quinta-feira, 13 de agosto de 2009

A importância de crer

Prefácio
É
com o coração cheio de alegria que compartilho com o povo de Deus este estudo que Ele me per¬mitiu fazer sobre a importância de crer, o qual fez em mim uma transformação tão grande que, quando me lembro do passado, das vezes em que, apesar de ser¬vir ao Senhor, era atacado por algum mal, então ora¬va desesperadamente, mas, com lágrimas a rolar pela face e pelo coração, amargava a derrota. Aí vejo o quanto vale realmente aprender a crer em Deus.
Sabemos que todo mundo crê. Desde o índio na floresta, que se prostra diante de uma árvore, confes¬sando ser ela o seu protetor, até certos grupos na ín¬dia, que não matam uma mosca, crendo que ela po¬derá ser a alma de algum de seus avós. O mesmo se pode dizer dos idólatras do cristianismo, os quais constroem bonecos de gesso e de outros materiais, pas¬sando a tratá-los como santos ou protetores, dirigin¬do-lhes a partir de então respeito e adoração.
No tocante a crer em Deus, entre os que se decla¬ram evangélicos há pessoas que ficam possessas se você lhes disser que o que fazem não é, biblicamente falando, o que significa crer em Deus. Pois, para elas, crer no Senhor é simplesmente olhar para o alto e di¬zer: "Eu creio nAquele que está lá em cima", ou de resignadamente aceitar qualquer sofrimento como parte da vontade de Deus para as suas vidas.
Crer em Deus significa crer em alguma promessa ou declaração que, na Sua Palavra, o Senhor faz a nosso respeito. Reconhecer a existência divina é ou¬tra coisa.
Esta diferença é que fará de qualquer pessoa um vencedor, Foi isso que me abriu os olhos e me fez ver que é possível ter hoje, numa época dominada pelo incremento da ciência, o mesmo Deus do passado; o Qual faz as mesmas coisas que fazia desde o início da civilização.
Oro para que você venha a entender plenamente este assunto, tendo, deste modo, condições para to¬mar posse da sua bênção, o que fará com que você, além de viver melhor, dê ao Senhor Deus o mais im¬portante dos louvores — o agradecimento.
Desejo que, ao terminar a leitura deste livro, já ten¬do sido iluminado pelo Espírito Santo sobre os seus direitos e posição em Cristo, você venha a assumir tudo o que diz respeito à vida abundante que Jesus veio nos trazer, a qual é real e está à disposição de todo aquele que se toma membro da família de Deus, pelo novo nascimento.
Acredito que a sua vida pode mudar, completa¬mente, para melhor, se você compreender o que é crer no Onipotente. Descobrindo, assim, a importância que crer nEle exerce em nosso viver, É só isso que falta para muita gente passar a desfrutar dos seus direitos em Cristo. É a falta de conhecimento que faz com que milhões de filhos de Deus vivam sofrendo e sendo destruídos.
Também, no decorrer deste estudo, veremos um pouco sobre a fé; a diferença entre crer e ter fé em Deus, que são duas coisas distintas, mas que a maio¬ria das pessoas misturam, dificultando-lhes o enten¬dimento de uma e de outra. O que lhes impede de as¬sumirem as bênçãos do Senhor.
A importância de crer é tão grande que, segundo o Senhor Jesus, tudo nos será possível, se apenas crer¬mos. Isto significa que não haverá limites para aque¬les que crerem.
Que, a partir de agora, nada mais lhe seja impos¬sível, é o mais profundo desejo do meu coração.
Que você se tome uma pessoa tão abençoada que todos que o conhecerem venham a dizer: este real¬mente é filho de Deus, é a minha sincera oração.

1. Crer desliga o mal
Segunda vez foi Jesus a Caná da Galiléia, onde da água fizera vinho. E havia ali um oficial do rei, cujo filho estava enfermo em Cafarnaum. Ouvin¬do este que Jesus vinha da Judéia para a Galiléia, foi ter com ele e rogou-lhe que descesse e curasse o seu filho, porque já estava à morte. Então, Jesus lhe disse: Se não virdes sinais e milagres, não crereis. Disse-lhe o oficial: Senhor, desce, antes que meu filho morra. Disse-lhe Jesus: Vai, o teu filho vive. E o homem creu na palavra que Jesus lhe disse e foi-se. E, descendo ele logo, saíram-lhe ao encon¬tro os seus servos e lhe anunciaram, dizendo: O teu filho vive. Perguntou-lhes, pois, a que hora se achara melhor; e disseram-lhe: Ontem, às sete ho¬ras, a febre o deixou. Entendeu, pois, o pai que era aquela hora a mesma em que Jesus lhe disse: O teu filho vive; e creu ele, e toda a sua casa.
João 4.46-53

E
sta, como todas as narrativas bíblicas, não foi es¬crita por acaso. Ela contém uma série de lições que as Escrituras nos têm a fornecer, porém exami¬naremos, por agora, somente as que se referem a crer.
Sabemos que todos os ensinamentos bíblicos são para o nosso crescimento e aperfeiçoamento. Alguns servem para nos abrir os olhos para que vejamos a nossa posição diante de Deus e de todas as coisas, outros, para nos fazer abandonar os descaminhos em que estamos nos enveredando.
Cana teve a primazia de ser escolhida, pelo Se¬nhor, para que nela se operasse o primeiro milagre do ministério terreno do Senhor Jesus. Só Ele sabe o por¬quê de tal privilégio. Agora, Jesus está voltando da Judéia para a Galiléia, e um oficial do rei, ouvindo que Ele estava a caminho de Caná, foi encontrar-se com o Senhor.
Não há melhor mensagem na vida do que ouvir falar que o Senhor está a caminho, vindo em nossa direção. O coração humano não resiste a tal notícia, ele salta de emoção. Ao menor sinal da aproximação do Senhor, nasce dentro de nós uma esperança de que algo bom vai nos acontecer.
A verdade é que o espírito humano vive aguar¬dando este momento. Pois, sem a presença de Jesus a vida é vazia, triste, mesmo que se tenha de tudo que ela possa oferecer.
Saber que o Mestre está vindo faz com que os de¬sanimados, os doentes e os oprimidos encontrem ra¬zão para se erguerem, e motivo para crer que a solu¬ção de seus problemas está próxima.
Foi assim que aconteceu com este oficial do rei. A alguns quilômetros dali estava a cidade de Cafarnaum, onde o seu filho estava morrendo. Os dias para este servidor do rei não eram nada fáceis. Certamente que tinha batido em todas as portas, sem en¬contrar solução, vendo a cada dia o seu rapaz pio¬rando. Agora, reconhecendo a sua impotência diante da moléstia que estava a roubar-lhe o filho, ele amar¬gava um misto de dor e de revolta.
Não é isto que sói acontecer com qualquer pessoa quando está diante da inexorável incapacidade hu¬mana em relação à morte?
Mas, ao ouvir falar que Jesus estava Se aproximan¬do de Caná, ele se encheu de ânimo, seus olhos volta¬ram a brilhar de felicidade, uma emoção tomou con¬ta do seu ser, e ele se apressou a ir encontrar-se com o Salvador.
Certamente que, enquanto se dirigia ao encontro com o Senhor, ele pensava nas palavras que diria a Je¬sus, na saudação e no pedido que Lhe faria. Por já ter ouvido falar das obras realizadas pelo nosso Salva¬dor, sabia que Jesus tinha condições de curar-lhe o filho.
Pode-se descrever o seu encontro com Jesus como o de um coração aflito com o Solucionador de proble¬mas; de quem não sabia mais o que fazer, com Aque¬le que tudo pode; um encontro da incapacidade hu¬mana com a Habilidade divina; era a sua oportuni¬dade de ver o filho ser resgatado das garras da morte.
Ao encontrar-se com o Senhor Jesus, foi logo re¬velando a sua necessidade, rogando-Lhe que descesse até Cafarnaum e curasse o seu filho, que já estava à morte. Esperançoso, confiante, aguardou o sim de Jesus. Pois, com Jesus na sua casa, pensava ele, o filho seria curado.
Entretanto, Jesus não foi com ele.
Que desapontamento! Que momento de perple¬xidade! Não era possível! Aquele que tinha condi¬ções de barrar a operação da morte, que a todos aben¬çoava, de Quem jamais se ouvira falar que houvesse recusado atender a qualquer pessoa, não demons¬trou, sequer, a menor vontade de ir até Cafarnaum. Bem ao contrário, veio com uns ensinamentos que, naquele momento, o oficial julgava ser de pouca im¬portância.

Cada caso é diferente
O oficial já tinha desenhado, na sua cabeça, todo o desenrolar da cura do filho. Bastava Jesus descer a Cafarnaum, entrar em sua casa e colocar a mão na cabeça do rapaz, que se levantaria e ficaria bom. Os quilômetros que Jesus teria de caminhar até chegar à cidade eram irrelevantes. Outros que, também, tal como seu filho, precisassem da assistência do Senhor, que esperassem, porque agora era a sua vez, e, na sua lógica, o seu caso era mais urgente.
Mas não era assim que pensava o Senhor Jesus em relação ao problema deste oficial.
Houve outras pessoas que foram a Jesus e Ele con¬sentiu em ir com elas para curar e até mesmo ressuscitar alguém. Podemos citar aqui o relato da cura e ressurreição da filha de Jairo. Aquele que era um dos principais da Sinagoga, a quem prontamente Jesus consentiu em ir e curar a sua filha (Mc 5.21-43).
Por que em alguns casos o Senhor dizia sim e ia com as pessoas, e em outros Ele recusava? A resposta é simples: quando Ele aceitava ir era, naquela situa¬ção, o que precisava ser feito; pois a Sua presença se fazia necessária. Mas, em relação ao pedido deste ofi¬cial, o Mestre sabia que, se fosse à sua casa, provavel¬mente o filho não seria curado. Pois, apesar de apa¬rentemente serem iguais os problemas, aqui tratava-se de crer.
Observando o resumo bíblico, vemos que o Senhor tentou dialogar com o homem, mostrando-lhe que o mais importante naquela situação não era a Sua pre¬sença física em sua casa, mas uma decisão interior que, em qualquer situação, é o que determina se a bênção será alcançada ou não.
Todavia, o homem, no seu desespero, não conse¬guia entender. Ele já tinha feito o mapa para a reali¬zação do milagre em sua mente e não admitia sequer raciocinar sobre outra alternativa.
Quase sempre é o que acontece conosco. Quando decidimos buscar o Senhor para a solução de qual¬quer sofrimento, desenhamos a maneira como iremos ser abençoados; e, na maioria das vezes, não enxer¬gamos a alternativa do Senhor.
Foi assim que fez Naamã, o general comandante-em-chefe dos exércitos da Síria, que era leproso. Ele também idealizou seu plano, cuidando de todos os detalhes da sua cura. Foi a Samaria, compareceu pri¬meiro diante do rei de Israel, que era a pessoa errada para a realização da sua cura. Depois, quando se di¬rigia ao profeta Eliseu, do qual a sua menina-criada lhe falara, se aborreceu, quando este lhe negou aten¬dimento, mandando-lhe um recado que fosse até o rio Jordão e se banhasse nele, sete vezes, para que a sua pele ficasse limpa.

Porém Naamã muito se indignou e se foi, dizendo: Eis que eu dizia comigo: Certamente ele sairá, pôr-se-á em pé, e invocará o nome do Senhor, seu Deus, e passará a sua mão sobre o lugar, e restaurará o leproso.
2 Reis 5.11

Nem sempre as pessoas aceitam o modo do Se¬nhor operar.
Quantas vezes a pessoa vai à igreja em busca de uma cura, esperando ouvir uma mensagem de fé, e, ao chegar à casa do Senhor, o pregador entrega um recado que aparentemente não tem nada a ver com o que ela pensava ouvir, como uma palavra de santificação, por exemplo.
Será que o pregador estava na carne? Ou era aque¬la, verdadeiramente, a mensagem que Deus deu ao seu servo para que entregasse à congregação, pois a santificação, ministrada pelo pregador, seria o reti¬rar da pedra, como no caso de Lázaro, para que o Se¬nhor pudesse operar?
Diz a Palavra do Senhor que Ele pensa diferente de nós:
Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos, diz o Senhor.
Isaías 55.8

Deus pensa, planeja e age sempre diferente de nós. Quando alguém não está no Espírito, pode concluir que o que Deus está fazendo não é o melhor; mas quando qualquer pessoa se encontra dentro do plano de Deus, ela haverá de exclamar, como fez o salmista:
£ quão preciosos são para mim, ó Deus, os teus pensamentos! Quão grande é a soma deles!
Salmo 139.17

Ao dialogar com o oficial, Jesus está lhe mostran¬do que crer seria a chave para a cura do seu filho, mas ele não estava nem aí, para, sequer, raciocinar com o Senhor. Estava tomado pela angústia da imi¬nente perda de seu filho.
Esta mesma angústia tenho observado em muitas vidas que vêm buscar a bênção e fracassam. Quando uma pessoa está angustiada, ou mesmo apaixonada, é quase impossível abrir-lhe os olhos. Nesse estado emocional não se consegue ouvir a ninguém, nem mesmo aos pais ou aos amigos, à razão e tampouco a Deus. Essas coisas roubam do homem o seu poder de raciocínio.
O mesmo acontece quando uma pessoa descobre uma maneira fácil de ganhar dinheiro, ou de se pro¬mover na vida. Ela costuma ficar tão cega que os va¬lores morais, a família, as amizades, a sua responsa¬bilidade diante do Senhor Deus e tudo mais ficam para mais tarde, pois o que lhe interessa é aproveitar a oportunidade.
Com o general da Síria, foi a sabedoria dos seus servos que, com muito jeito, conseguiu que ele des¬cesse do seu orgulho e se humilhasse diante da pala¬vra do homem de Deus, banhando-se nas águas bar¬rentas do Jordão. Com os meus leitores espero que este opúsculo lhes abra os olhos para que encontrem o caminho que os levará ao sucesso.

Crer é o que importa
O Senhor disse ao oficial do rei: Se não virdes si¬nais e milagres, não crereis (v. 48).
Em outras palavras: "O seu problema, senhor ofi¬cial, é que você não crê. Ainda que eu vá pessoalmen¬te e imponha as minhas mãos sobre o seu filho, a sua incredulidade (ele tinha desejo, vontade de ver o seu filho curado, mas não sabia cooperar com o Senhor na consecução do milagre, crendo) anularia a minha obra."
Muita gente precisa entender, e para alguns isso é difícil de aceitar, que não é o pregador que faz a obra, e, sim, a maneira como se responde à Palavra de Deus. Na verdade, a participação do pregador na realiza¬ção do milagre é quase ínfima; ele se resume a dar a mensagem e levar a pessoa a tomar a decisão.
Quem dá ouvidos à Palavra recebe a fé que é a base de toda operação de Deus no ser humano. No capítulo três eu faço uma distinção entre fé e crer, que não são a mesma coisa, apesar de muita gente boa achar o contrário.
O oficial estava mesmo sem entender a orienta¬ção clara e simples de Jesus. Quase fora de si, não com¬preendendo o que o Senhor está a lhe revelar, ele im¬plora: Senhor, desce, antes que meu filho morra (v. 49).
Está evidente que ele só estava esperando pela resposta positiva do Mestre à petição que Lhe fizera, a qual julgava ser a solução para a cura do seu filho. Não conseguia ver que o diálogo que Cristo travava com ele era a preparação do milagre. Para ele, o que importava é que o seu filho fosse curado, e, segundo imaginava, a cura só seria possível com a presença do Senhor em sua casa. O ensinamento que Jesus es¬tava lhe ministrando era desnecessário, ou irrelevante.
É claro que o Senhor Jesus queria curar o rapaz, porém precisava ensiná-lo a fazer o que lhe compe¬tia, caso contrário a cura não se manifestaria. Isto acontece em todos os casos. Não há privilegiados, nem tampouco a bênção ocorre por sorte ou por algum meio misterioso.
O seu entendimento defeituoso se revoltava com assuntos que julgava não serem pertinentes ao mo¬mento. É bem possível que tenha pensado que, se o Mestre ficasse demorando em atendê-lo, o seu filho poderia morrer, e, então, não haveria mais jeito.
Provavelmente o seu desespero não o deixava lem¬brar que o Senhor Jesus, também, Se identificava como Aquele que não somente tinha poder de curar mas como Quem tem capacidade de trazer de volta, da morte, os que já haviam partido:
Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá.
João 11.25

O conhecimento dele a respeito da pessoa a quem estava se dirigindo era limitado e superficial. Só O conhecia como um milagreiro para alguns casos.
É importante que se conheça o Senhor Jesus como o Filho de Deus, como Quem criou todas as coisas, sendo a Habilidade de Deus, o Invencível em todas as batalhas e o Infalível em todas as situações, como Se¬nhor em todos os assuntos.
Vendo que o oficial não conseguia abrir os olhos ao que estava lhe ensinando, o Senhor lhe dá uma ordem, a qual ele, felizmente, acatou: Disse-lhe Jesus: Vai, o teu filho vive. E o homem creu na palavra que Jesus lhe disse e foi-se (v. 50),
Agora já não havia mais diálogo, era obedecer ou não. A ordem fora dada. Para Deus, era assunto encerrado. Jesus já não tinha mais nada a fazer. Quem teria de fazer algo era o oficial. E ele o fez. Ele creu na Palavra de Jesus.
Crer é condição para todas as operações do Se¬nhor. Crer é importante, mas crer na Palavra do Se¬nhor.
De uma coisa podemos estar certos a bênção de Deus nunca será realizada por mágica ou por algum meio misterioso, como alguns, supostamente, acredi¬tam. Ela é o resultado de um processo divino em nós, do qual não somos apenas os beneficiados, e, sim, in¬tegrantes na realização dele. A nossa participação é de vital importância.
Ao crer na Palavra de Jesus, o oficial simplesmen¬te permitiu que o poder de Deus fizesse o que a ele competia fazer. Quando não se crê, o poder divino fica impossibilitado de operar.
Esta é a explicação que o Santo Espírito nos dá do porquê de o Senhor Jesus não ter podido fazer gran¬des obras em Nazaré, a cidade em que fora criado:
E não podia fazer ali obras maravilhosas; somen¬te curou alguns poucos enfermos, impondo-lhes as mãos. E estava admirado da incredulidade (falta de crer) deles...
Marcos 6.5,6

Depois de ter andado o resto daquele dia e a noite toda, o oficial chega em casa, e logo os seus servos vêm lhe dar as últimas notícias.
E, descendo ele logo, saíram-lhe ao encontro os seus servos e lhe anunciaram, dizendo: O teu filho vive. Perguntou-lhes, pois, a que hora se achara melhor; e disseram-lhe: Ontem, às sete horas, a febre o deixou. Entendeu, pois, o pai que era aque¬la hora a mesma em que Jesus lhe disse: O teu fi¬lho vive; e creu ele, e toda a sua casa.
vs. 51-53

Observe a importância de crer. Quando ele creu na Palavra que Jesus lhe disse, a febre deixou o seu filho. Se ele não tivesse crido, ela não o teria deixado. Quando a pessoa crê, a doença sai, o vício vai embo¬ra, o demônio bate em retirada, o sofrimento cessa.
Crer permite ao poder de Deus realizar a obra do Senhor.
Enganam-se os que vivem orando, esperando que de algum modo o seu sofrimento termine. Este não é o método bíblico de se receber, de Deus, as bênçãos. No entanto, é deste modo que a maioria dos filhos de Deus tem agido. Não é de se admirar que vivam so¬frendo, enquanto dizem na maior inocência: Não sei por que o Senhor não me abençoa.
Que esta lição nunca seja esquecida: Quando se crê, o mal vai embora.
Este é um princípio eterno que Jesus veio nos transmitir. Agora mesmo, veja em sua vida por quantas coisas você tem estado a orar e não tem rece¬bido resposta. Pare de orar por isto.
Diga ao Senhor que, neste momento, você vai to¬mar posse da sua bênção. Agradeça-Lhe ter colocado em Jesus todos os seus sofrimentos. Mande que todos saiam de sua vida e, em seguida, creia que já está li¬vre de todos eles.
No momento em que você crê, o mal perde a for¬ça sobre a sua vida e o poder de Deus entra em ação, realizando o que, sobre a Palavra de Deus, foi deter¬minado.
No capítulo seguinte, veremos que, se não crer¬mos naquilo que oramos, simplesmente não teremos respostas aos nossos pedidos.

2. Por que crer?
Por isso, vos digo que tudo o que pedirdes, oran¬do, crede que o recebereis e tê-lo-eis.
Marcos 11.24

V
imos no capítulo anterior que, quando cremos, o poder de Deus entra em ação, e o mal é, auto¬maticamente, desligado de nós, ou de quem está de¬baixo de nossa fé e proteção.
Neste capítulo, vamos analisar esta declaração do Senhor Jesus, escrita por Marcos. Sem dúvida, ela tem muito a nos ensinar.
Jesus havia amaldiçoado uma figueira que Lhe negara fruto, e os discípulos Lhe chamaram a aten¬ção pelo fato dela se ter secado desde as raízes até as folhas, depois dEle tê-la amaldiçoado. Em resposta, Jesus deu o que eu chamo de "Os Cinco Passos da Vi¬tória", os quais veremos, resumidamente, no sexto capítulo. A seguir, Ele fez esta declaração que é, nada mais nada menos, o segredo para o nosso sucesso na oração.
Para conhecer bem a lição que Ele nos deu ao amaldiçoar a figueira, leia o Evangelho de Marcos, capítulo 11.12-23.

O propósito de Deus
Todas as palavras colocadas na Bíblia, desde um simples relato de algum acontecimento até as profe¬cias de difícil interpretação, têm um propósito defi¬nido. Nada, absolutamente nada foi colocado nas Es¬crituras por acaso.
Se você não entender alguma declaração bíblica, não a descarte, guarde-a consigo e ore a respeito dela. Quando aprouver ao Senhor, Ele lhe dará o significa¬do dela.
O Senhor Jesus começa esta declaração dizendo: "Por isso." Esta era a razão do Seu ensinamento. Ele não queria, como não quer, que venhamos a fracas¬sar na oração. Na verdade, a vontade de Deus é que todos os Seus filhos tenham o melhor desta vida, que desfrutem da verdadeira vida abundante que Ele veio trazer; que não fracassem em nenhuma batalha.
Mas, para que isso aconteça, temos de prestar bas¬tante atenção às instruções. Em Provérbios 4.13 está escrito:
Pega-te à correção e não a largues; guarda-a, por¬que ela é a tua vida.
Posso afirmar, sem o menor temor de errar, que a coisa mais importante que temos a fazer depois de termos nascido de novo é lutar por receber instrução. Uma vez tendo-a recebido, devemos apegar-nos a ela, agarrando-a de tal modo que, haja o que houver, não a largaremos.
Agarrar a instrução é trazê-la à memória diante de qualquer provação. E, toda vez que formos tomar alguma decisão, devemos tomá-la de acordo com o que nos foi ensinado.
Este é o caso deste versículo 24 de Marcos 11. Po¬demos olhar para ele e achá-lo bonito, podemos até decorá-lo, mas se na hora da provação não agirmos de acordo com estas instruções, nada nos terá adian¬tado.
Será que não existe outro caminho para se rece¬ber as bênçãos? Claro que não. As Escrituras Sagra¬das nos informam que há um só caminho para se ir ao Pai.
Seguir as instruções sempre será certeza de vitó¬ria. Não são poucas as vezes que tenho tido a oportu¬nidade de instruir uma congregação sobre como se recebe o batismo no Espírito Santo, e, após alguns minutos de oração, quase todos recebem a plenitude do Espírito.
Depois do culto, sempre vêm pessoas comentar como agora ficou fácil ser cheio do Espírito. Eu res¬pondo: sempre foi fácil. O que faltava eram as instru¬ções. Algumas destas pessoas estavam buscando o batismo há mais de vinte anos. Houve uma vez que uma senhora me disse que havia trinta anos pedindo o revestimento do alto.
Com as instruções nas mãos somos capazes de fazer qualquer coisa, não é verdade?

Tudo quanto
Observe que Deus não nos prometeu somente al¬guma coisa, ou quase tudo, e, sim, tudo.
Isto não quer dizer que o amado irmão pode orar pedindo que qualquer coisa que o agrade venha a acontecer. Mas, alguém pode objetar, dizendo: "Ele não disse tudo?" Sim, tudo que a Sua Palavra, que é a nossa base em todas as coisas, venha a nos informar que nos pertence. Isto veremos melhor no terceiro ca¬pítulo, quando estudaremos a importância da fé.
Um cidadão americano ganhou de presente o meu livro Como Tomar Posse da Bênção. Ao começar a lê-lo, ele se entusiasmou. Nunca tinha visto nada igual. Pegou o telefone e contactou o seu amigo, no Brasil, que o havia presenteado com tal livro, agradecendo-lhe de coração.
Diante de seus olhos estava passando o que ele sempre quis saber. Na sua mente ele desenhava o su¬cesso que gostaria de ter e que agora, com a nova ins¬trução que o livro estava lhe dando, ele conseguiria.
De repente, surge em seu espírito uma indagação: será que isto é realmente verdade? É, parece que sim, está aqui no livro, falava consigo mesmo. Sem entender bem o que estava aprendendo, ele resolveu expe¬rimentar, e, olhando para um quadro que tinha pen¬durado na parede de sua casa, determinou, dizendo: "Quadro, em o Nome de Jesus eu lhe ordeno, caia no chão".
Logicamente que o quadro não caiu. E ele, decep¬cionado porque o quadro não lhe obedecera, pegou de novo o telefone e fez outra ligação internacional para o seu amigo brasileiro, dizendo que tudo aquilo era mentira, que a determinação não funcionava, que era tudo puro engano. Até americanos costumam ban¬car idiotas.
O mesmo fracasso acontecerá se uma pessoa, por exemplo, orar determinando que algum cometa caia num lugar deserto para que os cientistas possam des¬cobrir o mistério da vida, ou que a areia do seu quin¬tal se transforme em ouro em pó, para que seus pro¬blemas financeiros se resolvam. E claro que coisas assim jamais acontecerão.
Mas, tudo que o Senhor diz em Sua Palavra será sempre confirmado. Ele mesmo declarou:
O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar.
Mateus 24.35

A pessoa só pode pedir, ou reivindicar, aquilo que lhe tenha sido prometido. Deus só pode agir através do único caminho que é a Sua Palavra. Nada, absolu¬tamente nada, será feito sem que primeiro o Senhor nos tenha prometido ou declarado nas Escrituras.
Quantas irmãs estão ficando para titias, enquan¬to continuam orando para o Senhor tocar nos cora¬ções de certos rapazes que elas julgam ser o homem ideal para se casarem. Só que, na maioria das vezes, eles pensam diferente delas. Para eles, as moças ideais para serem suas esposas não são exatamente aquelas que os querem por maridos.
Tudo o que pedirdes inclui somente o que Ele pro¬meteu. É importante, então, que o prezado leitor aprenda o que Ele tem dito a seu respeito.

Pedirdes
A maior descoberta da minha vida ocorreu nos últimos dias de novembro de 1984, culminando no dia dois de dezembro daquele ano, quando eu, boquia¬berto, encontrei a resposta que, durante anos, procu¬rava a todas as indagações que surgiam, quando eu, ou alguém, fracassava na batalha da vida.
Para mim era difícil aceitar que aquilo que esta¬va na Bíblia não se cumprisse na minha vida. Mas, nem sempre se cumpria.
Quantas vezes eu buscava a Deus enquanto pas¬sava por uma grande necessidade e não obtinha res¬posta. Não foram poucas as vezes que, sentindo a fe¬bre surgir no meu corpo, vi com tristeza a oração ser ineficiente para debelá-la.
Nos dois anos que antecederam a esta descoberta maravilhosa eu sofri com uma coriza que nada con¬seguia curar. Durante o meu sofrimento eu cansei de orar, pedindo ao Senhor que me curasse. Simplesmen¬te, não havia a menor resposta de Deus. Era como se eu orasse à parede, ao teto, a um ídolo ou a qualquer outra coisa inanimada.
Cansado de esperar pelo milagre e não agüentan¬do as crises, procurei ajuda médica. Um doutor, meu amigo particular, líder carismático, que esporadica¬mente freqüenta as minhas reuniões, aconselhou-me a tomar diariamente oito copos duplos de suco de la¬ranja, pois, segundo ele, o fato de eu conduzir muitas reuniões todos os dias fazia com que perdesse grande quantidade de energia, e elas deveriam ser repostas. Isso não me levou a nenhuma melhora.
Outro médico, também meu amigo, já bem avan¬çado na idade, professor catedrático de uma univer¬sidade oficial, recomendou-me um tratamento com uma vacina de depósito. Semanalmente eu tomava 0,5 ml da tal vacina, que era importada. Esta medica¬ção ajudou-me, porém somente enquanto estava no tratamento.
Naqueles dias, podia sentir o quanto é bom a pes¬soa desfrutar saúde.
Mas, quando o tratamento acabou, havia durado uns três meses, tudo voltou. Fui de novo ao doutor, e ele mandou-me repetir a série de vacinas, o que fiz. Após a repetição, tudo ficou como antes.
Vivia chateado, aborrecido e decepcionado. A ra¬zão era que o Evangelho que pregava e que ajudava tantas pessoas, no meu caso simplesmente não fun¬cionava.
Na minha sinceridade indagava se tudo aquilo não era ilusão. Se a fé não era um pensamento positivo que para alguns funcionava e para outros não; al¬guma coisa que nem mesmo eu sabia explicar o que era, mas que em alguns casos dava certo.
Jamais deixarei de dar graças a Deus por Kenneth E. Hagin ter escrito o livro O Nome de Jesus. Li este livro no final de novembro de 1984, terminando no dia 2 de dezembro do mesmo ano.
Que leitura abençoada, que momento de visitação de Deus foram aqueles dias! Nunca tinha visto nada igual. Este livro me fez conhecer mais profundamen¬te a Palavra de Deus.
Uma das mais lindas surpresas que já tive em mi¬nha vida foi quando descobri que Jesus e a Palavra de Deus são a mesma pessoa. Eu simplesmente não podia acreditar no que lia. Nunca ninguém me disse¬ra isso, nem sequer havia imaginado que fossem a mesma pessoa.
Fiquei como tonto ao saber que podia conhecer Jesus igual ou melhor que Pedro e os demais apósto¬los, que andaram lado a lado com o Senhor. Isso me fez quase delirar de tanta alegria. Era inacreditável, Jesus, o meu amado Senhor, era a Palavra de Deus. Como esta revelação me fez bem!
Durante a leitura do livro todas as perguntas sem respostas que trazia comigo durante anos foram-me respondidas. Aprendi que a minha cura dependia só de mim.
Agora as coisas seriam diferentes. Agora eu sabia o que fazer, e fiz. Desde o dia 2 de dezembro de 1984, nunca mais tomei um comprimido sequer. GLÓRIA A DEUS!
O que foi que realmente me abriu os olhos? Bem, não é difícil explicar. Posso garantir que tudo come¬çou com o entendimento de que não temos de pedir a bênção — pedir no sentido que nós conhecemos como pedir. No livro, o irmão Hagin explicava, usando o versículo 13 de João 14, onde se lê:
E tudo quanto pedirdes em meu nome, eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho.

Segundo Hagin, no original grego, o verbo do qual foi traduzido "pedir" tem outros significados. Fui à Concordância de Strong e vi que o verbo na língua grega é o verbo AITEÓ, o qual pode ser traduzido, também, por exigir, reivindicar, determinar, tomar posse da bênção etc.
Desde então, tenho exigido os meus direitos como filho de Deus. Tenho aprendido a viver livre de quais¬quer problemas, e em todas as minhas determinações o sucesso tem sido absoluto.
Esse é o modo de se apropriar da vida abundante que foi prometida pelo Senhor Jesus.
Quando chegarmos ao próximo capítulo, vamos ver a diferença entre ter fé e crer. O meu prezado lei¬tor terá, então, condições de entender melhor quan¬do se deve exigir os nossos direitos, o que na verdade pode ser feito neste momento.

Em oração
Um dos momentos mais preciosos na vida de um ser humano é quando ele está orando. Orar não é so¬mente fechar os olhos e pronunciar algumas palavras. A verdadeira oração significa comunhão do homem e Deus. Não é um monólogo, e, sim, um diálogo, em que o homem fala, pronuncia palavras, diz tudo o que está no seu coração e o Senhor Deus, pelo Espírito Santo, vem e começa a fazê-lo entender o que está errado com ele, o que precisa ser consertado e o que deve ser feito.
A oração é tão importante que deveríamos viver sempre em estado de oração.
O livro de Provérbios contém a seguinte adver¬tência: O que primeiro começa o seu pleito justo parece; mas vem o seu companheiro e o examina (Pv 18.17)
O outro que vem é o Santo Espírito.
Quase sempre, quando vamos orar, estamos co¬bertos de razão. Começamos a orar e não entende¬mos por que o Senhor Deus está demorando a nos res¬ponder, por que aquela bênção ainda não se manifes¬tou. Às vezes, chegamos a perguntar se Deus não está um pouco esquecido, ou se Ele não é um pouco mau; pois nós estamos crendo e, ademais, não temos feito nada errado. Simplesmente, Ele Se mantém surdo a nosso respeito.
Ao continuarmos em oração, o Senhor começa a falar. Dentro do nosso ser, lá no íntimo, começam a surgir certas lembranças de coisas que fizemos que não estavam de acordo com a Palavra do Senhor. Vêm à nossa memória certas atitudes erradas que toma¬mos, falta de apego à Palavra, ou até mesmo ódio, rancor, que guardamos no coração; procedimentos errados, como malícias, fingimentos, enganos, inve¬jas e murmurações, coisas que nos impedem o cresci¬mento espiritual, mas que estamos acostumados a ter e quase nem nos apercebemos da importância nefas¬ta que possuem.
Quanto ao silêncio de Deus, posso afirmar que ele é uma resposta do Senhor. No mínimo, indica que Ele não está tendo condições para operar. Nesse momen¬to, em que parece que Deus não está agindo, é hora de examinarmos e vermos o que está impedindo a ação divina.
Tudo quanto pedirdes em oração. Deus não tem com¬promisso com aquilo que pedimos fora da oração, fora da comunhão, em que, estando desligada dEle, a pessoa resolve falar em Seu Nome, esperando que aconteça o que pede ou determina. Ele claramente explicou que será feito tudo o que for pedido em ora¬ção.
Agora surge uma pergunta: a que tipo de oração o Senhor Jesus Se referiu?
Sabemos que existem vários tipos de orações. Se estamos fazendo a oração de louvor ou de adoração, certamente que o nosso propósito não é o de buscar a cura, a solução de um problema, mas de louvar e enaltecer o nosso Deus.
Porém, nada impede que, mesmo nesta oração, to¬memos posse da nossa bênção. Basta que haja uma necessidade e decidamos saná-la. Por exemplo, se estamos em plena adoração e surge em qualquer par¬te do nosso corpo uma dor, não precisamos parar de adorar, para, então, fazermos a oração da fé, expul¬sando aquela dor. Simplesmente colocamos a mão em cima de onde dói, ou viramos a nossa atenção, mo¬mentaneamente, para o local onde está a dor, e dize¬mos: Em Nome de Jesus eu não te permito existir em mim, fora! Sem dúvida, seremos curados no ato — se crermos!
Quando se tratar da solução de qualquer caso, como doença, problema financeiro ou conjugai, ou qualquer outro ataque do diabo, a oração certa é a oração da fé, que é aquela em que nós usamos a auto¬ridade que o Nome de Jesus nos confere para amar¬rar toda a força do inferno e ordenar a sua saída.
Respondendo à pergunta: "A que tipo de oração o Senhor Se referia", podemos afirmar que a todos os tipos de orações. Pois, até no louvor, se não crermos, a nossa oração não subirá além do teto.
Então, desde que já conhecemos parte da explica¬ção do Senhor Jesus sobre o que fazer para ter todas as nossas orações respondidas, vamos avançar mais um pouco na instrução do sucesso.

Crede que recebestes
Algumas traduções colocam o verbo receber no futuro — crede que recebereis —, o que não muda em nada, Eu o prefiro no passado.
Esta parte da instrução é de vital importância. Se a pessoa não crer, ela nada receberá, ainda que tenha feito tudo corretamente.
Crer é acreditar, é desprezar os sintomas, é agir como se já tivesse a bênção materializada. Na verda¬de, é o que fará a bênção tomar-se realidade física.
Mas crer em quê? Em Deus, alguém pode res¬ponder. Mas isto é muito vago. Quase todos os reli¬giosos do mundo garantem que crêem em Deus, e nós sabemos que isso não é verdade. Pois, se na ver¬dade cressem nEle, não cometeriam as barbarida¬des que têm manchado de sangue a história da hu¬manidade.
Aquele que quer receber resposta favorável à sua oração deve crer que, por estar agindo sobre a Pala¬vra de Deus, tem o mesmo direito de ser atendido como Jesus tinha, pois ele está agindo em Seu Nome, sobre aquilo que Ele declara ter feito por nós e para nós.
Vimos, de modo claro, isso ocorrer no incidente que tratamos no capítulo primeiro deste livro, na cura do filho do oficial do rei. O rapaz só recebeu o mila¬gre porque o pai creu na Palavra que Jesus lhe disse. Ele não tinha, racionalmente falando, a mínima certeza de que encontraria o seu filho vivo e curado. Mas ele creu na Palavra do Senhor, ele A tomou como boa e, deste modo, deu condições para que o poder de Deus operasse em seu filho.
Eu estou convencido de que o mesmo ocorrerá em qualquer vida que ousar crer no que o Senhor tem afirmado. Este é o único caminho para Ele operar em nós. Não há outro meio. Se não crermos naquilo que Ele afirma e não tomarmos posse da bênção, simples¬mente continuaremos a sofrer. E não importa se a pes¬soa é um recém chegado no Evangelho ou se é, até mesmo, um ministro dele.
Entre 1978 e 1979 ocorreu um fato importante que quero relatar, o qual será de grande valia para se en¬tender o que é crer. Nesta época, eu dirigia uma igreja no Rio de Janeiro, e uma senhora veio desesperada pedir a minha ajuda.
Eu estava ocupado, no escritório, atendendo a uma família, e ela, aflita, pedia a um rapaz de 12 anos, que era meu obreiro, que, por favor, a deixasse falar co¬migo.
Ele, então, lhe indagou a razão de tal desespero. E ela contou-lhe que a sua filha, de 15 anos, estava lou¬ca em casa. A menina havia tirado toda a roupa do corpo e estava quebrando os móveis e as demais coi¬sas que havia no lar.
Como estava começando a freqüentar a nossa igreja, ela sabia que aquilo era demônio; queria, então, falar comigo, para que eu fosse a sua casa e expulsasse os espíritos maus de sua filha.
O obreiro, apesar de tão jovem, virou-se para ela e disse: Minha senhora, eu também sou homem de Deus. Ela, então, num misto de raiva e desconfiança, ficou a observá-lo. Ele continuou: A senhora pode ir, porque o demônio já saiu da sua filha.
Quando mais tarde ela me contava isso, disse-me: Missionário, eu quase dei um tapa na cara dele. Como podia aceitar que um menino de apenas doze anos, três anos mais novo que minha filha, tivesse a petu¬lância de falar daquele modo? Porém, disse-me ela, resolvi crer e voltei para casa, e qual não foi a minha alegria ao chegar em casa e ver a minha filha liberta, vestida e em perfeito juízo.
Se ela não tivesse crido, talvez nem eu nem ne¬nhum outro pregador poderíamos tê-la ajudado.
Outro relato importante encontramos registrado em Lucas 17.12-19. Dez leprosos saíram ao encontro de Jesus. De longe gritaram, pedindo que o Mestre ti¬vesse misericórdia deles. Jesus mandou que fossem se mostrar ao sacerdote. E, enquanto iam, obedecen¬do à orientação do Senhor, foram purificados.
Eles criam que, se clamassem a Jesus, seriam aten¬didos. O Senhor Jesus mandou que fossem e se mos¬trassem aos sacerdotes. Eles creram na Palavra que Jesus lhes dissera. Ao começarem a andar na direção indicada, descobriram que, só em obedecer, a lepra desaparecera de seus corpos.
O triste fato da história é que só um voltou para dar glória a Deus. Até no ministério pessoal de Cristo havia ingratos.
Muita gente, hoje em dia, anda perdendo batalhas por não saber crer. Fazem tudo certo, mas na hora de fazer o mais simples, que é crer, eles duvidam e estra¬gam tudo.
Quando a pessoa não crê, dificilmente ela ficará neutra. Pois, inevitavelmente, ela duvidará. Há quem diga que deixar de crer já é duvidar. Isto está bem ex¬plicado no caso do apóstolo Pedro andando sobre as águas. Quando ele deixou de crer na Palavra de Jesus e reparou na força do vento, o próprio Senhor disse que ele havia duvidado.
Grandes e valorosos homens de Deus têm passado pelo mesmo problema. Eles, em momentos de inspira¬ção, sentiram a chamada do Senhor para a realização de grandes obras. Lançaram-se à realização delas, con¬fiando que Jesus, como autor de tal desejo, seria tam¬bém o provedor dos meios para a sua realização. Mas, na hora de crer, para a concretização, não somente deixaram de o fazer, como duvidaram. E o projeto de inspiração legítima do Senhor não deu em nada.
Duvidar é o mesmo que confessar que não se acre¬dita que o Senhor seja verdadeiro e que vá cumprir o que prometeu.
Quem tem esse tipo de comportamento certamente não agrada, em nada, ao Senhor Deus.
Só quem crê recebe o que determina.

Tê-lo-eis
Na ressurreição de Lázaro vemos a importân¬cia de Crer. Podemos dizer que ele era um privile¬giado. Ele cria em Jesus, e por isso o Senhor era seu amigo particular. O mesmo se dá com todos que crê¬em nEle; são considerados por Ele como amigos, e não servos.
Lázaro adoeceu; então, suas irmãs mandaram ao Mestre um recado urgente, para que viesse socorrer aquele a quem Ele amava.
O Senhor demorou-se ainda mais dois dias onde estava, e, quando foi ao seu encontro, ele já estava morto e sepultado havia quatro dias.
Depois de ter falado com suas irmãs, Marta e Maria, e de ter-lhes garantido que ele haveria de res¬suscitar, afirmando o Senhor que Ele próprio era a ressurreição e a vida, teve de chamar a atenção de Marta, que respondeu com incredulidade quando Ele pediu que tirassem a pedra que fechava a abertura do túmulo.
Disse-lhe: Senhor, já cheira mal, porque é já de qua¬tro dias. Disse-lhe Jesus: Não te hei dito que, se creres, verás a glória de Deus?
João 11.39,40


Esta é a plena verdade: Quem crê vê a glória de Deus, quem não crê nada vê e nada recebe.
Tenho visto em meu ministério milhares de pes¬soas serem curadas de todos os tipos de enfermi¬dades, doenças e defeitos físicos. Tudo porque cre¬ram.
Jamais me esquecerei de uma senhora que mora na cidade de Cantagalo, no Estado do Rio de Janeiro.
Durante 22 anos ela não podia tomar banho. O máximo que conseguia era um ou dois banhos ao ano. Quando ela não agüentava mais, ela fazia a sua higiene feminina usando um toalha embebida em álcool.
O seu esposo era presbítero de uma igreja pentecostal tradicional. Nessa época moravam na ci¬dade do Rio de Janeiro.
Quando ela não agüentava mais e precisava to¬mar banho, eles colocavam os filhos para fora de casa, fechavam a porta e as janelas. Durante duas horas após o banho, ela sofria com coceiras em todo o cor¬po, fazendo com que se coçasse tanto até arrancar sangue. Desesperada, ficava a andar por toda a casa, nua, com o seu esposo seguindo-a e ungindo-a com óleo.
Disse-me que, até mesmo quando sonhava que estava tomando banho, ela acordava desesperada, coçando-se toda.
Mudaram-se para Cantagalo e lá o esposo veio a falecer. Ela, então, esfriou na fé e deixou de freqüen¬tar a igreja.
No entanto, todos os dias ela perguntava a Deus por que Ele não gostava dela, pois não deixava que ela morresse, acabando assim todo o seu sofrimento.
Certo dia, não agüentando mais, pediu com mui¬ta firmeza: Senhor, já que o Senhor não me leva para a eternidade, mostre-me, por favor, a verdade sobre o meu caso.
Na manhã seguinte, ela perdeu o sono e ligou a televisão. Lá estava eu falando o que ela precisava ouvir. Eu dizia: "Você, que é um filho de Deus e está sofrendo, isto está errado. Você não precisa viver so¬frendo, sabe por quê? Porque está escrito aqui, em Isaías 53.4,5, que Jesus levou todas as nossas doenças e enfermidades no Seu próprio corpo, quando mor¬reu por nós lá no Calvário".
Ela nunca tinha ouvido alguém dizer coisa seme¬lhante. Correu, pegou sua Bíblia e conferiu que era isso mesmo que a Palavra dizia. Assistiu a todo o pro¬grama e a fé começou a surgir no seu coração.
Pensando que o meu programa não fosse diário, e sim semanal, esperou passar uma semana e novamen¬te ligou o televisor.
Para ela, aquela semana foi a mais longa da sua vida; não via a hora de voltar a aprender sobre a Ver¬dade. De novo apareci na tela do seu televisor, dizen¬do quase tudo novamente, parecia que era a continu¬ação do mesmo sermão. Ela creu e orou, determinan¬do e agradecendo a Deus pela sua cura. Crendo, foi tomar banho, e desde então não tem passado um só dia sem se banhar.
Não foi assim que aconteceu com o filho de um oficial do rei, em João, 4.46-53? Quando ele creu, a febre deixou o seu filho. É desse modo que acontecerá com você. Quando você crer, o seu mal o deixará.
Por que você não crê agora? Isso funciona aí onde você está. Deus está aguardando há muito tempo para agir em seu favor. Só lhe falta fazer a sua parte, para Ele, o Senhor, realizar a dEle.
Quem crê ora, tira a pedra e faz qualquer coisa que o Espírito Santo o orienta. Mas, que fique bem claro que toda orientação do Santo Espírito é dada dentro da Palavra de Deus.
No capítulo seguinte vamos examinar a cura de dois cegos.

3. Os dois cegos
E, partindo Jesus dali, seguiram-no dois cegos, cla¬mando e dizendo: Tem compaixão de nós, Filho de Davi. E, quando chegou à casa, os cegos se aproxi¬maram dele; e Jesus disse-lhes: Credes vós que eu possa fazer isto? Disseram-lhe eles: Sim, Senhor. Tocou, então, os olhos deles, dizendo: Seja-vos feito segundo a vossa fé. E os olhos se lhes abriram [...]
Mateus 9.27-30


A
tendendo ao pedido de Jairo, um dos principais da Sinagoga, o Senhor Jesus Se dirigia à casa des¬te, quando no caminho foi obrigado a parar e dar aten¬ção a uma senhora que sofria havia 12 anos com uma hemorragia. Ela veio por detrás dEle, tocando-Lhe na orla de Sua veste e ficou curada. Ao chegar à casa de Jairo, Ele teve de ressuscitar a menina. A seguir con¬tinuou Seu caminho, cumprindo a Sua missão.
A notícia de mais estes dois milagres se espalhou rapidamente. O que Jesus fazia era comentado por todos. A nação de Israel estava sendo visitada por Deus, por todos os lados se ouvia pessoas contarem de bênçãos que haviam recebido daquele pregador que falava diferente de todos.
Diz a Palavra que:
E, percorrendo toda a terra em redor, começaram a trazer em leitos, onde quer que sabiam que ele estava, os que se achavam enfermos. E, onde quer que entrava, ou em cidade, ou em aldeias, ou no campo, apresentavam os enfermos nas praças e ro¬gavam-lhe que os deixasse tocar ao menos na orla da sua veste, e todos os que lhe tocavam saravam.
Marcos 6.55,56

Neste ambiente de esperança e fé, dois cegos deci¬dem ir a Jesus para, também, receberem a sua cura. Sem dúvida, os relatos das operações do Senhor pro¬duziram nestes dois cidadãos o desejo, que antecede a fé, de serem curados.
Foram chegando e expondo a sua vontade. Que¬riam que o Mestre tivesse misericórdia deles, mas não foram, de pronto, atendidos.
Esses dois cegos representam a multidão que se¬gue a Jesus. Apesar de estarem seguindo o Criador da Luz, ainda estavam cegos.
É o que está acontecendo com a maioria que se diz cristã. Apesar de confessarem que tiveram os olhos abertos, ao deixar o reino das trevas para en¬trar no Reino da Luz, essas pessoas ainda não co¬nhecem os seus direitos, prerrogativas e privilégios que possuem em Jesus; por isso, vivem sofrendo. Eles não têm desfrutado da vida abundante garantida pelo Senhor Jesus.
Quanto aos outros que não seguem a Cristo, estão simplesmente mortos.

Eles seguiram a Jesus
Pelo relato bíblico, vimos que eles estavam deter¬minados a conseguir, do Senhor, a cura para os seus olhos. Apesar de não terem sido logo atendidos, não se deram por vencidos, decidiram seguir a Jesus.
Aqui está um grande segredo: mesmo que os nos¬sos pedidos não sejam respondidos, não devemos de¬sistir. Primeiro, porque só o Senhor pode nos socor¬rer, e, se Ele não o fizer, quem o fará? Não existe ou¬tro. Segundo, porque, se Ele aparentemente Se atra¬sa, é por nossa causa, por ainda não Lhe termos ofe¬recido condições para o Seu poder operar.
Nada nesta vida é mais nobre do que seguir ao Senhor. Nesta empreitada ninguém há de se arrepen¬der. Quando tinha 6 anos de idade eu fiz a minha de¬cisão, e até hoje não me arrependo, nem um pouco, da minha escolha. Ao contrário, cada dia eu me rededico a Ele e me esforço por servi-Lo melhor. Para mim, constitui motivo de muita alegria ser contado como um dos Seus servos, ainda que seja um dos mais pequeninos.
A certeza de que eu Lhe pertenço me realiza em todos os sentidos.
Um caso trágico, de alguém que se envergonhou de Jesus, ocorreu em certa cidade do Estado de São Paulo há alguns anos. Um dos nossos pastores estava realizando uma cerimônia fúnebre no cemitério lo¬cal. A sepultura ficava junto ao muro, o qual divisa¬va com a rua. Enquanto pregava a Palavra do Senhor, ele observou que um senhor, bem apessoado, trajan¬do um temo escuro, havia parado e, provavelmente, estava escutando o seu sermão.
Quando terminou a cerimônia, o pastor se apres¬sou em falar com o dito transeunte, o qual o parabe¬nizou pela mensagem. A seguir, o pastor o convidou a visitar a nossa igreja, garantindo-lhe que seria um prazer tê-lo assistindo a um dos cultos que realizava na nossa igreja, ao que o cidadão lhe respondeu: "Pas¬tor, eu não posso. Entenda, por favor, eu até gostaria de ir. Mas eu sou o Juiz de Direito desta cidade. O que diriam as pessoas se me vissem freqüentando uma igreja evangélica?" Dispensa comentários a atitude deste magistrado.
Os dois cegos foram mais nobres. Eles seguiram, clamando por misericórdia. E, apesar de não serem atendidos de pronto, não desanimaram. O que para muitos seria motivo de tropeço.
Por que Jesus não os atendeu? Coitadinhos! Po¬bres cegos! Além de serem privados da visão, são, ago¬ra, privados de atendimento. Será que nem Deus os queria escutar?
Não é bem assim. Como já tenho dito, cada caso é um caso. Deus sempre sabe o que faz, e o que Ele faz é, inquestionavelmente, para o nosso próprio bem.
Apesar de parecer uma maldade o fato de o Se¬nhor não lhes responder, eles continuavam tanto a seguir quanto a clamar ao Mestre.
Por que Jesus não lhes respondeu? Não teria sido tão simples, para Ele que tem todo o poder, ter tocado em seus olhos e feito-os bons? Não. A pura verdade é que, se o Senhor Jesus lhes tivesse atendido no início da caminhada, Ele teria fracassado em curar-lhes os olhos.
Quando começaram a caminhada, eles tinham so¬mente desejo, vontade de ficar sãos, e o Senhor não pode operar só pela vontade, tem de haver a fé.
Diz Hebreus 11.6:
Ora, sem fé é impossível agradar-lhe, porque é ne¬cessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que é galardoador dos que o bus¬cam.
Agradar a Deus é abrir-Lhe o caminho para que Ele possa Se mostrar como o nosso Deus e Pai. Como Aquele que avoca para Si o Nome do Amor.
A falta de resposta do Senhor não ocorreu porque Ele é um ser sistemático e que diz: "Se não for do meu jeito, eu não opero". Não, o nosso Deus é perfeito, Ele não tem nenhum defeito. E preciso que se entenda que sem fé Ele não pode operar. Sim, é verdade. Existem leis espirituais, criadas por Ele, às quais Ele próprio está limitado.
Se observarmos bem, veremos, nas Escrituras, que a maioria das pessoas que foram atendidas por Ele demonstraram ser possuidoras de fé, Ele sempre di¬zia que fora a fé das pessoas que havia feito o mila¬gre. E Ele nunca mentiu nem enganou quem quer que. fosse. Ainda hoje é a fé da pessoa que consegue a ope¬ração do milagre.
Assim aconteceu com a mulher que tinha um flu¬xo de sangue, e com a outra, sirofenícia de nação, cuja filha estava miseravelmente endemoninhada.
No primeiro caso, Ele afirmou: Tem ânimo, filha, a tua fé te salvou. E imediatamente a mulher ficou sã (Mt 9.22). No segundo, Ele respondeu, dizendo-lhe: Ó mulher, grande ê a tua fé. Seja isso feito para conti¬go, como tu desejas. E, desde aquela hora, a sua filha ficou sã (Mt 15.28).

Um grande erro
Se reuníssemos, hoje, 10 mil dos maiores prega¬dores do Evangelho em certo local e déssemos a cada um deles uma folha de papel com um lápis, pedindo-lhes que explicassem, sucintamente, o que é fé, pro¬vavelmente teríamos muitas respostas iguais e, cer¬tamente, muito poucos dariam a resposta certa.
Fé é a coisa mais mal entendida na face da Terra. Mesmo os maiores líderes evangélicos não sabem ex¬plicar, corretamente, o que ela significa.
Uma vez, estava reunido com cinco pastores e dis¬se-lhes: "Irmãos, poderiam me explicar o que significa fé? Pois, afinal de contas, sendo pregadores do Evangelho, a nossa missão é fazer a fé nascer e se de¬senvolver no coração das pessoas". Eles se entreolharam, abaixaram a cabeça e nenhum deles se aventu¬rou a dar tal explicação. Eu insisti, e um deles tomou coragem e disse: "Missionário, fé é quando a gente crê muito".
Ele estava complemente enganado. Fé não é crer, e crer não é fé.
É interessante notar que em todo o Velho Testa¬mento, que levou mais ou menos 1.500 anos para ser escrito, só existem duas referências à fé. Uma delas está em Deuteronômio 32.20, que aparece, como fé, somente em algumas traduções, mas que tem o sentido de fidelidade, ou lealdade. A outra se encontra em Habacuque 2.4, onde realmente signi¬fica fé.
Isso nos chama a atenção, que o pessoal do Velho Testamento não sabia o que era fé. Apesar de a possu¬írem e a usarem.
Foi Jesus quem começou a ensinar sobre a fé. Ele dizia a certas pessoas que a fé que tinham as havia curado, e a outras Ele recomendava que tivessem fé em Deus.
Fé? O que é fé? O povo perguntava e Jesus res¬pondia: Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá — e há de passar; e nada vos será impossível (Mt 17.20).
Hoje, quase 2 mil anos já se passaram e ainda a maioria do povo não sabe o que é fé; nem mesmo aqueles que têm obrigação de saber, como os prega¬dores, a compreendem. Mas, por quê? Porque não ouvem a Palavra.
Procurar o significado da fé em Deus nos dicioná¬rios também não ajudará. Os seus autores não lêem a Bíblia e, se o fazem, não se inclinam a aprender com o Senhor.
É triste ter de fazer a mesma crítica aos nossos seminários e faculdades de teologia. Alguns estão até se excedendo, ensinando filosofia, métodos de persua¬são, lições de marketing, etc. Mas, no discernimento espiritual, deixam muito a desejar.
O Espírito Santo nos revela o que a fé é.
Em Hebreus 11.1, Ele diz:
Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não vêem.
Então, para a fé só há estas duas definições. Se houvesse a terceira, certamente o Senhor nos teria revelado.
Mas, como se recebe a fé? Em Romanos 10.17, está a fórmula:
De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela pala¬vra de Deus.
A fé é recebida quando uma pessoa ouve a Pala¬vra, o que é diferente de escutar. Ouvir a Palavra é escutar e dar ouvidos — atender, praticar, aceitá-La como Senhora. Escutar é gostar, achar bonita e não se submeter a Ela. Então, quando alguém ouve a Pala¬vra, surge dentro dele, no seu espírito, uma certeza de que aquela bênção, aquilo que a Palavra está a fa¬lar lhe pertence. Isto é fé.
Esta certeza também é a prova de que nós já te¬mos a bênção. Falta só reivindicá-la, tomando posse dela. Ela é como uma escritura de propriedade. Quem recebe a fé pode crer que já tem a bênção, pois a fé é a certeza das coisas que se esperam.

Eles seguiam e clamavam
Quando começaram a seguir a Jesus, eles não ti¬nham fé alguma. Só desejo e vontade de ficarem bons. Talvez, se fossem questionados, diriam como o fazem muitas pessoas, categoricamente, que possuem toda a fé do mundo. No que podem estar certos. Porém, a fé do tipo que Deus possui, que vem por ouvir a Pala¬vra, certamente estão zerados em relação a ela.
Mas, ao persistirem em seguir a Cristo, eles foram ouvindo o Mestre ensinar. As palavras do Senhor fo¬ram iluminando os seus corações e eles começaram a entender como se é curado, como Deus realiza a Sua obra, qual a nossa participação nos milagres.
É simplesmente trágico o entendimento do povo de Deus concernente a um assunto de tal importân¬cia como este da fé. A maioria vive esperando que alguma coisa misteriosa aconteça. Não são poucos os que fecham os olhos para orar e ficam tentando ter uma visão, ouvir uma voz que lhes oriente em como ser curados, ou ter qualquer problema solucionado.
Coitados! A Palavra para eles representa quase nada. E não são poucos os que ficam bravos se você lhes fizer tal observação. Garantem que estão servin¬do à Palavra de Deus. Porém, deixam a simplicidade dEla para se enveredarem por caminhos místicos.
Sobre eles, Paulo, o apóstolo, escreveu:
Ninguém vos domine a seu bel-prazer, com pretex¬to de humildade e culto dos anjos, metendo-se em coisas que não viu; estando debalde inchado na sua carnal compreensão, e não ligado à cabeça, da qual todo o corpo, provido e organizado pelas juntas e ligaduras, vai crescendo em aumento de Deus.
Colossenses 2.18,19

Quando alguém procura orientação por visões, profecias e ou revelações que, supostamente, alguma pessoa poderia ter tido, essa pessoa está deixando de seguir a Cristo, mesmo que não admita tal fato. E, desse modo, não se tem mantido ligado à cabeça, que é o próprio Senhor Jesus. Por não estar unido à cabe¬ça, não haverá crescimento espiritual para ela, e o pior é que os espíritos religiosos (malignos) vêm e come¬çam a orientá-la nos mais diversos meios. Uns come¬çam a ter visões de anjos, outros vêem constantemente a Jesus, ouvem a voz de Deus, sentem o Espírito San¬to passar no meio do povo etc. Tudo isso é engano do inimigo.
O pior é que essas pessoas não acordam. A ma¬neira como vivem não se coaduna com a descrita nas Escrituras. Sempre estão passando por problemas de saúde. Uns não têm paz, outros vivem atolados em tentações e pecados e acham que isso é normal, não sabendo por que o Senhor ainda não resolveu os seus problemas.
Posso garantir que são as piores pessoas para se ajudar; simplesmente elas não crêem de modo bí¬blico.
Porque virá tempo em que não sofrerão a sã dou¬trina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amon¬toarão para si doutores conforme as suas própri¬as concupiscências; e desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.
2 Timóteo 4.3,4

Alguns cristãos passam anos nesse tipo de sofri¬mento. Vivem de lugar em lugar, procurando revela¬ções. Coitados! Não sabem que a Palavra de Deus é o próprio Senhor com quem temos de tratar:
Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais penetrante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até à divisão da alma, e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensa¬mentos e intenções do coração. E não há criatura alguma encoberta diante dele; antes, todas as coi¬sas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar.
Hebreus 4.12,13

Por viverem fora da Palavra, procurando essas revelações, não admitem que estejam vivendo no erro. Ao serem perguntadas por que estão sempre procu¬rando essas coisas, em vez da Palavra, respondem que isso é só para liberar a fé, que essas coisas servem como meios de crer.
Elas têm muito a aprender. Primeiro, que a fé não precisa ser liberada, a fé é uma certeza que devemos nunca liberar, e, sim, trazê-la conosco sempre. Sobre esta certeza, ou seja, baseado nela é que falamos ao monte, ao problema, e, então, cremos, para que a obra seja feita.
Quem usa alguma coisa como meio esquece-se de que entre o homem e Deus só há um mediador, Jesus. Ele é a Palavra de Deus.
Voltando aos dois cegos, vimos que, mesmo não sendo atendidos pelo Senhor, ou aparentemente não tendo sido atendidos, eles continuaram a seguir a Je¬sus, clamando.
Seguir clamando é um dos grandes segredos para se obter vitória. Clamar, orar, produz nos novos con¬vertidos, em certo sentido, os mesmos resultados que o choro no recém-nascido.
É muito produtivo participar de uma vigília, bem como tirar um tempo, todos os dias, para entrar no quarto, fechar a porta, dobrar os joelhos e abrir o co¬ração diante do Senhor.
Quando qualquer coisa o chatear, em vez de ficar murmurando, falando sozinho pelos cantos, você deve entrar na presença de Deus. Não há melhor re¬médio para a aflição do que a oração. Quando você estiver contente, cante louvores.
É verdade que quando se está aborrecido é um pouco difícil orar. A nossa mente se fecha no que nos causou a chateação e, quase sempre, não encontra¬mos condições para nos ligar ao Senhor. Mas, se for¬çarmos, se começarmos a nos abrir com Ele, contando-Lhe de como estamos, do que Ele diz em Sua Pala¬vra de repente, começaremos a experimentar que Ele é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na hora da tribulação.
Os cegos, apesar de não terem obtido resposta aos seus clamores, não desistiram.
Enquanto seguiam o Mestre, ouvindo e aprenden¬do os Seus ensinamentos, a fé foi surgindo no coração deles, o entendimento se alargou e viram como o po¬der de Deus opera.
Agora estavam prontos para ser atendidos pelo Senhor Deus.
Jesus percebeu que tudo estava no ponto certo; então, chegou à casa.

Cristo em casa
Desde quando Adão pecou, o Senhor Deus não tem podido ocupar a Sua casa, o nosso coração. E, sem este morador em nós, somos simplesmente po¬bres criaturas, miseráveis e vulneráveis a todo tipo de erro e de engano. Em alguns casos o ser humano tem-se tornado até mesmo habitação de demônios.
Sem a presença do Criador a casa fica completa¬mente desarrumada. Ela se enche de habitantes noci¬vos que a fazem ser uma filial do inferno. O grau de distanciamento da divindade numa vida pode ser medido pelo grau de malignidade em que esteja vi¬vendo. Quanto mais longe de Deus a pessoa estiver, menos respeito a si mesma ela terá, e quem não se respeita jamais será respeitado.
Todos os problemas que afligem a sociedade, des¬de as doenças ditas incuráveis, passando pelos pro¬blemas sociais, como drogas, prostituição, homossexualismo, violência, até os casos de suicídio terão so¬lução, somente, se Cristo estiver em casa.
Também o fanatismo é sinal de que o Senhor não reside numa vida. O fanático está tão distante da ver¬dade como qualquer pessoa que jamais conheceu a Deus. Ele não admite sua mente corrompida, julga es¬tar agradando ao Senhor enquanto discrimina os ou¬tros, principalmente os que não seguem a Deus como ele pensa estar seguindo.
Em alguns casos a pessoa já teve bons momentos quando o Senhor residia em sua vida, mas foi-se dis¬tanciando e, hoje, tudo o que tem é só um formalismo morto, e por puro capricho idiota não abandona a sua vã maneira de tentar "servir" a Deus.
Enquanto Cristo não chegar à sua casa, Ele terá impedimentos para operar a Sua vontade.
Para o Senhor entrar na sua casa é preciso que você ouça a Palavra. Até a pessoa ouvir a Palavra de Deus, ela não vê motivos para não viver como todo mundo vive. Afinal de contas, disse-me uma senho¬ra, que mal há em que eu e o meu marido freqüente¬mos a noite, e dancemos. Não somos casados? O mes¬mo acontece com pessoas que me escrevem pergun¬tando se é pecado jogar na Loto, comprar bilhetes de loterias, Telesena, etc. Nesse raciocínio, dificilmente alguém encontrará razões para censurar aquele que bebe esporadicamente, que usa da licenciosidade ou faz outras coisas condenadas.
Enquanto não fizermos algo, não tirarmos aque¬las coisinhas que não prestam, que são apontadas pela Palavra como perniciosas, o Senhor não poderá che¬gar à casa.
Se o leitor ainda não é salvo, se ainda não passou pelo novo nascimento que a Palavra e o Espírito San¬to realizam, isso significa que ainda está debaixo da autoridade do inimigo de nossas almas, e por isso, não se tem realizado na vida.
Só o novo nascimento completa uma pessoa. Pois, não tendo se tornado membro da família di¬vina, é impossível conseguir a plena operação do Senhor.
Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus.
João 3.5

O novo nascimento é um marco. Ele muda com¬pletamente a pessoa, é o renascimento do espírito humano que ficou morto, separado de Deus, quando da queda lá no jardim do Éden. Longe de Deus, o ho¬mem não tem paz, não se completa, mesmo que te¬nha sucesso em todas as áreas.
A busca do coração do homem termina quando ele se encontra com Jesus e O recebe como Senhor de sua vida. Cristo, então, entra em casa.
Ao entrar em casa, Ele começa a colocar todas as coisas em ordem. Em alguns casos, meses são necessá¬rios para que a mudança comece a aparecer; em ou¬tros, poucas semanas ou dias já são o bastante para que todos notem que o morador do coração foi trocado.
De uma coisa podemos estar certos: quem parti¬cipa do processo da salvação toma-se numa nova cri¬atura, a sua maneira de pensar, agir, enfim, todo o seu proceder é mudado, radicalmente, para melhor.
Não é possível explicar completamente o que sig¬nifica ter Jesus em casa. Só quem O possui sabe da diferença. Mas é possível mostrar quando uma pes¬soa não O tem em sua vida. Ela vive derrotada, cheia de problemas, quase sempre não é uma pessoa confiável, ainda que tente ser.
Há verdadeiramente uma diferença entre aquele que serve a Deus e o que não O serve.
Então, vereis outra vez a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus e o que não o serve.
Malaquias 3.18

Eles se aproximaram
Quando Jesus chegou à casa, os cegos se aproxi¬maram dEle.
Quem tem Jesus em casa não vive gritando; faz outra coisa, se aproxima, fica mais perto.
Quantas bênçãos muita gente está perdendo por não se aproximar de Jesus. Eu acredito que o que im¬pede uma aproximação maior da pessoa com o Se¬nhor é uma operação muito sagaz do demônio. Pois, se o Senhor é bom, se com Ele nós não temos nada a perder, se Ele é a nossa ajuda nos momentos difíceis, por que, então, não envidar todos os esforços para fi¬carmos perto dEle?
Quanto mais alguém se aproximar da luz, mais iluminado será. Ele, o nosso querido Jesus, é a luz da nossa vida. Se ficarmos distantes, tudo o que teremos será somente um tênue resplendor da verdade. Mas, se nos aproximarmos dEle, seremos iluminados e em nós não haverá treva alguma. Por trevas se entende as operações do diabo.
A razão de muitas pessoas não virem para perto do Senhor foi explicada, pelo próprio Senhor Jesus, em João 3.19:
E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más.
Quando a pessoa começa a caminhar em direção ao Senhor, Ele, também, caminha em direção dessa pessoa.

Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós...
Tiago 4.8

Mas, como chegar a Deus? Qual o caminho? Será a penitência, o jejum, a caridade, o sofrimento ou se¬rão práticas religiosas? Não. Essas coisas não ajuda¬rão em nada, bem como quaisquer outras que o ho¬mem inventar.
Em João 14.6, Jesus nos ensina o caminho certo:
Disse-lhes Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim.
Ele, Jesus, o caminho, é a Palavra de Deus.
No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
João 1.1

E estava vestido de uma veste salpicada de san¬gue, e o nome pelo qual se chama é a Palavra de Deus.
Apocalipse 19.13

E tão simples andar na luz, caminhar com Jesus! Mas, no entanto, o que se vê são pessoas escraviza¬das pela religião.
Como dói o meu coração saber que existem pelo mundo afora milhares de pessoas que estão enclausuradas em mosteiros, de onde não sairão nun¬ca mais. Distantes das famílias, do convívio com a sociedade, fazendo penitências, cavando com as mãos o próprio túmulo, numa tentativa vã de agradar a Deus e fazer por merecer uma recompensa na eterni¬dade.
Não sabem, essas infelizes criaturas, que tudo isso é falso e que, se não nascerem de novo e não passa¬rem a viver, unicamente, da Palavra de Deus, renun¬ciando a toda essa baboseira da invencionice huma¬na, nem mesmo estarão ao lado dEle no mundo do porvir.
Para andar com Deus basta assumir e praticar a Sua Palavra.
Voltando ao caso dos cegos, Jesus chega à casa, e eles se aproximam dEle.
Agora, já não clamam mais. Também, não há ne¬cessidade. Eles já O têm em suas vidas. Basta que se aproximem dEle.
Quão suave é aproximar-se de Deus. É um gozo tão grande que não existem palavras que consigam explicar. Só quem se aproxima de Cristo descobre a preciosidade deste ato. E tão gostoso que cada vez queremos mais.
Ao se aproximarem do Mestre já não clamam, nem sequer oram.
Agora é a vez de Jesus falar. Ele perguntou-lhes: Credes vós que eu possa fazer isto?

Vocês crêem?
Ao criar o homem, o Senhor não o fez como um boneco, ou robô; bem ao contrário, deu-lhe o livre-arbítrio. Ele poderia decidir todas as coisas, inclusive se iria crer ou não nEle.
Na tentação do Paraíso, em que houve a queda e a conseqüente escravidão da humanidade pelo dia¬bo, Adão provou o quanto custa não crer no Senhor Deus. O seu ato foi nada mais nada menos do que descrer das advertências que o Senhor lhe fizera.
Quadro semelhante vemos nos dias atuais. Mi¬lhões de pessoas, cultas, inteligentes, preparadas para a vida, por uma questão idiota, de puro orgulho, ou mesmo por pura tolice, recusam-se a crer em Deus. Alguns, porque vivem e gostam da devassidão, ou¬tros, simplesmente, adiam para mais tarde. Até que se toma tarde demais para buscar a verdadeira fonte da sabedoria e da ciência.
Quando Jesus perguntou aos cegos se criam que Ele podia atender aos seus pedidos, Ele estava, tam¬bém, a indagar-lhes se eles entendiam por que lá, no início da caminhada, Ele não lhes respondeu.
É certo que, quando, pela primeira vez, pronun¬ciaram o pedido de misericórdia, o Senhor já sabia, antes mesmo que as palavras fossem articuladas, o que eles clamariam. E, na Sua sabedoria, não os aten¬deu. Pois, se os tivesse atendido, ter-se-ia escrito que um dia Jesus fracassou em curar a dois cegos.
A atitude do Senhor para com estes dois cegos não é a mesma que Ele tem tido com muitos que O têm procurado e Lhe têm pedido que solucione os seus pro¬blemas?
No início da caminhada eles não estavam prepa¬rados para serem atendidos pelo Senhor. Eles O esta¬vam começando a seguir, e, portanto, a fé deles era zero. Como, então, poderiam crer que o Senhor os curaria, se a base sobre a qual Deus opera era inexistente em suas vidas?
Com o passar do tempo, seguindo a Jesus e ouvin¬do os Seus ensinamentos, eles aprenderam, ouvindo a Palavra do Mestre, e a fé veio aos seus corações.
Quando o Senhor viu que eles estavam prontos, chegou em casa e fez com que confirmassem que a preparação havia terminado.
Credes vós que eu possa fazer isto?

SIM, SENHOR.
Dizer sim para o Senhor Jesus é condição essen¬cial para que Ele possa operar na vida de qualquer pessoa. Dizer sim significa que O estamos reconhe¬cendo como nosso Senhor, e que nos colocamos na posição de servos.
A verdade é que na vida não há neutralidade. Enganam-se aqueles que dizem: Eu não sirvo a Deus, nem ao diabo. O certo é que um ou outro está no co¬mando da vida de qualquer ser que pertence a este mundo.
Quando a pessoa nasce, ela já nasce debaixo do senhorio do inimigo. Foi o pecado de Adão que nos deu esta triste herança. Isto continua até a pessoa se converter e aceitar ao Senhor Jesus como seu Senhor; sendo, então, tirada de debaixo da autoridade do im¬pério das trevas.
Ele nos tirou da potestade das trevas e nos transpor¬tou para o Reino do Filho do seu amor.
Colossenses 1.13

Dizer sim é confessar ao Pai que estamos perfei¬tamente de acordo com o Seu plano, que não questio¬naremos, nem seremos fracos para tomar posse do que é nosso.
Quando dizemos sim em cumprimento das con¬dições estabelecidas em Sua Palavra, Ele também diz sim às nossas determinações.
Estes dois cegos disseram sim à habilidade de Cristo em lhes devolver a visão.
A mulher sirofenícia também disse: "sim. Se¬nhor", quando o Senhor a comparou aos cachorros (veja Mt 15.27), demonstrando ao Senhor que o seu entendimento espiritual ultrapassava a questão hu¬milhante da discriminação.
Marta, irmã de Lázaro, aquele que estava morto e sepultado havia quatro dias e a quem Jesus ressus¬citou da morte, disse: "Sim, Senhor", reconhecendo que Ele era a ressurreição e a vida, o Cristo, o Filho de Deus que havia de vir ao mundo (veja Jo 11.27)
Pedro, o discípulo que, por medo, se envergonhou do Mestre na hora do Seu julgamento, disse: "Sim, Se¬nhor", ao ser questionado, pelo próprio Senhor, se O amava, mais do que os outros (veja Jo 21.15,16).
Os discípulos também disseram: "Sim, Senhor", ao serem questionados se haviam entendido todo o ensinamento (veja Mt 13.51).
Ainda temos o próprio Senhor Jesus concordando com o Pai, que havia ocultado as revelações do Reino de Deus aos sábios e entendidos e as revelado a nós (veja Mt 11.26).
É depois que Ele nos concede a fé que devemos dar o sim para Ele. Isto só pode ser feito após termos aprendido como se processa a operação divina. A pes¬soa só pode tomar uma posição, com responsabilida¬de, quando ela sabe o que fazer e, sem qualquer pres¬são, conscientemente, decide agir sobre a Palavra do Senhor. Desse modo, é impossível que haja qualquer fracasso.

Seja-vos feito
Já é hora de o povo de Deus parar de acreditar em mágicas. As operações de Deus não surgem por aca¬so, elas são feitas pelo Seu poder segundo a nossa fé.
Quanto tempo leva o Senhor para realizar um milagre? Depende de quanta fé — certeza daquilo que se espera — existe naquele que o está reivindicando ou determinando e de como e quando ele vai crer.
O leproso de Mateus 8.1-3 foi imediatamente pu¬rificado. Foi um passe de mágica? Não, claro que não. Jesus, antes de o leproso ter-se aproximado dEle, es¬teve no monte das bem-aventuranças, de onde minis¬trou os maiores ensinamentos que alguém jamais poderia ouvir. Ao descer da montanha, o leproso, que em algum lugar no pé daquele monte O havia ouvi¬do, se aproximou dEle e fez o seu pedido: Se quiseres, bem podes purificar-me.
Apesar de não estar ciente da vontade do Se¬nhor, ele havia aprendido que Jesus tinha condições de curá-lo, se quisesse. O mesmo já não ocorre conosco. Vivemos após o Calvário, onde Jesus cum¬priu a profecia de Isaías que diz que Ele mesmo to¬mou sobre Si as nossas enfermidades e levou as nos¬sas dores.
No Calvário o Senhor Jesus estava cumprindo exatamente a vontade de Deus. Hoje todos os doen¬tes, enfermos, perturbados, oprimidos, pecadores e demais sofredores já sabem que a vontade de Deus é que vivam libertos e desfrutem da vida abundante. Pois o Senhor fez cair sobre Jesus todas as nossas car¬gas. E o próprio Senhor Jesus convidou a todos que estão cansados e sobrecarregados a vir a Ele para re¬ceber o alívio; Ele disse:
Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimi¬dos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de cora¬ção, e encontrareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve.
Mateus 11.28-30

Ao ouvir o pedido do leproso, o Senhor estende a mão, toca nele e diz: Quero; sê limpo. E logo ficou puri¬ficado da lepra.
Quando Jesus disse quero, os anjos do Senhor en¬traram em ação e, numa fração de segundos, limpa¬ram aquele homem, restaurando nele as partes que a lepra havia destruído.
Este quero de Jesus é a resposta de Deus à pergun¬ta que muitos fazem: "Deus Pai, o Senhor quer a mi¬nha cura?"
Se Deus quis a cura daquele leproso e, hoje, não quer a cura de qualquer outra pessoa, então, Ele não pode ser Deus! Pois estaria fazendo discriminação de pessoas. E, certamente, quem faz esse tipo de coisa não é perfeito.
A verdade é que, hoje. Deus faz os mesmos mila¬gres que fazia no passado. Basta que a pessoa ouça a Sua Palavra, então a fé surgirá em seu coração, e em seguida tome posse da bênção, determinando a sua cura e crendo no que faz.
Na cidade de Mogi Guaçu, no Estado de São Pau¬lo, uma senhora veio a uma reunião em que eu inter¬pretava o pastor americano Tommy 0'Dell. Ela pare¬cia que estava grávida de nove meses. Do jeito que andava, dava a impressão de que estava indo para a maternidade para ter o bebê.
Quando a oração foi feita, e o pregador america¬no não demorou nem um minuto orando, ela come¬çou a chorar de emoção; sua barriga havia murcha¬do. Ela, então, veio à frente e, chorando, mostrava a todos como o vestido que antes estava apertado agora estava bem largo, enquanto dizia: "Eu pareço uma palhaça. Vejam só! Como vou voltar para casa com este vestido tão largo?" Ela contou para toda a multi¬dão que estava com operação marcada, para tirar um mioma que, segundo o médico que fez a ultra-sonografia, pesava por volta de três quilos e oitocentos gramas.
Quando Jesus viu que os dois cegos tinham supri¬do todas as condições para que o milagre aconteces¬se, ele deu a ordem para que fosse realizado neles. Nós, também, devemos dar a nossa ordem para que mila¬gres ocorram naqueles que estão preparados.

Segundo a vossa fé
Jesus tinha um segredo para operar milagres. Ele não orava, nem dava a ordem para a pessoa ficar cu¬rada antes de pregar a Palavra de Deus que gera fé. O Seu segredo se chamava fé. Sem ela nada se realiza.
Ele sabia fazer a fé nascer e se desenvolver no co¬ração das pessoas; para isso, usava o único material que é capaz de produzi-la — a Palavra de Deus.
Ninguém recebe fé por orar, jejuar ou ter a impo¬sição de mãos, mesmo que estas sejam dos maiores pregadores do mundo. A fé vem pelo ouvir a Palavra de Deus.
Sem dúvida, foi oportuno que Jesus não os tivesse atendido no início da caminhada. A fé deles era tão pouca, ou nada, que eles teriam perdido a oportuni¬dade de serem curados.
É por isso que muitos oram e, aparentemente, não recebem resposta. A sua fé é tão rala que, provavel¬mente, fracassariam se Deus os atendesse de pronto.
As pessoas que precisam de um grande milagre deveriam chegar aos pregadores e, em vez de pedir que orassem por elas, deveriam dizer: "Ensinem-me a Palavra que traz fé ao coração".
Como já vimos, foi Jesus quem começou a falar sobre fé. Logo, as pessoas começaram a aprender o seu significado. Elas reconheciam que Ele falava di¬ferente de todos os outros pregadores. Ele ministrava a Palavra e não comentários sobre Ela. Quem Lhe dava ouvidos via surgir no seu espírito a certeza daquilo que se espera e a prova do que não se vê.
Foi o que ocorreu na sinagoga, como registrou Lucas em seu Evangelho:
£ ensinava no sábado, numa das sinagogas. E eis que estava ali uma mulher que tinha um espírito de enfermidade havia já dezoito anos; e andava curvada e não podia de modo algum endireitar-se. E, vendo-a Jesus, chamou-a a si, e disse-lhe: Mulher, estás livre da tua enfermidade. E impôs as mãos sobre ela, e logo se endireitou e glorificava a Deus.
Lucas 13.10-13

O que Jesus ensinava naquela sinagoga? Certa¬mente a parte da Palavra que fala sobre a causa de todos os males. Ele devia estar dizendo que, atrás de uma doença, de um problema, está um espírito ma¬ligno.
Essa senhora que há dezoito anos vivia sofrendo, curvada, sem poder, de modo algum, endireitar-se, ouviu-O falar a verdade, creu, quando aprendeu que a causa de seu sofrimento era um espírito de enfermi¬dade, pelo qual Satanás a mantinha presa há tanto tempo.
Quando deu ouvidos à Palavra que Jesus minis¬trava, ela recebeu a fé — a certeza daquilo que se es¬pera. E, quando recebeu a fé, o seu espírito se ilumi¬nou, e Jesus sabia que podia, então, fazer mais um milagre. Ele parou o Seu sermão e a chamou para perto dEle. E o resultado nós já conhecemos.
Seja feito segundo a vossa fé é um princípio no Reino de Deus. Nos cinco passos para a vitória, des¬critos em Marcos 11.22-23, Jesus garante que o monte se transportará para o meio do mar, se a pessoa que der tal ordem tiver recebido e guardado a fé, crendo que se fará o que ela diz.

4. Tudo é possível ao que crê
Se tu podes crer; tudo é possível ao que crê.
Marcos 9.23

N
ão existem limites para a pessoa que crê. É o que o Senhor Jesus queria dizer nesta resposta que deu ao pai de um garoto endemoninhado, que viera procurar ajuda. Isso fica como um desafio a ser aceito por todos aqueles que se decidiram a servir a Deus.
Nós somos responsáveis por executar tudo o que a fé, que nos veio quando demos ouvidos à Palavra, revela ser nosso.
Um exemplo disso vemos na ocupação da Terra Prometida. O Senhor havia dito a Josué que todo o lugar que pisasse a planta dos pés do povo hebreu lhes seria dado. Tudo o que tinham a fazer era colocar a planta de seus pés; o Senhor, então, faria o resto.
Moisés, meu servo, é morto; levanta-te, pois, ago¬ra, passa este Jordão, tu e todo este povo, à terra que eu dou aos filhos de Israel. Todo lugar que pisar a planta do vosso pé, vo-lo tenho dado, como eu disse a Moisés. Desde o deserto e desde este Líbano até ao grande rio, o rio Eufrates, toda a terra dos heteus e até o grande mar para o poen¬te do sol será o vosso termo. Ninguém se susterá diante de ti, todos os dias da tua vida; como fui com Moisés, assim serei contigo; não te deixarei nem te desampararei. Esforça-te e tem bom âni¬mo, porque tu farás a este povo herdar a terra que jurei a seus pais lhes daria.
Josué 1.2-6

As ordens eram claras e precisas. Tudo o que Josué precisava fazer era esforçar-se e ter bom ânimo, nin¬guém se susteria diante dele; pois Deus seria com ele.
Sem dúvida, Josué foi um grande guerreiro. Fez com que Israel atravessasse o Jordão, ganhando inú¬meras batalhas, permitindo, assim, às tribos assumi¬rem as suas heranças. Mas não fez tudo o que devia fazer. Quando já velho, o Senhor aparece a ele e lhe diz:

Já estás velho, entrado em dias; e ainda muitíssi¬ma terra ficou para possuir.
Josué 13.1

O problema aqui era a sua limitação em crer. Josué creu até certo ponto, colocou os seus pés ali, e o Se¬nhor confirmou aquela terra aos hebreus. Se tivesse crido até onde o Senhor havia-lhe dado como limite de Israel, o povo de Deus teria tomado posse de mais terra e seria hoje uma grande nação, como Deus ha¬via determinado.
Sem dúvida, Josué amava ao Senhor e queria rea¬lizar plenamente a Sua vontade. Mas, no decorrer dos dias, enfrentando grandes lutas, tanto no trato com outros povos, como nos problemas que surgiam no dia a dia no meio dos israelitas, ele permitiu que, de alguma maneira, o cansaço e outras coisas o impedis¬sem de cumprir o que lhe fora determinado.
Semelhante fato tem acontecido com todos nós. Sabemos que temos obrigação de vencer todas as ba¬talhas. Os armamentos, tanto de ataque quanto de defesa, já nos foram dados. Temos o Nome do Senhor, a Palavra de Deus, a unção do Espírito Santo, inclu¬indo aí todas as habilidades de Deus que foram colo¬cadas à nossa disposição, para nos ajudar a cumprir a nossa chamada. Mas, não temos assumido tudo o que nos pertence.
Por quê? As respostas são várias: Uns se descul¬pam, dizendo que foram traídos, outros que a vida não sorriu para eles como o fez para com alguns; há quem afirme que tentar ele tentou, mas que o Senhor não quis usá-lo. Estas e outras desculpas não nos exi¬mem da culpa.
Tudo que estamos passando ou que venhamos a passar já estava previsto pelo Senhor, e Ele sabia que, se quiséssemos e se usássemos o poder que Ele alocou ao nosso ministério, poderíamos fazer tudo o que Ele nos prescreveu.
A desculpa humana é uma velha conhecida do Senhor. Lá no Éden, após a tentação, o homem, quan¬do foi inquirido por que havia comido o fruto proibi¬do, foi logo colocando a culpa na mulher, e esta a transferiu para a serpente. Quase ninguém assume o que faz, e, por isso, vive debaixo da escravidão do diabo.
Já ouvi alguém se desculpar, dizendo: "É verdade que tenho esta amante, mas não estou em pecado. Deus sabe que eu preciso de outra pessoa, pois a mi¬nha esposa é bem mais velha do que eu". Há quem se defenda da desonestidade, afirmando que o patrão lhe pagava pouco pelos seus serviços, ou que o seu líder não lhe dava a devida atenção.
Além destes problemas mais sérios, existem ou¬tros menores, que atrapalham muito a operação de Deus em nossa vida. Na parábola do semeador, Jesus falou da semente que caiu no meio de espinhos, os quais a sufocaram e não permitiram que Ela produ¬zisse. Ele disse que os cuidados da vida, a fascinação das riquezas e as demais ambições sufocam o cresci¬mento e a operação da Palavra de Deus.

O mesmo erro
Promessa semelhante à de Josué recebemos nós do Senhor Jesus:
£ tudo quanto pedirdes em meu nome, eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho.
João 14.13

Isso significa que não há limites para o cristão que ousar crer em Jesus. Basta que ele determine, para que o Senhor faça aquilo se materializar.
E bom não se esquecer de que só podemos deter¬minar aquilo que aprendemos, pela Palavra, que nos pertence. Então, é preciso primeiro que se ouça o Se¬nhor, para que a fé surja no coração. Uma vez tendo a fé, podemos ficar cientes de que já temos a bênção, pois a fé é a prova — a escritura — de que já nos per¬tence aquela bênção.
No entanto, apesar de termos sido presenteados com tantas aberturas da Palavra, em que temos apren¬dido o nosso direito a todas as bênçãos, estamos to¬mando posse só de algumas destas regalias celestiais.
Uns acreditam que tudo que Cristo fez na Sua morte na cruz refere-se somente à bênção da sal¬vação eterna, que é a maior de todas. Outros vão mais além e já crêem no batismo do Espírito San¬to. A maioria, porém, está perdendo a vida abun¬dante garantida pela palavra pessoal do Senhor Jesus.
...eu vim para que tenham vida e a tenham com abundância.
João 10.10


Para muitos irmãos, esta declaração de Jesus não tem a menor importância; é como se Ele tivesse fala¬do alguma coisa desnecessária. Há quem não veja a hora de chegar ao céu, pois já não agüenta mais viver nesse mundo de sofrimentos e misérias. Se, quando da partida dessa pessoa à casa eterna, ela estiver vi¬vendo deste modo, certamente que vai entrar lá tro¬peçando e dizendo ao Mestre: "Senhor, graças a Deus! Consegui! Não foi fácil. Senhor. Lá na terra tudo é di¬fícil. É com muita luta que se vive, pois no mundo material se tem falta de tudo. É um milagre a gente conseguir sobreviver ali",
Ele, certamente, dirá: "Coisa nenhuma! Na minha morte, Eu venci o diabo e destruí todas as suas obras. Eu deleguei a vocês, meus filhos, a minha autoridade e o meu Nome. Fiz isso como se tivesse assinado uma procuração em branco; bastava-lhes determinar o que quisessem para que Eu mesmo fizesse a obra".
Sim, estamos incorrendo no mesmo erro de Josué. Não estamos crendo, nem assumindo tudo o que Ele nos confiou. Por isso, vivemos abaixo do nível míni¬mo estabelecido pelo Senhor como padrão para os Seus filhos.
Nós só recebemos aquilo que cremos.

O caso do garoto endemoninhado
Examinemos os detalhes envolvidos na cura do garoto. O Senhor Jesus tinha tomado a Pedro, Tiago e João e subido a um monte alto, onde Ele Se transfi¬gurou diante deles. O registro todo encontra-se em Marcos 9.2-29.
Quando desceu do monte, ao Se aproximar dos dis¬cípulos, viu uma grande multidão ao redor destes e alguns escribas que disputavam com eles. A razão é que os Seus discípulos, os que não haviam subido ao monte, fracassaram em curar um menino, trazido pelo Pai, o qual era possuído por um espírito mudo.
O pai explicou a Jesus que este demônio costuma¬va se manifestar no garoto, onde quer que quisesse.
Na sua manifestação, o demônio o feria muito, fazen¬do-o espumar e ranger os dentes, e estava secando o garoto.
Ao ouvir, do pai, que os discípulos fracassaram em libertar o menino, Jesus disse: Ó geração incrédula! Até quando estarei convosco? Até quando vos sofrerei ain¬da? Trazei-mo (Mc 9.19).
Por esta declaração vemos que fracassar em qual¬quer empreitada é incredulidade — falta de crer. Mais adiante, quando explicou aos discípulos que, em par¬ticular. Lhe perguntaram a razão do fracasso, o Se¬nhor enumerou algumas coisas, além daquelas que, implicitamente, Ele nos ensinou na libertação do ga¬roto, que são praticadas por quem crê, como a oração e o jejum.
Marcos escreveu que trouxeram o menino. Outras pessoas devem ter ajudado o pai a trazê-lo até Jesus. Devia ser um garoto violento.
Quando ele viu a Jesus, o demônio o agitou vio¬lentamente e o jogou por terra, onde revolvia, espumando-se.

A lição que o pai precisa ter
É interessante notar que, humanamente falando, em plena crise, qualquer pessoa que realmente qui¬sesse ajudar, procuraria rapidamente expulsar o es¬pírito. Porém, o Senhor não fez isso; ao contrário, di¬rigiu-se ao pai, perguntando há quanto tempo isso lhe sucedia.
Por que Jesus agiu assim? Será que era para ga¬nhar tempo? Ou havia outro propósito na pergunta?
Tudo neste mundo tem uma causa. A possessão que o diabo realizava na vida daquele menino tam¬bém tinha um motivo que a fazia existir. A Bíblia diz que a maldição sem causa não acontece:
Como o pássaro no seu vaguear, e como a andori¬nha no seu vôo, assim a maldição sem causa não virá.
Provérbios 26.2

Ao fazer a pergunta, indagando há quanto tempo isso estava sucedendo ao garoto, o Senhor Jesus esta¬va começando a libertação dele. Era preciso que o pai lembrasse de algo que havia praticado no passado que dera causa a tal ação do diabo.
O pai dissera ao Senhor Jesus que havia Lhe tra¬zido o filho, que tinha um espírito mudo, e que Seus discípulos fracassaram em libertá-lo. Ele estava todo posudo, cheio de confiança em si, e atribuindo aos discípulos a causa do fracasso. Foram suas pa¬lavras:
Mestre, trouxe-te o meu filho, que tem um espíri¬to mudo... disse aos teus discípulos que o expul¬sassem, e não puderam.
Marcos 9.17,18

Já citamos Provérbios 18.17, onde se diz que aquele que começa um pleito parece justo — ele acha que tem toda a razão — até que vem outro e o examina.
O pai havia começado o pleito da libertação do seu filho. Certamente, jamais havia pensado no por¬quê de aquela coisa ter-se encostado e tomado posse do menino; tudo o que queria era ver o seu garoto li¬vre daquele mal. Porém, ele só seria liberto se o pai, por alguma coisa que fizera, a qual dava ao diabo con¬dições de operar em seu filho, se liberasse daquilo que fazia com que o menino ficasse preso ao inimigo. E, por estar nas mãos de Satanás, aquele espírito estava destruindo não só o garoto, mas a felicidade de toda a família.
Tenho visto isso ocorrer na vida de inúmeros fi¬lhos de Deus. Grandes homens de Deus têm tido o desgosto de sepultar filhos, de ver outros envolvidos com tantas coisas diabólicas, porque, por alguma ra¬zão, em certos casos pensam até que eram razões cor¬retas, se colocaram numa posição em que o Senhor não os pôde guardar, cumprindo, assim, as Suas pro¬messas.
O Senhor Jesus sabia que, se não tratasse primei¬ramente com a causa da opressão do garoto, Ele fra¬cassaria, como fracassaram os Seus discípulos. O mes¬mo acontece hoje. Não são poucas as vezes em que grandes servos de Deus fracassam em ajudar uma pessoa por não tratarem da causa.
Quando estava começando no ministério, eu sem¬pre cometia um erro, dentre os tantos que sempre co-meto. Mas, com este eu parei. E o seguinte: eu não podia ver uma pessoa paralítica entrar na igreja; queria logo fazê-la andar. Isto, para mim, tomara-se uma obsessão.
Muitas vezes, quando estava pregando e via al¬guém chegar empurrando uma cadeira de rodas com um paralítico nela, logo vinha à minha mente que aquela pessoa deveria ser curada. Algumas vezes eu direcionava o sermão, a partir daquele momento, para o cidadão na cadeira de rodas. Quando ia orar, fazia questão de colocar as minhas mãos nele, orando com todas as minhas forças para que o milagre ocorresse. E, na maioria dos casos, talvez em 99%, eu fracassa¬va. O que muito me intrigava.
Com o passar do tempo, eu observei que o meu desejo de ver todos os paralíticos curados não era muito santo, ou seja, era do meu próprio ego; pois, uma vez o milagre se realizando, eu ficaria um pouco mais famoso e conhecido, o que é muito grave.
Esse deve ser o motivo por que muita gente não é mais usada pelo Senhor Deus.
Assim Ele diz:
Eu sou o Senhor; este é o meu nome; a minha gló¬ria, pois, a outrem não darei, nem o meu louvor, às imagens de escultura.
Isaías 42.8

Depois eu aprendi, também, que muitos paralí¬ticos não crêem em nada que a Palavra diz. Tudo o que querem é se ver livres do sofrimento, mas obe¬decer a Deus, nem estão pensando nisso. Outros estão tão ruins que já nem conseguem dar ouvidos à Palavra, e os seus parentes, que deveriam então crer por eles, também não estão nem aí para a verdade. Querem, simplesmente, ficar livres do incômodo que o doente lhes acarreta.
Passei a observar que, às vezes, enquanto prega¬va, o paralítico e seus familiares olhavam para o chão, para os lados, reviravam bolsas, liam alguma coisa, mostrando-se completamente desinteressados na Pa¬lavra de Deus. Quando anunciava que ia orar pelos doentes, os parentes se levantavam e empurravam a cadeira de rodas para a frente, como se tivessem ta¬manha fé a ponto de transportar os montes. E nada acontecia.
Hoje, já não me importo se tenho um ou cem pa¬ralíticos assistindo às minhas reuniões. Eu prego a Pa¬lavra para todos que estão presentes, aqueles que a recebem obtêm a fé, os que não dão ouvidos a Ela nada recebem. Tenho visto, inúmeras vezes, Deus levantar vários paralíticos em minhas reuniões, e posso garantir que, em todas elas, aconteceu porque eles ouviram a Palavra de Deus, receberam a fé e agiram sobre Ela, crendo.
Voltando ao caso do garoto; Jesus perguntou ao seu pai: "Há quanto tempo lhe sucede isto?" É claro que Jesus sabia exatamente o momento em que aque¬le espírito havia entrado naquela vida, e sabia, tam¬bém, tudo o que o demônio estava fazendo, tanto no exterior, em que eram evidentes os sinais da atuação do inferno, como no campo espiritual, onde o demô¬nio existe e atua.
O que o Senhor queria com esta pergunta é fazer o homem voltar atrás no tempo, para descobrir o que ele havia feito, em certa época, que dera condições ao inimigo de entrar e começar a destruir o seu filho. E, ao ver a causa daquela opressão, ele poderia se arre¬pender, fechando assim a porta de entrada que o de¬mônio tinha para possuir o seu menino.
Sabemos que os relatos bíblicos são resumos do que aconteceu. Assim, ele foi pensando na época em que tudo começou e, lembrando-se, respondeu, dizen¬do: "Desde a infância". Diante dos seus olhos, foram passando todas as etapas do sofrimento do garoto. Ele continuou: "E muitas vezes o tem lançado no fogo e na água, para o destruir". Enquanto voltava o seu pen¬samento atrás, para lembrar quando e como começa¬ram aqueles ataques terríveis, é bem provável que ele tenha se recordado daquilo que era a causa da opres¬são. E, no seu coração, deve ter se arrependido. Se¬não, não teria alcançado a misericórdia do Senhor:
O que encobre as suas transgressões nunca pros¬perará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia.
Provérbios 28.13

Então, agindo, não mais como alguém que sai da multidão e, com voz firme, conta para Jesus que a razão do alvoroço era que os Seus discípulos não po¬diam libertar o seu filho. Mas, agora, em que voltara ao passado, e, penso eu, se acertara com o Senhor, diz humildemente: Mas, se tu podes fazer alguma coisa, tem compaixão de nós e ajuda-nos.
Que lições temos a tirar desta narrativa! E olha que não a estamos estudando a fundo, o que deve¬mos fazer em outra oportunidade. Aqui, estamos ven¬do que a resposta a uma simples pergunta de Jesus traz à memória coisas que precisam ser refeitas, con¬fessadas e abandonadas.
Por exemplo, um cidadão, trabalhando para al¬guém, usou de desonestidade e se enriqueceu. Tem¬pos depois, ouviu o Evangelho e se converteu. O que o prezado leitor acha que ele deve fazer com a fortu¬na que angariou, ainda que pelas leis dos homens o crime esteja prescrito? Mas, diante do mundo da ver¬dade — o Reino de Deus —, como ficam as coisas?
Conhecemos pessoas que vivem a debochar do pecado, não se curvando diante do Senhor. Muitos vivem na prostituição, outros nas feitiçarias, na in¬credulidade e, se for para preservar alguém da famí¬lia, não hesitam em praticar desonestidade; em cer¬tos casos, até mesmo crimes. O que dizer dos que rou¬baram a herança dos outros herdeiros, ocultaram fa¬tos, torceram direitos, falsificaram documentos, mu¬daram testemunhos etc? Mais cedo ou mais tarde des¬cobrirão que aquela ação foi como uma autorização para o inimigo agir neles e nos seus familiares. O que lucraram foi o pior dos prejuízos que poderiam ter tido em toda a vida.
Deus pode fechar os olhos ao erro? É certo que não. Ele poderá abençoar a fortuna que foi amealhada desonestamente? Claro que não. Deus não abençoa o erro, nem o aprova, tampouco faz vis¬tas grossas.
O recém-convertido deve, à feitura de Zaqueu, pro¬curar o seu ex-empregador e confessar-lhe o roubo, devolvendo-lhe tudo; se possível, com juros e correção monetária, ainda que estes não sejam mais usados. Tam¬bém, deve procurar a todos a quem deu prejuízos, de quaisquer espécie, e se acertar com eles.
£, levantando-se Zaqueu, disse ao Senhor: Senhor, eis que eu dou aos pobres metade de meus bens; e, se em alguma coisa tenho defraudado alguém, o restituo quadruplicado. E disse-lhe Jesus: Hoje, veio a salvação a esta casa, pois também este é fi¬lho de Abraão.
Lucas 19.8,9

Sobre a composição que se deve fazer aqui neste mundo, o Senhor nos orienta em como fazê-la, antes que seja tarde; pois, no além, não haverá arrependi¬mento nem perdão.
Quando, pois, vais com o teu adversário ao ma¬gistrado, procura livrar-te dele no caminho; para que não suceda que te conduza ao juiz, e o juiz te entregue ao meirinho, e o meirinho te encerre na prisão.
Lucas 12.58


Esse tipo de mensagem precisa ser mais difundi¬do em nossas igrejas, para que muitos, no grande dia, não venham a se envergonhar, sendo separados e co¬locados à esquerda do Senhor, pelos anjos de Deus (veja Mt 25.31-46).

Com quem pensas que falas?
O pai disse: Se podes fazer alguma coisa, tem com¬paixão de nós e ajuda-nos.
Jesus responde com uma exclamação: Se podes! Em outras palavras, com quem você pensa que está fa¬lando, com um derrotado igual a você? Com alguém que brinca com a verdade, que não tem respeito às coisas de Deus? Com um charlatão, um vigarista ves¬tido de cordeiro, mas em cujo interior é lobo?
Eu penso que a maioria das pessoas que dizem que servem a Deus ainda não aprenderam quem é o Se¬nhor. Vejo isso na vida de quase todos os cristãos que conheço. Eles garantem que confiam no Senhor, mas é só aparecer qualquer situação adversa, uma notícia ruim, um sintoma de alguma doença perigosa, que eles logo se desesperam.
Se decidem orar, começam a confessar tudo, menos o que a Palavra de Deus diz. Todas as declarações que em tempos de tranqüilidade fizeram ao Senhor, como "Tu és o meu Deus, jamais me esquecerei de Ti, tudo posso nAquele que me fortalece, Tu és o meu socorro bem presente na hora da tribulação", desaparecem, dando lugar a confissões bem negativas e malignas.
Alguma coisa deve estar errada. Ou nos excede¬mos nos momentos de louvor, em que tudo vai bem, ou nos acovardamos nos momentos de provação. Pois, quanto ao nosso Deus, Ele não sofre variação algu¬ma. Ele é Deus nos bons e nos maus momentos.
Se podes, exclamou Jesus. Tudo é possível a quem crê.
Se Josué tivesse crido em tudo o que o Senhor lhe falara, como a extensão da terra dada a eles, a histó¬ria de Israel teria sido diferente. Se nós crermos mais um pouco na nossa posição em Cristo, a nossa histó¬ria também será diferente,
E inadmissível que filhos de Deus vivam na misé¬ria, sofrendo, doentes e em pecado, quando temos tan¬tas promessas e declarações do Senhor a nosso res¬peito.
Sim! Nós passamos da morte para a vida quando aceitamos a Jesus como nosso Salvador. Saímos do império das doenças e da derrota e passamos para o Reino do Filho de Deus, reino de saúde, prosperidade, santidade e de plena realização. Reino de justiça e de sucesso. Somos de fato novas criaturas. As coisas ve¬lhas já passaram, tudo se fez novo. O fracasso de Adão acabou sobre a nossa vida, a vitória de Jesus é quem reina sobre nós.
Hoje é o nosso dia. Deus está pronto para usar pes¬soas agora, tal como esteve no passado. Como nos dias de Davi, que creu no Senhor e foi uma bênção, não somente à sua geração, mas, também, para toda a hu¬manidade. Hoje o Senhor quer levantar e usar os Seus servos para abençoar as pessoas em toda a parte.
O segredo já está desvendado: tudo é possível ao que crê.

Ajuda na minha incredulidade
Pouca coisa alegra o coração de Deus Pai mais do que a nossa sinceridade. O artificialismo, a men¬tira, o engano e coisas semelhantes só nos afastam dEle.
O Senhor Jesus comentou, a apreciação divina pela verdade no íntimo: do seguinte modo,
O fariseu, estando em pé, orava consigo desta ma¬neira: O Deus, graças te dou, porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlte¬ros; nem ainda como este publicano. Jejuo duas ve¬zes na semana e dou os dízimos de tudo quanto possuo. O publicano, porém, estando em pé, de lon¬ge, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, tem misericór¬dia de mim, pecador! Digo-vos que este desceu jus¬tificado para sua casa, e não aquele; porque qual¬quer que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado.
Lucas 18.11-14

Quando o pai ouviu Jesus dizer que tudo é possí¬vel ao que crê, ele sentiu que não podia crer com inteireza de coração. Então, com lágrimas, ele clamou, dizendo: Eu creio; e, no mesmo instante, fez mais um pedido Àquele que atende todas as orações que lhe são feitas: Ajuda a minha incredulidade.
A sinceridade dele, depois de ter satisfeito as con¬dições básicas para a operação de Deus, fez com que Jesus curasse-lhe o filho.
Deus sabe tudo a nosso respeito; deste modo, não precisamos tentar tapeá-Lo com impostação de voz, vestes religiosas, atos farisaicos e outras coisas. A melhor maneira de se chegar a Deus é com um cora¬ção contrito — pesaroso, arrependido.
Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não des¬prezarás, ó Deus.
Salmo 51.17

5. A importância de crer
S
endo amor, o nosso Deus tem um maravilhoso pla¬no para a humanidade. Mas o Seu plano, por in¬crível que pareça, pode não se concretizar se o ho¬mem não disser sim para Ele. Ao homem foi dado o direito de escolha.
Foi o que aconteceu no jardim do Éden. Primeiro, o Senhor concebeu o plano de fazer alguém à Sua imagem e semelhança. Depois, passou à ação, crian¬do a terra, que era sem forma e vazia, e, com o Seu Espírito pairando sobre a face dela, começou a for¬mação de tudo que vemos.
Certamente que não foi num passe de mágica que as coisas foram sendo feitas. A Bíblia diz que, no pri¬meiro dia, o Senhor disse: Haja luz. E houve luz. Pode¬mos entender que esse dia da criação não foi um dia de 24 horas, como os nossos o são. A Palavra diz que um dia para Deus é como mil anos (2 Pe 3.8).
Assim, sucessivamente, foram criadas todas as coisas. Em cada dia, de Deus, Ele dava a Sua Palavra, e Ela fazia o que Lhe fora ordenado.
Quando, no terceiro dia, o Senhor disse que a ter¬ra deveria produzir erva verde, erva que dê semente,

árvore frutífera, que dê fruto segundo a sua espécie, cuja semente esteja nela, podemos ver a Palavra de Deus criando as mais diversas variedades de plantas com os seus frutos, colocando dentro deles sementes e dando o poder a cada semente de se reproduzir se¬gundo a sua espécie. Dentro de cada semente, Ele co¬locou todas as características da planta, como cor, cheiro, beleza, tempo certo de soltar o botão, de flo¬rescer, do surgir do fruto em tamanho pequeno, o seu desenvolvimento não só em tamanho, mas também nas qualidades nutricionais, com todas as vitaminas, sais minerais, ferro, cálcio etc.
Tanto na criação do mundo vegetal quanto na do mundo animal, Ele, o Senhor, usou a mesma ferramen¬ta — a Sua Palavra. O propósito de toda a criação era o ser que mais tarde Ele formaria. Deste modo, ao criar as plantas, os frutos, e toda a espécie de peixes e dos demais animais, ele visava o sustento do homem. En¬fim, foi um trabalho tremendo que teve a Palavra de Deus — o Senhor Jesus.
Toda a criação pode ser entendida como a prepa¬ração da casa para o Ser que Ele haveria de criar ha¬bitar nela.
Em cada dia da criação, quando a Palavra termi¬nava a Sua missão, o Senhor Deus fazia um exame de qualidade e dava o resultado: E viu Deus que era bom (Gn 1.10).
Após Se ter certificado de que tudo estava nos seus devidos lugares, funcionando perfeitamente, Ele reuniu-Se: Pai, Filho e Espírito Santo, e decidiram descer à terra e fazer, do pó desta, aquele que seria a Sua imagem e semelhança.
Foi um longo trabalho; criou-o como um boneco do pó da terra. Foram as mãos de Deus que teceram os músculos e tendões, nervos e ossos, o complicado cé¬rebro, os demais órgãos, colocando um sistema de aler¬ta e de autodefesa. O Senhor criou os sistemas da vi¬são, audição, tato, paladar, olfato, a memória, o racio¬cínio, o sistema reprodutor e todas as demais funções.
A seguir, Ele soprou nas narinas do homem o fôle¬go da vida, e ele tomou-se alma vivente.
Ele não fez um robô, um boneco ou um teleguia¬do. Ele fez um ser igual a Ele. E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se move sobre a terra (Gn 1.26).
Vemos que, além de criar o homem à sua própria imagem é semelhança, o Senhor deu-lhe poder sobre toda a obra da Sua criação, colocando somente um limite — uma proibição —, a qual, talvez, mais tarde, Ele viesse até a cancelá-la.
A proibição era esta: E ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda árvore do jardim comerás li¬vremente, mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certa¬mente morrerás (Gn 2.16,17).
Todo o trabalho de Deus, todo o sonho do Senhor estava agora por um fio. Se o homem cresse nEle obedecendo-Lhe, tudo seria como havia planejado. Mas, se o homem não cresse nEle, tudo iria por água abaixo.
E o homem não creu em Deus.
O resultado nós conhecemos: o diabo entrou no mundo, trazendo o pecado e, pelo pecado, a morte — a natureza do diabo —, ou seja, a miséria, as doenças, o crime e tudo o que não presta.
Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que to¬dos pecaram.
Romanos 5.12

Veja o que o simples fato de Adão não ter crido no Senhor produziu: Deu a Satanás condições de execu¬tar o seu plano de destruir o sonho do Senhor, fazen¬do com que milhões de pessoas sejam, por toda a eter¬nidade, afastadas de Deus, sofrendo, no lago que arde com fogo e enxofre, o suplício eterno; e, enquanto vi¬vem aqui na terra, passem por todo o tipo de sofri¬mento.

De Israel poderia não haver lembrança
Falta-nos tempo aqui para escrever sobre toda a trajetória da humanidade. Das vezes em que, apesar de o Senhor fazer tudo para resgatá-lo, o homem de¬cidiu não crer nEle.
Vejamos um momento em que Israel poderia ter sido, simplesmente, apagado do mapa, como o foram vários povos, dos quais não se tem notícia de algum remanescente.
Lá na Mesopotâmia, atual Iraque, havia um ho¬mem que não se dobrava diante dos ídolos, apesar de ser isto uma prática corrente dos habitantes daquela região. Seu nome era Abrão, mais tarde mudado, pelo Senhor Deus, para Abraão. Ele, por sua fidelidade ao Senhor, foi escolhido para ser o Pai de uma grande família — o povo de Deus.
Por obra do Altíssimo, teve um filho quando ti¬nha cerca de 100 anos, cujo nome foi Isaque, o qual teve dois filhos: Esaú e Jacó. Jacó foi o herdeiro da promessa e teve seu nome mudado para Israel, que significa: "Que luta com Deus".
Por uma série de circunstâncias, os filhos de Is¬rael se estabeleceram no Egito, onde um deles, José, havia-se tomado o Governador Geral do império egípcio. Mais tarde, quando José morreu, e também o Faraó que o conhecia e respeitava, os filhos de Is¬rael passaram a ser escravos. Esta escravidão durou mais de 400 anos.
Deus ouviu o clamor dos israelitas, lembrou-Se da aliança que fizera com Abraão, Isaque e Jacó e come¬çou a preparar a libertação deste povo.
O Faraó, temendo o aumento da população escra¬va, fez um decreto ordenando que todos os meninos que nascessem dos judeus fossem mortos. Nasceu, então, um menino, que mais tarde veio a se chamar Moisés. Por três meses sua mãe o escondeu em casa. Como o menino crescia, e não podendo mais escondê-lo, ela tomou uma arca de juncos, pôs nela o menino e a colocou junto ao rio Nilo, onde a filha de Faraó vi¬nha banhar-se. Ela o tomou para si, pagando à pró¬pria mãe que o criasse. Quando o menino era grande, ela o trouxe à filha de Faraó, a qual o adotou.
Moisés foi educado em toda a ciência dos Egíp¬cios, preparado para mais tarde, quem sabe, ser um Faraó; porém, conhecendo a sua origem, renunciou a tudo e foi viver entre os seus irmãos.
Certo dia, viu um egípcio que feria a um hebreu, tomou as dores do seu irmão e exagerou, matando o egípcio e enterrando-o na areia. No outro dia, viu dois irmãos se desentendendo, foi apartá-los e um deles lhe disse: Vai querer me matar, como fez, ontem, com o egípcio? Ao ouvir isso, fugiu e foi morar na terra de Midiã.
Quarenta anos mais tarde, já casado e com filhos, enquanto apascentava o rebanho de seu sogro, foi até ao monte de Deus, o monte Horebe, onde reparou que havia fogo numa sarça, mas, que, apesar de o fogo estar queimando, ela não se consumia. Ao se aproximar para ver o estranho fenômeno da sarça. Deus lhe bradou e disse: Moisés! Moisés! E ele disse: Eis-me aqui. E disse: Não te chegues para cá; tira os teus sapatos de teus pés; porque o lugar em que tu estás é terra santa (Êx 3.4,5). Ali o Senhor Se revelou a Ele e deu-lhe a missão de tirar os israelitas da escravidão. A história toda se encontra registrada a partir de Êxodo 2.
Veja quanta preparação. E tudo isso poderia ter-se tomado em nada, se os israelitas não cressem.
No capítulo 4.29 e 30 de Êxodo está escrito:
Então, foram Moisés e Arão e ajuntaram todos os anciãos dos filhos de Israel. E Arão falou todas as palavras que o Senhor falara a Moisés e fez os si¬nais perante os olhos do povo.
Arão era irmão de Moisés e lhe servia de porta-voz, por ser Moisés pesado de boca e pesado de lín¬gua. Nesta reunião todo o plano de Deus e toda a pre¬paração estavam por um fio. Os anciãos do povo po¬deriam não crer e Deus não poderia, então, fazer nada.
Diante dos anciãos de Israel, Arão deu toda a ex¬plicação, desde o nascimento de Moisés, sua renún¬cia ao trono, sua fuga, sua chamada, as palavras que Deus lhe dera lá no deserto e o poder que o Senhor lhe concedera para tirá-los da escravidão.
No versículo 31, do capítulo 4, está escrito: E o povo creu.
Era tudo que precisavam fazer, o resto Deus faria.

O nosso caso
Há uma escravidão muito maior do que qualquer outra que algum povo já sofreu. É a escravidão espi¬ritual, infinitamente mais terrível que a subjugação sofrida, em qualquer época, por qualquer pessoa. Esta escravidão espiritual é, sem dúvida, a fonte de inspi¬ração de todas as escravidões.
Até o século XVIII havia em nosso país a escravi¬dão negra. Todas as pessoas que tinham a pele escura não eram consideradas iguais às outras, cuja pele era branca. Só mesmo uma inspiração maligna pôde fa¬zer com que nossos pais agissem dessa maneira.
Olhando, agora, o que os nossos antepassados fi¬zeram, dá para ficar com náuseas e cobertos de re¬morso. Como admitir que um ser humano estivesse sem a influência do diabo ao praticar a escravidão? Saíam daqui ou da Europa e iam ao continente afri¬cano, e ali, seqüestrando, ou trocando por fumo ou bebidas, pegavam pessoas, lançando-as em navios, e as traziam para o Novo Mundo.
Quanta dor! Quanto sangue frio! Quanta maldade! Separavam impiedosamente famílias inteiras, trazen¬do aqueles que julgavam ser os mais fortes para servi¬rem como escravos, trabalhando sem direito algum.
Hoje o mesmo se vê. É a escravidão financeira. Uns têm o capital, a cultura, a técnica em suas mãos e fa¬zem com que milhões vivam na miséria. Não estou dizendo que não existam bons empresários. Sim, eles existem e são os responsáveis por milhões de pessoas terem os seus empregos decentes e serem até razoa¬velmente remuneradas.
Mas, vendo a insensatez de muitos, que diante da miséria do povo nada fazem, conclui-se que eles também são escravos, escravos de Mamom, um dos ape¬lidos de Satanás.
Só o que o governo brasileiro gastou em 1995, para socorrer algumas instituições bancárias, daria para financiar a construção de casas populares que acaba¬riam com, pelo menos, 10% do déficit habitacional do país. Este financiamento seria pago no decorrer dos anos, mas o que se gastou com os bancos provavel¬mente nunca será pago. Até pessoas bem intenciona¬das se deixam escravizar pelo inimigo.
Isso não é novo. Desde a queda no jardim do Éden, o diabo tem abusado do homem, reduzindo-o a prati¬camente nada, fazendo-o agir como se fosse uma bes¬ta fera, tendo pouco respeito até pelo seu próprio cor¬po e mente, destruindo-os com drogas, na prostitui¬ção, na humilhante e mais suja prática sexual — o homossexualismo — abrindo o seu espírito para os espíritos malignos, adorando os demônios e subme¬tendo-se a todo tipo de ultraje.
Agora é hora de sairmos por todas as partes deste planeta e de anunciarmos a todos que esta escravi¬dão já não tem mais razão de existir. Hoje qualquer pessoa pode gritar a sua libertação total.
Quando Adão pecou, o Senhor profetizou a des¬truição da capacidade do diabo:
E porei inimizade entre ti e a mulher e entre a tua
semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e
tu lhe ferirás o calcanhar.
Gênesis 3.15


Graças a Deus que tudo isto foi cumprido. O dia¬bo feriu o calcanhar de Cristo. Ele foi à Cruz e sofreu em nosso lugar. Mas, em compensação, a cabeça do diabo — o seu poder de raciocinar, o seu quartel-ge¬neral — foi ferida. Hoje, ele, o diabo, não tem mais a mesma capacidade de antes. Ele está ferido na ca¬beça.
Antes do Calvário, ele agia aqui na terra como se fosse o dono, fazendo o que queria. Mas, quanto a esta posição dele, disse o Senhor Jesus:
Agora, é o juízo deste mundo; agora, será expulso o príncipe deste mundo.
João 12.31

Depois de o Senhor Deus ter afirmado ao diabo que a semente da mulher feriria a sua cabeça, Ele foi, aos poucos, mostrando ao homem o plano que havia pre¬parado para o nosso resgate total das mãos do diabo. Este plano Lhe custaria muito caro. Em cada livro da Bíblia Ele nos mostra que o Seu Filho, o único que pos¬suía, seria dado para morrer em nosso lugar.
Abraão falou deste acontecimento, quando foi colocado à prova. O Senhor Deus havia-lhe pedido para sacrificar o seu próprio filho, o que ele não Lhe negou. Sem dizer nada a Isaque, foi para o local onde o Senhor ordenara.
E tomou Abraão a lenha do holocausto e pô-la so¬bre Isaque, seu filho; e ele tomou o fogo e o cutelo na sua mão. E foram ambos juntos. Então, falou

Isaque a Abraão, seu pai, e disse: Meu pai! E ele disse: Eis-me aqui, meu filho! E ele disse: Eis aqui o fogo e a lenha, mas onde está o cordeiro para o holocausto?
Gênesis 22.6,7

Naquele momento Abraão profetizou:
E disse Abraão: Deus proverá para si o cordeiro para o holocausto, meu filho. Assim, caminharam ambos juntos.
Gênesis 22.8

É bom que se diga que este foi um caso único. Deus jamais pediu, ou pedirá, que alguém ofereça o seu fi¬lho, ou outra pessoa, mesmo um animal, em sacrifí¬cio. O sacrifício já foi feito — Jesus, o Filho de Deus, morreu na cruz, em sacrifício, em nosso lugar.
Deus estava, neste caso, mostrando o sacrifício em que o Seu único Filho passaria. Ele não permitiu que Abraão Lhe oferecesse o filho, mas Ele ofereceu, por nós, o dEle.
Para que o Seu Filho viesse ao mundo pagar o pre¬ço da nossa redenção, o nosso Deus teve um longo tra¬balho. Tudo o que acontecia no Velho Testamento con¬vergia para o que aconteceria na Cruz.
Quantas lutas os servos de Deus passaram, quan¬to sacrifício foi feito! Homens de Deus foram jogados às feras, serrados ao meio, passaram tempos na masmorra, foram açoitados, perseguidos, desprezados, considerados como a escória da humanidade, andaram errantes pelo mundo, enfim, a lista é quase inter¬minável. Tudo fazia parte do plano de Deus para nos resgatar das trevas.
O Senhor começou a abrir as madres das mulhe¬res estéreis; era como se Ele dissesse: "Não vos ma¬ravilheis, porque haverá um dia em que até a virgem, que não conhece homem algum, dará à luz". E houve; Maria deu à luz o nosso querido Salvador Jesus.
A operação milagrosa do Senhor Deus em relação à vinda de Jesus envolveu desde a concepção e o Seu nascimento — nasceu de uma virgem — até a Sua res¬surreição. Nem bem havia nascido, José e Maria tive¬ram de fugir com Ele para o Egito, pois Herodes pro¬curava matá-lo.
Mais ou menos aos trinta anos, o Senhor Jesus co¬meçou a pregar o Evangelho e a usar o poder mila¬groso de Deus, anunciando que o Reino de Deus esta¬va próximo e que todos deveriam se arrepender e crer no Evangelho.
Fez todos os tipos de milagres. Curou cegos, sur¬dos, mudos, aleijados, paralíticos; ressuscitou mortos, limpou leprosos, multiplicou pães e peixes, transfor¬mou água em vinho, silenciou o mar e apaziguou tem¬pestades. Era como se o Senhor fosse um propagandista, mostrando o que poderia ser feito pelo homens, quando viesse o Reino dos Céus.
Tendo chegado a hora do seu sacrifício, permitiu que os homens O prendessem e O pregassem no madeiro, onde Ele tomou sobre Si pelo menos cinco gran¬des males que nos afligem, dos quais surgem todos os outros, nos libertando para sempre das mãos do ini¬migo.
Verdadeiramente, ele tomou sobre si as nossas en¬fermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e, pelas suas pisaduras, fomos sarados.
Isaías 53.4,5

No Seu sacrifício, o Senhor Jesus sofreu tudo aquilo que nós um dia poderíamos sofrer. Agora é questão só de crer. Quem crê que as suas transgres¬sões e iniqüidades foram levadas pelo Senhor é sal¬vo. Aquele que crê que as suas enfermidades e dores foram sofridas por Ele é curado. O mesmo se dá com quem crê que o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele: recebe a paz — a sua plena realização na vida.
Tudo já foi pago. Basta que se creia para que o poder de Deus nos liberte completamente de todas as ações do inimigo.
A substituição nossa por Cristo começou lá no pretório romano, em Jerusalém, onde Ele foi açoita¬do, surgindo em Seu corpo as chagas, pelas quais nós fomos sarados. Continuou na cruz, onde Ele foi pre¬gado em nosso lugar.

Depois de morto, o Senhor desceu ao inferno e lá sofreu todos os reclames da justiça. Quando tudo es¬tava realizado, o Espírito Santo desceu até às regiões da morte e reavivou o Senhor, ressuscitando-O den¬tre os mortos.
Toda essa sucessão de milagres tinha um só obje¬tivo: fazer-nos filhos de Deus.
Veja quanta preparação para que você e eu fôsse¬mos salvos. Durante muitos anos, esse plano foi-se de¬senrolando; por grande sofrimento passaram as pes¬soas que foram usadas por Deus, bem como o nosso Salvador, para que fôssemos resgatados do império das trevas.
E pode ser que alguém, simplesmente, diga: Eu não creio. Em relação a esta pessoa, nada valeu a pena.
Recusar o que Cristo fez na Cruz, além de uma estupidez tamanha — a maior de todas —, é o maior pecado que uma pessoa pode cometer.

A importância de crer
Querido leitor, está mais do que claro o que Cristo fez em seu favor. Você agora pode tomar-se uma pes¬soa abençoada ou continuar como está. A decisão é sua.
Admirar, reconhecer, dizer que mais tarde toma¬rá uma posição em nada melhorará as coisas para você.
Se quiser uma mudança radical e completa na sua vida, tome uma posição agora. Não deixe para depois, nem para daqui a 10 minutos. Daqui a pouco poderá ser tarde demais para você.
Diz a Palavra:
... Eis aqui agora o tempo aceitável, eis aqui agora o dia da salvação.
2 Coríntios 6.2

Este é o seu momento de nascer de novo, toman¬do-se um filho de Deus. Agora é a sua hora para obter o perdão de todos os seus pecados, de receber a santificação completa para a sua vida. Tudo o que você tem a fazer é se entregar ao Senhor, aceitando-O como seu Senhor e Salvador e passando a partir de agora a servi-Lo.
Você pode se recusar a recebê-Lo como seu Salva¬dor e Senhor, ou mesmo não crer nEle, a decisão é sua. Mas saiba que Ele agora o está visitando, dando-lhe esta oportunidade de ser Seu filho e Seu herdeiro. Crer em Cristo é a obra mais sublime que uma pessoa pode fazer em toda a sua vida.
Creia agora, aceite-O neste momento. Seja um rea¬lizador do sonho divino.
Diga comigo:
Pai celestial. Eu venho a Ti, agora, receber o per¬dão de todos os meus pecados. Eu aceito a Jesus como meu Senhor e Salvador. Eu sei que tenho pecado bastante, mas também sei que o sangue que Jesus derramou por mim lá no Calvário é suficiente para me limpar de toda sujeira.
Senhor, neste momento, eu renuncio ao senhorio do diabo sobre a minha vida. Com esta minha decisão, o diabo perdeu o poder sobre mim. Eu agora sou de Jesus.
Senhor, eu louvo o Teu Nome, porque o Senhor me amou. Eu não merecia tal favor, mas aprouve a Ti buscar e salvar um pecador como eu. Eu sim¬plesmente Te amo. Prometo que vou Te servir durante toda a minha vida. Ó Senhor, dá-me agora o Teu Espírito Santo, para que eu possa melhor Te representar nesta vida. Faze de mim um vaso de bênçãos em Tuas mãos. Que eu também traga para o Teu reino vidas pre¬ciosas que estão debaixo do poder das trevas. Agora, Deus amado, eu me levanto contra todo o mal que me rodeia. No Nome do Senhor Jesus eu ordeno que sejam amarradas todas as forças infernais que me assediam, me oprimem, que co¬locam doenças e males em minha vida. Eu exijo que tudo o que é do diabo saia de mim agora. Saiam todas as doenças, enfermidades, sofrimen¬tos. Saia tudo, no Nome de Jesus. Senhor, eu quebro todo o jugo de Satanás sobre os meus entes queridos. Eu exijo que sejam to¬dos eles salvos. Está escrito na Tua Palavra: Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e a tua casa. Deste modo. Senhor, eu determino a salvação de toda a minha família. Eu não permito que nenhum deles passe para a eternidade sem ter nascido de novo.

Ó Deus da minha salvação, eu Te amo. Te adoro e Te servirei por toda a eternidade.
Em o Nome de Jesus, amém.

Anote em algum lugar a data de hoje, em que você tomou a decisão de seguir a Cristo, e em todos os anos não se esqueça de comemorar o aniversário de seu nascimento espiritual.

6. Crer libera o poder
Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai.
João 14.12

Aqui está um desafio lançado pelo Senhor Jesus: Aquele que crê nEle tem de fazer, pelo menos, as mes¬mas obras que Ele fazia. Se não as fizer, é sinal de que não crê nEle. Logo, entendemos que as obras são como a credencial que o cristão tem a exibir, quando ques¬tionado se é ou não discípulo do Mestre. Se quiser, poderá vir a fazer até obras maiores do que as que o próprio Senhor Jesus fazia.
Se alguém se diz seguidor de Cristo, representan¬te dEle, e não faz o mesmo que Ele fazia, pode-se des¬confiar dessa pessoa.
Alguém pode dizer: Bem, não é que eu não seja discípulo dEle, ou que não creia nEle; a verdade é que o meu ministério é diferente. O que eu concordo ple¬namente. O ministério desta pessoa não é um minis¬tério bíblico. Se o fosse, ela estaria representando o Senhor corretamente, fazendo, no mínimo, as mesmas obras que Ele realizava.
Jesus ocupou todos os ministérios, desde os maio¬res até os menores. Ele foi apóstolo, profeta, evangelista, pastor e mestre. Também socorreu na fal¬ta de pão, foi doutor na doutrina, operou milagres, curou enfermos etc (Ef 4.11; 1 Co 12.28); no entanto, nunca deixou de fazer a obra do Pai. Seja qual for o ministério que a pessoa venha a ocupar, este não o excluirá de ter o sublime prazer de realizar a Cbra do Senhor.
Nos dias em que a Igreja estava começando, em Jerusalém, os apóstolos tomaram uma sábia atitude em relação ao ministério cotidiano, pois acharam por bem não abandonar a Palavra de Deus para servir às mesas. Mandaram que fossem escolhidos, dentre os irmãos, sete deles de boa reputação e que fossem cheios do Espírito Santo e de sabedoria, enquanto eles se dedicariam tão-somente a perseverar na oração e no ministério da Palavra.
Um deles, por nome Estêvão, diz a Bíblia que era homem cheio de fé e de poder, o qual fazia prodígios e grandes sinais entre o povo, provando, pelas obras que realizava, que cria em Jesus. Este não ocupava os cinco ministérios principais da igreja; tinha como ofí¬cio o diaconato, cuja missão era servir às mesas, tra¬tar de coisas materiais em relação à Obra do Senhor. No entanto, além de cumprir as suas funções outor¬gadas pela assembléia, como cristão, cumpria aque¬las que a Palavra delega a todo que crê em Jesus — fazer o mesmo que o Senhor fazia (veja At 6.1-8).
O mundo passará por um grande despertamento espiritual quando os filhos de Deus começarem real¬mente a crer em Jesus, levando o poder do Seu Nome a todos os lugares, libertando oprimidos, curando en¬fermos, dando assim, com poder, testemunho de Sua ressurreição, cumprindo, deste modo, os pressupos¬tos colocados pelo Senhor Jesus para a identificação dos Seus verdadeiros seguidores.
Sim, todos os que se dizem filhos de Deus, que afir¬mam ter recebido o novo nascimento, precisam sair para as ruas, praças, hospitais, prisões, lares, enfim, a todos os lugares, levando o poder deste Nome, que está sobre todos os nomes, e que nos foi dado para representarmos o Senhor na Sua ausência.
Isto nada tem a ver com aqueles que vivem cor¬rendo de um lado para o outro, com cara de piedosos, falando mansinho, espalhando ensinamentos reli¬giosos que contrariam frontalmente o caráter do evangelho, enquanto insistem que estão fazendo a vontade de Deus. Talvez, de algum deus, estejam realmente fazendo a vontade; mas, certamente que a vontade do Senhor, o único e verdadeiro Deus, nem sequer a conhecem.

Jesus, nosso exemplo
Jesus veio como nosso exemplo. Ele era Deus, ti¬nha todo o poder. Mas, quando veio ao nosso mundo, deixou toda a Sua glória e veio como homem, não so¬mente para morrer em nosso lugar, mas para nos mostrar o modo correto de fazer a Obra divina. Para isso, Ele despiu-Se das Suas prerrogativas divinas e tomou a nossa forma, dando-nos o exemplo de como realizar a vontade do Pai.
Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens.
Filipenses 2.7

Aqui neste mundo Jesus era exatamente igual a qualquer um de nós, exceto que não tinha o pecado em Si. Também, ao vir a esta terra, Ele não trouxe ne¬nhuma de Suas habilidades divinas. E não usou aqui nenhum poder que não esteja disponível a nós.
Ele era, simplesmente, igual a qualquer ser huma¬no. Nesta condição, Ele foi tentado em tudo; porém, nunca caiu em uma só tentação.
Quando começou o Seu ministério, Ele estava, além de realizando a obra de Deus, nos mostrando que, também, podemos realizá-la. Exatamente como Ele fazia. Ele veio como o padrão a ser seguido.
Ele tinha um segredo, o qual devemos aprender e praticar. Ele começou a desvendar este segredo afir¬mando que o enviado de Deus não deve usar de ne¬nhum outro meio, a não ser da Palavra do Senhor:
Porque aquele que Deus enviou fala as palavras de Deus, pois não lhe dá Deus o Espírito por medida.
João 3.34

Quem se propõe a fazer a obra do Senhor deve, unicamente, usar a Palavra de Deus. Foi Ela que o Senhor Deus usou, quando nada existia, para criar os céus e a terra. Ela é a ferramenta que Ele usa, ainda hoje, para restaurar o homem. Aquele que usa as re¬gras de marketing para fazer prosélitos, usa da filoso¬fia, ou outras capacidades do homem, para doutrinar o seu rebanho, ou para angariar fundos para a sua obra, está usando meios diferentes dos usados pelo Senhor.
Além de não obter o sucesso desejado, quem usa outra ferramenta estará permitindo que o inimigo o perturbe na sua obra. Através do profeta Isaías o Se¬nhor afirma que só será guardado em perfeita paz aquele cujo propósito for firme. Nenhum propósito será firme, se não estiver estabelecido no que os san¬tos lábios do Senhor Deus proferiram.
Tu conservarás em paz aquele cuja mente está fir¬me em ti; porque ele confia em ti.
Isaías 26.3

Por todas as partes encontramos pessoas que afir¬mam estar fazendo a Obra do Senhor, mas que so¬frem muito por causa dela. Chegam a afirmar que é assim mesmo, que quando os obreiros fazem o que agrada a Deus, o diabo fica furioso e investe contra eles com muito ódio, fazendo-os sofrer. Não são pou¬cos que se enfartam ou vivem num estado de nervos que faz dó. Por que isto? Eles dizem que é porque o diabo sabe que estão fazendo o que Deus quer. Se é assim, como pode ser explicada esta afirmação que o Senhor dá através de Isaías? Ele conserva ou não conserva em perfeita paz? Ou isto também é relativo? Que o Senhor perdoe quem pensa ao contrário dEle.
Para fazer a obra de Deus corretamente, o Senhor Jesus prestava atenção ao que Lhe era revelado, cum¬prindo todas as orientações. O sucesso, então, era ga¬rantido.
Eu não posso de mim mesmo fazer coisa alguma; como ouço, assim julgo, e o meu juízo é justo, por¬que não busco a minha vontade, mas a vontade do Pai, que me enviou.
João 5.30

Agindo sobre a fé que a Palavra de Deus lhe tra¬zia, Jesus usava palavras para realizar a vontade de Deus. É deste modo que o cristão deve proceder hoje.
Não crês tu que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras.
João 14.10

As palavras que Jesus pronunciava eram as que o Pai lhe dava. São as mesmas revelações que encon¬tramos nas Escrituras. Jesus não usava outras armas que nós não temos à nossa disposição. Eram essas palavras que faziam a Obra.
Se observarmos bem, veremos que, após dizer as palavras, o Senhor cria que elas fariam aquilo que havia determinado.
Em Isaías 55.11, o Senhor nos garante que toda palavra que Ele pronunciou fará aquilo para o que Ele a destinou:
Assim será a palavra que sair da minha boca; ela não voltará para mim vazia; antes, fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a enviei.
Toda vez que estiver ouvindo alguém pregar a Palavra, ou lendo a Bíblia, ou meditando em algum versículo, e o seu entendimento for aberto, e você sen¬tir que o Senhor lhe revelou o significado daquela palavra, ou seja, a fé surgir no seu coração, dê a sua ordem, exigindo que aquilo seja realizado. E, após ter determinado o que você aprendeu que lhe pertence, creia.

Ao crer, o poder de Deus entra em ação
Há um poder de Deus esperando que você assu¬ma a sua posição em Cristo, para entrar em ação e realizar o que você deseja.
Até o momento em que você decide agir, assumin¬do os seus direitos, este poder nada pode fazer por você. Mas, a partir do instante em que qualquer filho de Deus se levanta e determina que será aquilo que o Pai declara que ele é, ou que terá o que a Palavra lhe garante ser seu, este poder começa então a agir, fa¬zendo tudo que lhe foi determinado.
Aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço (Jo 14.12), garantiu o Senhor Jesus.
O que você está esperando? Até quando vai fi¬car sofrendo, enquanto implora que o Senhor faça algo a seu respeito? Tudo o que Ele tinha de fazer em relação aos seus problemas já foi feito. Agora é você quem deve se levantar e tomar posse da sua bênção.
Quando o centurião romano confessou a Jesus que não era digno de que Ele entrasse debaixo de seu teto, mas que também isso não era necessário, ele demons¬trou um conhecimento de como o poder de Deus age. E nós sequer temos dado a menor importância a tal entendimento.
Ele disse: Pois também eu sou homem sob autori¬dade e tenho soldados às minhas ordens; e digo a este: vai, e ele vai; e a outro: vem, e ele vem; e ao meu criado: faze isto, e ele o faz.
Mateus 8.9

Sim, é exatamente isso que acontece quando você determina segundo a Palavra do Senhor. O exército de Deus, que foi alocado ao seu ministério entra em ação, realizando o que você determinou sobre a Pala¬vra.
Que nós temos este poder, está claro em Atos 1.8 (ARA):
Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espí¬rito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra.

Em Hebreus 1.14 o Espírito Santo nos revela do que constituem os exércitos de Deus e qual é a sua missão:
Não são, porventura, todos eles espíritos ministra¬dores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação?

Os exércitos de Deus se compõem de todos os seus anjos, os quais têm a sublime tarefa de trabalhar ao nosso lado como nossos conservos, para a realização da vontade do Senhor.
Eles são espíritos criados para ministrar, e nunca para serem ministrados. Foram enviados. Não preci¬sam de que o Pai os envie. Eles já sabem muito bem da missão deles, a qual é servir, e não serem servidos, a favor daqueles que hão de herdar a salvação.
Quem são os que hão de herdar a salvação? Nós, os que aceitamos a Jesus como Senhor, e que O estamos servindo, com inteireza de coração.
Devemos fazer orações aos anjos para que eles nos socorram? Não! Oração só se faz ao Pai em Nome de Jesus. Toda oração feita a anjos, ou santos, ou até mes¬mo à virgem Maria, não terá como destino final o Tro¬no de Deus, e, sim, o inferno. A Bíblia nos proíbe orar a quem quer que seja:
Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus...
Mateus 6.9

No Salmo 103.20 temos a explicação de quando os anjos começam a agir em nosso favor:
Bendizei ao Senhor, anjos seus, magníficos em po¬der, que cumpris as suas ordens, obedecendo à voz da sua palavra.

Eles nos atendem quando damos voz à Palavra de Deus, quando determinamos algo de acordo com Ela em o Nome de Jesus.
Se o cristão não determinar a sua bênção de acor¬do com a Palavra, se não der voz à Palavra, os anjos não podem atuar. Eles foram enviados para servir, mas obedecem somente à voz da Palavra de Deus. Não se pede, nem se ordena aos anjos. Também, não se presta culto a eles.

Os cinco passos da vitória
Vamos encerrar este livro sobre A Importância de Crer com um resumo da revelação que o Senhor nos deu em Marcos 11.22 e 23, a qual eu chamo de os cin¬co passos da vitória.
E Jesus, respondendo, disse-lhes: Tende fé em Deus, porque em verdade vos digo que qualquer que dis¬ser a este monte: Ergue-te e lança-te no mar, e não duvidar em seu coração, mas crer que se fará aquilo que diz, tudo o que disser lhe será feito.

Temos aqui, delineados pelo Senhor, todas as eta¬pas do processo de realização do que chamamos de milagre.
A título de informação: raramente Jesus se referia ao que fazia como milagres; para Ele era simplesmen¬te fazer a obra de Deus.

1º PASSO — Ter fé em Deus. De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus (Rm 10.17). Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a pro¬va das coisas que se não vêem (Hb 11.1). Ora, sem fé é impossível agradar-lhe, porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que é galardoador dos que o buscam (Hb 11.6).
Vimos aí a importância da fé, sua definição e como a adquirimos. Depois que se tem fé, pode-se falar ao problema exigindo que ele saia de nossa vida.

2° PASSO — Falar ao monte. Ninguém verá o monte de problemas e necessidades sair de sua vida, se não der a ele ordem específica para que saia e vá para tal lugar.
Jesus não disse que devemos orar para que os pro¬blemas se resolvam, mas nós oramos.
Ele disse que devemos ordená-los a saírem de nos¬sas vidas, e isto não fazemos.
Não é de se admirar que estejamos cheios de pro¬blemas, não é verdade?

3° PASSO — Não duvidar no coração. Tiago diz: ... porque o que duvida é semelhante à onda do mar, que é levada pelo vento e lançada de uma para outra parte. Não pense tal homem que receberá do Senhor alguma coi¬sa (Tg 1.6,7).
Mesmo que a pessoa esteja seguindo uma ordem pessoal do Senhor Jesus, se ela duvidar, no mesmo instante fracassará: E ele disse: Vem. E Pedro, descendo do barco, andou sobre as águas para ir ter com Jesus. Mas, sentindo o vento forte, teve medo; e, começando a ir para o fundo, clamou, dizendo: Senhor, salva-me (Mt 14.29,30).

4° PASSO — Mas crer que se fará o que diz. Aqui está a chave de tudo. Jesus mostra, nesta declaração, a importância de crer. Pode-se conseguir a fé e, em seguida exigir que o mal saia, tudo conforme tem de ser feito, e, sem duvidar. Mas, se a pessoa não crer que se fará o que ela diz, a obra não será feita.
Crer é como um combustível que se dá ao poder de Deus para realizar a vontade do Senhor.
Crer — desprezar os sintomas, lutar contra as evi¬dências, considerar a obra feita antes de ver o resul¬tado —, é o que fará com que o Senhor confirme a Sua Palavra.
Enquanto a pessoa não crê, a obra não será termi¬nada.

5° PASSO — Tudo o que disser lhe será feito. Toda a confissão que fizermos, crendo, permitirá que o po¬der de Deus realize a obra por inteiro.
Jesus garantiu que tudo o que dissermos nos será feito.
Agora, a minha missão em relação a este assunto está terminada. Eu o fiz ver a importância de crer. O meu propósito ao escrever este livro foi o de tomar público estes segredos que me têm feito vencer as ba¬talhas do dia-a-dia e realizar melhor a obra do Senhor.
Oro, a Ele, para que você se tome um grande ven¬cedor. Que a partir de agora você passe a ser conheci¬do como um cristão — parecido com Cristo.
Que o Senhor satisfaça todas as suas petições.



F I M

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