhuma das duas pensou como faria para voltar para casa depois das 22:00 horas, a uma distância de sessenta quilômetros, do outro lado de Los Angeles.
As meninas haviam economizado por várias semanas para esse acontecimento, mas nenhuma delas disse nada aos pais. Pelas 16:00 horas do dia da apresentação, a esposa do meu amigo percebeu que não sabia onde estava a filha. Apreensiva, foi até o quarto dela e en¬controu um anúncio do Show dos Beatles. Desconfiada, telefonou para a mãe da outra menina e soube que sua filha também estava desaparecida. Depois de con¬versarem sobre a situação, ficaram aterrorizadas com a idéia de que as filhas haviam intencional, desafiadora e secretamente premeditado ir ver os Beatles. Numa questão de minutos os pais da outra jovem resolveram o que fazer. O meu amigo decidiu que necessitavam de conselho e por isso ele e a esposa oraram. A prin¬cípio pensaram em procurar as jovens, mas o meu amigo fazia o solo no coro da igreja que teria início às sete horas daquela noite. Na verdade, sua esposa e filha estavam também escaladas para cantar no coro. Depois de buscar a orientação do Senhor, ele decidiu que tinha a responsabilidade de cumprir suas obrigações e confiar em que Deus levaria o outro pai a encontrar as ado¬lescentes.
Como é que um pai encontra duas jovens no meio de sessenta mil adolescentes amontoados, gritando e se debatendo? Ele passou quase uma hora procurando por elas, e, ao mesmo tempo, pedia a Deus para orien¬tá-lo. Não foi por coincidência apenas que as duas foram a um restaurante para tomar um lanche, antes de en¬trarem no estádio. Sentaram-se num balcão em frente de uma ampla janela que dava para a rua. Também não foi por mera coincidência que o pai olhou para aquela janela, enquanto passava, e viu as duas. Elas não queriam voltar, porém, entre aborrecimentos, lá¬grimas, etc, ele forçou-as a entrar no carro e voltar para casa.
A filha do meu amigo entrou em casa gritando histericamente, à maneira própria de adolescentes frustrados. Sua mãe lhe deu aproximadamente dez minutos, e então fê-la aprontar-se para ir à igreja, e tomar seu lugar na fileira da frente do coro.
Após o culto, o pai lhe explicou que mais do que pecar contra eles (pais) e contra si mesma, ela havia pecado contra Deus, sendo desobediente. Então ele orou por ela e pediu-lhe que fosse orar por si mesma, e disse: "Ainda não tenho em mente qual será seu cas¬tigo, mas até o fim desta semana você ficará sabendo". Decidiu mais tarde que o preço de sua desobediência seria destruir sua coleção de discos dos Beatles. E ela destruiu-os com toda a dignidade de um melancólico funeral.
Mais tarde, para grande surpresa dos pais, ela disse: "Como cristã, eu realmente não deveria ouvir de forma alguma aquela espécie de música". A mudança naquela jovem, desde aquela ocasião, tem sido inacreditável. A rebelião voluntariosa que era evidente a todos que a amavam, desapareceu, e ela se tornou uma pessoa agradável, e agora tem mais amigas. Ela está tomando posição de liderança, que tem não somente agradado aos pais, mas também tem trazido um alto grau de satisfação para ela mesma.

Estabeleça Regras e Limites Definidos
Geralmente não é fácil estabelecer regras e limites definidos para as nossas crianças e adolescentes, mas certamente isso compensa. Algumas vezes elas argu¬mentam e lutam contra as regras que você estabeleceu, enquanto secretamente as apreciam. Uma vez ouvi um psicólogo contar a respeito de uma jovem que foi tra¬zida pelos pais, porque não queria namorar. A consulta revelou que ela não sabia o que se esperava dela; conse¬qüentemente, sentia-se insegura e recusava qualquer convite para sair.
Deus dá pais aos adolescentes para que antes que eles percebam o poder da carne e sua decepcionante sensua¬lidade natural, orientações e princípios sejam estabele¬cidos para seu comportamento. Bom treinamento envol¬ve explicação, e todas as regras deverão ser claras, mas para muitos adolescentes chega uma época em que nenhuma argumentação os levará a aceitar com alegria a decisão dos pais. Não se detenha por causa das objeções deles; estabeleça boas regras, mesmo que eles não gostem delas. Uma boa fórmula para os pais lem¬brarem para o namoro dos filhos, ou qualquer regra para eles, é RAPAZ + MOÇA x OBEDIÊNCIA A DEUS = FELICIDADE. A parte rapaz + moça parece se dar naturalmente. A obediência a Deus, como fator desta equação, é responsabilidade nossa como pais. É pela fé que apresentamos esses "antiquados" conceitos e prin¬cípios, porque cremos que os caminhos de Deus são os melhores.
Como a maioria dos pastores, mantenho um arquivo em minha escrivaninha com o nome de "Cartas Espe¬ciais", mas a que mais aprecio veio de minha filha mais velha, Linda, duas semanas após a sua entrada na Uni¬versidade. A frase que ela escreveu que penetrou em meu coração é profundamente simples. Ela disse: "E papai, quero lhe agradecer por ser meu pai". Aquela carta compensou fartamente por aqueles ocasionais momen¬tos de tensão, quando Papai e Linda não viam as coisas do mesmo ponto de vista, devido aos meus "antiquados conceitos sobre namoro" ou, "tenho que estar realmente de volta às 11 horas da noite? " ou, "por que temos que sair sempre em dois casais? " ou, "o que há de errado nisso; todas as outras garotas foram!" Naturalmente, eu me sentia como um bicho papão, mas agradeço a Deus que minha esposa e eu tenhamos sustentado nossos princípios. Agora Linda e eu sabemos que tudo aquilo estava certo e tenho um palpite que um dia ela vai estabelecer exatamente os mesmos princípios para meus netos.

Seja Exemplo para seu Filho
Um aspecto final mas muito importante do ensina¬mento dos pais não deverá ser esquecido. Isto é, o as¬pecto do ensinamento pelo exemplo. O velho ditado que diz: "O que você faz fala tão alto que não posso ouvir o que você diz" nunca é mais verdadeiro do que no rela¬cionamento entre pai e filho. Os melhores sermões que seus filhos ouvirão serão aqueles que eles verão você viver. Você pode freqüentar regularmente uma igreja que tenha o melhor pastor do mundo mas, se você não vive como um cristão diante de seus filhos, tudo o que seu pastor disser será anulado pelo seu comportamento. A Bíblia ensina: "Sê o exemplo dos fiéis". Essa ordem é particularmente apropriada aos pais. Uma coisa é agir como um cristão no domingo, outra coisa é ser cristão em casa. Qualquer homem que seja realmente um cristão aos olhos de sua família, é um cristão de fato. Os pais cristãos deveriam adotar modelo de comportamento aquele estabelecido pelo apóstolo Paulo, quando disse a seus filhos e filhas espirituais: "Sede meus imitadores, como também eu o sou de Cristo". Quando a vida está no fim, e olhamos para trás, a maior alegria que pode encher os nossos corações é sermos capazes de dizer juntamente com o apóstolo João: "Não tenho maior gozo do que este: o de ouvir que os meus filhos andam na verdade". (João 4)

Responsabilidade Especial
Freqüentemente os pais aceitam a salvação dos filhos como fato consumado. Recentemente a esposa de um cristão praticante veio conversar comigo para dizer que, apesar de viver num lar cristão, ela nunca convidou pes¬soalmente a Jesus Cristo a entrar em sua vida. Ela sabia a respeito dele, acreditava nele, mas nunca havia "nas¬cido de novo". Seus pais simplesmente pressupunham que ela era convertida, e quando ela tentou timidamente sugerir que não era, eles ridicularizaram a idéia e a dis¬suadiram de fazer uma decisão clara e definida. Feliz¬mente, seu marido tinha melhor compreensão que os pais dela, e, quando ela lhe expôs o problema, ele clara¬mente entendeu e levou-a a Cristo. As frustrações dessa jovem senhora poderiam ter sido facilmente evitadas por pais sensatos. Desde que temos um lugar especial no coração dos filhos, temos uma responsabilidade especial de guiá-los para Cristo. Num domingo de manhã, um jovem dentista veio falar comigo no fim do culto, e disse: "Pastor, meu filho, Casey, está pronto para aceitar a Cristo. Poderia, por favor, conversar com ele? " Eu disse: "Ronaldo, por mais que eu tenha prazer em levar alguém a Cristo, não gostaria de privá-lo de tal bênção. Vá para casa e explique a seu filho como receber a Jesus. Se ele não o fizer, então terei prazer em con¬versar com ele". Nunca me esquecerei da alegria exube¬rante com que aquele pai cumprimentou-me naquela noite de domingo, e contou-me como Casey havia sim¬plesmente convidado o Salvador a entrar em sua vida. Não espere que outra pessoa leve seus filhos a Cristo, mas confie em que Deus usará você — o mais querido amigo que eles têm nesta terra — para levá-los ao Salvador.
1. Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela.
2. Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão que penosamente granjeastes; aos seus amados ele o dá enquanto dormem.
3. Herança do Senhor são os filhos; o fruto do ventre seu galardão.
4. Como flechas na mão do guerreiro, assim os filhos da mocidade.
5. Feliz o homem que enche deles a sua aljava: não será envergonhado, quando pleitear com os inimigos à porta. (Salmo 127).











A maneira de se possuir alguma coisa é dá-la. Se você quer amor, por exemplo, não procure recebê-lo — pro¬cure dá-lo.


6
AS SEIS CHAVES DA
FELICIDADE CONJUGAL
Em muitas ocasiões desejei ser mágico! Quando um casal me conta seus problemas e a infelicidade resul¬tante, adoraria tocá-los com uma varinha de condão e vê-los sair do meu consultório prontos para "viverem felizes para sempre".
Naturalmente, não possuo tal varinha. Mas tenho seis chaves que garantem a abertura da porta da felicidade matrimonial. Examine cada chave cuidadosamente. O al¬cance de seu uso determina o sucesso de seu casamento. Se você as negligenciar, seu casamento não poderá deixar de ser uma experiência infeliz e desastrosa. As chaves vieram da Bíblia, o manual de Deus para o comporta¬mento humano. Por isso posso garantir a felicidade e o sucesso para todos os que as usarem.

Maturidade
A primeira chave que garante a felicidade no casa¬mento é a maturidade. No campo emocional esta chave poderá ser melhor definida como altruísmo. Os be¬bês e as crianças são egoístas - por isso referimo-nos a eles como imaturos. Quando uma criança tem um acesso de raiva em um supermercado, atirando-se ao chão, gritando e batendo os pés, porque não pode fazer o que quer, revela seu egoísmo e imaturidade.
Se a mesma criança não for disciplinada adequada¬mente, chegará à idade de casar-se tão imatura que irá querer tudo a seu modo, praticamente em todas as situa¬ções. Tal atitude, muito sutil e difícil de ser reconhe¬cida pela pessoa imatura, é desastrosa para o casamento.

O Problema
O período de ajustamento no matrimônio, consi¬derado geralmente como os três primeiros anos, produ¬zirá, naturalmente, conflitos de interesse. Nos primeiros vinte e poucos anos de vida, as pessoas funcionam como engrenagens independentes. Tomam decisões puramente na base do que querem ou do que é bom para elas. Após o casamento, dois indivíduos independentes devem aprender a viver juntos. Uma vez que ambos são objetos móveis, e todo movimento causa atrito, haverá, inevi¬tavelmente, atritos, agora que estão aprendendo a se movimentar juntos como uma unidade.
Essa fricção é ilustrada pela antiga transmissão de um carro. Enquanto ele estiver com o motor parado, você pode mover a alavanca do câmbio, movimentar as di¬versas engrenagens sem problemas. Uma vez em movi¬mento, é um caso bem diferente. Não é difícil ouvir essas engrenagens em movimento "arranhar", quando a mar¬cha é mudada, no esforço para aumentar a velocidade. Os fabricantes de automóveis resolveram esse problema há poucos anos, instalando a engrenagem sincronizada. Essa engrenagem possibilitou unir duas ou mais engrenagens em movimento, ao mesmo tempo, sem "arranhar".
A engrenagem sincronizada no casamento, é o altru¬ísmo. Se duas pessoas maturas se unem pelos laços do casamento, seu espírito de despreendimento fará com que se ajustem com muita facilidade. Se são imaturas e egoístas, seus primeiros anos de casamento serão repletos de "arranhados barulhentos".
O casamento consiste de uma série de ações e reações motivada pelo nosso consciente e subconsciente. Quanto mais ativa for a pessoa, mais áreas de conflito em po¬tencial podem ser esperadas. O conflito, porém, não precisa ser inevitável. De fato, alguns psicólogos acre¬ditam que os conflitos são normais e podem dar ao casa¬mento uma força criativa. O Dr. Alfred B. Messer, na Convenção Americana de Psiquiatria, em outubro de 1966, disse: "Uma animada rusga é boa para a maioria dos casamentos. . . Discussões são inevitáveis num casa¬mento, e provavelmente oferecem uma das melhores formas de resolver problemas delicados. Quando a maior parte das frustrações já foi contada ou descarregada, de alguma maneira sofredora, a luta pode terminar. Aqueles casamentos que existem sem qualquer tipo de briga, geralmente são frios ou inflexíveis, nos quais outros aspectos do relacionamento são comprometidos, a fim de ser mantida a fachada de "paz e harmonia".
Ainda que alguns conflitos sejam inevitáveis entre dois seres humanos normais, a briga não é necessaria¬mente a resposta. Pela graça de Deus, duas pessoas maturas podem encarar suas áreas de conflito, discuti-las e resolvê-las pela obediência aos ensinos da Palavra de Deus. Não caia no hábito de esconder seus problemas sob o tapete. Encare-os e resolva-os no ESPIRITO. Na realidade, não há nada errado em marido e mulher terem um conflito de interesses. Na verdade, cada caso é um teste de maturidade. O cônjuge que exigir "seu próprio caminho", estará enveredando para uma colisão que trará muita infelicidade para ambos.

Você Nunca Consegue Recebendo
Depois que completei uma sessão de aconselhamento matrimonial, há alguns anos atrás, a futura esposa olhou para mim e disse: "O seu conselho é bastante diferente do conselho que me deram as colegas do escritório. Elas disseram: Bonnie, uma coisa que você deve lembrar no casamento é que os homens procuram conseguir tudo o que podem. Não dê muito de si ao seu marido; ele procurará tirar vantagem de você". Essa atitude não--cristã e absurda é uma das coisas que mais causam desarmonia nos lares americanos.
Na economia de Deus, você nunca consegue nada recebendo. O caminho para se ter alguma coisa é dar. Se você quer ter amigos, não procure por amigos - seja amável. O mesmo é verdade quanto à delicadeza, consi¬deração e generosidade. Se você deseja que seu côn¬juge o trate sem egoísmo, então seja maturo o suficiente para, pela graça de Deus, tratá-lo sem egoísmo.
Em primeiro lugar, por que você se casou? A res¬posta a essa pergunta pode lhe dar uma visão de sua maturidade. Você se casou porque "tinha um lar infeliz" ou porque "estava cansado de ouvir meus pais me di¬zerem o que fazer", ou porque "todas as minhas amigas estavam se casando, e eu não queria ficar para trás", ou porque "eu queria alguém que me amasse? " A atitude adequada, que garante o sucesso de um casamento, está baseada na maturidade altruísta. Indivíduos maturos entram para o casamento não somente pelo que podem tirar dele, mas pelo que podem dar ao seu cônjuge. Dois versículos na Bíblia estão perto de ser uma varinha mágica; quando usados por marido e mulher trans¬formam o caos em paz e harmonia:

"Nada façais por contenda ou por vangloria, mas com humildade cada um considere os outros supe¬riores a si mesmo; não olhe cada um somente para o que é seu, mas cada qual também para o que é dos outros" (Filipenses 2:3,4).

Se você se casar com essa atitude - "Não olhando somente para o que é seu. . . mas também para o que é do seu cônjuge" — descobrirá a felicidade em seu lar. Sua atitude não deverá ser nunca a de que é responsa¬bilidade de seu cônjuge fazê-lo feliz. Você deve reco¬nhecer, desde o início, a sua responsabilidade de fazer seu cônjuge feliz.
Há um errôneo e irrelevante ditado a respeito do casamento que tem de algum modo se tornado popular: "o casamento é um acordo meio a meio". Nada poderia estar mais distante da verdade! O casamento, em Deus, deverá ser um acordo em que cada um entre com cem por cento. Isto é, você deverá se casar com a idéia de que estará dando tudo de si, com o propósito de fazer seu cônjuge feliz, sem nada esperar de volta. O resultado será sua própria felicidade. O seu desejo no casamento será fazer seu cônjuge feliz. Naturalmente, se você fizer isso, ceifará a felicidade como resultado.
Um casal inteligente veio me ver, há alguns anos, com um conflito que era evidente na expressão de ambos. Jorge vinha de um lar muito sólido. Seu maior prazer era caçar com o pai nos fins de semana. Ellen veio de um lar muito inseguro, em que os muitos conflitos entre seus pais produziram nela o desejo de se casar para se afastar daquele ambiente. Após quatro anos de ca¬sados, descobriram que seu amor não tinha sido des¬truído, mas estavam em tal situação que logo o seria, se alguma coisa não fosse feita.
Descobri que ambos estavam desapontados com os resultados de seu casamento. Tinham conceitos inteira¬mente diferentes da vida no casamento. Ellen, que se inclinava a escapar da terrível realidade do momento para os sonhos de um futuro utópico, queria que o casa¬mento fosse um "abençoado período de descanso e vida em família, particularmente nos fins de semana". Jorge pensava que o casamento devia ser uma vida de des¬canso no lar cinco noites por semana, com a maior parte dos fins de semana passada caçando e pescando com o pai; e, conforme esperava, algum dia, com seu filho. Na verdade, ele quis se casar tão cedo porque perdia muito tempo com Ellen, enquanto a namorava, tempo esse que poderia ser aproveitado em suas mara¬vilhosas experiências de caçadas.
O estranho é que eles sabiam qual era o seu pro¬blema; apenas nunca o haviam encarado antes. Cada vez que ele planejava viajar com o pai, Ellen ficava com raiva, e trocavam comentários agressivos. Quando ela se escondia em sua concha protetora de silêncio e frigidez, era ainda pior. Às vezes ele não podia apreciar as caçadas, porque sabia que as coisas não estavam bem em casa.
Felizmente, essas duas pessoas eram bastante maturas para reconhecer o fato que seu casamento era mais im¬portante do que estarem juntos ou em caçadas. Procu¬ramos um entendimento em que um cederia aos desejos do outro. Jorge diminuiu pela metade as caçadas, e Ellen tentou deixá-lo viajar tranqüilo. Muitas vezes ela não estava muito contente com a situação, mas, para o bem dele, perseverou, e obteve bom resultado.
Um dia, um amigo convidou-os para irem esquiar. Ambos eram excelentes nadadores e se entregaram a esse divertimento como patos que se atiram nágua. Poucas semanas mais tarde, eles compraram um barco, e agora saem regularmente com amigos aos sábados, para pas¬sarem juntos um agradável fim de semana.
Para Jorge era isso um sacrifício muito grande? Quando lhe perguntei, alguns meses mais tarde, como iam as coisas, ele respondeu: "Por alguma razão perdi grande parte do meu interesse pela caça e pela pesca. Agora, vou somente três ou quatro vezes ao ano. Em vez disso, vou esquiar com Ellen ou fazer alguma outra coisa com ela e com as crianças". Não tenha medo de dar. Tudo quanto acontecerá é que, afinal, você vencerá.

O Egoísmo é Universal
O egoísmo, o maior inimigo de um casamento feliz, é parte básica da natureza decaída do homem. Todos os temperamentos têm uma coisa em comum: a fraqueza do egoísmo. Esse egoísmo se apresenta de maneiras di¬ferentes em cada temperamento. Por exemplo, o forte¬mente extrovertido Sr. Sangüíneo revela o egoísmo em sua irritada impaciência para com os outros. O modera¬damente extrovertido Sr. Colérico exibe o seu egoísmo num desprezo nervoso e cruel quanto aos sentimentos dos outros. O Sr. Melancólico exibe seu egoísmo através de uma introspecção centralizada em si mesmo, que produz medo e indecisão. O sossegado e pachorrento Sr. Fleumático revela seu egoísmo em sua teimosa recusa em se envolver com os problemas alheios, te¬mendo ser molestado. Conseqüentemente, no seu normal ele é uma pessoa temerosa.
O importante é lembrar que alguma coisa pode ser feita para vencer o egoísmo. A Bíblia diz em II Coríntios 5:17: "Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo". A construção grega desse versículo mostra a passagem gradual das coisas velhas, inclusive o egoísmo natural do homem. Quando Jesus Cristo vem viver na vida de uma pessoa, cria uma natureza nova dentro dela, a qual, se for nutrida, vencerá a natureza antiga.

Como Vencer o Egoísmo
O egoísmo pode ser corrigido pelo poder de Deus, juntamente com a cooperação do indivíduo. Deus lhe dará forças se você estiver disposto a cooperar com Ele. Os passos seguintes são altamente recompensadores em mudar um comportamento egoísta em atitudes altru¬ístas de cordialidade para com os outros.
* Encare seu egoísmo como um pecado! Enquanto você não se dispuser a reconhecer o seu egoísmo como um pecado desagradável a Deus e aos outros, você nunca será capaz de pensar nos outros antes de pensar em si mesmo. Muita gente se desculpa disso nesta base: "Eu tinha carta branca dos meus pais e desenvolvi o há¬bito de fazer o que quisesse". O fato de seus pais terem cometido o erro de satisfazê-lo, não limitando as suas atividades àquelas áreas que eram boas para você, não é razão para perpetuar aquele erro durante a vida inteira. Ao contrário, encare isso como um pecado.
* Não tente esconder o seu egoísmo atrás de um sucesso acadêmico ou econômico. A maturidade é rela¬tiva. Isto é, um homem pode ser um brilhante cientista e um bom líder no trabalho, mas, como marido, ser um egoísta e um bebê crescido. Uma mulher pode ser efi¬ciente administradora e presidenta do clube feminino ou figura atuante na igreja, mas uma esposa egoísta, infantil e infeliz. Encare a verdade sem se importar se está no mundo dos negócios ou no acadêmico; se você falhar em seu casamento, falhou numa importante área da vida. O egoísmo é a maior causa da ruína em um matrimônio.
Uma vez que tenha reconhecido o fato de que o seu egoísmo — independente do comportamento de seu cônjuge — é um pecado diante de Deus, você deu um passo gigantesco. Antes que você se submeta a uma operação, seu médico precisa convencê-lo de que tem uma doença ou algum mal físico. Desculpar os sin¬tomas nunca resolverá o problema. Os mesmos prin¬cípios se aplicam ao campo emocional. Quanto mais procurar encobrir o seu egoísmo, desculpá-lo ou igno¬rá-lo, menos conseguirá corrigi-lo. Feliz é o homem que compreende que ele, e somente ele perante Deus, é responsável pelas suas ações e reações, e que quando age com um motivo egoísta, pecou contra Deus e contra o próximo.
* Confesse seu egoísmo como um pecado. Não há grandes ou pequenos pecados aos olhos de Deus. Pecado é pecado. Quando você agir egoisticamente, seja bas¬tante objetivo a respeito de si mesmo, para confessar seu pecado ao Pai; então, você pode ter certeza de que Ele o perdoará. (Ver I João 1S).
* Peça a Deus para tirar de você o hábito de ser egoísta. "E esta é a confiança que temos nele, que, se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve; e, se sabemos que nos ouve em tudo o que pe¬dimos, sabemos que alcançamos as petições que lhe fizemos" (I João 5:14,15). Desde que não é a vontade de Deus que sejamos criaturas egoístas, Ele nos orien¬tará para mudarmos nosso hábito de agir egoistica¬mente.
* Repare o dano feito pelo seu egoísmo. Quer ele mereça ou não, peça perdão a quem você exibiu sua imaturidade ou egoísmo, e achará cada vez mais fácil evitar um comportamento egoísta. Uma pessoa logo aprende que é preferível não ser egoísta, porque é mais difícil humilhar-se o bastante para dizer: "Eu estava errado. Poderá me perdoar? " do que abandonar o com¬portamento egoísta!
* Repita essa fórmula todas as vezes que fizer ou disser alguma coisa sob a motivação do egoísmo. Isso o ajudará a transformar-se numa pessoa feliz, bem ajustada e despreendida, e cuja companhia será agradável para todos que tiverem contacto com você.

Submissão
Nenhuma organização pode funcionar devidamente se possui duas cabeças. Isso é particularmente verdadeiro no lar. Um dos maiores obstáculos para um lar feliz, hoje em dia, é a falsa noção de que a mulher não tem de submeter-se ao marido. Os psicólogos e educadores modernos parecem dar à mulher a idéia de que a sub¬missão é uma noção antiquada que teve seu fim junto com o século XIX. Mas quando a submissão deixa um lar, a felicidade também se vai.
Temos hoje mais mulheres, homens e crianças frus¬trados do que em qualquer outra época. Com a degra¬dação da imagem do pai e a crescente dominação da mãe, temos testemunhado um aumento da delinqüência juvenil, da rebelião, da homossexualidade e do divórcio. Deus pretendeu que o homem fosse o cabeça do lar. Se não o é, não terá um senso de responsabilidade, mas sentirá que é casado com uma segunda mãe. Seus filhos logo perceberão quem é o "chefe", e, como adoles¬centes, perderão o respeito natural pelo pai, o que é mister para se ajustarem na vida.
Geralmente um lar dominado pela mulher é um lugar de dissensões, até que, finalmente, o marido desiste. Ele então se esconde em sua concha de introversão e se de¬genera num ser sub-humano. A coisa mais triste é que a esposa eventualmente desprezará o marido que ela domina.

Um Mandamento de Deus
A esposa cristã deve ser submissa a seu marido! Gos¬tando ou não, a submissão é um mandamento de Deus, e sua recusa em cumpri-lo é um ato de desobediência. Toda desobediência é pecado; logo, ela não pode esperar a bênção de Deus em sua vida, a menos que deseje obe¬decer a Ele. As passagens seguintes das Escrituras esta¬belecem esse fato:
"E à mulher disse: Multiplicarei grandemente a dor da tua conceição; em dor darás à luz filhos; e o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará" (Gênesis 3:16).
"Vós, mulheres, submetei-vos a vossos maridos, como ao Senhor; porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja; sendo ele próprio o Salvador do corpo. Mas, assim como a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres o sejam em tudo a seus maridos" (Efésios 5:22-24). "Semelhantemente vós, mulheres, sede submissas a vossos maridos; para que também, se alguns não obedecem à palavra, sejam ganhos sem palavra pelo procedimento de suas mulheres, considerando a vossa vida casta, em temor" (I Pedro 3:1,2). A recusa de muitas esposas cristãs em aceitar o prin¬cípio de submissão é cada vez mais comum hoje em dia. Há alguns anos atrás ensinei uma classe bíblica de qua¬renta e cinco adultos — vinte e três mulheres e vinte e dois homens. Dei os resultados da maldição, segundo se lê em Gênesis 3, sobre o homem, a mulher, a terra e a serpente. Quanto à mulher, disse que havia duas partes em sua maldição: primeira, dor no parto; segunda, ser controlada pelo marido. Na semana seguinte passei um teste, e, creia ou não, em resposta à pergunta sobre qual o resultado da maldição contra a mulher, recebi vinte e três respostas femininas de que ela sofreria dor no parto. Os vinte e dois homens responderam que ela seria dominada pelo homem. Uns poucos homens incluí¬ram também que ela sofreria dores no parto. O fato de nenhuma das vinte e três mulheres, que voluntariamente assistiram à classe bíblica, com o propósito de crescer espiritualmente, terem se lembrado da parte sobre a sub¬missão, que eu havia ensinado, fez-me ver a tendência universal das mulheres de rejeitarem essa ordem de Deus.

O Instrumento de Deus para sua Felicidade
Deus nunca manda as pessoas fazerem o que é impos¬sível ou que não é bom para elas. 0 Espírito Santo pergunta, em Romanos 8:32: "Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes o entregou por todos nós, como nos não dará também com ele todas as coisas? " A resposta a isso é que se Deus nos ama tanto que entregou seu Filho para morrer por nós, certamente nos dará todas as coisas que são para o nosso bem. Por¬tanto, aceite pela fé o fato de que a submissão ao ma¬rido é um bem para a mulher.
Entre trinta e cinco e quarenta e cinco anos, a mulher geralmente alcança um período em que ela deseja cada vez mais se tornar dependente. E se ela for agressiva nos primeiros anos do casamento e dominar seu marido, ela o ensinará a ser dependente dela. Então, quando ela al¬cançar a idade na qual deseja depender de um homem, descobrirá que criou um dependente e que não tem ninguém em quem se apoie. Tenho visto muitas mu¬lheres nesse período chegarem a desprezar o homem que, durante seus anos de juventude, ela treinou para ser um esposo dócil e submisso.
É fácil perceber que esposas dominantes têm causado grande infelicidade ao casamento, tanto para si mesmas como para seus cônjuges. A mulher que gosta de mandar no marido quando tem vinte e cinco anos, pode achar que a vida está se tornando um pesadelo à medida em que avança em idade. Num ato de fé, a mulher cristã deve aceitar que, para a sua felicidade permanente e a do marido, é essencial que ela seja obediente a Deus e se coloque em sujeição a seu marido.


Submissão não Significa Escravidão
Quando a mulher crente busca a graça de Deus e a luz do Espírito Santo para capacitá-la a se submeter ao ma¬rido, não está correndo o perigo de se tornar uma escrava. Tenho visto muitas vezes mulheres procurarem ser submissas por motivo espiritual, e acabarem desco¬brindo que a reação dos maridos é de delicadeza e bon¬dade, o que veio pôr ponto final nas hostilidades entre eles. Geralmente, uma mulher descobre que se sente melhor quando é submissa do que quando é dominadora. Certamente, ela terá uma comunhão mais preciosa com Deus quando for obediente a seu marido por amor ao Senhor, do que quando desobedecer a Deus, domi¬nando ao marido.
Submissão não significa que uma mulher não pode dar sua opinião, "seguindo a verdade em amor" (Efésios 4:15), mas que deve procurar ser submissa aos desejos do marido quando ele tomar uma decisão e concordar, sempre que for humanamente possível, com suas exi¬gências. Haverá ocasiões em que ela terá de fazer alguma coisa que realmente não queira; mas, semeando as se¬mentes da obediência, naquele particular, ela colherá bênçãos em muitos outros. Lembre-se sempre de que você colherá mais do que tiver semeado. Se você semear submissão, em obediência a Deus, colherá bênçãos em abundância; se você semear rebelião, em desobediência à vontade de Deus, colherá abundante infelicidade. Al¬gumas mulheres têm um temperamento mais agressivo do que o dos maridos, e, realmente, é mais difícil para essas serem submissas. De fato, o único modo que co¬nheço de elas poderem fazê-lo é reconhecerem que se trata de uma responsabilidade espiritual. Quando esse fato estiver firmado em sua mente, qualquer mulher poderá buscar a graça de Deus para ser a pessoa sub¬missa que Ele deseja que ela seja.
Há alguns anos atrás fui consultado por uma mulher que era mais agressiva do que o marido. Descobri que, através dos anos, ainda que ele fosse bem instruído, ela havia tomado as principais decisões da família. Ele era uma pessoa fleumática, e ela possuía uma combinação de temperamento sangüíneo com colérico. Assim, quan¬do os filhos vinham fazer perguntas, ele ficava apático e quieto, enquanto ela respondia e tomava decisões. Lá pelos trinta e cinco anos de idade, ela percebeu que ele se estava escondendo dentro de uma concha de concor¬dância no lar, e que ela estava assumindo poderes dita¬toriais. Quando ela se convenceu da necessidade de se submeter a seu marido, pela graça do Senhor, pediu a Deus para ajudá-la a "morder a língua" e cortar sua inclinação intuitiva de tomar decisões espontâneas — e esperar que seu marido tomasse as decisões. Ficou surpresa ao ver que, num breve período de tempo, ele se colocou à altura do desafio e gradualmente assumiu a prerrogativa de tomar decisões em casa. Enquanto eu orientava essa mulher, o fato interessante é que quanto mais ela era submissa, mais ele liderava; quanto mais ele liderava, mais feliz ficava; e quanto mais feliz ele ficava, mais feliz ela ficava. Aquele casamento foi transformado gradualmente. Antes eles viviam juntos porque eram crentes, mas depois passaram a uma nova situação de amor genuíno e respeito um pelo outro. Para mim, esse casal é um exemplo vivo do fato de que a submissão da mulher ao marido é a chave para um casamento feliz.

Amor
A terceira chave que garante a felicidade de um casa¬mento é o amor. Provavelmente nenhuma outra palavra é mais incompreendida do que esta. A maioria das pessoas, hoje em dia, não sabe o que é o amor. Geral¬mente confundem atração física, sensualidade, desejo pessoal, simpatia ou compaixão, com amor. Amor é uma das experiências mais comuns do homem e uma das mais difíceis de se definir. Webster define-o como "um sentimento de forte ligação pessoal, induzido por uma atraente compreensão, ou por laços de afinidade; afeição ardente".
A Bíblia diz que o amor do marido por sua mulher deverá ser igual ao amor que ele sente por si mesmo. Deus o instruiu para que amasse sua esposa sacrificialmente, como Cristo amou à Igreja e deu Sua vida por ela. Nenhuma mulher se sentirá infeliz se receber essa espécie de amor, e o marido que dá tal amor será o recipiente de um amor sacrificial.
Como Deus, o amor não pode ser visto, mas sabemos de sua existência pelos seus efeitos. É mais fácil des¬crever o amor do que defini-lo. Apesar de muitos terem procurado descrever o amor, nos anais da literatura não há nada que se compare com as magistrais palavras da pena do apóstolo Paulo, no grande capítulo do amor, I Coríntios 13. Observe a belíssima descrição que apa¬rece no Novo Testamento Vivo (vss. 4-7):
"O amor é muito paciente e bondoso, nunca é inve¬joso ou ciumento, nunca é presunçoso nem orgulhoso. Nunca é arrogante, nem egoísta, nem tampouco rude. O amor não exige que se faça o que ele quer. Não é irritadiço, nem melindroso. Não guarda rancor e dificilmente notará o mal que outros lhe fazem. Nunca está satisfeito com a injustiça, mas se alegra quando a verdade triunfa. Se você amar alguém, será leal para com ele, custe o que custar. Sempre acredi¬tará nele, sempre esperará o melhor dele, e sempre se manterá em sua defesa".
Henry Drummond, num livro intitulado "A maior coisa do mundo", aponta as nove características do amor, encontradas na passagem citada: paciência, bon¬dade, generosidade, humildade, cortesia, altruísmo, do¬mínio próprio, franqueza e sinceridade. Estude essas características e examine o seu amor, para ver se satisfaz os padrões de Deus.
Essas nove características ou expressões de amor comunicam o amor de um ser humano para outro em termos que são significativos para qualquer um, inde¬pendente de raça ou de cultura. Naturalmente, ninguém expressará seu amor em todas essas características. Al¬gumas pessoas são pacientes e bondosas por natureza, mas carentes de humildade, generosidade ou lealdade. Outras são naturalmente sinceras e corteses, mas caren¬tes de domínio próprio, e tendem a ser impacientes. Todos os homens necessitam do poder do Espírito Santo para supri-los da espécie de amor que Deus espera que tenhamos para com o nosso cônjuge. O Espírito Santo dá ao cristão (ver Gaiatas 5:22,23) a capacidade de de¬monstrar um amor completo.
O amor que Deus espera do marido por sua mulher, e desta por aquele, sem dúvida é sobrenatural. Auto--preservação é a primeira lei da vida; portanto, amar a outra pessoa como a seu próprio corpo requer uma espécie sobrenatural de amor. Não é possível ao homem amar dessa maneira por seus próprios recursos. Contudo, desde que Deus nunca nos manda fazer aquilo que Ele não nos capacita a fazer, poderemos clamar a Ele, o autor do amor, pois sabemos que nos suprirá desse tipo de amor sobrenatural. A Bíblia nos diz: "Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor é de Deus; e todo o que ama é nascido de Deus e conhece a Deus" (I João 4:7).
Tanto o marido quanto a mulher recebem a ordem de se amarem um ao outro, mas deve-se salientar que se a esposa recebe uma vez a ordem de amar ao esposo (ver Tito 2:4), o marido recebe pelo menos três vezes a ordem de amar sua mulher (ver Efésios 5:25,28,33). A razão, provavelmente, é que as mulheres, por natu¬reza, possuem maior capacidade para amar.

O Amor é Bondoso
Uma das primeiras características do amor é a bon¬dade. De alguma forma, muitos daqueles que têm pro¬blemas no casamento, se esqueceram de mostrar bon¬dade. Querem recebê-la, mas se esquecem de dá-la. Um casal que havia contraído matrimônio há dois anos, veio ver-me, cumprindo a promessa que peço de todos os jovens casais, antes do casamento, que antes de se sepa¬rarem venham conversar comigo sobre o assunto. Es¬tavam prontos a desistir, ainda que sentissem que res¬tava um pouco de amor em seu casamento. 0 problema é que eram muito mordazes, sarcásticos e ferinos um para com o outro. Quando isso foi revelado durante a consulta, dei-lhes a obrigação de memorizarem as nove características do amor, e, desde que evidente¬mente não havia bondade de um para com o outro, solicitei-lhes que fizessem uma "verificação de bondade". Em outras palavras, todas as vezes que dissessem alguma coisa um para o outro, deveriam se perguntar: "Fui amável? " Em caso negativo, deveriam se desculpar e buscar a graça de Deus para serem bondosos. Obvia¬mente, foi difícil por algum tempo, mas, dentro de dois meses esse casal havia se reorientado a si mesmo ao ponto de serem capazes de ser bondosos um com o outro, e o resultado foi a renovação de uma ge¬nuína afeição mútua.

O Amor Mostra Aprovação
A maioria dos psicólogos concorda em que as neces¬sidades básicas do homem são amor e aprovação. Quanto mais amamos a alguém, mais naturalmente buscamos sua aprovação. Por essa razão, se uma pessoa não ex¬pressa seu amor mostrando, ocasionalmente, aprovação, terá um companheiro insatisfeito.
Um casal que me veio ver certa vez era completa¬mente oposto fisicamente. O homem tinha mais de dois metros de altura e pesava, no mínimo, 100 quilos — um tipo verdadeiramente atlético. A mulher não pesava nem 50 quilos e tinha uma altura aproximada de 1,60 m. Durante a consulta, ele disse com a voz embargada: "Pastor, nunca bati nela em todos estes anos de casados". Enquanto dizia isso, cerrava o punho gigantesco. Olhei para ela, e vi lágrimas correndo pelas suas faces, enquan¬to dizia desajeitadamente: "Isso é verdade, mas muitas vezes eu preferiria que ele tivesse me batido, ao invés de me ferir constantemente com sua desaprovação".
Honestamente, acredito que a desaprovação é uma forma mais perversa de infringir punição a um ser hu¬mano do que a agressão física. E o mais triste é que as coisas que as pessoas desaprovam em seu cônjuge geral¬mente ultrapassam as proporções, tornando o problema maior do que é. Muito marido deveria admitir que tem uma boa esposa e que o que o incomoda compreende de dez a quinze por cento da pessoa total. Seu problema é que ele tem se concentrado demais na parte negativa ao invés de agradecer a Deus pela positiva. É bom que freqüentemente se pergunte: "Eu demonstro aprovação pelo meu cônjuge? " Essa aprovação deverá ser expressa tanto publicamente, para assegurar aos seus amigos que você ama ao seu cônjuge, como na intimidade. Muito marido tem conseguido uma casa melhor arrumada por haver elogiado a esposa naquelas áreas em que ela é cuidadosa, ao invés de condená-la por aquelas em que ela não é caprichosa. Esteja seguro de uma coisa: o seu cônjuge precisa de sua aprovação, para seu ajustamento na vida e no casamento. A maioria das pessoas reage melhor ao elogio do que à condenação.

O Amor Pode ser Reacendido
"Eu não amo mais o meu marido!" disse uma jovem cujo marido não era cristão. Ela estava procurando a solução pelo caminho errado — o divórcio. O fato de você não amar seu cônjuge não significa falta de amor por parte dele, mas revela, isso sim, sua própria falta de amor. Deus lhe dará amor por seu cônjuge, se você buscá-lo! Como já vimos, o amor é de Deus (I João 4:7). Se você quer amor ao seu cônjuge, poderá fazê-lo! Deus ordenou que você o amasse, e Ele o tornará capaz de fazê-lo, se você lho pedir. De fato, a primeira carac¬terística da vida cheia do Espírito é "amor" (Gaiatas 5:22). Se você sentir que seu amor começa a diminuir, vá ao Pai, o autor do amor, e Ele lhe dará um novo amor para com seu cônjuge. Basta pedir! Você pode inclinar-se a dizer: "Mas será que vale a pena? " ou: "E se o meu cônjuge não for merecedor disso? " Isso nada tem a ver com o assunto. Você deverá amar ao seu cônjuge por amor do Senhor; mas, devido ao princípio de se colher o que se planta, o amor lhe trará amor. Se você for a Deus confiante de que Ele suprirá você de amor por seu cônjuge, então a lei divina trará amor para você.
A jovem acima mencionada orou comigo a Deus por aquela espécie de amor, e o recebeu. Logo após o culto, recentemente, ela me disse: "O senhor não imagina o quanto Deus tem feito retornar a mim o amor que tenho dado ao meu marido! Na verdade, ele nunca esteve tão amoroso, em todos estes oito anos de casados".

As Mulheres Reagem ao Amor
Nunca me canso de maravilhar-me diante da resis¬tência do amor de uma mulher. As mulheres têm-me dito coisas a respeito de seus maridos que poderiam lhes dar o título de "o pior homem da cidade". No entanto, elas terminam dizendo: "Mesmo assim eu o amo". Os homens nunca agüentariam as coisas que a maioria das mulheres é forçada a suportar. Deve ser um prolongamento do amor de mãe, o qual encaramos como a maior ilustração de amor humano. Qualquer que seja a causa, estou con¬vencido de que a mulher tem maior capacidade de amar o homem do que o homem de amar a mulher. Ainda estou para ver uma mulher que não reaja ao amor.
Nenhum homem em sã consciência se apresentaria como uma autoridade sobre as mulheres. A maioria dos homens diz que as mulheres são complexas, e realmente o são. Como os outros homens, não pretendo ser uma autoridade em assuntos femininos, mas, depois de me haverem consultado várias centenas do chamado "sexo fraco", cheguei a uma conclusão básica: a maior parte dos americanos não sabe como fazer uma mulher feliz. Aprendi que não é dinheiro, diamantes, peles, casas, ou outras coisas, que tornam uma mulher feliz, mas simples¬mente o amor. Não a parte sexual do amor, mas o trata¬mento que leva a esta — bondade, delicadeza, com¬preensão, aceitação ou aprovação, e o fato do marido reconhecer que não é completo sem ela. Feliz é a esposa cujo marido sabe e lhe diz que se tivesse de recomeçar tudo desde o início, faria a mesma escolha no casa¬mento. Sempre que um homem me diz: "Minha esposa não me tem mais amor", no mesmo instante sei que ele não tem amado sua esposa "como a seu próprio corpo". Se o tivesse feito, ela o amaria em troca — pois é exata¬mente essa a natureza da mulher.

Comunicação
Jovens que se amam raramente têm problema de co¬municação! Parecem ser capazes de conversar sobre tudo. De algum modo, essa capacidade quase sempre desa¬parece após se casarem.
A perda de comunicação é, na maioria das vezes, um problema para os casais que me buscam para aconselhamento matrimonial. Se não é perda de comunicação, é comunicação errada. Comunicar-se sob a pressão da raiva e gritar mais alto que o outro constitui tentativa errada de aproximação. Esse tipo de comunicação de¬veria ser omitido em todo casamento. Problemas e di¬ferenças no casamento não são perigosos — não ser capaz de comunicar as diferenças ou os problemas, isso é que é perigoso. Enquanto duas pessoas puderem manter abertas as linhas de comunicação e expressar livremente seus sentimentos, as diferenças poderão ser resolvidas.
A seguinte declaração de Ann Sanders ilustra a impor¬tância da comunicação: "O mais importante ingrediente num casamento é a capacidade de se comunicar. Se minha correspondência reflete o que acontece com o Sr. e a Sra. América por detrás de portas fechadas (e eu penso que reflete), a maior parte dos problemas conjugais provém da incapacidade de duas pessoas man¬terem uma conversa. Quão preciosa é a capacidade de se comunicar!. . . O homem e a mulher maturos reconhecem que há unidade no amor, mas, ao mesmo tempo, é preciso haver liberdade para ambos. Cada um necessita manter a sua personalidade e identidade. Um casamento completo deverá significar respeito pelos direitos e privilégios da outra parte. Os casais que são seguros no casamento podem ser honestos a respeito de toda espécie de sentimento. . . Os casais que podem discutir seus problemas, libertar-se de suas hostilidades, beijar-se e fazer as pazes, constróem uma oportunidade excelente de caminharem juntos para a velhice".
Tem sido surpreendente para mim saber que muitos casais partem para um segundo estágio do relaciona¬mento matrimonial, primariamente devido a não have¬rem aprendido a se comunicar. Há poucos anos atrás, uma senhora que não sabia que eu já havia conversado com seu marido, procurou-me para uma consulta. O pro¬blema deles parece ser que a mulher não havia feito uma completa entrega ao Senhor. Mas a sua falta de entrega não era o problema real. Poucas semanas mais tarde, ela me deu uma carona, após uma reunião, e espontâneamente convidou-me para entrar e falar com ambos. Seu marido ficou surpreso mas reagiu rapidamente, e, logo, comecei a agir como um árbitro entre dois amigos. Du¬rante vinte minutos ela mencionou calmamente algumas de suas queixas e objeções ao marido. Nenhuma delas era fora do comum ou severa, mas, postas juntas, cria¬vam um espírito de ressentimento nela. Algumas coisas datavam de seis meses de casados. Quando ela acabou, ele mui calmamente lhe falou: "Meu bem, por que não me disse essas coisas anos atrás? " (Estavam casados há dez anos). Ela respondeu: "Fiquei com receio que você fosse explodir".
Sabendo que todo argumento tem dois lados, per¬guntei ao marido se gostaria de fazer suas objeções a ela, da maneira mais bondosa possível. Durante um período de tempo quase igual, ele mencionou as fra¬quezas dela e, quando terminou, ela voltou-se para ele e disse: "Por que não me disse isso antes? " Ela replicou: "Porque achei que você ia ficar aborrecida e cair num longo período de silêncio". Por aprender a se comunicar, aquele casal aprendeu logo a extravasar, sem medo, seus sentimentos sinceros, e a esposa foi capaz de entregar-se totalmente a Cristo.

Destruidores da Comunicação
Como a parede de resistência à comunicação se le¬vanta gradualmente entre duas pessoas que se amam? Naturalmente, nenhum deles planejou a construção de tal parede; ela cresceu desde a primeira barreira na co¬municação. O Dr. Henry Brandt partilhou com um grupo de pastores as três armas que as pessoas usam para se defender. Conforme você olha para aquelas três armas, saberá que por usá-las as pessoas casadas constróem, gradualmente, uma parede de resistência tão resistente que não serão mais capazes de se comunicar.
A primeira arma é a explosão. Todas as vezes em que se diz a uma pessoa os seus defeitos, em vez de encará-los honestamente, sua reação natural é explodir. Essa explosão é o resultado da raiva e hostilidade interiores que a levam a buscar uma auto-proteção. O Dr. Brandt mostra que nenhuma nudez é comparável à nudez psico¬lógica. Quando alguém, particularmente nosso cônjuge, nos aponta nossas deficiências, tendemos a arranjar al¬guma coisa que nos cubra; se acontece sermos de tempe-^n into sangüíneo ou colérico, estaremos inclinados a utilizar a raiva e a expressá-la através da explosão. O que isso faz é ensinar ao nosso cônjuge que "você não pode chegar muito próximo de minhas fraquezas ín¬timas; se o fizer, explodirei".
A segunda arma de auto-defesa que impede a comu¬nicação, são as lágrimas. Essa arma é usada na sua maio¬ria pelas mulheres; mas. algumas vezes, um homem me¬lancólico ou sangüíneo fará uso dela. Como as outras armas, é um modo de dizer ao seu cônjuge: "Não me conte as minhas falhas, ou chorarei!" A primeira rusga após o casamento geralmente deixa a esposa em lá¬grimas. Isso ensina o novo marido de que ela tem um ponto fraco, e, subconscientemente, ele tenderá depois a refrear sua comunicação, a fim de não fazê-la chorar. Assim, um outro tijolo é posto na parede que impede a comunicação.
Uma nota é apropriada aqui com referência às lá¬grimas femininas. O marido aprende a distinguir entre as lágrimas de emoção de sua mulher, das de cansaço, alegria e auto-piedade. As mulheres são criaturas muito mais complexas do que os homens, e geralmente ex¬pressam as suas emoções pelas lágrimas. Não despreze as lágrimas de sua esposa! Seja paciente e bondoso, pois a criatura emotiva que você desposou está se compor¬tando como mulher. Na verdade, descobri que a mulher que se deixa levar às lágrimas facilmente, tem maior capacidade de expressar suas emoções em todas as áreas da vida. Normalmente, esse tipo de mulher é mais sen¬sível ao carinho e ao ato matrimonial do que aquela que não chora. De fato, há anos atrás cheguei à con¬clusão de que as mulheres que choram facilmente, rara¬mente são frígidas, e as que não choram geralmente têm as emoções como um bloco de gelo. Desde aquela época, já aconselhei a mais de mil mulheres, e não achei razão para modificar a minha conclusão. Se a sua esposa se expressa emocionalmente, agradeça a Deus! Suas lá¬grimas testificam de sua riqueza emocional, que a torna uma mãe compassiva e uma esposa amorosa. Seja parti¬cularmente compreensivo durante o período menstrual, pois nesse período ela pode se tornar mais emotiva. Um "afeto muito especial" (A. M. E.) durante esse período é como acumular tesouros no céu — e dá resultados.
A terceira arma é o silêncio. Silêncio é a arma que muitos dos cristãos mais velhos aprendem a usar. Não demora muito que percebamos que não é cristão ficar enraivecido e explodir por toda a vizinhança, quando o nosso cônjuge nos irrita ou aponta as nossas fra¬quezas. Também, depois que chegam os filhos, relu¬tamos em chorar diante deles; por conseguinte, os cristãos recorrem ao silêncio. Silêncio, contudo, é um instrumento muito perigoso. É perigoso no sentido que rapidamente sufoca a comunicação e se torna um fardo pesado — física e espiritualmente — sobre a pessoa. É preciso um poder tremendo para ficar em silêncio por um longo período de tempo; a raiva pode suprir esse poder. Desde que a raiva é uma das principais causas de úlceras, alta pressão sangüínea e muitas outras doenças, você pode achar que o silêncio é um instrumento muito dispendioso para usar contra o seu cônjuge.
Há alguns anos atrás, consultou-me um casal; e um de seus problemas era que o homem falava muito de¬vagar, mas a esposa era exatamente o oposto. Todas as vezes que ele procurava se expressar, ela não podia esperar para refutar suas declarações, antes mesmo dele terminar. De fato, sua tagarelice constante muitas vezes me lembrava uma metralhadora a atingi-lo. Ele aprendeu logo que não era páreo para ela. Um dia, encontrei-o na igreja, e, casualmente, perguntei: "Como vão as coisas? " "Ótimas", disse ele. "Finalmente achei um jeito de manejar aquela mulher!" Quando lhe perguntei como o fizera, respondeu-me: "Pelo silêncio. A única coisa que ela não suporta, é que eu fique calado. Quando ela me aborrece, passo um longo período sem falar. Numa das vezes, fiquei cinco dias sem lhe dirigir palavra". A minha resposta a ele foi: "Isso vai se tornar num instrumento muito dispendioso, porque sufocar a raiva e a zanga produz úlceras". Pouco me apercebi do quanto era profética a minha declaração, pois, em questão de semanas, recebi a notícia de que ele tinha uma úlcera supurada.
Seria bem melhor se duas pessoas pudessem aprender a comunicar livremente suas diferenças, evitando não somente os problemas, mas também seus efeitos cola¬terais. Lembre-se de que toda raiva, zanga e ódio entris¬tece ao Espírito Santo (Efésios 4:30-32). Nenhum homem pode andar no Espírito e ficar zangado com a esposa (Gaiatas 5:16).

Como se Comunicar
A Bíblia ensina que devemos "seguir a verdade em amor. . ." (Efésios 4:15). Todos devemos guardar em mente, porém, que quanto mais verdade você disser, mais amor verá em compensação àquela verdade. A ver¬dade é uma afiada arma de dois gumes, e por isso use-a com cuidado. Quando houver uma área de seu casamento que necessita comunicação, procure usar os passos se¬guintes, de acordo com o seu caso:
* Ore para ter sabedoria de Deus e para estar cheio do Espírito Santo. Quando você procura a sabedoria de Deus, poderá descobrir que sua objeção para com o comportamento do seu cônjuge não é realmente válida. Ou pode sentir a orientação do Espírito de Deus para ir em frente e comunicar o seu problema.
* Planeje um momento que seja adequado para seu cônjuge. Normalmente, não poderá discutir nada de sério ou de natureza negativa, depois das 22:00 ou 22:30 horas. A vida tende a parecer mais sombria e os problemas se apresentam maiores à noite. Porém, se seu cônjuge não é de se levantar cedo, a manhã também não será a melhor hora Muitos casais acham que depois do jantar é um bom momento para a comunicação. As crianças pequenas podem tornar isso pouco viável, mas cada casal saberá encontrar uma hora em que estejam no melhor humor, para poderem olhar objeti¬vamente para si mesmos.
* Fale a verdade com amor - em palavras bondosas, diga exatamente o que está em seu coração. Certifi¬que-se de que seu amor é igual à sua verdade.
* Não perca a paciência. Casais sábios determinam, logo no início do seu casamento, que não levantarão a voz um para o outro. Sob a ação da raiva, geralmente dizemos mais do que pretendíamos, e em geral esse excesso é ferino, cruel e desnecessário. A raiva por parte de alguém sempre provoca uma reação de raiva em outra pessoa. De maneira bondosa mostre a sua objeção, porém, mostre-a somente uma vez; então confie em que o Espírito Santo usará as suas palavras para efetuar a mudança.
* Espere por uma reação. Não se surpreenda se a sua comunicação encontrar uma reação explosiva, particu¬larmente nas primeiras fases do casamento. Lembre-se de que você tem a vantagem de saber o que vai dizer; já orou a respeito e pode preparar-se — o seu cônjuge será tomado de surpresa. Não procure se defender, mas permita que seu cônjuge pense sobre o que você disse. Ele pode não admitir nunca que você esteja certo, mas, geralmente, você verá que isso causará transformação em seu comportamento; e, afinal de contas, você está mais interessado nisso do que em simples concordância verbal.
* Entregue o problema a Deus. Uma vez que tenha falado a seu cônjuge, você já fez tudo o que podia fazer, humanamente falando, para transformar o seu compor¬tamento. É nesse ponto que você deve confiar em Deus, tanto para ajudar o seu cônjuge a mudar o hábito a que se opõe, quanto para que o supra da graça necessária para poder viver com ele (Ver II Coríntios 125).

Duas Expressões de Ouro
Há duas expressões de ouro que todo casal deveria comunicar ao seu cônjuge repetidamente, durante toda a vida de casados.

Desculpe. Todo mundo comete erros. Romanos 3:23 mostra que: "Todos pecaram e destituídos estão da gló¬ria de Deus". Você pecará contra o seu cônjuge, e ele contra você muitas vezes num casamento normal. Se, contudo, estiver disposto a encarar seus erros e pedir desculpas ao seu cônjuge, notará que a resistência se dis¬solverá e um espírito de perdão prevalecerá. Sé não estiver disposto a reconhecer seus erros, então você tem um sério problema espiritual — orgulho.
Certa vez fui consultado por um casal, e a esposa disse, entre lágrimas: "Meu marido nunca me pediu des¬culpas nestes vinte e três anos em que estamos casados". Voltando-me para ele, perguntei-lhe se havia feito algo de errado. Ele rapidamente respondeu: "Mas é claro; simplesmente sou humano". Então perguntei: "Por que você nunca pediu desculpas? " Sua resposta foi: "Não pensei que era muito importante pedir desculpas; meu pai nunca pediu desculpas de minha mãe". Infeliz¬mente, aquele homem cresceu com um pai que tomou a terrível decisão de nunca pedir desculpas. Agora aquele homem estava perpetuando aquele erro e colhendo a dis¬córdia resultante. Quando estiver errado, encare o erro e admita-o honestamente — tanto para si mesmo como para o seu cônjuge.

Eu te amo é a segunda expressão de ouro num casa¬mento. Já mostrei que é absolutamente necessário, a todo ser humano, ser amado. O seu cônjuge nunca se cansará de ouvi-lo dizer o quanto o ama. Essa ex¬pressão de amor parece mais significativa para as mu¬lheres do que para os homens, mas estou inclinado a crer que as mulheres estão mais propensas a admitir a sua necessidade, embora os homens também a tenham.
Certo homem veio ver-me no dia em que a esposa o abandonara, após quinze anos. Era um engenheiro bri¬lhante, com alto quociente de inteligência, e ganhava oito mil cruzeiros por mês. Depois de ter-me dito acerca da ruína do seu casamento, ele reconheceu que em dez anos não havia dito à esposa que a amava. Quando lhe perguntei por quê, ele me respondeu: "Por que eu deve¬ria dizer-lhe isso? Tenho-o demonstrado fervorosamente por quinze anos. Ela não gostava da casa em que vivía¬mos, então comprei-lhe outra casa. Não gostava de seu carro, então comprei-lhe outro carro. Não gostava do tapete, tirei aquele e mandei colocar outro. Se não a amasse, ter-lhe-ia dado cinco filhos? "
A coisa mais espantosa a respeito do caso todo foi que sua esposa havia ido embora com um marinheiro que ganhava 1.700 cruzeiros por mês, e que se parecia com seu marido o bastante para ser seu irmão gêmeo. Em desespero, ele me disse: "O que poderia lhe dar aquele pobre marinheiro, que possivelmente eu já não lhe tivesse dado? " A minha resposta foi: "Somente uma coisa - amor".
Sendo um brilhante cientista, como aquele homem era ignorante! O problema deles poderia ter sido resolvido se ele se dispusesse a dar de si mesmo e a fizesse saber que a amava e a aprovava. Ele não parecia compreender que enquanto "eu te amo" soava-lhe infantil, para ela era significativo. Nem entendia que se não tivesse sido tão egoísta, estaria mais do que disposto a expressar com palavras o que ela queria ouvir. Quanto mais o seu côn¬juge o ama, mais ele aprecia que você expresse o seu amor. Diga-o de maneira expressiva e com freqüência.

Oração
Já discuti sobre a oração, dentro do tema de Ajusta¬mento Espiritual, por isso não me alongarei em conside¬rações aqui. Contudo, as chaves para um casamento feliz não estariam completas se eu não tivesse incluído a oração. Orar ao Pai é o melhor meio de comunicação entre duas pessoas. Muitos casamentos têm sido com¬pletamente transformados por iniciarem a prática regular da oração. Um método que eu recomendo de coração é a oração conversacional. Conheci esse método num artigo sobre a vida devota do Dr. e Sra. Ralph Byron. O Dr. Byron é cirurgião-chefe do Hospital do Câncer, Cidade da Esperança, em Los Angeles, Califórnia. Minha esposa e eu adotamos esse método com uma pequena modificação, e achamos que tem sido uma grande bênção. O método consiste em cada noite uma pessoa dirigir a oração, orando sobre um assunto de cada vez. Então, o outro cônjuge ora pelo mesmo assunto. Em se¬guida, o primeiro ora pelo próximo assunto, em seu coração, e seu cônjuge novamente ora pela mesma coisa. Isso se prolongará até que tenham orado aproximada¬mente sobre cinco a dez coisas. Na noite seguinte será a vez do outro cônjuge iniciar as orações, e, assim, por orarem especificamente por aquilo que está no coração da outra pessoa, não demorará muito até que ambos estejam preocupados com a mesma coisa. Minha esposa e eu descobrimos que, após umas poucas semanas, não podíamos sequer lembrar quem sentira a preocupação primeiro, mas nos identificamos mutuamente em nossas preocupações. Outra bênção que descobrimos foi que, ao orar, estávamos nos lembrando de compartilhar coisas que havíamos esquecido de compartilhar, devido às ati¬vidades intensas da vida. Além disso, essa participação amplia o vínculo comum que existe entre marido e mulher.
Tendo chegado a um impasse com dois dos casais que eu estava aconselhando, decidi pedir-lhes para tentarem esse método de oração. Um casal iniciou naquela mesma noite, e, dentro de uma semana, avisaram que não preci¬savam mais vir para a consulta, porque "o Senhor resol¬veu nossas dificuldades". O outro casal recusou a parti¬cipar desse relacionamento pela oração, e, após muitos meses, era bastante notório que continuavam vivendo numa "trégua armada".
Alguém disse: "Você não pode se indispor com a mulher com quem ora todos os dias". Alguma coisa sucede quando, humildemente, nos ajoelhamos juntos; isso é emocionalmente benéfico para ambos. A maioria dos casais reconhece que se erguem da oração mais genuinamente entrelaçados do que antes dela. Experi¬mente, e veja.
Quem deve iniciar a oração? Geralmente o marido, que é o cabeça do lar; mas, se ele não o fizer, a esposa pode fazê-lo. O tempo dispendido em orar juntos pode muito bem ser o momento mais precioso de suas vidas.
Não esperem até que as complexidades da vida os levem a se ajoelhar. Se esperarem até que alguma dificuldade apareça para orarem juntos, descobrirão que quando mais necessitam de Deus, menos O conhecem. Aprendam a conhecê-Lo juntos, em oração, agora, de tal maneira que, quando a pressão da vida aumentar, vocês possam orar a alguém que já conhecem tão bem quanto a um amigo íntimo.

Cristo
Duas coisas iguais a uma terceira são iguais entre si -é um princípio geométrico bem conhecido. Se duas pessoas estão bem relacionadas de modo pessoal com Jesus Cristo, estarão mais bem relacionadas uma com a outra. Jesus Cristo quer ser o seu SENHOR e SAL¬VADOR como indivíduo. Além disso, Ele deseja ser o SENHOR do seu casamento. Se ele o for, o lar que você está construindo experimentará paz e bênção per¬manentes. Se Ele não for o cabeça espiritual de seu lar, você nunca experimentará todas as bênçãos que Deus tem para o seu casamento. Jesus disse: "Sem mim nada podeis fazer" (João 15:5).
Se você nunca recebeu a Jesus Cristo, gostaria de sugerir que agora mesmo curve sua cabeça e O convide a entrar em sua vida. Ele disse: "Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa e com ele cearei, e ele comigo" (Apocalipse 3:20). Se você deseja que Ele entre em sua vida, tudo o que precisa fazer é pedir-lhe que o faça. Uma vez dentro, ele, através de Seu Espírito, o guiará em todas as áreas da vida e "suprirá toda a sua neces¬sidade".
A prova de todo comportamento conjugal em relação a Cristo deve ser: "Está isso sendo feito com a Sua apro¬vação? " A Bíblia ensina: "E tudo quanto fizerdes por palavras ou por obras, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai" (Colossenses 3:17). Jesus Cristo está interessado em todas as áreas de sua vida: física, emocional, financeira e espiritual.
Viver de acordo com Sua vontade, como nos é revelado em Sua Palavra, é a coisa mais importante que você pode fazer para assegurar um casamento feliz. Você poderá então dizer:

Cristo é o cabeça desta casa,
Hóspede invisível em todas as refeições,
Ouvinte silente de todas as conversas.
Sem dúvida, Cristo é a maior chave para a felicidade conjugal.

Se você pedir a Deus para ajudá-lo a usar essas chaves, em sua vida e no seu casamento, seu lar será cada vez mais abençoado e feliz.

























APÊNDICE A

A PESSOA CHEIA DO ESPÍRITO
A coisa mais importante na vida de qualquer cristão é ser cheio do Espírito Santo.1 O Senhor Jesus disse: "Sem mim nada podeis fazer". Cristo habita nos crentes, na pessoa do seu Espírito Santo. Por conseguinte, se estamos cheios do Espírito Santo, ele produz fruto através de nós. Se não estamos cheios do Espírito, então somos estéreis.
É quase impossível exagerar nossa dependência do Espírito Santo. Dependemos dele para convencer-nos do pecado, antes e depois da nossa salvação, para nos dar compreensão do evangelho, para produzir em nós o novo nascimento, para nos dar poder de testemunhar, para nos guiar em nossa vida de oração — enfim, para tudo. Não é de admirar que os espíritos maus procurem simular a obra do Espírito Santo e lançar confusão acerca dela.
Talvez não haja um assunto na Bíblia sobre o qual exista maior confusão, hoje em dia, do que o da pleni¬tude do Espírito Santo. Satanás põe dois obstáculos diante dos homens: (1) procura impedir que eles recebam a Cristo como Salvador, e (2) se ele não consegue isso, procura então impedir que os homens entendam a impor¬tância do Espírito Santo e da sua obra. Depois que o homem se converte, Satanás parece tomar dois cami¬nhos diversos. Procura levar os homens a associar a plenitude do Espírito Santo com os excessos emocionais, ou, indo para o outro extremo, ignorar inteiramente o Espírito Santo.
Uma das impressões falsas das pessoas, e sem base na Palavra de Deus, é de que a experiência da plenitude do Espírito Santo vem acompanhada de determinadas "sensações". Antes de estudarmos como ser cheios do Espírito Santo, busquemos o que a Palavra de Deus en¬sina sobre o que devemos esperar, ao ser cheios do Espírito Santo.

Que Esperar ao ser Cheios do Espírito
1. As nove características do temperamento da pessoa cheia do Espírito, encontradas em Gaiatas 5:22,23 são amor, alegria, paz, longanimidade. (paciência), benignidade, bondade, fidelidade, man¬sidão, domínio próprio.
Qualquer indivíduo cheio do Espírito irá manifestar essas características! Não tem que tentar ou representar um papel; ele simplesmente será assim, quando o Espí¬rito controlar sua natureza.
Muitos dos que declaram ter tido o "enchimento", ou, como alguns o chamam, a "unção", nada sabem de amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, mansidão, fidelidade ou domínio próprio. No entanto, isso é a marca dominante da pessoa cheia do Espírito.
2. Um coração alegre e agradecido, e um espírito submisso (Efésios 5:18-21).
Quando o Espírito Santo enche a vida de um crente, a Bíblia nos diz que Ele produzirá um coração feliz e grato, além de um espírito submisso.
"E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito, falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor, com hinos e cânticos • espi¬rituais, dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo".
Um coração alegre, grato e submisso, independente das circunstâncias, é tão fora do comum que só pode existir em nós através da plenitude do Espírito Santo. O Espírito de Deus pode mudar o coração triste ou queixoso em um coração cheio de louvor e gratidão. Ele também pode resolver o problema da rebelião na¬tural do homem, aumentando a sua fé ao ponto de, real¬mente, crer que a melhor maneira de viver é em sub¬missão à vontade de Deus.
Os mesmos três resultados da vida cheia do Espírito são também os da vida cheia da Palavra, conforme se lê em Colossenses 3:16-18:
"Habite ricamente em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos e hinos e cânticos espirituais, com gratidão, em vossos corações. E tudo o que fizerdes, seja em palavra seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai. Esposas, sede sub¬missas aos próprios maridos, como convém no Senhor". Não é por acidente que os resultados da vida plena do Espírito (Efésios 5:18-21) e os da vida cheia da Pa¬lavra são idênticos. O Senhor Jesus disse que o Espírito Santo é o "Espírito da verdade", e também disse que "a tua Palavra é a verdade". É fácil entender porque a vida cheia da Palavra produz os mesmos resultados que a vida cheia do Espírito, porque o Espírito Santo é o autor da Palavra de Deus. Isso evidencia o erro da¬queles que procuram receber o Espírito Santo através de uma experiência única, em vez de uma relação ín¬tima com Deus, que Jesus descreveu como "permanecerdes em mim". Essa relação é possível na vida do crente na medida em que Deus comunga com ele e enche sua vida através da "Palavra da verdade", e na medida em que ele comunga com Deus em oração, guiado pelo "Espírito da verdade".
3. O Espírito nos dá poder para testemunhar (Atos 1:8). "Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra".
O Senhor Jesus disse aos seus discípulos: "Convém--vos que eu vá, porque se eu não for, o Consolador (Espírito Santo) não virá para vós outros" (João 16:7). Isso explica por qual razão a última coisa que Jesus fez antes de ascender aos céus foi dizer aos discípulos: "Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas. .."
Ainda que os discípulos tenham passado três anos com Jesus, pessoalmente, tenham ouvido Suas mensa¬gens por muitas vezes, e tenham sido as testemunhas mais bem treinadas que ele teve, mesmo assim ele "de¬terminou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas esperassem a promessa do Pai" (Atos 1:4). Todo o trei¬namento que receberam evidentemente não podia dar fruto de si mesmo, sem o poder do Espírito Santo. Foi quando o Espírito Santo veio no dia de Pentecoste que eles testemunharam no poder do Espírito, e três mil pessoas foram salvas.
Nós também podemos contar com poder para teste¬munhar quando formos cheios do Espírito Santo. Que bom se houvesse tanto desejo, da parte do povo de Deus, de receber poder para testemunhar no Espírito como há o desejo de ter alguma experiência extática ou emo¬cional com o Espírito Santo!
O poder para testemunhar no Espírito Santo não pode sempre ser discernido, mas precisa ser aceito pela fé. Quando tivermos satisfeito às condições para a plenitude do Espírito Santo, devemos ter o cuidado de crer que testemunhamos no poder do Espírito, quer vejamos resultados quer não. Porque o Espírito Santo demonstrou sua presença no dia de Pentecoste, de modo tão dramático, e porque, ocasionalmente, vemos a evi¬dência do Espírito Santo em nossa vida, chegamos à conclusão de que ela deve ser sempre evidente; mas isso não é verdade. É possível testemunhar no poder do Espírito Santo e ainda assim não ver uma pessoa chegar ao conhecimento salvador de Cristo. Porque, no plano soberano de Deus, ele escolheu nunca violar o di¬reito de livre escolha do homem. Portanto, uma pessoa pode receber o testemunho do evangelho no poder do Espírito Santo, e ainda assim rejeitar ao Salvador. A tes¬temunha poderá então ficar com a idéia errônea de não ter tido poder, simplesmente porque não foi bem suce¬dida. Não podemos sempre igualar o êxito em teste¬munhar com o poder de testemunhar!
Recentemente, tive o privilégio de testemunhar a um homem de 80 anos. Devido à sua idade e a certo proble¬ma, fiz um esforço especial de satisfazer as condições para ser cheio do Espírito Santo, antes de ir à sua casa. Ele prestou muita atenção quando lhe apresentei o evan¬gelho através das Quatro Leis Espirituais. Quando ter¬minei, perguntei se ele gostaria de receber a Cristo na¬quele momento; mas ele disse: "Não, ainda não estou pronto". Fui embora, perplexo ante o fato de um homem de 80 anos poder dizer que "ainda não estava pronto", e concluí que não havia testemunhado no poder do Espírito Santo.
Pouco tempo depois voltei a visitar o homem, e des¬cobri que ele já havia completado 81 anos. Comecei novamente a apresentar o evangelho, mas ele me infor¬mou que já havia recebido a Cristo. Estudara novamente as Quatro Leis Espirituais, que eu havia escrito numa folha de papel e, sozinho, em seu quarto, ele se prostrou de joelhos e aceitou a Cristo Jesus como Salvador e Senhor. Mais tarde, fiquei pensando quantas outras vezes, em minha vida, eu havia concluído erradamente que o Espírito Santo não me enchera com seu poder para testemunhar, só porque alguém não fizera reação imediata ao evangelho.
Sem dúvida, o crente, quando cheio do Espírito Santo, dará fruto. Porque se você examinar o que Jesus queria dizer por "permanecer em mim" (ver João 15), e o que a Bíblia ensina com relação "a ser cheio do Espí¬rito", você verificará que se trata de uma única e a mesma experiência. Jesus disse: "Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto. . ." Por conse¬guinte, concluímos que aquele que permanece nele, ou o que está cheio do Espírito, produzirá fruto. Mas é um erro esperar que cada ocasião em que testemunhamos revele se estamos ou não revestidos de poder para teste¬munhar. Em vez disso, devemos estar dentro das con¬dições para a plenitude do Espírito e crer que estamos cheios do Espírito, sem nos basearmos em resultados ou naquilo que vemos ou sentimos, e, sim, na fé.
4. O Espírito Santo glorificará a Jesus Cristo (João 16:13,14).
"Quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará as coisas que hão de vir. Ele me glorificará porque há de receber do que é meu, e vo-lo há de anunciar".
Um princípio fundamental deve ser sempre lembrado em relação à atuação do Espírito Santo: ele não se glorifica a si mesmo, e, sim, ao Senhor Jesus Cristo. Sempre que alguém outro, que não o Senhor Jesus, recebe a glória, você pode ter certeza de que o que foi feito não foi feito no poder do Espírito Santo ou sob a sua orientação, porque o seu trabalho explícito é glorificar a Jesus. Qualquer obra que pretenda ser do Espírito Santo de Deus deve ser sempre submetida a essa prova.
F. B. Meyer conta a história de certa missionária que o procurou, após uma conferência bíblica em que ele acabara de falar sobre como ser cheio do Espírito Santo. Ela confessou que nunca havia sido conscientemente cheia do Espírito Santo, e que ia para a capela a fim de gastar o dia num exame íntimo, para ver se podia receber de sua plenitude.
Naquela noite ela voltou, quando Meyer se preparava para deixar o auditório. Ele perguntou: "Que lhe acon¬teceu, irmã? " E ela replicou: "Não sei lhe dizer bem". Ele perguntou-lhe então o que havia feito, e ela contou como gastara o dia lendo a Palavra, orando, confessando seus pecados e pedindo a plenitude do Espírito Santo. Mas ela acrescentou: "Não me sinto cheia do Espírito Santo". Meyer lhe perguntou: "Diga-me, irmã, como vai seu relacionamento com o Senhor Jesus? " A face dela brilhou, e, com um sorriso, disse: "Oh, Dr. Meyer, nunca em minha vida tive uma experiência mais abençoada de comunhão com o Senhor Jesus!" Ao que ele respondeu: "Minha irmã, isso é o Espírito Santo!" 0 Espírito Santo sempre fará o crente mais cônscio do Senhor Jesus do que de si mesmo.
Agora, em resumo, recordemos o que podemos es¬perar quando somos cheios do Espírito Santo. De modo muito simples, são as nove características do Espírito, um coração alegre e agradecido, que nos dão uma ati¬tude submissa e o poder para testemunhar. Essas caracte¬rísticas glorifícarão ao Senhor Jesus Cristo. Que pensar dos "sentimentos" ou "experiências extáticas"? A Bíblia não nos diz que devemos esperar essas coisas quando somos cheios do Espírito Santo; por conseguinte, não devemos esperar aquilo que a Bíblia não promete.

Como ser Cheio do Espírito Santo
A plenitude do Espírito Santo não é equipamento facultativo na vida do crente, mas uma ordem de Deus! Efésios 5:18 nos diz: "E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito". Essa declaração está no modo imperativo; por isso devemos aceitá-la como um mandamento.
Deus nunca nos torna impossível o cumprimento dos seus mandamentos. Portanto, evidentemente, se ele nos manda ser cheios do Espírito — e ele manda —, então deve ser possível para nós ser cheios do seu Espírito. Gostaria de apresentar cinco passos simples para sermos cheios do Espírito:
1. Exame próprio (Atos 20:28 e I Coríntios 11:28)
O crente interessado em ser cheio do Espírito Santo precisa ter o cuidado de "examinar-se" regularmente. Precisa examinar-se, não para ver se está à altura do padrão de outras pessoas, ou das tradições e exigências da sua igreja, mas dos resultados anteriormente mencio¬nados de uma vida cheia do Espírito Santo. Se ele descobre que não está glorificando a Cristo, e ele não tem poder para testemunhar, ou se lhe falta um espírito alegre e submisso, ou lhe faltam as nove caracte¬rísticas do temperamento controlado pelo Espírito, então seu exame próprio revelará as áreas em que ele é deficiente e descobrirá o pecado que as está causando.
2. Confissão de todo pecado conhecido (I João 1:9) "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça".
A Bíblia não faz avaliação de um pecado ou outro, mas parece julgar a todos igualmente. Depois de nos exa¬minarmos à luz da Palavra de Deus, devemos confessar todo pecado trazido à nossa mente pelo Espírito Santo, incluindo aquelas características da vida cheia do Espí¬rito que nos faltam. Enquanto não começarmos a chamar de pecado à nossa falta de compaixão, à nossa falta de domínio próprio, à nossa falta de humildade, à nossa ira, à nossa amargura e à nossa incredulidade, nunca teremos a plenitude do Espírito Santo. Entretanto, no momento em que reconhecermos essas deficiências como pecado, e as confessarmos a Deus, ele nos purificará de toda injustiça. Enquanto não fizermos isso, não podemos ter a plenitude do Espírito Santo, porque ele só enche vasos limpos (ver II Timóteo 2:21).
3. Submissão completa a Deus (Romanos 6:11-13) "Assim também vós considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus. Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões, nem ofereçais cada um os membros do seu corpo ao pecado como instrumentos de iniqüidade; mas oferecei-vos a Deus como ressurretos dentre os mortos, e os vossos membros a Deus como ins¬trumentos de justiça".
Para ser cheia do Espírito Santo, a pessoa precisa colocar-se completamente à disposição de Deus, para fazer qualquer coisa que o Espírito Santo o oriente a fazer. Se houver algo em sua vida que você não está disposto a fazer ou ser, então estará resistindo a Deus, e isso sempre limita o Espírito de Deus! Não cometa o erro de ter receio de se entregar a Deus! Romanos 8:32 nos diz: "Aquele que não poupou a seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura não nos dará graciosamente com ele todas as coisas? " Este versículo deixa claro que se Deus nos amou ao ponto de dar seu Filho para morrer por nós, certamente está interessado somente em nosso bem; por conseguinte, podemos confiar-lhe a nossa vida. Você nunca encon¬trará um crente infeliz no centro da vontade de Deus, porque Deus sempre dá, com a Sua direção, o desejo de fazer a vontade dele.
A resistência ao Senhor, por meio de nossa rebelião, não poderá deixar de impedir a plenitude do Espírito. O povo de Israel limitou ao Senhor, não só por sua incredulidade, mas, como nos diz o Salmo 78:8, por se haverem tornado, "como seus pais, geração obstinada e rebelde, geração de coração inconstante, e cujo espírito não foi fiel a Deus". Toda a resistência à vontade de Deus nos impedirá de ser cheios do Espírito Santo. Para sermos cheios do Espírito, precisamos submeter-nos ao Espírito, do mesmo modo que o homem se entrega à bebida para ficar cheio dela.
Efésios 5:18 diz: "Não vos embriagueis com vinho.. . mas enchei-vos do Espírito". Quando um homem está embriagado, está dominado pelo álcool; vive e age, e é dominado por sua influência. Do mesmo modo se dá com a plenitude do Espírito Santo, em que as ações do homem precisam ser dominadas e ditadas pelo Espírito Santo. Para os crentes consagrados, isto é muitas vezes a coisa mais difícil de fazer, porque sempre podemos achar algum propósito elevado para a nossa vida, sem compreendermos que, muitas vezes, estamos cheios de nós mesmos, ao invés de estarmos cheios do Espírito Santo, ao procurarmos servir ao Senhor.
Num acampamento de jovens, ouvimos um teste¬munho emocionante de um estudante para o ministério que declarou estar compreendendo, pela primeira vez, o que significava ser cheio do Espírito Santo. Tanto quanto soubesse, não tinha sido culpado dos pecados comuns a um crente carnal. Na realidade, só tinha uma área de resistência em sua vida. Gostava de pregar, e tinha muito desejo de ser pastor ou evangelista, porém, não queria que o Senhor fizesse dele um missionário. Du¬rante a semana, o Espírito Santo falou ao jovem exata¬mente sobre ser missionário, e, quando ele entregou tudo ao Senhor e disse: "Sim, irei aos confins da terra", pela primeira vez experimentou o verdadeiro enchimento do Espírito. Então acrescentou: "Não creio que o Senhor queira fazer de mim um missionário, afinal de contas; ele só queria que eu me dispusesse a sê-lo".
Ao entregar sua vida a Deus, não o faça com quaisquer reservas ou condições. Ele é um Deus de tanto amor que você pode entregar-se a ele com segurança, sabendo que o plano que ele tem para a sua vida é muito melhor do que o seu. E, lembre-se, a atitude de submissão é absolutamente necessária para alguém ser cheio do Espírito de Deus. Sua vontade é a vontade da carne, e a Bíblia diz que "a carne para nada aproveita".
A submissão às vezes é difícil de se determinar se já resolvemos as cinco grandes perguntas da vida: (1) Que escola vou freqüentar? (2) Que vocação vou seguir? (3) Com quem me vou casar? (4) Onde vou viver? (5) Que igreja vou freqüentar? O crente cheio do Espí¬rito será sensível à sua orientação, tanto nas pequenas quanto nas grandes decisões. Mas a minha observação é que muitos crentes que fizeram decisões acertadas nas cinco grandes perguntas da vida ainda não estão cheios do Espírito.
Alguém lembrou que ser submisso ao Espírito é estar à disposição do Espírito. Pedro e João, em Atos 3, nos oferecem um bom exemplo disso. Iam ao templo orar quando viram o coxo pedindo esmolas. Porquanto eram sensíveis ao Espírito Santo, curaram-no "em nome de Jesus Cristo, o Nazareno". O homem começou a saltar e a louvar a Deus, e uma multidão se ajuntou. Pedro, ainda sensível ao Espírito Santo, começou a pregar, e "muitos dos que ouviram a palavra a aceitaram, subindo o número de homens a quase cinco mil" (Atos 4:4).
Receio que muitas vezes estejamos tão envolvidos em alguma boa atividade cristã ao ponto de não estarmos "disponíveis" quando o Espírito Santo nos guia. Em minha própria vida, tenho verificado que quando alguém me pede para praticar uma boa ação, e dou uma resposta negativa, é a carne agindo, e não o Espírito. Muitos crentes têm dito "não" ao Espírito Santo, quando lhes é oferecida a oportunidade de ensinar na Escola Domi¬nical. Poderá ter sido o superintendente da Escola quem o convidou, mas ele também estava buscando a orien¬tação do Espírito. Muito crente diz: "Eis-me aqui, Senhor, usa-me!", mas, quando é convocado para visitar ou testemunhar, está muito ocupado em outras ativi¬dades, que interferem em sua decisão. Qual é o pro¬blema? Simplesmente não está disponível. Quando um crente se submete a Deus, "como ressurreto dentre os mortos", toma tempo para fazer o que o Espírito o dirige a fazer.
4. Peça para ser cheio do Espírito Santo (Lucas 11:13) "Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dá¬divas aos vossos filhos, quanto mais o Pai celestial dará o Espírito Santo àqueles que lho pedirem? "
Quando o crente se examinou a si mesmo, confessou todo o pecado conhecido e se submeteu sem reservas a Deus, está pronto, então, para fazer aquilo que precisa fazer para receber o Espírito de Deus. Simplesmente tem de pedir para ser cheio do Espírito. Qualquer sugestão para os crentes de hoje, no sentido de esperar ou tra¬balhar ou sofrer, é sugestão humana. Só os discípulos receberam ordem de esperar, e isso porque o dia de Pentecoste não havia chegado ainda. Desde aquele dia, os filhos de Deus só têm de pedir para ser cheios, e terão essa experiência.
O Senhor Jesus compara isso com a maneira de tratar nossos filhos. Sem dúvida que um bom pai não faria os seus filhos implorarem por alguma coisa que or¬denou que tivessem. Quanto mais Deus, não nos fará rogar para sermos cheios do Espírito Santo, o que ele ordenou para nós. É tão simples assim! Mas, não se esqueça do quinto passo.
5. Creia que você está cheio do Espírito Santo! E agradeça-lhe por essa plenitude.
"Mas aquele que tem dúvidas, é condenado, se comer, porque o que faz não provém de fé; e tudo que não provém de fé é pecado" (Romanos 14:23).

"Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco" (I Tessalonicenses 5:18).

Para muitos crentes, a batalha é ganha ou perdida aqui mesmo. Depois de se examinarem a si mesmos, confessarem todo o pecado conhecido, submeterem-se a Deus e pedirem que os encha, enfrentam este dilema: ou crer que estão cheios, ou se retirar sem crer; e, nesse caso, terão pecado, porque "tudo que não provém de fé é pecado".
O mesmo crente, que ao fazer trabalho pessoal diz ao novo convertido que deve confiar na promessa de Deus quanto à sua salvação, encontra dificuldades em aceitar seu próprio conselho quanto a ser cheio do Espírito Santo. Ele dirá ao novo crente em Cristo, ao qual ainda falta a segurança na salvação, que ele pode saber que Cristo está em sua vida, porque ele prometeu entrar se fosse convidado, e "Deus sempre cumpre Sua Palavra". Quem dera que esse mesmo sincero obreiro cristão cresse em Deus, quando este diz: "Quanto mais o Pai celestial dará o Espírito Santo àqueles que lho pe¬direm? " Se você já cumpriu os quatro primeiros passos, então agradeça a Deus por enchê-lo pela fé. Não espere por certas emoções, não espere por sinais físicos, mas firme a sua fé na Palavra de Deus, que não depende de emoções. O sentimento de certeza, quanto à pleni¬tude do Espírito muitas vezes se segue à nossa aceitação daquilo que Deus diz e à nossa confiança de que Ele nos encheu, mas essas coisas nem trazem a plenitude e nem determinam se estamos cheios ou não. Crer que estamos cheios do Espírito consiste simplesmente de aceitar a Palavra de Deus, a qual nunca falha. (Mateus 24:35).



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¹ Este apêndice é um capítulo do livro de Tim La Haye, Spirit Controlled Temperament (Tempera¬mento Controlado pelo Espírito).




















APÊNDICE B

DO MEU ARQUIVO DE CONSULTAS
Uma das maiores recompensas para um ministro é ver o poder de Jesus Cristo tornar feliz um casamento arruinado. 0 pastor vê essa transformação mais vivida-mente no aconselhamento do que em qualquer outra atividade. Todo ministro tem sua própria filosofia de aconselhamento, e nenhum método é infalível. As his¬tórias que se seguem são reais, apesar dos nomes e de¬talhes reveladores terem sido modificados para evitar trair confidencias. Quero partilhar alguns dos meus prin¬cípios de aconselhamento e dar alguns exemplos de sucessos e fracassos, porque estou convencido de que uma história real, que envolve seres humanos, de algum modo é paralela a situações e experiências de outros. Estes episódios ajudarão a ilustrar os princípios discu¬tidos neste livro.
O aconselhamento pastoral, para mim, é uma emocio¬nante oportunidade para assistir as pessoas na aplicação dos princípios da Bíblia. Alguns podem aceitar os prin¬cípios tais como são proclamados na igreja e fazer sua própria aplicação. Outros, devido a certos fatores, como antecedentes, temperamento e outros mais, precisam de ajuda pessoal para fazer essas aplicações. Quando alguém vai ao médico ou ao dentista, está buscando basicamente duas coisas: diagnóstico para a causa do seu problema e prescrição para a cura. Vejo o trabalho do conselheiro de forma muito semelhante ao do médico. Os que pro¬curam o pastor querem que ele diagnostique seu pro¬blema e acham que ele pode fazê-lo mais objetivamente devido ao seu treinamento e experiência, e também porque não está emocionalmente envolvido. Quando as pessoas procuram um ministro para aconselhamento, geralmente esperam que ele lhes dê um remédio baseado na Palavra de Deus. O segredo dessa terapia realmente depende do paciente. Se ele toma seu remédio - ou, na situação de aconselhamento, se ele aceita os princípios de Deus, e assim introduz o poder de Deus em sua vida e em seu casamento — então pode esperar a cura. Por essa razão, nem todo aconselhamento é coroado de êxito. Às vezes as pessoas se recusam a aceitar os prin¬cípios de Deus e a incorporá-los em sua vida. Outras vezes, elas concordam em que os princípios estão certos mas são por tal modo obstinadas que se recusam a trocar seus hábitos e modo de viver pelos caminhos de Deus. Um médico não pode fazer muito por um paciente obeso que se recuse a modificar seus hábitos alimentares. Tampouco um conselheiro pode fazer muito por uma pessoa que seja egoísta, dominadora, teimosa ou devassa, a menos que esteja pronta, a encarar seus defeitos à luz da Palavra de Deus, e então, pedir a Deus força para modificar seus hábitos e modo de viver.

Vinte-e-cinco anos de Protelação
Certa noite, depois do culto, um homem de meia--idade pediu para me ver. "Eu preciso de Deus", disse ele. Mais tarde, disse-me que seu pai, um ministro, por muitas vezes o convidou a receber a Cristo, mas ele se recusou. Agora, depois de vinte e cinco anos de ca¬sado, percebeu que havia sido egoísta, ferino e cruel para com a esposa — havia destruído seu casamento. A esposa acabara de lhe dizer que não o amava mais e que estava obtendo o divórcio; por isso, ele sentiu que precisava voltar para Deus. Ele conhecia bem o evan¬gelho. Recebeu a Cristo, confessando seus pecados e convidando a Jesus Cristo para entrar em sua vida como Salvador e Senhor. Apresentei-lhe alguns versículos da Bíblia, que lhe deram a segurança de sua salvação e algumas sugestões sobre como ler a Bíblia e orar. Quando já estava saindo, ele perguntou: "O senhor poderia aconselhar minha esposa?" "Naturalmente", respondi.
Quando a esposa entrou em meu consultório, poucos dias depois, eu ainda não estava bem preparado para a visita dela. Ela era a elegante proprietária de um salão de beleza, demonstrando ser de um profundo dina¬mismo. "Tudo acabou para mim", disse ela. "Ele ofendeu-me, bateu em mim, humilhou-me, criticou-me, repreendeu-me e arrazou-me com palavras, de modo que não tenho nada a não ser rancor contra ele em meu coração. Quanto mais cedo ele se for da minha vida, melhor". Ela estivera planejando e economizando por anos a fio, de modo que quando sua filha completasse a faculdade, ela seria financeiramente independente. Havia alcançado o objetivo de ser "livre" para fazer o que quisesse. Recusou-se a falar de coisas espirituais porque, disse ela: "Se aceitar a Cristo, terei que ficar com ele o resto de minha vida, e eu preferiria antes o in¬ferno. Em primeiro lugar, nunca deveria ter-me casado com ele!"
Percebi que aquela mulher de temperamento colérico havia sido infeliz por muitos anos. Ainda que ela não soubesse, dias piores a esperavam, se persistisse em sua obstinação hostil. Seu marido melancólico foi um desa¬pontamento na primeira semana de casados. Apesar de amá-la, continuamente achava faltas nela, porque não preenchia seu padrão de perfeição. Ela ficava irritada com as críticas que ele lhe fazia, porque era melancólico e indeciso, e levava um tempo enorme para realizar alguma coisa. Por ser mais rápida em falar, ela o agredia com palavras, até que ele se sentisse frustrado e a ata¬casse.
Agora ele vem regularmente à igreja e está crescendo espiritualmente com muita rapidez. Mas, todas as vezes que o vejo, não posso deixar de pensar: "Se ele tivesse recebido a Cristo quando jovem, teria sido menos egoísta e crítico e não teria de estar sofrendo desse modo. Ao contrário, teria sido mais amoroso e bom para com a esposa, e seu lar não teria sido destruído". Tantos casais não estão apercebidos de que palavras cruéis e duras, como profundas feridas, deixam cicatrizes permanentes.
O último capítulo desta história ainda não foi escrito. Conforme eu disse à esposa, no fim da última entrevista: "O Senhor estará por perto para ajudá-la a juntar os pe¬daços de sua vida, se quiser voltar-se para ele". Talvez ela se arrependa de sua teimosia e dê a Deus uma opor¬tunidade de mudá-la, como está mudando seu marido. Seria emocionante se eles pudessem viver os próximos vinte e cinco anos em felicidade conjugal.
Nem todas essas consultas terminam em divórcio per¬manente. Três anos atrás, orientei uma mulher colérica e um homem melancólico, casal quase idêntico ao que mencionei há pouco, exceto pelo fato de terem estado casados somente por dez anos. Após haver tentado ser uma garçonete e fazer o que queria com sua vida, final¬mente encarou o fato que, aos trinta e quatro anos de vida, era uma mulher muito infeliz. Seu marido melan¬cólico havia crescido tanto espiritualmente que ela não podia deixar de ver a mudança que ocorria nele. Quando ele veio visitar os filhos, ela notou uma nova atenção e compreensão que ela não conhecera antes.
Agora ele era mais paciente, compreensivo e aten¬cioso. De fato, ele tem um novo ar de confiança que lhe permite tomar decisões com mais facilidade e ser flexível sob pressão. Finalmente, ela compreendeu que Jesus Cristo havia corrigido tanto as fraquezas do marido, que pediu reconciliação. Somente Jesus Cristo poderia dar a um homem — particularmente a alguém com tempe¬ramento melancólico - a graça de perdoar e esquecer aqueles três anos de pecado.

Letargia Espiritual
Uma outra esposa de temperamento colérico veio me ver um dia, e, em lágrimas, contou que ela e o marido estavam se afastando aos poucos um do outro. Ela amava ao marido, e sentia que ele a amava, mas disse: "Mais seis meses como estes e acabaremos nos odiando". Seu marido, talentoso mas fácil de ser levado, trabalhava com o pai. Ela e o pai dele entravam em conflito acerca da maneira pela qual ele dirigia os negócios. Ela me disse: "Se ele continuar a agir dessa forma, logo esta¬remos em bancarrota".
Todas as pessoas envolvidas eram crentes professos. À medida em que conversávamos, ela admitiu a sua letargia espiritual e a terrível raiva e hostilidade que permitiu dominassem sua vida. Do ponto de vista dela, havia uma justificativa humana para estar nervosa. E, já que deixava as coisas cozinharem e fermentarem em sua mente, uma comunicação pacífica era impossível; em vez disso, ela levava as coisas a tal ponto que explodia de raiva, proferindo palavras sarcásticas que causavam má¬goas desnecessárias nos outros. Na verdade, desejava não tê-las dito, e gostaria de pegá-las de volta. Lemos Efésios 4:30-32 e conversamos a respeito. Finalmente, ela percebeu que toda raiva e ódio são pecados. Com isso ela deu o primeiro grande passo. Compreendeu que seu dever era seguir o exemplo de Cristo e seguir suas ins¬truções sobre como ser esposa e mãe — e não tentar dirigir os negócios do marido.
"Porém, não há nada que eu possa fazer sobre os princípios pagãos que meu sogro está trazendo para nossa firma? Estou certa de que se ele mantiver esse sistema, destruirá o negócio! Tenho que me sentar e ficar sem fazer nada? " foram suas perguntas honestas. "Sim", respondi, "há diversas coisas que você pode fazer. Acerte a vida com Deus, procure andar com Ele e entregue-lhe os negócios. Quando o Espírito Santo a guiar, você poderá 'falar a verdade em amor' a seu marido. Mas sem raiva! Lembre-se, ele está na encruzilhada entre a leal¬dade emocional para com seus pais e sua esposa. O seu casamento é bem mais importante do que os negócios. Seu dever é ser uma boa esposa, e o trabalho de Deus é cuidar dos negócios. Concentre-se em ser uma esposa amorosa e atenciosa - e deixe que Deus dirija os negócios". Depois, mostrei-lhe como o Espírito Santo poderia vencer suas fraquezas, e ela se foi para casa.
Logo o marido percebeu que ela havia mudado. Na medida em que ela se descontraía e deixava de pressio¬ná-lo, ele perdia seus ressentimentos para com ela, e a chama daquele casamento se reacendeu. Uma vez que não ouvia a voz da esposa irritando-o, podia ouvir Deus falando com ele a respeito de sua indiferença espiritual. Ao passo que crescia espiritualmente, ficava alarmado em relação ao procedimento de seu pai nos negócios, e insistiu numa troca de plano de ação. Agora o negócio está prosperando, mas, bem mais importante, foi a mudança no relacionamento do casal, um com o outro, e com Deus. Recentemente eles encaminharam até mim uma vizinha que haviam ganho para Cristo. E quando perguntei da vizinha o que a havia levado a aceitar ao Salvador, ela respondeu: "Foi devido ao lar que eles possuem. Em toda a minha vida nunca vi nada como aquilo. Aquelas pessoas têm um amor um pelo outro como eu nunca vira antes".

Vitória sobre o Medo
O poder de Jesus Cristo para curar o medo é viva¬mente ilustrado na esposa de um neurologista de nossa cidade. Apesar de ser católica, veio ver-me, atendendo à recomendação de alguns vizinhos que são crentes fervo¬rosos. Seus receios, por toda a vida se haviam tornado uma fobia, após o suicídio do pai; e se iam tornando gradualmente piores. Ela experimentava longos períodos de depressão, caía em pânico por ficar sozinha, sentia uma estranha contração muscular quando estava no centro da cidade, cercada de gente estranha, e, conforme disse: "Adquiri fobia de elevadores". Seus receios le¬varam o marido a afastar-se dela. Finalmente, sua si¬tuação conjugal chegou a um ponto crítico, em que o marido médico perdeu a paciência com ela e lhe disse cheio de raiva: "Tenho que lidar com mulheres como você o dia todo. Não quero vir para casa e encontrar uma delas diariamente".
Apesar de terrivelmente insegura, ela amava multo ao marido. Só Deus sabe se ela teria mantido suas ameaças de auto-destruição, se ele a tivesse abandonado. Mas hoje está tão mudada que é muito pouco provável que queira fazer isso. Durante sua primeira entrevista comigo, convidou a Jesus Cristo para entrar em sua vida. Em entrevistas subseqüentes, mostrei-lhe algumas das causas de seus temores, e prescrevi o método de cura de Deus.
A princípio, foi-lhe difícil encarar face a face o fato de que sua depressão era causada por auto-piedade. Quando me contou sua história, não foi difícil ver que quando criança ressentiu-se das bebedeiras de seu pai e desenvolveu o hábito de sentir pena de si mesma, devido à vida infeliz que ela e a mãe tiveram. Mostrei-lhe que se encarasse a auto-piedade como um pecado, e o confessasse (I João 1.-9), e pedisse a Deus para lhe tirar o hábito de sentir pena de si mesma (I João 5:14,15), ele o faria. Então sugeri que esquecesse "das coisas que atrás ficam e avançasse para as que estão adiante. . ." Levou tempo; porém, gradualmente, ela aprendeu a dar graças (I Tessalonicenses 5:18), ao invés de queixar-se. A depressão logo começou a perder seu poder tirânico sobre ela. Há momentos em que ela se esquece, e retorna à sua antiga auto-piedade, e fica deprimida; mas isso sucede cada vez menos freqüentemente, e também não é mais tão grave como antes. Se ela continuar a crescer ne Senhor, sua cura será permanente.
O problema do medo era mais complexo. Parte disso era causado por sentimentos de culpa, por causa do que ela sentia em relação ao pai, antes dele morrer. Mas isso parecia ir-se dissolvendo, à medida em que ela ia desco¬brindo que podia perdoá-lo, conforme está revelado na Bíblia. Uma outra parte foi gradualmente removida, ao fazer ela um estudo bíblico sobre o medo e a paz. Na medida em que ela se compenetrava de que tinha a companhia constante daquele que é "amigo mais che¬gado que um irmão", que Jesus disse: "Não te deixarei nem te desampararei" e: "Eis que estou convosco todos os dias", seu sentimento de insegurança foi sendo trocado pela fé. Ela era feliz em ter uma amiga crente que a levava regularmente a um estudo bíblico para se¬nhoras. O estudo bíblico e o relacionamento cristão têm sido uma terapia excelente. Outra parte do medo desapareceu porque ela passou a encarar o fato de ser mulher muito egoísta. Basicamente, o medo é causado pelo egoísmo. Tão logo o Espírito Santo entrou em sua vida, começou a fazê-la interessar-se por outras pessoas. Quanto mais se perdia nos outros, menos cheia de medo se tornava.
Não demorou muito até que seu marido, dotado de espírito analítico, e sendo clinicamente treinado, perce¬beu que ela havia mudado. Ele ainda não estava pronto para admitir que um relacionamento pessoal com Jesus Cristo havia realizado aquela mudança na esposa, mas admitiu que algo lhe sucedera.
O poder de Cristo para vencer o medo não é limitado a uma idade particular. Certo dia, uma senhora apo¬sentada há dois anos, veio dizer-me que havia recebido a Cristo em um de nossos estudos bíblicos para senhoras, mas achava que isso não funcionava. Havia tentado várias abordagens religiosas e psicológicas, com o intuito de vencer seu medo, mas nada a havia ajudado. Seu medo a impedia de dormir direito, e a insônia a tor¬nava nervosa e irritada. Sofria de pressão alta e preo¬cupava-se constantemente. E disse ela: "A única coisa que parece me ajudar é quando venho até aqui, tarde da noite, e me sento nos degraus da frente do templo, e me ponho a orar".
Seu pai, que ela amava e admirava, tinha sido um ministro modernista. Havia lhe ensinado que a Bíblia é "um bom livro, cheio de mitos e lendas, e deveria ser tomado simbolicamente". Conseqüentemente, ela não podia entender nem beneficiar-se da Palavra de Deus, porque duvidava sempre de tudo aquilo que lia. Após diversas entrevistas semanais, em que lhe dei uma pres¬crição espiritual — ler a Bíblia pelo menos durante dez minutos por dia, memorizando um versículo das Escrituras Sagradas — sua vida se modificou. Um dia, então, ela me disse: "Quanto a mim, não será mais preciso vir consultá-lo, pois Deus transformou a minha vida". E todos quantos a conhecem podem ver a trans¬formação.

Culpa Deslocada
Um jovem negociante veio ver-me um dia, reconhe¬cendo suas faltas e fraquezas. Depois, trouxe à tona o seu problema real: a esposa era frígida. "Não foi sempre assim", disse ele. "Encontramo-nos em um grupo evangélico na universidade, e, como éramos espirituais demais para assistir a espetáculos e dançar, não encon¬tramos outra coisa a fazer, em nossos encontros, a não ser ficar com o carro estacionado, aos abraços! Não demorou que começássemos a praticar intimidades e a ter relações sexuais". Decidiram que em vez de contri¬buírem para sua própria desgraça e das duas famílias, com uma gravidez indesejada, se casariam. Desse modo, evitaram uma família prematura, mas nenhum deles terminou os estudos. Desistiram da idéia de se dedicarem ao trabalho de Deus, e sua deficiência cultural tem limitado seriamente seu progresso vocacional. Concluiu dizendo que tentou ser compreensivo e bom; porém ela estava perdendo rapidamente o interesse em qualquer contacto físico. Sabedor de que há sempre dois lados em todo problema conjugal, pedi-lhe que trouxesse a esposa para falar comigo também.
Quando a esposa, casada havia onze anos, veio ver-me, começou por exclamar entre lágrimas: "Odeio o sexo!" Percebi que ela tinha problemas profundos. Antes de dis¬cutir a respeito do desajustamento físico, fiz-lhe al¬gumas perguntas sobre seus filhos e o casamento em geral. Percebi que ela era uma pilha de nervos, à beira da neurose, devido à sua intensa hostilidade e angústia. Estava completamente frustrada. Todos os seus sonhos haviam fracassado. Disse ela: "Eu queria ser virgem quando casei, e só porque ele não pode controlar sua paixão, deixei de sê-lo antes do casamento. Eu queria ser professora de música, e que meu marido tivesse uma profissão, e agora nenhum de nós está qualificado para coisa alguma! Ele nunca fica em casa; pois tem que trabalhar em dois empregos para poder pagar as contas, nunca faz serviço algum e nem ao menos possuímos automóvel, residência ou móveis decentes. Nunca pensei que eu tivesse que trabalhar fora, e tudo por culpa dele!" Geralmente falando, uma mulher emocional-mente expressiva aprende, depois de onze anos de casada, a apreciar o sexo, principalmente quando seu marido é homem atencioso, limpo e dedicado.
Tive de usar de alguma persuasão a fim de fazer com que Suzana percebesse que, apesar do seu ma¬rido ter faltas e fraquezas, o problema verdadeiro era a atitude que ela mantinha. Sentia-se excessivamente culpada por haver violado os padrões de namoro, mas, ao invés de culpar a si mesma, culpava ao marido. Poderia ter dito "não" a ele, e, apesar disso, assegu¬rar-lhe que ela o amava, e, dessa maneira, poderiam ter esperado até que terminassem os estudos para se casarem; no entanto, ela cedeu porque quis. Quando, finalmente, admitiu seu pecado, foi capaz de confessá-lo e experimentar uma tremenda sensação de alívio. Medi¬ante um estudo de Efésios 4:30-32, ela pode ver sua própria hostilidade e "inimizade de coração" como um pecado que entristecia ao Espírito Santo. Gradualmente, ela aprendeu a encarar a raiva como um pecado, e Deus começou a introduzir um novo amor pelo marido em seu coração. Ela perdeu a tensão e tornou-se, novamente, a esposa emocionalmente responsável que tinha sido na lua de mel.
Na medida em que passaram a orar juntos, Deus guiou-os através de um programa educacional de amplo alcance, o que lhes deu novos alvos e objetivos. O lar, que antes era frio e carregado de ódio, agora é um verdadeiro paraíso. De fato, o marido admite que usava qualquer desculpa para evitar permanecer em casa; agora, porém, ele procura estar na companhia da esposa e das crianças, devido à satisfação que sente por estar com elas. Acompanhar a vida deles como pastor, para mim tem sido um prazer. Não somente são bem mais assíduos nos cultos, como também não procuram nenhum pretexto para se sentarem separados; antes, estão sempre juntos.

Sexo e Espiritualidade
Pode parecer estranho a alguns cristãos ouvirem um ministro dizer que dois cônjuges, plenos do Espírito Santo, podem experimentar mais prazer emocional e fí¬sico no ato matrimonial do que os casais em geral, mas acredito firmemente nisso. E bem conhecido o fato que relaxamento e altruísmo são as chaves primárias para a harmonia sexual. Que poder na terra é capaz de relaxar as pessoas e motivá-las para a bondade, delicadeza e auto-controle como o Espírito Santo? Tenho a impressão de que muitos cristãos pensam, subconscientemente, que um casal que tem a experiência de ser cheio do Espírito Santo, uma das primeiras coisas que deve fazer é correr para comprar duas camas de solteiro. Essa atitude implica em que Deus colocou um impulso mau no homem. A verdade, entretanto, é que o impulso para o ato matrimonial é um presente de Deus para o mais elevado prazer emocional e físico de um casal. Quanto mais sensível espiritualmente um casal se torna, mais pode desejar um ao outro fisicamente. Quando o Espírito Santo enche uma vida, põe novo amor pelas outras pessoas naquele coração. Ele torna a pessoa mais paciente e bondosa. Como conseqüência natural, um marido cheio do Espírito será mais amoroso e afe¬tuoso para com a esposa; e as "pequenas coisas" que cos¬tumavam criar hostilidade e ressentimento se foram; conseqüentemente, a esposa terá menos resistência emo¬cional aos seus avanços sexuais e estará mais capacitada a corresponder ao seu desejo. De fato, uma mulher cheia do Espírito será menos inibida nas intimidades do casa¬mento. Inibições tendem a abafar o prazer sexual, parti¬cularmente na mulher. Em resultado, a mulher cheia do Espírito relaxará gradualmente e mais facilmente obterá satisfação na experiência sexual.
Olhando para trás em minha experiência de aconse¬lhamento, lembro-me somente de um casal cheio do Espírito que veio até mim com problema de desajusta-mento sexual. Era um casal jovem, que não sabia o que estava fazendo. Depois de termos conversado, e de eles terem lido dois dos livros assinalados no final do capítulo quarto, solucionaram seu problema sexual.
Pessoas espiritualmente sensíveis são dirigidas pelo Espírito Santo, na solução de seus problemas. A caracte¬rística espiritual da humildade vence a característica natural do orgulho, que geralmente impede os casais de admitirem que têm algum problema. Quando reco¬nhecem o problema e buscam a ajuda de Deus, Ele os di¬rige para a resposta certa. Não deixe de ler cuidadosa¬mente o Apêndice A, sobre "Como ser Cheio do Espírito Santo". Com isso, todas as áreas de seu casamento serão enriquecidas.

Ódio Transmutado em Amor
Há uns poucos meses atrás pude ver o que considero ser, provavelmente, a maior ilustração do poder de Jesus Cristo, para mudar duas pessoas, que já vi em minha vida. Um jovem casal esteve visitando a nossa igreja por três meses. Uma noite, chamaram-me e disseram que preci¬savam falar comigo imediatamente. Penso que nunca tive maior consciência de ódio profundo entre duas pessoas. Há três cadeiras em meu consultório, e, quando eu disse: "Queiram sentar-se",eles não quiseram se sentar perto um do outro, mas, propositadamente, deixaram vazio o terceiro assento entre eles. Não demoraram muito para contar sua história.
Ele disse mui francamente: "Ela é uma mulher frígida! Não quer mais que eu lhe toque". Ela disse: "Meu pai era um alcoólatra. Quando nos casamos, há sete anos atrás, meu marido prometeu-me que não beberia se me casasse com ele. Agora ele bebe toda noite no caminho de casa, vindo do trabalho, e, nas sextas-feiras, chega bêbedo. Não posso suportar que me toque quando está bêbedo". Ele rebateu ferozmente: "Você já era assim, antes de eu começar a beber!" Ao passo que con¬versávamos, tornou-se evidente que eles tinham dois problemas básicos. Tinham outras fontes menores de irritação, mas, basicamente, eram sexualmente frustrados devido ao egoísmo, à ignorância e à falta de comuni¬cação significativa e, segundo, nenhum dos dois conhecia a Jesus Cristo como Salvador. Eu não sabia por qual problema começar, quando me lembrei dos conselhos do meu treinador de futebol, na escola: "Nunca pegue dois homens ao mesmo tempo; sempre se concentre num ou no outro". A questão era, qual deles? Então orei: "Qual problema devo pegar primeiro, Senhor? " Parecia que primeiro eu deveria falar com eles sobre a sua vida sexual.
Eles se casaram bastante jovens e viveram muito bem no princípio. Mas, assim que a novidade do casamento se foi, suas diferentes bagagens culturais vieram à tona. Ela havia convivido com pessoas religiosas e bastante refinadas, e gostava de etiqueta, asseio e uma vida fa¬miliar sossegada. Ela disse: "Nunca ouvi meus pais levan¬tarem a voz um contra o outro, como também nunca ouvi meu pai dizer um palavrão". O rapaz tinha sido criado na parte atrasada e agitada da cidade. Apesar de não ter vivido vida devassa antes do casamento, havia recebido sua educação sexual nos becos e com os com¬panheiros do exército. De qualquer modo, ela nunca teve coragem de dizer-lhe que a "linguagem de beco", que ele usava para descrever as intimidades do ato ma¬trimonial, a fazia esfriar completamente! Mesmo que ela se sentisse excitada, tudo o que ele tinha que fazer era dizer inocentemente aquelas palavras que ela repu¬tava baixas, para seu fogo emocional se apagar. Daí, passou a sentir o relacionamento sexual como uma tortura, em vez de prazer, e, cada vez mais, resistia a ele. Quanto maior a sua resistência, mais teimoso ele se tornava. Finalmente, depois de ter sido rejeitado por muitas vezes, recorreu à bebida para vingar-se dela.
A maturidade dele se tornou evidente por sua reação sadia, logo que percebeu o efeito de sua linguagem na natureza sensível dela. Levantou-se da cadeira, chegou bem próximo dela, e disse: "Meu bem, nunca sonhei que aquelas coisas que eu dizia lhe ofendessem. Sinto muitíssimo". Ela disse: "Não posso fazer nada, pois é assim mesmo que eu me sinto". Quando ela caiu em lágrimas, ele tomou sua mão e disse sinceramente: "Em frente do pastor quero lhe prometer que você nunca mais vai me ouvir dizer outra vez aquelas palavras". (Ela me disse que desde aquela data ele manteve sua palavra).

Como Tornar-se Cristão
Aquela mudança interior desanuviou consideravel¬mente o ambiente, mas eu sabia que apenas boas reso¬luções não seriam suficientes. Eles precisavam de uma fonte externa de poder, que os ajudasse a manter seus votos. Então perguntei: "Vocês já ouviram falar das Quatro Leis Espirituais? " Verificando que não, tirei do bolso o livrinho das Quatro Leis, e disse: "Exata¬mente como há leis físicas que governam o universo, igualmente há leis espirituais que governam o nosso relacionamento com Deus. Estas, pois, são as leis que lhes mostrei:

1. Deus o, ama e tem um plano maravilhoso para a sua vida.
"Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" (João 3:16).
"Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância" (João 10:10).

2. O homem é pecador e está separado de Deus; por isso não pode conhecer e nem experimentar o amor e o plano de Deus para a sua vida.
"Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Romanos 3:23).
"Porque o salário do peca¬do é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Se¬nhor" (Romanos 6:23).


3. Jesus Cristo é a única provisão de Deus para o pecado do homem. Por intermédio dele você pode conhecer tanto o amor de Deus quanto seu plano para sua vida.
"Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco, pelo fato de ter Cristo mor¬rido por nós, sendo nós ainda pecadores" (Romanos 5:8).
"Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, senão por mim" (João 14:6).
"Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus" (II Coríntios 5:21).

Passei superficialmente pelas três primeiras leis, cha¬mando a atenção deles para os versículos e o significado de cada diagrama, pois sabia que eles já tinham conhe¬cimento do evangelho, mas nunca haviam pedido a Jesus Cristo para entrar em suas vidas. Então eu disse: "Esta quarta lei é a que eu quero que vocês examinem mais de perto". Ela é a seguinte:

4. Precisamos receber a Jesus Cristo como Salvador e Senhor, por meio de um convite pessoal. Continuei dizendo: "Por esta lei, vocês podem ver que não é suficiente aceitar Cristo como seu Salvador para Ele perdoar seus erros do passado; vocês precisam acei¬tar a Cristo como seu SALVADOR e SENHOR. Preci¬sam de um Senhor que guie o seu futuro. Este diagrama ilus¬trará o que desejo dizer. O que nos faz tão diferentes dos animais é que Deus nos deu vontade livre. Podemos fazer o que nos agrade. Isso é o que significa o Ego ocupando o centro do círculo. Os pontos representam as grandes e as pequenas decisões da vida, que precisam ser tomadas — onde irei trabalhar? com quem me casarei? como tra¬tarei o meu cônjuge? que espécie de amigos terei? e muitas outras decisões. O problema com este tipo de vida é que Cristo está do lado de fora e o Ego está tomando as decisões. Quanto mais a pessoa faz decisões baseada naquilo que ela quer, ou no que lhe parece melhor, mais cheia estará de frustrações, medo, confusão, falta de objetivo, culpa, e muitos outros problemas.
"Agora, se a pessoa desejar receber a Cristo em sua vida, como Senhor e Salvador, o resultado será bem dife¬rente. Cristo entrará em sua vida e ocupará o centro de sua vontade.
A primeira coisa que Cristo faz é perdoá-la e limpá-la de todos os seus pecados. Isso traz paz ao seu coração, porque quando os pecados de uma pessoa são perdoados, ela não tem mais medo de Deus. Quando Cristo entra em sua vida, ela recebe uma fonte nova de poder, que a capacita a alcançar o novo propó¬sito emocionante. Além disso, Cristo, através do Seu Es¬pírito, nos dá nova abundância de vida; um novo amor, alegria e paz — que são as necessidades básicas do homem".
Continuei dizendo: "Não é difícil, realmente, receber a Cristo em suas vidas. João 1:12 diz: 'Mas a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; a saber: aos que crêem no seu nome'. Em Apocalipse 3:20, o Senhor Jesus disse: 'Eis que estou à porta e bato: se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa'. Receber a Cristo é sim¬plesmente reconhecer que vocês o querem em sua vida, para perdoar o seu passado e orientar o seu futuro; por¬tanto, o que têm a fazer é pedir, em oração, que ele venha. Por esse ato da vontade, vocês se entregarão emo¬cional, mental e fisicamente a Cristo".
Então eu disse: "Agora, quero perguntar a vocês dois: Qual destes círculos representa, neste momento, a vida de vocês?" Levantei os círculos de modo que os dois pudessem vê-los claramente.

Em poucos segundos, concordaram em que o primeiro círculo representava a vida deles. Então indaguei: "Vocês têm alguma razão que os impeça de convidar a Cristo a entrar em suas vidas agora mesmo? " Tom disse: "Eu não, e é justamente o de que preciso". Sua esposa sim plesmente disse: "Eu também". Naquele mesmo instante aqueles dois jovens fizeram sua primeira oração. Não foram profundas ou demoradas; simplesmente admitiram a Deus que eram pecadores e pediram ao Senhor Jesus para entrar em suas vidas, como Senhor e Salvador.
Numa questão de instantes, tornaram-se "filhos de Deus, novas criaturas em Cristo". A transformação nem sempre é tão evidente como se deu com eles. Depois de ter-lhes dado algumas idéias sobre a segurança da sal¬vação, e como crescer em sua vida cristã, saíram de mãos dadas.
Uma semana mais tarde, retornaram. Estavam admi¬rados da mudança que ocorrera em seu casamento. Perguntei: "Qual foi a maior transformação que perceberam em si mesmos? " Eles disseram: "O rápido e completo retorno de nosso amor um pelo outro".
Venho observando esse casal já há vários meses. Sempre que vejo o modo terno e afetuoso com que se tratam, lembro-me do ódio e azedume que havia entre eles antes, e regozijo-me no fato do evangelho de Jesus Cristo ser ainda "o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê. .." (Romanos 1:16).
Antes que você feche este livro, posso lhe fazer uma pergunta? Qual dos círculos da página 137 repre¬senta a sua vida?
Se for o primeiro, gostaria de pedir-lhe para deixar Cristo entrar em sua vida e apresentá-lo a uma vida abundante. Ele tem a resposta a todos os seus problemas ou situações difíceis, e o fará feliz, apesar de casado.

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