sábado, 15 de agosto de 2009

São palavras de Jesus

"É preciso fazer com que eles parem imediata¬mente " — vociferou Satanás, batendo com força sua mão direita fechada sobre a palma da mão esquerda. "Empreguem todos os expedientes que pus à disposi¬ção de vocês".
Acendera-se mais o flamejante furor do Príncipe das Trevas ao ouvir de seus emissários o relato de que certos missionários e evangelistas estavam desenvol¬vendo cruzadas que estavam agitando nações, algu¬mas delas, grandes fortalezas dele. E revelava todas as características de um dragão afogueado e aguerri¬do, à medida que fazia sua voz trovejar, ao máximo, mais que ameaçadora.
"Vocês acaso imaginam o que pode significar isso? Que é que estão vocês fazendo para impedir o avan¬ço dessas cruzadas?" — bradava ele aos ouvidos dos xerifes da iniqüidade reunidos à frente dele.
Um dos mais poderosos anjos decaídos, súdito de Satanás, conhecendo o quanto seu chefe é fraco por homenagens, rapapés e adoração, vagarosa e sorra¬teiramente se apresentou e beijou o chão aos pés do maioral. E foi dizendo, com ânimo resoluto: "Majes¬tade augusta e onisciente, já obtivemos boas vitórias, e fizemos calar vários evangelistas de invejáveis do¬tes, tentando-os sutilmente em épocas de fraqueza, e, depois, espalhando pelos quadrantes da Terra a in¬sensatez deles. Desnecessário é dizer que consegui¬mos arruinar a reputação deles e destruir também a eficiência daqueles indivíduos".
E prosseguiu: "Também temos levado outros a se indispor com as igrejas organizadas. Assim, seus gol¬pes são terríveis em certos setores, muito embora se¬jam isolados seus esforços. Visto que cooperam mui¬to pouco ou nada com as igrejas, o resultado das reu¬niões deles é bem pequeno e quase todos acham que, no fim, nada conseguirão. Excelência, aqueles que mais nos perturbam estão sempre na nossa mira, e, jamais, deles nos esquecemos. De contínuo lhes su¬gerimos razões absurdas. A experiência nos ensinou, bem como os seus conselhos mui sábios, que eles, muito embora a princípio se mostrem insensíveis, quanto mais populares, mais suscetíveis se tornam às razões ou argumentos absurdos".
Naquele momento, Satanás já se recobrara sufi¬cientemente do seu ataque de cólera; interrompeu o relato do seu comando e disse: "Lembrem-se de que é impossível encher de orgulho e de amor próprio esses mortais evangelistas. Vocês precisam manter sob domínio os convertidos por eles. Poucos desses convertidos se sentirão satisfeitos com a maneira pela qual os evangelistas realizam suas reuniões; aproveitem-se disso para tentá-los a organizar novas denominações. Vocês bem sabem que, para nós, nunca há denominações em número suficiente. Quan¬to mais divisões pudermos criar na Igreja, maiores as nossas possibilidades de impedir a evangelização".
Disse ainda: "Evangelistas hábeis devem ser sem¬pre embaraçados e impedidos de pregar àqueles que estão sem o Evangelho! Por séculos temos obtido êxi¬to em induzi-los a realizar as suas campanhas evangelísticas somente nos seus templos. Tem sido esse um dos nossos movimentos mais frutíferos".
Tornavam-se visíveis no rosto do arquiinimigo dos evangelistas os traços de um malicioso prazer. E con¬tinuou: "Poucos dos que estão em nossas mãos vão as¬sistir reuniões dos evangelistas na igreja. Vocês cer¬tamente vão cuidar disso. Está provado que um evangelista, perito na pregação a pessoas não cristãs, uma vez levado a pregar noites seguidas ao mesmo grupo de fiéis, deixa de ser ouvido com a mesma avi¬dez e atenção, e os dons dele já não operam. Então, em geral, ele busca desenvolver outra espécie de minis¬tério, para colocar no lugar daquele original tipo de evangelização realizado nos tempos da Bíblia. E me alegro com isso".
Empolgado, declarou: "Odeio qualquer forma de evangelização — rosnou Satanás — mas é fato que as reuniões evangelísticas realizadas nas igrejas são muito menos perigosas à nossa causa do que a prédica feita por evangelistas poderosos aos nossos cativos em nosso próprio terreno. Por isso, ouçam-me vocês todos, fiéis meus: devemos continuar a empre¬gar toda e qualquer artimanha possível para impedir que tais evangelistas realizem reuniões fora dos templos, onde a nossa gente possa comparecer. E não se esqueçam de continuar a impedir que os crentes propaguem individualmente o Evangelho fora dos templos!"
Lembrando-se de outro fato, ressaltou: "E há ou¬tra ameaça ainda mais mortal que essa, e que eu ob¬servei, percorrendo a Terra toda. Alguns desses evangelistas exercem influência sobre um grande número de pessoas para que se esforcem pela conver¬são de nossos cativos. São muito sagazes. Recusam trabalhar separados, ou independentemente, e jamais organizam uma nova denominação. Persistem em congregar todos os membros das igrejas num esforço interdenominacional de evangelização".
E de novo bradou Satanás com sua trovejante voz: "Digo a vocês todos : é preciso que eles parem imediatamente!"
E o anjo réprobo, que dantes conseguira êxito em acalmar o seu enfurecido senhor, falou novamente:
"Mas, Excelência, temos conseguido já bastante no sentido de estorvar o movimento dos evangelistas, pois fizemos com que a igreja organizada se levan¬tasse contra eles. Como sugeriu Vossa Majestade, te¬mos enfatizado cada erro que eles cometeram e temos desfigurado cada falha, para que tomem isso como ins¬pirado por outros motivos".
E Satanás retrucou imediatamente: "Não estou nada satisfeito. Vocês sabem, tanto quanto eu, que eles dia a dia estão ganhando terreno. Sabem como tratar esses fanáticos evangelistas. Vocês obtiveram vitórias no passado; explorem, tirem proveito dos mal-entendidos. Enfatizem as diferenças entre evangelistas e organizações. Trabalhem os oficiais de igrejas; sim, ponham de prontidão os editores e es¬critores, e façam com que espalhem aos quatro ven¬tos da Terra as suas divergências.
Tudo que pudermos fazer para que as igrejas não cooperem na evangelização, muito bom será; isso será mesmo ótimo! Sim, porque um homem sozinho, ou mesmo uma denominação isolada, jamais conseguirá êxito na evangelização do mundo. Portanto, devemos fazer tudo para que os evangelistas e as igrejas ope¬rem separadamente, em franca competição, e nunca em cooperação. Isso nos faz voltar ao ponto inicial!"
Após essas palavras, os ímpios príncipes e os an¬jos decaídos se abraçaram, esperando nova e incontrolável explosão da cólera de Satanás. Mas, ao con¬trário do suspeito, este os olhou e falou em tom firme e deliberativo, enquanto andava de cá para lá diante deles: "Esses lugares em que estamos sendo derrota¬dos hoje, há séculos vêm sendo de nosso domínio ab¬soluto. Minha estratégia tem sido essa: permitir às mis¬sões que apenas mantenham nas áreas pequenos pos¬tos avançados. Pessoalmente, tenho superintendido isso, e a evangelização tem sido muito pouca, míni¬ma mesmo. Tenho menosprezado esses pequenos for¬tes em meu território, pois, enquanto se conservam na defensiva, apenas mantendo seus postos, não nos perturbam muito. Temos obtidos tanto sucesso numa dada área que nem sequer um estudante da Bíblia, de uma turma de diplomados, resolveu pregar o Evan¬gelho naquele local!"
Perversamente disse: "Com minhas artimanhas e habilidades, consegui fazer com que os fundos da missão fossem empregados apenas na manutenção dos lugares já ocupados. Tenho tido grande alegria ao ver que muitos jovens, depois de terem escolhido a obra missionária, depois de preparados, e a ponto de saírem para o campo missionário, não são enviados aos pagãos por falta de verba. Assim é que deve ser!"
Continuou: "Devemos nos opor, ou mesmo impe¬dir, que qualquer evangelista vocacionado saia a pre¬gar o Evangelho àqueles que ainda não o ouviram. Não devemos temer esses pequenos grupos já organi¬zados, pelo menos enquanto pudermos fazer com que não atentem para os milhões que ainda não foram al¬cançados. Devemos impedir que homens capazes de arregimentar as forças da evangelização alcancem qualquer sucesso".
Prosseguiu: "E também urge conseguirmos que os fundos missionários não sejam diretamente emprega¬dos na obra da evangelização. Vocês devem sugerir às sociedades missionárias vários fins a que dediquem suas verbas. São muitos esses fins. Vocês sabem que mal uma organização inventa um plano missionário, o povo logo contribui para ele, seja para se levar o Evan¬gelho deles a países não evangelizados ou não".
Bradou o inescrupuloso: "Eis que alerto vocês to¬dos! O tempo que nos resta para livremente gover¬narmos o mundo, bem como a nossa última oportunidade de frustrar o plano de Deus, depende de tor¬narmos fracos e desordenados os esforços evangelísticos da Igreja. Vocês sabem muito bem o que aconteceu da primeira vez que Ele veio".
A essa referência à pessoa de Cristo, um medo e um tremor visíveis sacudiram as forças das trevas, inclusive, o que estava falando.
Concluiu: "Não conseguimos, então, impedir a vinda dEle. Mas agora as coisas são diferentes! A se¬gunda vinda dEle não se dará enquanto o Evangelho não for pregado a todas as nações para testemunho! E estas são justamente as palavras que Ele disse!"
Capítulo 2
A coroa do vencedor
O Dr. Alexandre Duff foi um notável veterano das missões na Índia.
Já bastante velho, regressou à Escócia, sua terra natal, para lá morrer.
Na reunião da Assembléia Geral da Igreja da Es¬cócia, ele dirigiu uma sessão em que apelou viva e poderosamente a jovens para que dedicassem suas vidas à obra missionária na Índia. Mas, ninguém res¬pondia ao apelo.
Dominado e eletrizado pelo apelo que fazia, o velho missionário desmaiou e caiu, e foi retirado do púlpito.
Um médico o atendia e examinava o coração, quando, repentinamente, o veterano abriu os olhos e perguntou: "Onde estou? Onde estou?"
O médico respondeu: "Fique calmo. O seu cora¬ção está muito fraco".
O velho lutador logo o interrompeu, dizendo: "Mas eu preciso terminar o meu apelo. Leve-me ao púlpito. Leve-me ao púlpito. Eu não havia encerrado o meu apelo".
E o médico tornou a dizer: "Acalme-se. O senhor está muito fraco para voltar ao púlpito".
Mas o idoso missionário não queria deixar de fa¬lar. Reunindo suas combalidas forças, pôs-se de pé, e, amparado de um lado pelo médico e de outro pelo presidente da assembléia, o lutador de cabelos bran¬cos foi levado ao púlpito. O auditório, em peso, pôs-se em pé, admirando e homenageando a coragem dele. E, então, ele encerrou o seu apelo, dizendo: "Quando a Rainha Vitória convidou voluntários para a Índia, jovens às centenas se apresentaram. Mas, quando o Rei Jesus chama, ninguém vai".
Fez uma breve pausa, e prosseguiu: "Será que a Escócia já não tem mais filhos para dar à Índia?"
Esperou um bocado, e nada de resposta. Houve um silêncio mais que profundo.
Daí, o velho soldado de Jesus avançou, e, sentin¬do o pesado fardo de milhões de pessoas ainda não alcançadas na Índia pelo Evangelho, concluiu: "Mui¬to bem; se a Escócia já não tem jovens para enviar à Índia, eu, muito embora cansado e decrépito, voltarei para lá; e mesmo que já não tenha forças para pregar, descerei e me deitarei às margens do Ganges, e ali es¬perarei a morte, para que os povos da Índia saibam que pelo menos um dos filhos da Escócia ainda se in¬teressa bastante por suas almas a ponto de dar sua vida por eles".
Quando o veterano lutador se voltou para deixar o púlpito, o silêncio por fim foi quebrado, e muitos e muitos jovens correram ao encontro dele, dizendo-lhe à uma voz: "Eu vou! Eu vou! Eu vou!"
E depois do falecimento do Dr. Duff, muitos da¬queles jovens foram para a Índia, dedicando suas vi¬das à obra missionária, como resultado da compre¬ensão e visão de um antigo soldado do Evangelho.
E que se pode dizer a seu respeito, amado leitor? Irá você também ao campo missionário? Deus lhe fa¬lou ao coração? Tem já ouvido o clamor desses mi¬lhões que ainda estão sem o Evangelho? O Senhor da seara já lhe revelou a necessidade desses povos? E você já respondeu, dizendo: "Senhor, eis-me aqui; envia-me a mim?"
Você pode ser um acionista desse movimento que está tão achegado ao coração de Deus, ganhando o não-salvo para Cristo. Nem todos podem deixar a pá¬tria, a casa, mas onde estão, onde vivem, podem ob¬ter a coroa do ganhador de almas.
A tarefa suprema de cada cristão verdadeiro é a evangelização do mundo.
Capítulo 3
A maior recompensa
Li que, hoje, no mundo, vive mais gente do que todos quantos viveram de Adão até nossos dias.
Pense bem nisso, leitor amigo. A evangelização da nossa geração equivale a alcançar todas as almas que tem vivido de Adão até hoje.
De Adão até o ano de 1830 de nossa era, a popula¬ção do mundo atingiu um bilhão. Em 1930, cem anos depois, subiu a dois bilhões, e, setenta anos depois, já quase alcançou mais outros quatro bilhões!
Mais da metade do povo que hoje vive sobre a face da Terra nunca ouviu o Evangelho, nem sequer uma vez!
Mais de mil tribos até agora ainda não possuem nem mesmo um trecho do Evangelho em suas respec¬tivas línguas.
A revista Moody Monthly nos revela que, pelo presente cômputo, levará ainda 160 anos para que todas as tribos tenham pelo menos um trecho das Es¬crituras em seus idiomas.
Mais de 120 mil almas estão partindo para a eter¬nidade a cada 24 horas!
Se estes fatos não impressionam o prezado leitor, poderá jogar fora esse livro... E também a Bíblia!
Pergunto-me se tais condições o ajudaram a com¬preender por que Jesus vendo a multidão, teve grande compaixão deles porque andavam desgarrados e erran¬tes como ovelhas que não têm pastor. Então, disse aos seus discípulos: A seara é realmente grande, mas poucos são os ceifeiros (Mt 9.36,37).
Questiono-me se você realmente crê na ordem de Jesus: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda cria¬tura (Mc 16.15). Quem o Senhor espera que vá fazer isto?
Faça-se esta pergunta: "Que estou fazendo para alcançar os que ainda não foram alcançados?" Não pergunte o que sua igreja, sociedade ou denominação está fazendo, mas o que você está fazendo.
Pastores, evangelistas, professores, obreiros, cris¬tãos, esta é uma pergunta que todos vocês devem res¬ponder individualmente. Se você não quer encará-la agora, terá que enfrentá-la no Dia do Juízo, o qual pode vir bem antes do que você pensa.
Quando Jesus, o Rei, colocar-Se no lugar do pagão, terá motivos para dizer de você: Porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me; estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e fostes ver-me. Em verdade vos digo que, quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes (Mt 25.35,36,40).
Essa, na verdade, é a maior recompensa pela qual se deve viver!
Capítulo 4
Moradas de violência
Certo dia, tirei uma interessante fotografia da superfície da Terra ao voar de um avião a jato sobre a estratosfera.
Até a curvatura da Terra aparecia tão clara que me produziu estranha sensação.
O alcance da câmera fotográfica apanhara qua¬se toda a extensão que vai do Oregon ao México, espraiando-se pela cadeia montanhosa, Nevada afora.
Lembrei do que dizem as Escrituras:

O Senhor olha desde os céus e está vendo a todos os filhos dos homens; da sua morada, contempla todos os moradores da terra. (Salmo 33.13,14)

Fiquei a olhar aquela foto bastante incomum, e meu espírito me levou para bem longe daquele espa¬ço de onde contemplei este planeta — a nossa Terra — solto no ar, como disse Jó.
Pensei nas muitas vezes em que, assentado à ja¬nela dum grande avião estratosférico, a voar a muitas milhas acima da Terra, eu via lá em baixo, perdi¬das na mata tropical, inúmeras vilas incrustadas na selva brava, e também grandes cidades negligencia¬das, onde habitam milhões de pessoas ainda não atin¬gidas pelo Evangelho.
O que faremos para que essa gente tenha a opor¬tunidade de ouvir o Evangelho?
Muito raramente, o povo pára um bocado para encarar com realidade os fatos. Constantemente, os cristãos ficam impressionados com o número de con¬vertidos ou com o desdobramento dos planos missio¬nários. Mas esquecem-se de que contrastando-se o ver¬tiginoso aumento da população mundial com o nú¬mero de conversões e os resultados de todas as igrejas juntas, o mundo está realmente voltando ao paganis¬mo — e isso a passos de gigantes.
Em vez de anunciar as Boas Novas para a rápida evangelização do mundo, os fatos têm prognosti¬cado um futuro com o império de religiões pagas e de idéias ateísticas, se não se der já suprema priori¬dade à evangelização intensiva.
Se você e eu nada devemos fazer nesse sentido, então Jesus foi um insensato filósofo cheio de mara¬vilhosas idéias acerca da pregação do Evangelho a toda criatura, as quais são muito mal-concebidas e impraticáveis.
Se sorrimos e deixamos de encarar tais fatos, se preferimos ter "ouvidos de ferreiro" ao clamor desta geração que anseia pelo Evangelho, se damos de om¬bros em atitude de insensibilidade e dizemos: "Bem, é certo que eu não tenho a resposta para isso; e nem vejo o que posso fazer sobre isso", então estamos di¬zendo a Jesus: "Acho que Te tornastes excêntrico e iló¬gico, se esperas que levemos o Evangelho a tantos e tantos povos. Esse é um plano impossível, próprio de um visionário, e mais ainda".
Será que é isto mesmo que você pensa do Senhor Jesus?
Pessoalmente, o que você acha que pode fazer para ajudar a levar o Evangelho à sua geração?
Há um modo prático de se tratar tão magno as¬sunto? O leitor acha que nada tem que ver com esses milhões? Acha que basta ir aos cultos, fazer boas ofer¬tas como família, e cuidar de seus próprios afazeres?
O leitor já viu uma pobre mãe subir ao topo de uma árvore bem alta e atirar-se ao chão, quebrando os seus ossos em morte sacrificial? Já viu?
Isso ainda se faz hoje na África. Por que? Porque morreu uma criança e o médico feiticeiro achou que a mulher era a responsável por aquilo. Diz que se a mulher for inocente, aquele salto do alto da árvore em nada a prejudicará. Se morrer a mulher, fica pro¬vado que era a culpada, e toda a povoação se ajunta para ratificar o julgamento.
Já estive em algumas dessas vilas ou povoados africanos. Por horas, assentei-me junto deles para con¬versar a respeito desses costumes.
Aqueles homens e mulheres são tão humanos quanto nós, quanto você, meu leitor. As mães de lá acariciam seus filhinhos justamente como você. Os laços familiares são muito fortes na África. Mas aquela gente nunca ouviu falar que existe uma maneira me¬lhor de viver. Estão em trevas. São negligenciados. Não conhecem coisa melhor.
Também quase posso ouvir alguém dizer: "Irmão Osborn, isso é coisa ridícula. Estamos no século vinte. Eles realmente conhecem coisa melhor".
Então vá e veja com seus próprios olhos. Hoje são milhões.
Será que mudarão o seu viver se você lhes falar? É claro que sim. Saltarão de alegria quando você lhes mostrar melhor caminho.
Saiba, amigo leitor, que não se passa um mês sem que chegue até nós novo pedido, vindo de algum che¬fe africano, para que lhes mandemos alguém para ensinar lá à sua gente algo acerca de Jesus.
E você me dirá: "Então, por que não vai, Sr. Osborn, para lhes anunciar o Evangelho, já que sabe muito bem quais as tristes condições em que vive aquela gente?"
Pois eu estou indo — tão depressa quanto minhas forças me permitem.
E estou enviando o maior número que posso. Hoje em dia estamos sustentando integralmente 2.300 mis¬sionários nacionais em vilas que ainda não foram alcançadas pelo Evangelho.
Além disso estamos enviando a milhares de vilas livros, tratados, fitas gravadas, discos e filmes em suas línguas nativas.
Mas, não basta. Precisamos fazer mais.
Você já viu um médico feiticeiro arrancar violen¬tamente dos braços da mãe desvairada o filhinho, colocá-lo de costas no chão e encher a sua boca com areia até matá-lo? Isso se faz ainda hoje no coração da Austrália entre aborígines!
E por que? Pelo fato de haver morrido um adulto e se precisar encontrar uma vítima para acalmar os maus espíritos que só aceitam sacrifício humano. A religião deles assim o requer!
Não obstante, você já não ouviu alguns dizerem por aí que as religiões dos pagãos lhes bastam?
Que Deus se apiede daqueles que assim pensam!
Gostaria você que seu filhinho, por motivos de religião, fosse sufocado de areia até morrer?
Você já viu colocar-se uma grossa corda no pesco¬ço de uma esposa bela e jovem, e fazê-la morrer es¬trangulada, pouco a pouco?
João Geddes viu isso quando esteve numa ilha do Sul do Pacífico.
Por que fazem isso? Por religião. Uma vez que o marido lhe morreu, deve ela ser enterrada com ele. É o que os sacerdotes da religião deles determinam, e exigem!
Ela deve acompanhar o marido em sua viagem. E, se o filho mais velho tem idade suficiente, deve ele mesmo estrangular a mãe que ficou viúva. Se deixam filhos muito pequenos, que não podem viver por si, devem também ser estrangulados.
Você está de acordo com isso? Acha você que essa religião é boa para aqueles pagãos? Claro que não; mas eles não conhecem outro caminho, outra maneira de vida. Assim, agem conforme as luzes que têm.
Não admira, pois, que a Bíblia afirme: Os lugares tenebrosos da terra estão cheios de moradas de crueldade (Sl 74.20).
Oh! Quanto esses lugares precisam conhecer Je¬sus! E quão felizes serão quando ouvirem alguém lhes falar sobre Ele.
Você já viu um pobre devoto pagão postar-se no centro de uma vila, sacar de uma comprida adaga e retalhar sua própria cabeça até o sangue jorrar por entre os cabelos, e daí encher os talhos ou ferimentos com jornais, e atear fogo em tudo? Já ficou a ver aquele fogo chiando nos cabelos e no sangue dele?
Hoje isso ainda se faz em terras pagãs! Por que? Por religião. Você faria isso para alcançar um lugar de paz no céu, como pensam aqueles pagãos?
Você responde que não, sei disso. Mas, você pro¬cederia desse modo, se não conhecesse outro cami¬nho. Se você tivesse nascido entre aqueles pagãos, estaria agindo do mesmo modo. Pense nisso.
Você condena e reprova tais atos de violência, por¬que conhece coisa melhor. E é justamente esse o moti¬vo por que afirmo que eles também mudarão o estilo de vida, caso alguém lhes anuncie coisa melhor. Ago¬ra estão perdidos, esquecidos, pois ainda não foram alcançados pelo Evangelho.
E Jesus a nós, que estamos salvos, ordenou que lhes levemos a luz do Evangelho.
Esse assunto tem a ver com você, prezado leitor? Quer você tomar parte nessa maravilhosa missão?
Já viu um médico nativo ajoelhar-se sobre uma bela e jovem donzela, deitada de costas no chão, aper¬tar entre seus joelhos a cabeça dela, e serrar-lhe, um por um, os dentes, em meio dos seus gritos de dor? Já viu tal moça a suar, com corpo todo a tremer, e com o sangue a escorrer-lhe das gengivas laceradas, levan¬tar-se do chão para viver o resto de sua vida apenas com aquelas horríveis e feias gengivas?
Você sujeitaria sua filha a um costume assim bár¬baro? É certo que não, porque conhece coisa melhor. Nem eles o fariam, caso conhecessem o Evangelho. A religião deles exige aquilo! E você continuará sur¬do aos apelos que nos fazem para lhes levar a luz de Cristo? E irá talvez dizer: "Eu nada posso fazer nes¬se sentido".
Já viu que o médico deles corta o lindo rosto da criancinha em muitas tiras, e enfia, nos cortes e bura¬cos, negros e sujos carvões?
Já ouviu os lancinantes gritos da pobre criança na agonia ao sentir o feiticeiro e médico marcar o seu peito e abdômen com grosseiros e esquisitos desenhos?
Fazia-se isso na África, por século; e ainda isso se faz, de uma ou de outra forma, no corpo da maioria das crianças africanas!
Por que? Simplesmente por acharem que seus fi¬lhos devem ter tais marcas. Não conhecem nada melhor. Fazem para seus filhos o que entendem ser a me¬lhor coisa. E gostam de seus filhos tanto quanto nós!
Mais de uma vez pude presenciar esses ritos san¬grentos. Deixou-me horrorizado tal espetáculo. Por isso dediquei minha vida toda a lhes mostrar o cami¬nho de Cristo. Acho que sou devedor a esses pagãos.
Alguém, contudo, poderá dizer-me: "Mas, irmão Osborn, há boa diferença entre o senhor e eu. O se¬nhor recebeu de Deus um chamado, uma vocação".
Recebi? Quem disse isso? Não. Não me lembro de ter recebido essa vocação missionária de Deus.
O que tenho feito é isso: tenho encarado os fatos que dizem respeito a todos e a cada cristão. Interes¬sam-me todos os povos em geral, onde quer que vi¬vam. Acho que Deus criou todos iguais. Não penso que seja razoável para mim o ser tão abençoado, ven¬do os outros ainda tão necessitados de Cristo. Não acho que seja defensável eu conhecer a Cristo e gozar a Sua paz, e os pagãos morrerem em busca da paz, sem nunca se lhes falar em Cristo.
Por que há este de ouvir duas vezes o Evangelho antes que aquele ouça uma só vez sequer?
É por isso que vou, e faço tudo quanto posso, para alcançar os que ainda não ouviram o Evangelho.
Eis por que este ministério de evangelização se di¬lata constantemente até havermos feito algo que al¬cance os perdidos em todos os países livres do mun¬do. E essa a razão por que sentimos que devemos ex¬pandir grandemente nossos esforços para ganhar al¬mas em cada setor.
Tenho visto os pagãos. Tenho sentido o pulsar do coração deles. Horas e horas, tenho-me assentado ao lado deles e conversado com eles. Tenho pregado a multidões deles. Sinto a grande fome que têm do Pão da Vida, quanto querem a Água da Vida. Tenho visto suas criancinhas, e o amor e dedicação de suas mães. Tenho estudado os seus laços de família, a sua devo¬ção. Tenho andado e vivido no meio deles.
Não gozam de boa situação, de boa condição de vida. Não são felizes; ao contrário, vivem mal. São muito infelizes, miseráveis e sofredores. Vivem com medo de maus espíritos, e sempre estão a fazer algu¬ma coisa para apaziguá-los.
No paganismo, não há sossego, nem paz nem ale¬gria. As religiões deles não são boas nem suficientes para eles. Eles têm tanto direito de conhecer a Cristo quanto nós. Não somos os favoritos de Deus, somos sim, mais afortunados.
Outros cristãos nos trouxeram o Evangelho. Ou¬vimos e cremos. Estamos salvos. Mas eles ainda estão perdidos, perdidos, sim, perdidos. Urge que os alcan¬cemos.
Antes de 1890 os sacrifícios humanos eram legais e populares na África. Quando morria um chefe, cor¬tavam-se as cabeças de muitos, as viúvas eram enter¬radas com os maridos falecidos, ou mortas e comi¬das. Mergulhavam as mãos em óleo fervente.
Só o Evangelho conseguiu modificar isso. Mas, atrás das sinistras cortinas da vasta mata, ainda hoje, práticas desumanas campeiam e prevalecem!
Como se tornam bons cristãos aqueles nativos quando têm oportunidade de alcançar a salvação em Cristo!
Todas as semanas, chegam ao meu escritório rela¬tórios mais que animadores, contando os grandes sa¬crifícios feitos por cristãos africanos, ao suportarem traições, abusos e crueldades para levar o Evangelho à sua gente.
Alexandre Mackay nos fala de três rapazotes afri¬canos que morreram pela causa de Cristo; tinham de doze a quinze anos! O mais velho avançou ao encon¬tro da morte, cantando um hino. Cortaram-lhe os bra¬ços, e o atiraram ao fogo, queimando-o vivo.
Fizeram o mesmo ao segundo.
Por fim, o terceiro, o mais moço, de doze anos, su¬plicou: "Não me cortem os braços, pois não vou ofe¬recer resistência. Atirem-me ao fogo". Que heróis!
Os cristãos das gerações anteriores, da Igreja Pri¬mitiva, sofreram além do que se pode descrever para levar o Evangelho a seus compatrícios.
Foram queimados vivos, apedrejados, serrados pelo meio, jogados em cavernas de leões e em masmorras, crucificados, decapitados, torturados em calabouços frios e escuros, exilados, assassinados em sangrentos massacres, torturados no cavalete até à morte, devorados vivos por feras.
Verdadeiramente o sangue dos mártires é a sementeira da Igreja. O preço que se pagou para que hoje tivéssemos o Evangelho foi esse: o sangue de dez milhões de atrocidades desumanas. E, agora, que estamos, você e eu, querendo pagar e fazer para le¬var o Evangelho à nossa geração?
Hoje vive maior número de gente do que toda aquela que viveu de Adão até agora. É o que nos di¬zem as estatísticas.
Quão grande, pois, a nossa responsabilidade de cristãos!
Jesus disse:
Pregai o evangelho a toda criatura. (Marcos 16.15)
Todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. (João 3.16)
Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. (Atos 2.21)
Como, pois, invocarão aquele em quem não cre¬ram? (...)e como ouvirão, se não há quem pregue? (Romanos 10.14)
Jesus morreu por todos, para todo o mundo. Ele veio para buscar e salvar o que se havia perdido (Lc 19.10).
Ele falou das cidades vizinhas e de outras ovelhas. O Apóstolo Paulo constantemente se esforçava para alcançar as regiões mais distante".
Cristo ordenou a Seus discípulos, e a todos os cris¬tãos, que fossem até os confins da terra, às regiões mais distantes.
As multidões aí estão, milhões e milhões, prontas para a ceifa.
Famintas e sedentas. Atemorizadas e atormenta¬das. Solitárias e abandonadas. Negligenciadas, esque¬cidas e desconsoladas.
Eu e você, que estamos fazendo para alcançá-las?
Alguns podem dizer: Sou eu guardador (ou tutor) do meu irmão? (Gn 4.9), a exemplo de Caim.
Quantos deram suas vidas, sangue, tudo que eram e tinham, e ainda cantaram em meio às chamas do martírio: "Cristo é Vencedor"— podemos acaso dei¬xar de fazer o que nos é possível por esses multidões ainda não alcançados pelo Evangelho?
Eis que eu vos digo: levantai os vossos olhos e vede as terras, que já estão brancas para a ceifa. (João 4.35)
Se você anteriormente deixou de fazer algo no que diz respeito à evangelização, isso não é razão para que continue a falhar.
Pode ser que Deus esteja chamando você para ir. Se assim é, obedeça-Lhe e vá. Responda-Lhe: "Eis-me aqui, Senhor, envia-me a mim".
Pode ser que Ele queira que você envie outro, ou outros, em seu lugar, ou que você envie mensagens impressas, ou filmes etc. para salvar almas. Se assim é, economize quanto puder, e empregue isso na obra de alcançar os que ainda não foram alcançados. Faça a sua parte, e colabore na mais abençoada cruzada des¬se presente século — a evangelização do mundo.
Pode ser que Deus esteja chamando você para orar por essa obra. Então ore, tornando-se intercessor. Po¬nha dentro do seu coração esses milhões de pagãos não alcançados ainda. Ore pelos missionários nos seus campos de ação e para que aumente em muito o nú¬mero deles. Interceda pelos cristãos nacionais, para que, com Cristo, resistam a todas as dificuldades, maus tratos e perseguições. Peça a Deus para que não faltem os recursos financeiros que possibilitam en¬viar mensagens evangelísticas impressas, e também mensagens audiovisuais. Ore até que o mundo todo seja evangelizado.
Capítulo 5
A praia áurea
O número dos que nascem anualmente é trinta vezes maior que o dos que se filiam a igrejas cristãs.
Na África, enquanto os cristãos conseguem três conversões, os maometanos conseguem sete!
Cada negociante maometano é um missionário. Você pode vê-lo no causticante Sudão, na África Cen¬tral, também na mata e nos rios. Não importa onde esteja, se compra ou vende; nunca deixa passar a opor¬tunidade de propagar o seu credo. Por quê? Porque é maometano, e o seu negócio ou tarefa é disseminar a religião islamita.
Se Jesus Se demorar, os próximos dez ou vinte anos serão os mais importantes da história da humanidade.
As religiões falsas existem em grande número pelo mundo afora. O espírito nacionalista está fervilhan¬do em todas as pátrias. O comunismo, a mais podero¬sa força já forjada pela astúcia satânica, ameaça var¬rer o cristianismo de sobre a face da Terra. A energia atômica ameaça destruir a civilização.
Forças sinistras estão a agir. Surgiram em cena movi¬mentos colossais. A raça humana enfrenta a destruição.
Oh! amigo meu, evangelização é a ordem do dia, é necessário que se observe a hora que passa, e que somos a única esperança para essa geração.
Quase tudo que temos hoje devemos ao evangelismo. A maior parte dos que se converteram a Cristo foram salvos em campanhas de evangelização, ou em épocas de avivamento.
Como esperamos conservar — eu e você — esse nível de vida e de libertação se não evangelizarmos? Será que muito logo uma população ateísta vai fazer baixar o prato da balança, começando a lançar nosso rosto de encontro a um muro de desesperança?
O amigo já leu Provérbios 24.11,12? São palavras penetrantes. Leia-as, se ousa.
Livra os que estão destinados à morte e salva os que são levados para a matança, se os puderes retirar. Se disseres: Eis que o não sabemos; porventura, aquele que pondera os corações não o considerará? E aquele que atenta para a tua alma não o saberá? Não pagará ele ao homem conforme a sua obra?
Você ouviu o que Salomão disse em Provérbios 3.27?:
Não detenhas dos seus donos o bem, estando na tua mão poder fazê-lo.

Ouça o que nos diz o nosso Deus:

E, se abrires a tua alma ao faminto e fartares a alma aflita, então, a tua luz nascerá nas trevas, e a tua escuridão será como o meio-dia. (Isaías 58.10)

Que promessa bendita e gloriosa!
Mas, por outro lado, Deus solenemente nos adver¬te e avisa:
Filho do homem, eu te dei por atalaia sobre a casa de Israel; e tu da minha boca ouvirás a palavra e os avisarás da minha parte. Quando eu disser ao ímpio: Certamente morrerás; não o avisando tu, não falando para avisar o ímpio acerca do seu ca¬minho ímpio, para salvar a sua vida, aquele ímpio morrerá na sua maldade, mas o seu sangue da tua mão o requererei. Mas, se avisares o ímpio, e ele não se converter da sua impiedade e do seu cami¬nho ímpio, ele morrerá na sua maldade, mas tu livraste a tua alma. (Ezequiel 3.17,19)

Há anos, morou na Austrália um homem que tra¬balhou em regiões auríferas e ficou muito rico.
Ele, e outros mais que lá enriqueceram, regressa¬vam à pátria num navio quando este sofreu um rom¬bo. Perderam-se os barcos salva-vidas, e os náufra¬gos desesperaram.
Aquele homem forte e musculoso achou que po¬dia vencer as gigantescas ondas e chegar a uma ilha próxima. Estava prestes a atirar-se na água, quando uma menina, cuja mãe sumira na tragédia, lhe per¬guntou: "O senhor pode me salvar?"
O homem olhou para o saco de ouro que trazia, e depois encarou a meninazinha. Depois olhou de novo sua fortuna em ouro, e novamente para a menina. A seguir, desembaraçou-se do saco de ouro, e pôs a menina nas costas, e atirou-se ao mar.
Lutou até quase perder a vida, mas conseguiu alcançar a ilha.
No dia seguinte, quando o homem recobrou os sen¬tidos, sentiu que a menina colocava seus bracinhos ao redor do seu pescoço, e o beijava, dizendo: "Estou muito contente porque o senhor me salvou". E o ho¬mem disse então que só aquele gesto dela valia mais que todo o ouro da Austrália!
Meu amigo, quando você chegar à fulgurante praia do céu, quem correrá para você, de braços aber¬tos, para lhe dizer: "Obrigado! Obrigado! Bem-vin¬do! Bem-vindo! Contente estou porque você me pos¬sibilitou ouvir lá na terra o Evangelho de Jesus. É ma¬ravilhoso viver aqui nessas alturas!"
Será isto superstição? Imaginação? Não é, já que a Bíblia é a verdade.
O Apóstolo João viu uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono e perante o Cor¬deiro, trajando vestes brancas e com palmas nas suas mãos; E clamavam com grande voz, dizendo: Salvação ao nosso Deus, que está assentado no trono, e ao Cordeiro (Ap 7.9,10).
Um novo cântico será entoado no céu a Jesus, o Cordeiro de Deus. E as palavras dele serão: Digno és porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda tribo, e língua, e povo, e nação (Ap 5.9).
Quantos deles estarão no céu para entoar esse cântico, porque você, leitor amigo, sacrificou-se para os alcançar com o Evangelho?
Jamais esquecerei duma noite em que, preguei na entenebrecida Tegolândia. Milhares de ouvintes esta¬vam assentados na grama de um campo diante de mim.
Estando a pregar, uma mulher, bastante idosa e toda enrugada, se ergueu, e, falando alto, abriu pas¬sagem por entre o povo, e veio até à frente do tabla¬do. Uma vez na frente, agarrou-se às minhas calças, para chamar minha atenção.
Olhei para baixo e vi que ela estava a chorar qua¬se convulsivamente.
Indaguei: "Que é que há, mãe?"
Então ela, em grande emoção e a soluçar, expres¬sou-se por meio de gestos.
O intérprete explicou: "Ela quer que o senhor fi¬que sabendo que ela pertence a uma povoação pagã e entenebrecida, onde a luz de Cristo não raiou ainda; ela diz que fica muitíssimo agradecida ao senhor por haver trazido as Boas Novas de Jesus e do Seu amor a uma velha, como ela, sem valia alguma. Diz que será sempre agradecida, e que se apressará em ir contar a outros habitantes da povoação dela todas as Boas Novas que aqui ouviu".
Logo depois, aquela velha senhora voltou ao seu lugar, a chorar de alegria, e se assentou, para ouvir algo mais da história do Redentor Jesus.
Certamente, logo encontrarei aquela velhinha na praia dourada da eternidade.
As palavras daquela querida, e velha mãe africa¬na, valem tudo quanto eu possa fazer, gastar ou dar para levar o Evangelho aos perdidos.
E há milhões de pessoas nas condições dessa ve¬lha africana, a esperar por você e por mim, para que lhes levemos a mensagem da Salvação.
Que é que você vai fazer para acudir à necessida¬de do perdido? Que é que vou fazer?
Posso fazer mais? Sim, creio que posso e que devo fazer mais. E você?
Capítulo 6
A conquista
Como o fogo se ateia com fogo, também a igreja existe pela evangelização, pelo ganhar almas. Quando a igreja perde de vista o perdido, morre, assim como o fogo se extingue por falta de novo ma¬terial a ser queimado.
Ide... Pregai... Fazei discípulos... Dai testemunho a todas as nações, a toda criatura no poder do Espíri¬to Santo.
Eis, na essência, o último grande mandamento que Cristo deu à Sua Igreja: evangelizai o inundo todo — é a Sua ordem de marcha! Ele não disse civilizai todas as criaturas humanas, nem mesmo cristianizai o mun¬do, mas pregai, proclamai o Evangelho ao mundo todo.
Os primeiros cristãos podiam escusar-se por não atingir o mundo todo. Faltavam-lhe os meios e o equipamento que poderiam acelerar a obra da Evan¬gelização. Não havia estradas de ferro, aviões ou po¬derosos e rápidos transatlânticos; não havia rádio, televisão, impressoras, aparelhagem audiovisual ou cinematografia. Não obstante, no poder do Espírito Santo, evangelizaram a maior parte do mundo en¬tão conhecido.
No princípio, a evangelização, levada a cabo pela Igreja, conseguiu atingir o Egito e o Norte da África, a ponto de, em certa época, tais regiões apresentarem centenas de igrejas evangélicas.
Porém, em vez de prosseguir em busca dos lugares mais distantes, passou a discutir doutrinas.
E assim a controvérsia tomou o lugar da evange¬lização. E o resultado? Em vez do fervente zelo e vi¬são, que certamente teria impelido os cristãos para o Sul através das escaldantes areias do Saara até os jâgais da África Central e Meridional, a Igreja se mos¬trou paralisada e começou a declinar, à medida que o mundo mais se envolvia em trevas.
Enquanto a Igreja contendia e discutia muitas coi¬sas não essenciais, o inimigo conseguia vitórias e es¬cravizava milhões.
Consequentemente, o Norte da África tornou-se maometano e, por séculos, ali quase não se brilhava a luz do Evangelho.
Pense nisso, leitor amigo. Em certa época, alguns dos maiores teólogos do cristianismo vieram do Nor¬te da África. Hoje, todo o país está dominado pela rí¬gida religião maometana.
Que aconteceria, se isso se desse em nosso país cris¬tão? O único caminho que, por certo, impedirá o apa¬recimento do novo tipo de paganismo moderno em nossa pátria é conservar bem fresca, no íntimo de cada servo de Jesus, a visão da evangelização mundial.
Quando um cristão pára de ganhar almas, por esse ou por aquele meio, cessa de arder em sua alma o fogo divino. E o resultado é muito triste e lamentável: fal¬ta de interesse e de entusiasmo, e queda espiritual. Então o mundanismo avança para preencher o vá¬cuo. Que horrível tragédia!
Um dos preceitos mais desafiadores já apresenta¬dos ao cristão é esse: a tarefa suprema da Igreja na evangelização do mundo.
A única defesa da Igreja é ganhar almas.
Ela nasceu no ardor da evangelização. Estará ar¬ruinada sempre que seus membros deixarem de al¬cançar o perdido.
Hoje, no mundo, vivem cerca de dois bilhões de almas que nunca foram alcançadas pelo Evangelho de Cristo!
Hoje mais de um quarto de todas as nações, um terço da superfície da Terra, e metade da população mundial estão sob a influência do comunismo ateu.
Será que, como cristão, estamos cientes disso? Será? Lembramo-nos de que, como indivíduos, somos a Igreja de Cristo? Para que existe no mundo a Igreja Cristã?
Ela não é uma grande arca, em que podem flutuar os favoritos, felizes, e sem cuidado algum por sobre o mar da vida até chegar à praia áurea.
Ela não é uma companhia de seguros, à qual se podem pagar prêmios e se ficar inteiramente livre do fogo do inferno!
A Igreja não é um clube social, cujos membros se reúnem ocasionalmente para desfrutar da companhia uns dos outros, divertirem-se, e trocar idéias!
Não é uma casa de saúde em que os deformados espirituais e os moralmente anêmicos tratam de seus males hereditários. Não.
A Igreja de Cristo é uma instituição ganhadora de almas, a proclamar, a tempo e fora de tempo, que Je¬sus Cristo salva a todos os homens.
Ela é um farol, cujos raios da luz evangélica alumiam todos os cantos da Terra, mesmo os mais dis¬tantes e entenebrecidos.
E um poderoso exército em marcha, cujos solda¬dos estão resolvidos a invadir todas as pátrias para fazer tremular em cada nação a bandeira de Cristo! Como soldados do rei dos Reis, a tarefa dos cristãos não é construir fortes nem acumular reservas de mu¬nições, mas conquistar o território inimigo, para to¬mar deles um povo para o seu nome (At 15.14).
Napoleão certa vez disse: "A conquista fez de mim aquilo que sou, e a conquista deve encorajar-me!"
Isso é também verdade no que se aplica à Igreja de Cristo. A própria existência da Igreja depende de sua obediência à grande comissão do Senhor. Ela existe para buscar e salvar o que está perdido.
Que é que o leitor amigo está fazendo nesse sen¬tido? Está esperando que a sua denominação faça a obra de evangelização? Cristo espera muito de você! Almas — almas ainda não alcançadas — estão espe¬rando muito de você!
Capítulo 7
A senha
Evangelização deve ser hoje a senha de cada cris¬tão. É alcançar o que ainda não foi alcançado; e levar o Evangelho de Cristo ao que está perdido. É levar almas a Cristo. É levar pecadores ao arrependimento e à fé em Jesus Cristo. E sair por estradas e veredas, e adicionar mais ovelhas ao aprisco do Bom Pastor.

Uma senha, Senhor, dá-nos agora.
Vocábulos de fogo e de poder!
Esse grito de guerra que afervora,
Que arrasta a conquistar ou então morrer.

É a palavra que a Igreja põe desperta, Para cumprir a ordem do Senhor! A senha já foi dada! Igreja, alerta! Ei-la: EVANGELIZAI! Com fé e amor.
Anunciai o Evangelho que é de Deus, Por toda a Terra, vós, filhos da luz! A senha ecoando vai por terra e céus Oh! EVANGELIZAI—disse Jesus.

Ao que já morre, a raça contumaz,
O dom gracioso de Jesus pregai!
E a todo pecador que em trevas jaz
Com fé e amor, sim, EVANGELIZAI!

I - A quem devemos evangelizar e por quê
— Os milhares das longínquas regiões que ainda não tiveram a oportunidade de ouvir o Evangelho.
— Em nosso mundo, temos aproximadamente seis bilhões de habitantes.
— Mais da metade da população da Terra nunca ouviu o Evangelho de Cristo.
— Tribos que falam duas mil línguas diversas estão perecendo sem o menor conhecimento do Evan¬gelho de Cristo.
— A população do mundo está crescendo assus¬tadoramente à razão de 47 milhões por ano.

II - Quem deve ser alcançado pelo Evangelho
— Os que ainda não foram alcançados devem estar em primeiro lugar, pois não é justo fazer alguém ouvir duas vezes o Evangelho quando existem milhões e milhões que não ouviram sobre ele ain¬da nem uma vez.
— Os que não pertencem ainda à Igreja em nosso próprio país. Muito embora nos chamemos uma nação cristã, e embora 63% de nossos compatrícios digam-se membros de igrejas, ainda:
• quase 64 milhões de americanos não se acham filiados a nenhuma igreja;
• 37 milhões de crianças jamais visitaram uma igreja ou uma escola dominical;
• o crime é ainda coisa de espantar em toda parte da nação. Este ano, a criminalidade subiu em 8%, e
• anualmente, 100.000 pessoas tentam suicidar-se nos EUA, e 20.000 morreram dessa forma.

III - Os membros de igreja não convertidos precisam ser evangelizados
— Em alguns lugares, ser membro de igreja sig¬nifica pouca coisa. Há tempos, o Diretor do Controle de Bebidas Alcoólicas de Nova-Jérsei (EUA) declarou que "todos os negociantes de álcool são bons membros de igreja".
— O Dr. Mervin Roseli diz, em seu livro Revival, God's planfor today, que "das igrejas norte-americanas:
• 5% dos membros arrolados já não existem;
• 10% jamais vão aos cultos públicos;
• 40% jamais dão qualquer oferta;
• 50% jamais vão às aulas da escola dominical;
• 60% não vão aos cultos nas noites de domingo;
• 70% não contribuem com ofertas para as missões;
• 75% jamais tomam parte em qualquer ativi¬dade da igreja;
• 80% jamais tomam parte nas reuniões de oração da igreja;
• 95% jamais ganham uma alma para Jesus Cristo!"
O Senhor Jesus disse: Eis que eu vos digo: levantai os vossos olhos e vede as terras, que já estão brancas para a ceifa (Jo 4.35). E disse mais: A seara é realmente gran¬de, mas poucos são os ceifeiros. Rogai pois, ao Senhor da seara que mande ceifeiros para a sua seara (Mt 9.37,38).
Precisamos buscar o perdido em nossa terra, e também em outros países por várias razões:
• Porque Deus cheio de compaixão, precisamos arrebatar as almas como tiramos tições da foguei¬ra viva (Sl 86.15).
• Porque o Senhor não quer que nenhum pereça, senão que todos venham a arrepender-se (2 Pe 3.9).
• Porque Jesus veio procurar e salvar aquele que estava perdido (Lc 19.10)
Deus teve só um Filho, e Ele foi missionário, evangelista, pescador de almas. Meditemos bem nas parábolas do semeador, da ovelha perdida, da dracma perdida e do filho perdido, do Evangelho segundo São Lucas, capítulo 15, na parábola do bom samaritano (vai e faze o mesmo), na parábola da grande ceia (sai para os caminhos e vales e força-os a entrar). Todo o mi¬nistério de Cristo foi dominado por uma ardente pai¬xão pelos perdidos. Para nos assemelharmos a Ele, precisamos ser ganhadores de almas.
• Porque a Bíblia foi dada para dizer aos homens como se podem salvar (Jo 20.31)... devemos evangelizar.
• Porque Jesus disse: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado (Mc 16.15,16).
• Por causa do valor de uma alma (Mt 16.26) — devemos fazer tudo que pudermos para resgatá-la.
• Por causa do salário do pecado (Rm 6.23) —temos o dever de alertar o perdido, para que passe do domínio de Satanás para o domínio de Deus.
• Porque o homem não se pode salvar por si (Ef 2.8,9) — urge que levemos ao perdido a men¬sagem redentora de Cristo.
• Porque a morte é coisa certa, e também o juízo, e também o inferno — devemos consagrar nossa vida a ganhar as almas perdidas, e isso de todos os modos possíveis.
O que você diz, então, acerca de tudo isto? Você sente dentro de seu coração a atração das almas? Gosta de ajudar almas desesperadas a encontrar nova esperança em Cristo? E o desafio de toda criatura, todo o mundo, do até aos confins da terra, de outras ovelhas, das cidades vizinhas está a inflamar o seu coração como inflamou o coração de Jesus - e os de Pedro, Tiago, João, Paulo e de outros muitos?
Os campos já branquejam para a ceifa... E correm perigo de se perder! As multidões de nossos dias têm tantas necessidades, tanta fome de justiça e amor, e respondem tão bem ao apelo do Evangelho, como nos dias de Jesus, como nos dias apostólicos.
Quem será o culpado, se se perder a colheita? En¬quanto os homens se escusam e se poupam, dizendo que as condições ou as circunstâncias são desfavorá¬veis, a Bíblia enfaticamente nos ensina que podemos esperar colheitas de almas em qualquer lugar, a qual¬quer tempo, uma vez que obreiros dinamizados e possuídos pelo Espírito se dediquem de corpo e alma à evangelização do mundo.
Capítulo 8
Impressões digitais
Uma das maiores maravilhas da evangelização é o fato de o Senhor empregar instrumentos humanos na pesca de almas para Cristo. Deus poderia ter em¬pregado para isso os Seus anjos. Na verdade, estes te¬riam ficado mais que satisfeitos se houvessem recebi¬do de Deus essa incumbência. Mas Deus assim não quis. Ele resolveu empregar o homem para essa glorio¬sa tarefa, ou missão. É dito: "Duvida-se que se possa encontrar no céu uma alma que não traga em si as im¬pressões digitais de outra pessoa".
Quando Cristo embargou os passos de Saulo de Tarso na estrada de Damasco, bem lhe poderia reve¬lar naquele instante o plano de salvação. Mas apenas lhe disse: Levanta-te e entra na cidade, e lá te será dito o que te convém jazer (At 9.6). E Deus enviou Ananias para guiar Saulo à entrada do Seu Reino.
Quando o anjo apareceu a Cornélio, que orava, poderia ter-lhe dito facilmente como ele se poderia salvar. Mas deu-lhe uma ordem: Manda chamar a Sí¬mio, que tem por sobrenome Pedro. ...Ele te dirá o que deves fazer (At 10.5,6).
Deus tem reservado só para seres salvos e cheios do Espírito o glorioso privilégio de tomar com uma de suas mãos a Divindade e com a outra a alma per¬dida para uni-las (2 Co 5.19,20).
Quando havia uma obra a fazer, Deus sempre es¬colhia um homem. Escolheu Elias no Monte Carmelo; Jonas para Nínive; Pedro para o dia do pentecostes.
Você pode, acaso, conceber a Reforma sem Lutero e Calvino? Pode imaginar o grande avivamento, que salvou de uma revolução a Inglaterra, sem João Wesley, Carlos Wesley e Whitefield? E as cruzadas de Finney e as campanhas de Moody não estão inseparavelmente ligadas a esses grandes evangelistas?
São, porém, esses grandes nomes os únicos que estão ligados à evangelização do mundo? Deus nos li¬vre de achar que devemos só a esses poucos homens! Toda a glória não coube só a esses renomados evangelistas. Devemos lembrar igualmente que muito ficamos devendo àqueles muitos que oraram e intercederam, àqueles que lhes propiciaram os meios, àqueles milhares de cristãos que colaboraram com eles, e que também participaram de suas grandes vi¬tórias. Tais luminares da pregação evangélica não poderiam ter alcançado sozinhos as multidões de almas perdidas que então se salvaram.
A evangelização é tarefa de cada cristão. Mas ninguém a realiza sozinha, por suas próprias forças.
Cada cristão pode ser um pescador de almas.
As grandes cruzadas, que temos tido o privilégio de dirigir pelo mundo, são trabalhos de equipe em conjunto.
Tenho cumprido o meu dever, mas é verdade que outros milhares de cristãos fiéis têm colaborado co¬migo, cumprindo o seu dever de evangelizar.
Muitos missionários têm sacrificado tudo, e mui¬tos pregadores nacionais têm trabalhado com afinco, investindo o que são e possuem na gloriosa obra de evangelização. Antes de nós, muitos deles gastavam suas vidas na semeadura do Evangelho; depois vie¬mos nós, e nos alegramos com as abundantes colhei¬tas de almas para o Reino de Deus.
Triunfamos sozinhos? Não; mil vezes não. Cente¬nas de cristãos fiéis, naturais dessas terras, lutam dia e noite, trazendo às cruzadas os perdidos, os enfer¬mos, os confusos. Assentam-se ao lado deles, nas reu¬niões, a interceder pelo pregador e pelos ouvintes não cristãos. Oram com eles. Acompanham-nos a casa, de volta das reuniões. Trabalham seus convidados a todo tempo sem fim.
Entrego as mensagens e convido os perdidos a se decidirem por Cristo, mas a verdadeira pesca de al¬mas só se dá quando ministros e leigos dão as mãos para salvar o perdido.
Enquanto estou no púlpito, na linha de frente, milhares estão na pátria, em seus lares, trabalhando e colaborando comigo no afã de partilhar essa alegria de ganhar almas, e o fazem por meio da oração intercessória e de suas generosas ofertas para finan¬ciar a obra de evangelização.
Tais esforços de evangelismo em massa não teriam lugar sem a participação de missionários, pastores, e obreiros leigos.
Isso é que é evangelização!

Pelo que nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento. (...) mas cada um receberá o seu galardão, segundo o seu trabalho. Porque nós somos cooper adores de Deus; vós sois lavoura de Deus e edifício de Deus. (1 Coríntios 3.7,9)

Cada qual tem sua parte na conquista de almas. Recebi de Deus o privilégio de pregar. Muitos missio¬nários vieram antes de mim há alguns anos. Minis¬tros dessas terras estão dando tudo. Obreiros e mem¬bros dessas igrejas nacionais fazem a sua parte. Con¬selheiros pessoais fazem parte da equipe. Aqueles que sustentam essas cruzadas com suas orações e ofertas participam conosco dessa gloriosa cruzada.
Um planta, e outro colhe. Por isso Jesus disse:
Eu vos enviei a ceifar onde vós não trabalhastes; outros tra¬balharam, e vós entrastes no seu trabalho (Jo 4.38).

É justamente isso o que sinto ao dirigir gran¬des cruzadas em que milhares de perdidos encon¬tram-se com Cristo. Estou colhendo o que outros semearam.
A verdade é que todos nós somos cooperadores de Deus.
Que parte o leitor amigo está tendo na evangeli¬zação mundial? Está você pessoalmente empenhado nessa gloriosa obra? Já experimentou em sua vida a bem-aventurança e a alegria que provêm de se ga¬nhar para Jesus Cristo uma alma perdida?
Você já teve a oportunidade de salvar a vida de uma pessoa que ia morrendo afogado? Já tirou de dentro duma casa a incendiar-se uma pessoa que lá estava morrendo sufocada pela fumaça e pelas cha¬mas? Já arriscou sua vida para tirar da frente de um automóvel uma criança prestes a ser atropelada?
Em verdade, é o sentimento mais maravilhoso e mais agradável dessa vida ter consciência de haver salvo alguém de um desastre mortal!
Você, meu caro leitor, pode experimentar e gozar dessa alegria e prazer de salvar almas perdidas, víti¬mas do desespero. Pode participar do maior de todos os ministérios: o da evangelização.
Centenas de vezes, pobres almas negligenciadas achegam-se a mim, em terras longínquas, derraman¬do lágrimas de sincera gratidão, louvando a Deus pelo fato de eu lhes haver levado o redentor conhe¬cimento do Evangelho de Jesus.
Não poucas vezes tenho impedido que este ou aquele se ajoelhe diante de mim e me beije os pés. Muitos agarram minhas mãos e as beijam, antes que eu possa reprimir tal manifestação de gratidão a Deus.
É certo que não o fazem para cultuar a mim, mas o fazem para revelar ou expressar a gratidão em seus corações. Não têm dinheiro, nem vistosos presentes, nada precioso ou belo para oferecer ao norte-ameri¬cano... Só lágrimas e beijos de gratidão, amáveis pa¬lavras de humilde reconhecimento.
Digo a você que algumas vezes tenho voltado o meu rosto a derramar lágrimas de vergonha e confusão por me sentir bastante chocado. Quando essa gen¬te tão amada assim me trata, sinto não ter coragem de olhar a face do Senhor. Sim, porque tenho sacrifi¬cado tão pouco por eles. Tenho recebido do Senhor tantas e tantas provas de Sua misericórdia e bonda¬de. Tenho sido tão favorecido por Ele, tão abençoado. E eles têm sido tão negligenciados; são tão pobres, tão necessitados.
Quero que você saiba, leitor amigo, que a sensa¬ção mais grata e mais agradável que nós, mortais, podemos experimentar nesse mundo é a de haver par¬ticipado do levar o Evangelho a quem estava perdi¬do, sem Jesus.
Mas eu, sozinho, nada posso fazer. Cristãos fiéis em suas pátrias participam de nossas cruzadas, possibili¬tando levá-las avante. E, então penso: "Como seria maravilhoso e agradável se aqueles que lá em sua pá¬tria contribuíram de uma forma ou de outra para o êxito dessas cruzada pudessem ver as almas se chega¬rem a Cristo pelo trabalho de evangelização que estamos realizando em terras pagãs?"
Bem, por isso é que o céu será coisa bastante ma¬ravilhosa, não é? Lá, encontraremos aqueles que fo¬ram salvos por nossos esforços.
É coisa maravilhosa ser pescador de almas. Você acha que é mesmo? Está fazendo alguma coisa para ganhar almas para Cristo?
Capítulo 9
Parceria
O Senhor me tem impressionado com a iminente ruína que sobrevirá ao mundo, caso se retarde a obra da evangelização.
Já por onze anos temos visto, de primeira mão, o efeito do Evangelho sobre as massas de mais de trinta países.
Seja entre os maometanos, xintoístas, budistas, pagãos; seja entre os instruídos ou não-letrados, exis¬te na criatura humana uma insatisfação e uma ânsia que só o Evangelho pode satisfazer.
Estes onze anos decorreram tão suavemente en¬quanto trabalhávamos quase dia e noite num frené¬tico esforço para alcançar os perdidos.
Uma das impressões que parece ter-se avolumado dentro de mim de ano para ano é esta: apesar do gran¬de número de almas que hoje estão sendo salvas, com¬parando isso com o vertiginoso aumento da popula¬ção mundial, percebe-se que estamos perdendo ter¬reno em assustadora proporção.
Para cada pessoa que se converte, nascem trinta almas pagãs, e essa diferença rapidamente vai cres¬cendo e se tornando cada vez maior a largas passadas.
De vez em quando, ouvimos ou lemos umas pou¬cas estatísticas que procuram alertar para isso, mas, no geral, a Igreja Cristã realmente não está desperta¬da para ver o que está acontecendo.
De certo modo, temos focalizado nossa atenção para o número de conversos ou para o aumento geral de nossos auditórios, em vez de atentarmos para o terrificante aumento da população e os crescentes milhões não alcançados pelo Evangelho.
Tenho estado alerta para com esses números por ser cristãos, e por perceber que daremos contas a Deus da obra de nossa vida.
Diligentemente temos pedido a Deus que nos mos¬tre o que se pode fazer para se alcançar esta geração com o Evangelho de Cristo. Sei que Jesus disse que isso deve ser feito. Aquilo que nos parece uma colos¬sal impossibilidade... Não obstante, sei que isso pode ser feito — e está prestes a ser feito.
Em outro dia o Senhor veio a nós com o capítulo cinco de Lucas. Eis os versículos que o Espírito Santo então usou para abrir de novo nossos olhos:

E aconteceu que, apertando-o a multidão para ou¬vir a palavra de Deus, estava ele junto ao lago de Genesaré. E viu estar dois barcos junto a praia do lago; e os pescadores, havendo descido deles, estavam lavando as redes. E, entrando num dos barcos, que era o de Simão, pediu-lhe que o afastasse um pouco da terra; e, assentando-se, ensinava do barco a multidão. E, quando acabou de falar, disse a Simão: faze-te ao mar alto, e lançai as vossas redes para pescar. E, respondendo Simão, disse-lhe: Mestre, havendo trabalhado toda a noite, nada apanhamos; mas, porque mandas, lançarei a rede. E, fazendo assim, colheram uma grande quanti¬dade de peixes, e rompia-se-lhes a rede. E fizeram sinal aos companheiros que estavam no outro bar¬co, para que os fossem ajudar. E foram e encheram ambos os barcos, de maneira tal que quase iam a pique. E, vendo isso Simão Pedro, prostrou-se aos pés de Jesus, dizendo: Senhor, ausenta-te de mim, por que sou um homem pecador. Pois que o espan¬to se apoderara dele e de todos os que com ele es¬tavam, por causa da pesca que haviam feito, E, de igual modo, também de Tiago e João, filhos de Zebedeu, que eram companheiros de Simão. E dis¬se Jesus a Simão: Não temas; de agora em diante, serás pescador de homens. (Lucas 5.1-10)

Eis aqui um significativo exemplo de parceria (ou sociedade) tão necessária para se apanhar peixes em grande número.
O Senhor nos impressionou, de maneira inteira¬mente nova, revelando que é sempre nosso parceiro, ou sócio, quando nos dispomos a ganhar multidões de almas humanas.
Jesus já houvera chamado antes aqueles homens para que O seguissem e se tornassem pescadores de homem (Mc 1.17).
Mas agora, evidentemente, o Senhor quis dar-lhes uma lição sobre a cooperação, ou parceria, no pescar homens.
Entrou no barco de Pedro, afastou-se da terra, e pregou um sermão às multidões que se achavam na praia, porque Jesus queria ensinar a Seus discípulos que eles deviam pescar multidões como aquela que tinham diante de seus olhos, justamente como esta¬vam vendo ali Jesus fazer. Assim, Jesus fez da pesca¬ria uma lição objetiva, para ensinar aqueles homens como ganhar almas — multidões delas.
Podia ser que eles já houvessem discutido a ques¬tão de qual o discípulo favorito de Jesus, ou de quem seria o maior no Seu Reino. Também podia dar-se o caso de eles já terem começado a condenar os que não esta¬vam seguindo a Jesus como eles o estavam fazendo.
Jesus quis ensinar-lhes a parceria no ganhar almas.
Disse-lhes que fizessem aquilo que Ele, até hoje, nos ordena fazer: Faze-te ao mar alto, e lançai as vossas redes para pescar.
Aquilo não devia ser uma pesca ordinária, e sim um lançar de redes no mais profundo do mar para se apanhar uma redada, ou uma multidão.
Jesus sabia o que ia acontecer, sabia que apanha¬riam peixes em número maior do que aquele que po¬deriam arrastar para terra. Isso lhes ia ensinar a ur¬gência da cooperação.
Eles agiram sobre a palavra de Jesus, com fé sin¬gular, colheram uma grande quantidade de peixes, e rompia-se-lhes a rede. Ou, como traduz Verkuyl, "suas re¬des começavam a romper-se".
Imediatamente, eles fizeram o que Jesus sabia que iam fazer, fizeram sinal aos companheiros que estavam no outro barco, para que os fossem ajudar. E foram e en¬cheram ambos os barcos, de maneira tal que quase iam a pique.

Digamos que os companheiros que estavam no outro barco representam nossos parceiros ou colabo¬radores cristãos que estão em outra igreja, em outra denominação, ou em outra organização. Daí verá que esta lição se aplica tremendamente a você e a mim.
Jesus deliberadamente realizou um milagre que forçou o companheirismo, a parceria, e a cooperação; então, o registrou nas Escrituras Sagradas para nos servir de exemplo, hoje, na pesca das almas.

Todos ficaram atônitos, pois que o espanto se apode¬rara dele e de todos os que com ele estavam, por causa da pesca que haviam feito.

Um tradutor diz: "A admiração se apossou de Pedro e de todos os seus companheiros, ao verem a redada de peixes que conseguiram". Outro declara: "Eles ficaram atordoados (tontos) com o arrasto de peixes que obtiveram".
Aprenderam o valor da parceria — lição assaz in¬dispensável à evangelização do mundo. A partir da¬quele instante, podiam apanhar multidões de homens!
Capítulo 10
Os seus barcos também
Pelo ano de 1953 tínhamos já dirigido grandes campanhas evangelísticas em cerca de doze paí¬ses. Em cada campanha "apanhamos multidões de peixes".
Ficamos boquiabertos, como Pedro, ao ver as mul¬tidões que apanhamos. E milhares estão sendo salvos nas povoações e cidades a nosso redor. Víamos que nossas redes estavam a romper. Já não podíamos mais controlar a situação.
Começamos daí a fazer sinais aos nossos missionários-parceiros para que nos ajudassem. Dissemos a eles: "Os campos estão brancos para a colheita! As massas querem Jesus! Nossas redes se estão rompen¬do. Vossas igrejas são muito pequenas e poucas. Nos¬sas Campanhas são assaz curtas e muito raras. Os peixes apanhados são multidões. Ajudai-nos e vos aju¬daremos. Façamos sociedade, parceria, ou coopera¬ção, nessa cruzada!"
Eles responderam. Trouxeram seus barcos, e os enchemos todos. Ficaram tão admirados quanto nós.
E começamos a perceber que todas as nossas redes estavam prestes a romper-se.
Daí, apelamos para os nossos parceiros nacionais que estavam em todos os barcos perto de nós, dizen¬do-lhes: "Venham ajudar-nos".
Criamos então a Association for Native Evangelism. Começamos fornecendo fundos para sus¬tentar obreiros nacionais como missionários de tem¬po integral, para que alcançassem os perdidos, sem Cristo.
Hoje, graças à cooperação de nossos missionários-parceiros, em conjunto temos arregimentado mais de 2.300 obreiros nacionais, de tempo integral, nessa obra missionária entre os ainda não alcança¬dos; juntos, temos todos apanhado tremendas "redadas de peixes".
Mas, que representa isso num oceano de multi¬dões de peixes?
Jesus disse: toda criatura, todas as nações, todo o mundo. A Bíblia declara: todas as nações, e tribos, e povos e línguas. Jesus disse ainda: até aos confins da Terra. O Apóstolo Paulo disse: até às mais distantes regiões.
Vinde a ajudai-nos! Nossas redes estão se rompen¬do! Confiados na Palavra de Jesus, fizemos ao largo, a apanhamos multidões de peixes! Nossos barcos es¬tão afundando, estão indo a pique!
Restam ainda grandes multidões que não foram alcançadas para Jesus; e em grande abundância, para encher também os vossos barcos.
Capítulo 11
A segunda chamada
Recentemente, estando em oração, a premência de nossas redes a se romperem e de nossos barcos quase a pique, fez-me ver outra avassaladora onda de rea¬lidade.
Sob a pressão de milhões, prontos para ceifa, no¬vamente caí com meu rosto em terra.
E orei, dizendo: "Deus meu, mostra-me como pos¬so fazer mais; sim, fazer alguma coisa, Senhor. Sei que disseste toda criatura. Não sei como alcançá-las. Estamos dando o máximo, mas não basta. Por favor, Senhor, mostra-me como podemos fazer mais!"
Outra vez Ele respondeu à oração, e surgiu uma visão de co-evangelização.
A lição das redes a se romperem, e da chamada de ajudantes ou parceiros, surgia de novo, como a base para passos e avanços mas enérgicos.
Vinde e ajudai-nos foi o sinal que, pela segunda vez, demos a nossas companheiros. E os parceiros que chamamos dessa vez eram os evangelistas.
Percebi que, se queríamos trazer para a terra aque¬las "tremendas redadas" de peixes que se prendiam em nossas redes evangelísticas, teria que pedir o concurso de evangelistas, bem como de missionários.
Assim, telefonamos aos quatro cantos de nossa pátria e do Canadá.
Convidamos nossos parceiros evangelistas para que viessem e pegassem conosco, como traduz o Novo Testamento Amplificado.
Numa conferência espiritual, expus, diante de to¬dos, a responsabilidade e a urgência da evangelização mundial.
Disse-lhes como Deus nos concedera o talento de produzir muitos e diferentes instrumentos para ga¬nhar almas tais como livros, tratados, sermões gra¬vados, discos, filmes de notáveis milagres etc., tudo isso ungido pelo Espírito Santo. Expliquei como to¬dos esses instrumentos são meios, ou redes, que, uma vez "lançados no profundo das águas" por alguém, apanham grandes multidões de almas que são carre¬gadas para dentro do Reino de Deus.
Relatei aos obreiros, então reunidos, como já tan¬tas vezes havíamos lançado tais redes, sempre com resultado animador e abençoado; disse-lhes ainda que as redes estavam cheias, a ponto de se rompe¬rem, e, por fim, disse-lhes: "Vinde e dai-nos vosso auxílio".
É a isto que damos o nome de co-evangelização. Realmente é "parceria na pesca", ou cooperação no ganhar almas.
Em verdade, há mais peixes em nossas redes do que podemos trazer para a terra.
Os barcos de nossos parceiros missionários estão ficando cheios; os de nossos consórcios nacionais es¬tão extravasando de peixes; os de nosso parceiros evangelistas igualmente estão repletos. Permanece, no entanto, ainda, o oceano de águas profundas, a fervi¬lhar de multidões de peixes, esperando outras mãos que lancem mais redes ainda para recolherem outras redadas mais.
Vinde e ajudai-nos. Ainda há multidões de peixes, em maior abundância, para encherem igualmente os vossos barcos.
Capítulo 12
Visão vinda de Deus
Agora Deus falou novamente à minha alma. E, visto parecer-me que Ele nos quer impressionar mais do que nunca com a assustadora urgência da evangelização, outra vez estou rogando a Ele que nos mos¬tre novos caminhos para atingirmos os que ainda não foram alcançados.
Poucos instantes depois de eu haver entrado em oração, a presença do Senhor de novo se aproximou de mim, falando-me novamente ao coração.
Meditava na ordem de Jesus: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura (Mc 16.15).
Eu pensava nas centenas de metrópoles e nos mi¬lhares de povoados e vilas de nossos dias.
E, admirado e perplexo, dizia para comigo: "Como poderemos alcançar todos esses lugares? Se eu pudesse ir passar uma semana em cada vila da terra — sim, uma semana — que é que lhes pregaria? Não me sobraria tempo para lhes ensinar todo o Novo Testamento, nem todas as maravilhosas pro¬messas e ensinos das cartas apostólicas. Que é que lhes pregaria?''
Então, veio-me à mente o que Jesus disse: E eu, quando for levantado da terra, todos atrairei a mim (Jo 12.32).
Daí resolvi: "Darei a semana toda para falar de Jesus ao povo. Eu lhes contarei por que Jesus veio, o que fez, como perdoou pecadores e curou enfermos. Como morreu e ressuscitou. Acima de tudo, busca¬rei deixar bem forte no coração dos ouvintes a im¬pressão de que Jesus nunca mudou, que Ele conti¬nua a viver hoje e sempre, e que Ele quer fazer por eles justamente aquilo que fez por todos quantos creram nEle nos dias apostólicos".
Enquanto nisso meditava, o Espírito do Senhor fez sombra sobre mim, e percebi que Ele estava a guiar meus pensamentos. Era como se Ele estivesse a dizer-me: "Sim, agora prossegue; que farás a seguir? O que mais? Continua a pensar".
Percebi que o Senhor e eu estávamos juntos de novo, fazendo planos, sabia que outra visão estava para vir.
Então eu disse: "Senhor, jamais poderei alcançar todas essas cidades e vilas. Já tenho 36 anos de idade. E o tempo é tão breve, corre e voa. Nem adianta pen¬sar que eu possa fazer isso".
Mas, repentinamente, senti que me inundava todo a presença de Deus. Pensei: "Espera um momento. Há um caminho". E uma luz começou a brilhar.
Vi, então, máquinas de gravar discursos, vitrolas, filmes, tratados e folhetos, tudo pronto em idiomas mais que diversos.
Pensei nos 500 milhões de chineses que foram con¬quistados pelo comunismo, quase sem luta alguma. Eles equiparam número suficiente de seus mensageiros com filmes, com literatura impressa, com o fito de doutri¬nar cada vila e cada aldeola chinesa.
Lembrei-me dos Testemunhas de Jeová que ano após ano enviam homens e mulheres às casas, para deixarem nelas suas mensagens impressas, livros e folhetos, e até pequenas vitrolas portáteis. Hoje, eles contam com a maior editora religiosa do mundo e es¬tão conseguindo conversos pelo mundo todo, e com velocidade espantosa.
Vi centenas e milhares de maravilhosos obreiros nacionais, realmente consagrados, aguardando uma oportunidade para "pescar".
Então, o Senhor começou a falar de novo à minha alma — agora sobre uma nova e constrangedora ur¬gência. Ordenou-me o Senhor: "Grava essas mensa¬gens básicas sobre Jesus em todas as línguas que puderes. Faze isso depressa, conclamando missionários e obreiros nacionais. Ou grava essas mensagens com intérpretes. Uma vez gravadas em disco ou fita — que se produzam cópias em massa, aos milhares —, es¬creve também tais mensagens e publica cópias aos milhões. Que cada evangelista disponha dessas men¬sagens audiovisuais, com seu respectivo projetor e vitrola manual; e que cada pastor e obreiro leigo, e missionário, tenha isso tudo em mão, pois que são re¬des a serem lançadas no profundo das águas para a pesca de multidões de peixes".
E pareceu-me que o Senhor dizia, a seguir, com grande solenidade: "Vai, e faze isso imediatamente; é tudo quanto tens tempo para fazer".
Senti minha alma em fogo. Sabia que era uma vi¬são vinda de Deus.
Sei que devemos continuar fazendo o que estamos fazendo; pregar pessoalmente e cada um que puder¬mos alcançar em nossas metrópoles ou vilas, evangelizando em massa.
Mas, enquanto estivermos fazendo isso, essas mesmas mensagens impressas, e gravadas em fitas e filmes podem igualmente ser pregadas em dez mil outras cidades e vilas do mundo, ao mesmo tempo.
Isso é co-evangelização, parceria no ganhar al¬mas.
Mesmo leigos na América, ou em qualquer conti¬nente, que acham que não podem pregar de modo eficiente, podem obter essas mensagens escritas ou faladas ou em outras formas, e realizar um ministé¬rio de tempo integral no pescar almas para Cristo.
Isso é co-evangelização, cooperação no alcançar os não-convertidos.
O que é que você vai fazer sobre isso? Gostaria de salvar almas? Gostaria de ser um pregador do Evan¬gelho? Eis agora a sua oportunidade.
Também encontramos, aqui e ali, milhares de mi¬nistros e evangelistas que anseiam sinceramente ter um ministério mais eficiente em favor de Cristo. Está você, amigo leitor, no número desses que estão querendo abrir novos caminhos, mais eficazes e mais positivos para ganhar almas?
Então, venha, e dê-nos o seu apoio, a sua ajuda. Tais redes estão apanhando uma verdadeira multi¬dão de peixes, onde quer que sejam lançadas para a pesca. Não quer você trazer o seu barco e lançar as redes conosco? Há peixes em abundância também para o seu barco.
Capítulo 13
Co-evangelização
Quando penso no barco e nas redes, coisas tão co¬muns e ordinárias que Jesus utilizou para dar a Pedro a lição da parceria, fico maravilhado ao perceber como Sua Palavra tornou tão extraordinários esses instrumentos da lida cotidiana.
Daí, penso na simplicidade de um folheto comum, ou de um carretel de gravador de som, ou de um sim¬ples disco ou filme. São coisas ordinárias que já por anos vêm sendo usadas pelos homens.
Mas quando carregados com a mensagem do Evangelho tornam-se bem diferentes. As que temos empregado são abençoadas de modo especial, são ungidas, são diferentes pelo fato de estarem cheias da Palavra do Mestre, e por exporem de novo a vida e o ministério de Jesus.
São mesmo redes ordinárias... Mas lançadas so¬bre a Sua Palavra. Por isso é que se tornam eficientes para alcançar multidões.
Agora que já vimos como elas foram abençoadas, dou sinais aos meus parceiros que se acham em outros barcos, dizendo-lhes: "Venham nos ajudar; pois que há multidões de peixes para todos".
Outra lição que aprendi é esta: Jesus podia impe¬dir que se rompesse a rede que Pedro lançara para a pesca e também impedir que o barco de Pedro fosse a pique. Mas, daí Pedro não teria aprendido, do modo como aprendeu, a lição da parceria.
Semelhantemente, não faz parte do Seu plano dar-nos a capacidade de alcançar por nós mesmos as na¬ções do mundo, porque, se isso se desse, jamais expe¬rimentaríamos a bênção da camaradagem e da par¬ceria na evangelização.
Todo e qualquer esforço que encoraje a coopera¬ção da parte de todos os cristãos no ganhar almas, receberá certamente a bênção de Deus. Isto explica por que a visão da co-evangelização tem obtido, ob¬tém e continuará a obter, por todo o mundo, resulta¬dos de grande alcance.
Agora que esta visão está sendo estendida às re¬giões além, urge que vejamos as tremendas conse¬qüências que se tornam inevitáveis.
Eis aqui uma parte vital dessa lição: quando Pedro e os que com ele estavam no seu barco conseguiram aquela pesca maravilhosa, os que estavam no outro barco estavam também ansiosos por uma boa redada. Evidentemente, estavam esperando a oportunidade de apanhar uma multidão de peixes — e esperando convite para ajudá-los. Eles tinham suas próprias re¬des, mas alguma coisa estava faltando.
Por aquele tempo, Pedro fez sinal para eles, os quais se chegaram ao barco de Pedro e encheram ambos os barcos.
Sei que há centenas de leigos, evangelistas, pasto¬res e missionários que anseiam tomar parte bem mais positiva no ganhar mais almas para Cristo.
Estão aguardando que surja um meio pelo qual possam ajudar no colher a amadurecida seara de sua geração.
A co-evangelização na pátria e no exterior abre para eles o caminho.
É possível evangelizar o mundo em nossa geração. Homens e equipamentos estão aí à mão. Mas isso nos chama à parceria.
Ninguém pode realizar isso sozinho! Isso foi o que Deus mostrou a Pedro em seu barco naquele dia. E isso é o que Ele me ensinou de modo impressionante. E você? Já aprendeu essa lição?
A evangelização mundial é o negócio maior e mais urgente, e ela nos deve dominar e empolgar a ponto de desejarmos, se preciso, romper as linhas ou limites denominacionais.
Jamais concordaremos em todas as doutrina, a não ser nas fundamentais para que todos os pecadores ou¬çam o Evangelho, recebam a Jesus Cristo e sejam sal¬vos. Isto basta! Podemos cooperar com aqueles que se batem por diferenças doutrinárias, quando seja para ganhar almas.
Quatro pessoas levaram um paralítico a Jesus para que o curasse. O homem foi perdoado e curado. Um só homem não teria podido fazer aquilo. Os quatro ho¬mens agiram de parceria no interesse do paralítico.
A evangelização, para que seja vitoriosa e frutífe¬ra, precisa ser feita em cooperação.
Eis por que já estamos trabalhando como parceiros diretos com missionários, ministros nacionais, pastores e evangelistas de cerca de 60 diferentes corporações.
Os pescadores de homens que operam indepen¬dentemente não prosperam, não são bem-sucedidos!
A evangelização foi instituída por Cristo, faz par¬te integrante da Igreja (Ef 4.11) e jamais pode ser se¬parada dela.
A Igreja vive pela evangelização, e a evangelização funciona como um braço dela. São parceiros inseparáveis — Igreja e evangelização.
Muitos ministros que cooperam conosco, associa¬dos nossos nestas cruzadas evangélicas, estão filiados a várias denominações, e gozam de boa situação. O ministério deles conosco se confina à pesca de almas. A evangelização é a nossa tarefa única.
Não estamos doutrinando, nem organizando uma denominação, uma escola bíblica, nem uma casa publicadora. Nada temos a construir por nós mesmos, e para nós. Ninguém se pode juntar a nós... nada te¬mos de nosso. Somos ganhadores de almas... parcei¬ros no alcançar os que ainda não foram alcançados. Isto é CO-EVANGELIZAÇÃO.
Evangelistas, que no campo agem como nossos parceiros, são membros de várias denominações; mas, quando operam em parceria conosco, isso derriba os muros denominacionais e nos introduz no cerne do Cristianismo... no ganhar almas. Assim, associamo-nos, estritamente limitados à obra da evangelização. Cada rede que lançamos às águas... nossas cruzadas, missionários nacionais, livros e folhetos, publicações estrangeiras, fitas de sermões gravados, discos, filmes e revistas... tudo isso apanha suas multidões de pei¬xes. Mas, para quem? Para nós? Não passam a ser nossos. Não somos pastores, e sim pescadores — ga¬nhadores de almas.
Cada alma que ganhamos é encaminhada à igre¬ja, a pastores, a mestres, presbíteros, para que sejam instruídas mais inteiramente nas doutrinas de Cris¬to. Só isto é evangelização bíblica.
Somos servos à igreja. Não podemos funcionar sem a igreja. Mas, qualquer pessoa na obra da evan¬gelização, sem se levar em conta sua filiação denominacional, pode trabalhar conosco, como parceiro, para ganhar almas, sem que isso afete o ser mem¬bro desta ou daquela denominação. Isto é CO-EVAN¬GELIZAÇÃO, cooperação no ganhar almas.
O Diretor de nossa Associação para Evangeliza¬ção Por Meio de Nacionais, William Farrand, disse que somos:
PARCEIROS-AJUDANTES no evangelho do Reino (2 Co 8.23).
OBREIROS-PARCEIROS nas searas agora branquejantes (1 Ts 3.2).
SERVOS-PARCEIROS dedicados ao Senhor (Cl 4.7).
PARCEIROS-OPERÁRIOS respigadores de almas, antes que chega a noite (Cl 4.11).
CIDADÃOS-PARCEIROS da grande e mundial família de Deus (Ef 2.19).
SOLDADOS-PARCEIROS na guerra pró-libertação dos pecadores (Fp 2.25).
PRISIONEIROS-PARCEIROS ligados pelo Evangelho (Fm 23). :
HERDEIROS-PARCEIROS com Cristo por toda a eternidade (Ef 3.6).
Competições ou rivalidades doutrinárias não po¬dem ser toleradas na evangelização mundial. A nos¬sa visão deve estar acima e além das barreiras. A cru¬zada chama o povo de Deus a trabalhar em coopera¬ção, em comunhão e unidade de propósito.
A lição objetiva que Jesus deu a Pedro e aos outros. pescadores está cheia desta idéia de parceria.
Jesus ordenou a um homem, Pedro, que tomasse a iniciativa no lançar a rede às águas profundas. O ho¬mem obedeceu e apanhou peixes em número maior do que podia levar para terra.
Parece que Deus sempre chamou alguém para to¬mar a direção na evangelização: um Wesley, um Moody, um Sunday — alguém que, com fé arrojada, se lançasse a ganhar multidões.
Então, esse pediu a outros que viessem tomar parte na pesca. E assim todos puderam encher seus barcos.
Aqueles pescadores haviam trabalhando a noite toda sem resultado, em vão. Depois, Pedro, obedecen¬do ao mando de Jesus, baseado na Palavra dEle, lan¬çou sua rede e conseguiu aquela pesca maravilhosa.
Ali estava a oportunidade para todos os pescado¬res — de encherem seus barcos — caso trabalhassem como parceiros — se cooperassem de coração.
Assim fizeram e todos ficaram boquiabertos com os resultados que cada um obteve! Porque coopera¬ram. Houve mais do que o suficiente para cada um, pois haviam trabalhado em franca cooperação.
Como Pedro, temos arrojadamente lançado nos¬sas redes por todo o mundo, e, também como ele, es¬taremos correndo o risco de perder multidões, se nos¬sos parceiros não vierem imediatamente nos dar o seu apoio, a sua imprescindível ajuda.
Nossas redes estão prestes a romper — não por causa da desobediência, mas por causa da obediên¬cia. Temos agido, confiados na Grande Comissão. Estamos dando o nosso tudo para alcançar os que ain¬da não foram alcançados. E é da vontade de nosso Deus que parceiros, ou camaradas e colegas, de ou¬tros barcos tomem parte na pesca maravilhosa. De fato, sem cooperação, não nos será possível colher ou puxar as redes tão cheias de peixes.
Muitos têm trabalhado a noite toda, e nada têm conseguido. Eis agora, leitor amigo, sua oportunida¬de de tomar parte na pesca maravilhosa.
Estaremos prontos para erguer nossos olhos por cima dos muros que nos separam de nossos parcei¬ros, ou vamos perder essa pesca?
Não foi por falta de peixe que muitos deles nada apanharam. No lago de Genesaré houve peixe em grande abundância quando os pescadores agiram confiados na Palavra de Jesus.
Quando se reuniram a cooperar uns com os ou¬tros, e trouxeram para a terra a multidão de peixes, evidentemente, haviam aprendido a lição que Jesus queria ensinar-lhes, pois que lhes disse:

Doravante se¬rás pescadores de homens. E, levando os barcos para terra, deixaram tudo e o seguiram. (Lucas 5.11)

Desde aquele tempo, houve evangelização em massa.
Pedro pregou no pentecostes, e 3.000 almas se sal¬varam. Poucos dias depois, mais 5.000 foram acres¬centadas ao Senhor. Ao sul, em Lida, onde Enéias foi curado pelo ministério de Pedro, e viram-no todos os que habitavam em Lida e Sarona, os quais se converteram ao Senhor (At 9.35).
E quantos outros deram apoio ao ministério do apóstolo Pedro, como aqueles parceiros o fizeram naquele dia com seus barcos? Nunca saberemos o número deles. O que sabemos é isto: E a multidão dos que criam no Senhor, tanto homens como mulheres, cres¬cia cada vez mais (At 5.14).
E você, que faz nesse sentido? Suas redes estão cheias? Tem labutado sem resultados satisfatórios? Está querendo cooperar, para ajudar a salvar o perdido?
A parceria deve ser a nossa idéia fixa, e o nosso ideal quando nos lançamos à conquista de almas.
Isso é o que chamamos de co-evangelização!
Não quer você, leitor amigo, tomar parte nessa cruzada grande, gloriosa e unificada de ganhar almas para Cristo?
Há um lugar para você — para cada cristão que realmente ama a Jesus e as almas perdidas. Há lugar para cada pregador e obreiro nacionais, para cada parceiro-missionário, cada parceiro-evangelista, pas¬tor e leigo.
Capítulo 14
A colheita das almas
Leia esta parábola:
Porque isto é também como um homem que, partindo para fora da terra, chamou os seus servos, e entregou-lhes os seus bens, e a um deu cinco talentos, e a outro, dois, e a outro, um, a cada um segundo a sua capacidade, e ausentou-se logo para longe. E, tendo ele partido, o que recebera cinco talentos negociou com eles e granjeou outros cin¬co talentos. Da mesma sorte, o que recebera dois granjeou também outros dois. Mas o que recebera um foi, e cavou na terra, e escondeu o dinheiro do seu senhor. E, muito tempo depois, veio o senhor daqueles servos e ajustou contas com eles. Então, aproximou-se o que recebera cinco talentos e trou¬xe-lhe outros cinco talentos, dizendo: Senhor, entregaste-me cinco talentos; eis aqui outros cinco talentos que ganhei com eles. E o seu senhor lhe disse: Bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor. (Mateus 25.14-21)

Mas, chegando também o que recebera um talen¬to disse (...) E , atemorizado, escondi na terra o teu talento; aqui tens o que é teu. Respondendo, porém, o seu senhor, disse-lhe: Mau e negligente servo (...) Devias, então, ter dado o meu dinheiro aos banqueiros, e, quando eu viesse, receberia o que é meu com os juros. Tirai-lhe, pois, o talento e dai-o ao que tem os dez talentos. Lançai, pois, o servo inútil nas trevas exteriores; ali, haverá pranto e ranger de dentes. (Mateus 25.24-28,30)

Acho que cada cristão, num tempo ou em outro, deve ter alcançado a importância e solenidade desta parábola.
O objetivo dela é levar-nos a empregar os nossos talentos, buscando fazer com que produzam frutos.
A culpa do servo que recebeu um talento foi por não o usar, não o empregar, não o investir em nada, nem o arriscar, e, por isso, nada ganhou.
A admoestação que recebeu foi esta: ao menos podia tê-lo dado aos banqueiros, para que o dinheiro rendesse juros.
A lição aqui é clara: devemos empregar nossa vida, nosso dinheiro, nossa habilidades ou dons, para ganhar outras vidas para o Reino.
Se assim estivermos dispostos a fazer, urge colo¬car nossos talentos — tudo que temos — nas mãos de outros, permitindo-lhes investir, empregar, para que se multiplique, ou ao menos renda juros, ou ganhe algumas almas.
Uns estão mais qualificados do que outros para fazer render mais os seus talentos. Uns podem fazer com que suas vidas e posses produzam bastante. Ou¬tros, menos talentosos em tirar proveito ou ganhar juros, fazem bastante colocando seus talentos em mãos alheias.
O castigo que receberemos, se nem ao menos co¬locarmos o que temos em mãos fiéis para que empre¬guem o que é nosso em ganhar almas, será o de ser¬mos chamados servos maus e negligentes e lançados nas trevas exteriores. Isto é coisa bem grave, admito, mas tal aviso nos vem dos lábios de Jesus.
Qual então, a lição capital dessa parábola? É esta: os talentos — vidas, dinheiro, posses, tudo que nos foi dado por nosso Senhor — significam responsabi¬lidade! Temos de prestar contas disso tudo a Deus.
Em Lucas 12.48, lemos: E a qualquer que muito for dado, muito se lhe pedirá, e ao que muito se lhe confiou, muito mais se lhe pedirá.
A vida, qualquer soma de dinheiro, talento ou dom e ministério são depósitos sagrados pelos quais somos responsáveis, devendo trazer tudo em contas exatas e cuidadosas.
Quanto mais aumenta a vida, o dinheiro, talen¬to ou ministério, quanto mais cresce esse fideicomisso ou depósito, maior se torna a responsabilidade ou obrigação de investir e fazer multiplicar o dito ta¬lento.
Convenci-me de que quando um ministério atin¬ge proporções mundiais, não é isso algo a ser inveja do, porque tal obra se torna de larga responsabilida¬de mundial.
O sangue de uma geração pode ser requerido de nossas mãos. Esta é justamente a posição muito séria em que nos achamos. E, é por isso mesmo que tenho dado todos os passos possíveis para evangelizar.
Pressionado por esses fatos solenes, é que tenho visto a necessidade de convidar e chamar nossos par¬ceiros ou companheiros que estão em outros barcos para que venham e nos secundem com sua indispen¬sável ajuda.
Quando descobrimos outro caminho mais eficien¬te de evangelização, temos o dever de fazer com que nossos irmãos tornem parte nessa descoberta e visão.
Deus nos tem ajudado a produzir ou desenvolver numerosos instrumentos ou meios de salvar al¬mas, e cremos ser da vontade dEle que todo aquele que o desejar, empregue e use tais meios para ganhar o perdido.
Assim, no mundo da ciência muitas descobertas têm sido feitas, no sentido de melhorar e elevar o ní¬vel da civilização. De maneira que podemos estar certos de que Deus está pondo nas mãos dos cristãos novos e maravilhosos métodos de ganhar almas para o Seu Reino eterno. Tudo depende agora de tomarmos uma atitude sincera e progressiva de sinceridade.
A evangelização não age como os governos polí¬ticos, os quais tenazmente escondem suas descober¬tas recentes. Na evangelização somos cooperadores, seja qual for a denominação a que estivermos filiados.
Dirigidos por Deus, estamos colhendo uma mul¬tidão de almas em nove grandes frentes de operação:
1- Evangelização em massa - quando Deus me fez conhecer as verdades vitais da evangelização bíblica, em 1947, a primeira visão foi da evangelização em massa. Centenas de milhares foram salvos e cura¬dos por ocasião de nossas cruzadas em 31 diferentes países. E estamos constantemente levando a cabo no¬vas "invasões" em nações do mundo por meio de reu¬niões em que evangelizamos as massas.
2- Evangelização realizada por nacionais – um exército de mais de 2.300 missionários nacionais está colhendo almas para Cristo em mais de 70 países. Esses pregadores nacionais estão levando o Evan¬gelho a lugares inteiramente ainda não atingidos. Fiéis contribuintes da igreja-mãe estão possibilitan¬do isso, co-evangelizando com os nacionais.
3- Literatura estrangeira - milhões de exemplares de nossos livros e panfletos estão sendo distribuí¬dos em muitas dúzias de países. Um milhão desses "evangelistas silenciosos" alcançarão cinco milhões de almas! Tais mensagens escritas já estão publicadas em mais de 30 línguas. E já está planejada a publica¬ção delas em mais vinte línguas ainda esse ano, uma vez que Deus nos conceda os meios para realizar essa tremenda empreitada.
4- Co-evangelização - co-evangelistas em nossa pátria e em outros países estão trabalhando conosco para levarmos a mensagem de fé à nossa geração. Agora, estamos estendendo esse braço ministerial tanto na pátria como além-mar. Esses homens, designa¬dos como colegas-parceiros desse ministério, estão usando todos os instrumentos por nós produzidos para alcançar almas com a mensagem do Evangelho.
Os instrumentos ou meios que Deus nos inspirou, para fazer avançar o Seu Reino, podem ser re¬produzidos em qualquer quantidade, e postos em uso através de tantas mãos consagradas quantas estive¬rem prontas a realizar esse trabalho.
5- Livros e tratados - todos os dias recebemos tes¬temunhos de pessoas que foram salvas, curadas e abençoadas por intermédio de mais de 35 livros e tra¬tados que temos escrito. Essa literatura, que exalta a Cristo e que ganha almas, está sendo levada a todas as regiões da Terra.
6- Sermões gravados em fitas e em discos — men¬sagens gravadas em fitas, fios, e em discos — mensa¬gens construtoras da fé — estão ganhando almas quando ouvidas nos lares, nos postos avançados, nas prisões, nos hospitais e em outros lugares por todo o mundo. O Senhor tem-Se dignado em abençoar esse meio, como instrumento frutífero para ganhar almas. Tais meios são produzidos em muitas línguas estran¬geiras, e são enviados a evangelistas nacionais, jun¬tamente com o equipamento audiovisual necessário, tudo suprido por nossa Associação.
7- Revistas gratuitas - estamos remetendo men¬sal e gratuitamente mais de 350 mil exemplares da Faith Digest, e isso para mais de 80 países. Tais re¬vistas chegaram gratuitamente às mãos de mais de 25 mil ministros do Evangelho e missionários. Almas estão sendo salvas, e ministros e missionários estão sendo encorajados e abençoados à medida que cada edição alcança sua colheita para a eternidade.
8- Filmes de milagres - um dos instrumentos mais influenciadores que já descobrimos é o de filmes de milagres para missionários; estão ativando poderosa e profundamente as missões e a evangelização do mundo todo.
Por meio de tais filmes, cristãos estão sendo con¬vidados a voltar à ordem que vemos registrada no livro dos Atos; a juventude desafiada a se consagrar à obra das missões cristãs; os cristãos admoestados a se dedicar à obra missionária; fé para a cura tem sido despertada; ministros e obreiros levados a aguardar maiores vitórias em suas próprias vidas, e persuadin¬do pecadores e desviados a se reconciliarem com Deus. Agora, estão sendo traduzidos e produzidos em muitas línguas estrangeiras. Assim, milhões poderão ouvir o Evangelho.
9- Ministério de cartas - visto termos aberto nos¬sos corações para o Senhor, para que nos guie e nos mostre os meios e instrumentos para ganharmos mul¬tidões de almas para Ele, jamais deixamos de nos ma¬ravilhar com o uso desses métodos que o Espírito San¬to nos inspirou e colocou em nossas mãos. Por exem¬plo, o nosso ministério de correspondência tem sido outro meio bastante eficaz para ganhar almas. Muita gente sincera, desejando ansiosamente conhecer o caminho da Salvação, freqüentemente nos escreve. Da¬mos graças a Deus pelo fato de podermos levar muitas almas a Cristo através duma carta pessoal.
Cada uma dessas nove frentes de colheita tem se tornado uma vasta rede para ganhar no mundo al¬mas perdidas, e cada uma dessas frentes está a cha¬mar cooperadores para que se apresentem e venham ajudar-nos. A empreitada é muito grande e muito pe¬sada para nós sozinhos.
Grandes e preciosos são os talentos que o Senhor confiou a nós — talentos que urge sejam investidos, para que granjeiem outros muitos, tendo em vista a espantosa multiplicação da população mundial.
Esses instrumentos, como talentos, precisam pro¬duzir, alimentar, multiplicar. Podem ser colocados em outras mãos consagradas como as suas, meu leitor. São como redes. Tudo quanto você precisa fazer é lançá-las nas águas.
Creio que Deus espera de nós isso: que cada um que tem qualificações, coopere no sentido de utilizar esses instrumentos, fazendo com que eles rendam bastante, na verdade, o máximo.
A isso chamamos de co-evangelização!
Capítulo 15
"Muito bem"
Então, o Senhor me respondeu e disse: Escreve a visão e torna-a bem legível sobre tábuas, para que a possa ler o que correndo passa. (Habacuque 2.2)

É isso, meu amigo, o que tenho feito.
Creio que você sofreu um IMPACTO em sua vida, e que a respeito disso você vai fazer alguma coisa.
Que é que você vai fazer? O tempo corre, voa. Você precisa agir logo, imediatamente, porque, do contrário, será muito tarde.
Você pode tomar parte na evangelização em massa, investindo seus talentos nesse tremendo esforço de ganhar almas no estrangeiro. Não podemos sozinhos puxar as redes. A evangelização de¬pende da colaboração, da parceria de todos os fiéis cristãos.
Você pode ganhar almas, encarregando-se do sus¬tento do missionário nacional que será como o seu representante pessoal no campo missionário. Se você não pode ir, mande alguém em seu lugar. Você por esse modo poderá também encher o seu barco.
Você pode lançar a sua rede, contribuindo com ofertas que possibilitem levar a mensagem de Cris¬to por meio de folhetos e livros, impressos nas lín¬guas nacionais de todo o nosso mundo. Esse meio de propaganda do Evangelho está se tornando cada dia mais maravilhoso e eficiente. Oh! Pudéssemos con¬tar agora com um milhão de Reais só para efetivar esse plano! As mensagens estão prontas, os traduto¬res e as impressoras estão esperando. Oh! Venha aju¬dar-nos.
Se você é missionário, ou ministro, ou obreiro na¬cional, pode perfeitamente tomar parte na evangeli¬zação, cooperando no sentido de fazer circular essas mensagens impressas em cada vila ou cidade de sua área, ou campo evangelístico. Também, como missio¬nário, você pode expandir bastante o seu ministério, preparando obreiros e daí superintendendo seus es¬forços, para que, como missionários nacionais, atin¬jam áreas ainda não alcançadas, sendo sustentados por fundos provindos de nossa Associação Pró-evan¬gelização por Meio dos Nacionais.
Você pode cooperar de maneira vital, repartindo o que Deus pôs em suas mãos, para possibilitar que essas mensagens de Cristo sejam pregadas através de vitrolas, de gravadoras de som, de discos, de filmes; e, assim, reproduzidas aos milhares, possam ser ou¬vidas por todos os habitantes dessa nossa Terra.
O custo desse braço ministerial é tremendo.
Mesmo depois de termos ido a muitos desses paí¬ses e termos trabalhado com intérpretes, cada disco, cada fita gravada, cada filme deve ser reproduzido em milhares de cópias para cada país. Isso fica em milhares de Reais.
Precisamos ainda adquirir projetores, vitrolas, gravadores de som às centenas para equipar os obrei¬ros nacionais de modo que possam levar essas men¬sagens a milhares de cidades e vilas.
Assim, pois, é claro que dependemos da fidelida¬de de Deus e de sua participação, amigo leitor, para que essas fazes do ministério da evangelização mun¬dial se completem.
Estamos indo para a frente e fazendo tudo quan¬to possível. O resto depende do povo de Deus que deve cooperar conosco. Sozinhos não podemos puxar as redes para dentro do barco.
Fazendo alguma coisa em favor dessa fase da evangelização, você pode também encher seu barco de muitos e muitos peixes. E o Senhor lhe dirá, então: "Muito bem".
Se você é missionário nacional ou estrangeiro, evangelista, obreiro leigo ou simples membro de igre¬ja, pode oferecer-se pessoalmente para manusear es¬ses projetores, filmes, vitrolas e discos e sair de cidade em cidade, de vila em vila para apresentar essas men¬sagens gravadas. Você gostaria de ganhar milhares de almas por esse modo? Está pronto para fazer isso?
Você pode levar a cabo conosco a obra da evange¬lização, ajudando a espalhar nossos livros e tratados, oferecendo-os a cada lar que possa ler e entender.
Pode ainda ajudar a colocar a nossa revista men¬sal — Faith Digest — em cada lar cristão do mundo que fala o inglês. A circulação de nossa revista só pode aumentar à medida que milhares de seus leitores nos mandem os nomes e endereços de outros interessa¬dos em lê-la.
Esse é um dos modos pelos quais podemos encher de almas o seu barco, seja qual for a sua idade, e mes¬mo que não disponha de nenhum dinheiro.
Isso requer de você pequenino esforço. Mas, pode ser o meio de você salvar milhares que ainda não fo¬ram alcançados pelo Evangelho.
Você pode tomar parte conosco na produção do maior número de filmes de milagres na obra missionária; sobre outros assuntos evangélicos, como Ouro negro, Colheita javanesa, e Maravilha Holandesa. Novos enredos estão prontos para filmagem, embora requeiram sócios e financiadores fiéis.
Cada filme missionário — anunciando as mara¬vilhas do poder de Deus — custa milhares de dólares, mas por muitos anos, levarão multidões para Cristo.
Agora que estão sendo traduzidos para outras lín¬guas, já nem mais podemos imaginar quantas cente¬nas de milhares poderão ouvir por esse meio a men¬sagem do Evangelho.
O amigo leitor já pensou que no momento em que pudermos levar um desses filmes, juntamente com o equipamento para projetá-lo, a um país não evangelizado, a fim de exibi-lo na língua dele, praticamente estaremos inaugurando um reavivamento em toda a nação?
Já está provado que esses filmes, evangélicos e evangelísticos, apresentando o poder salvador e curador de Deus em terras estrangeiras, são os instrumentos mais poderosos deste mundo para atrair multidões e levá-las a se decidirem por Cristo.
São precisos centenas de milhares de Reais, sim, milhões, para fornecer esse equipamento a obreiros consagrados à obra de evangelização mundial; mas é certo que, com a ajuda de Deus e com a cooperação franca e leal dos genuínos cristãos, muito logo vere¬mos realizado esse ideal.
Mas, repito: sozinho não posso puxar as redes para dentro do barco.
Se você é pastor, evangelista ou missionário, e real e sinceramente quer expandir o seu ministério, você pode cooperar conosco num serviço de tempo inte¬gral, na qualidade de co-evangelista, trabalhando com os nossos filmes, livros, discos, revistas em inglês, per¬correndo com eles toda a sua área ou campo evangelístico.
Você poderá ver, então, centenas de pecadores ganhos para Cristo através desse ministério efetivo. Caso você não possa fazer isso pessoalmente, poderá fazê-lo pela instrumentalidade de um co-evangelista que possa trabalhar em sua igreja ou campo evangelístico. Assim, certamente você encherá o barco com muitas almas salvas. E estará influen¬ciando para o bem, para Cristo, a sua geração.
Isto é a co-evangelização!
Capítulo 16
Vida em plano superior
Não havendo profecia, o povo se corrompe. (Provérbios 29.18)

Se não tivermos uma nova visão de ganhar almas perdidas por todos os meios possíveis, uma geração irá para a perdição; e o sangue dela será requerido de nossas mãos.
Perderam-se 750 milhões de almas na geração passada. E está predito que em nossa presente gera¬ção um bilhão e 150 milhões se perderão sem Cristo. Quem dará conta dessas almas?
Estou fazendo tudo quanto está em minhas for¬ças para alcançá-las não porque haja recebido um chamado ou vocação, e sim por ser cristão!
Você, meu irmão em Cristo, está fazendo tudo que pode?
Mostrei-lhe meios ou caminhos pelos quais você pode começar pessoalmente a ter maior parte na ma¬ravilhosa pesca de almas.
Será, estou certo, a maior emoção de sua vida. Nada se compara com a alegria e o gozo de salvar o perdido.
Demo-nos as mãos, e usemos nossos corações para salvar as almas perdidas. Jesus Cristo é o remédio único e infalível para curar e eliminar o pecado. As multidões de almas perdidas estão a lutar, por todos os meios concebíveis, debaixo do céu, para se libertar dos seus pecados e encontrar paz. E nós, irmãos em Cristo, sabemos qual a resposta certa, cabal, infalível e gloriosamente consoladora e redentora. Por isso, não podemos deixar de dá-la à nossa geração.
Inúmeros homens fustigam seus corpos, hoje, no afã de se verem livres dos seus pecados; as mulheres fazem longas e estafantes caminhadas, de muitas lé¬guas, para ver se encontram paz em algum santuá¬rio, carregando nos braços filhinhos enfermos, e con¬duzindo seus queridos paralíticos ou cegos.
Estão, hoje, marcando com sangrenta crueldade os rostos de inúmeras crianças; estão circuncidando inúmeras meninas em rito pagão, e pessoas estão re¬talhando seus corpos; outros milhares andam de joe¬lhos; alguns se conservam fitando o sol; milhões es¬tão clamando a deuses mortos, procurando em vão, por esse caminho, livrar-se dos seus pecados.
Cento e vinte mil destes partirão para a eternida¬de antes que bata esta mesma hora amanhã. Pense nisto, meu irmão em Cristo.
Oh! Então, não faremos — eu e você — tudo quan¬to está em nosso poder para lhes dizer que só Cristo salva?
Maomé não pode salvar, tampouco Confúcio, Buda ou santos; nem mesmo Maria, a mãe de Jesus, o pode, nem sacerdotes.

E ela dará a luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos seus pe¬cados. (Mateus 1.21)

Porquanto não há diferença entre judeu e grego, porque um mesmo é o Senhor de todos, rico para com todos os que o invocam. Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? (Romanos 10.12-14 )

Como crerão sem o Evangelho?
Decida, já, meu irmão em Cristo, e diga: "Dessa ou daquela maneira, sou desde agora um ganhador de almas; vou fazer o trabalho de evangelista" (2 Tm 4.5).
É chegada a hora de ministros e leigos, juntos, se dedicarem sem reservas à obra de ganhar almas.
Deus certamente usará o homem e a mulher, o moço e a moça, que na Terra se rendam a Cristo para, com Ele, salvarem o perdido.
Você pode começar hoje a contar a mais maravi¬lhosa de todas as histórias e a viver a vida mais ma¬ravilhosa de todas.
Em Nome de Jesus, rogo-lhe: comece hoje!
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