quarta-feira, 12 de agosto de 2009

O CÓDIGO DA BIBLIA II

Contagem regressiva


INTRODUÇÃO

DURANTE TRÊS MIL ANOS um código permaneceu oculto na Bíblia. Agora ele foi desvendado pelos computadores e poderá revelar o nosso futuro.
Há cinco anos publiquei um livro sobre a descoberta do código da Bíblia por um famoso matemático israelense.
Aquele livro tomou o código da Bíblia conhecido no mundo todo e eu esperava que meu pequeno papel nessa aventura tivesse acabado. Sou um repórter, não um profeta nem um cientista ou estudioso da Bíblia.
E o código da Bíblia foi sempre um enigma para mim. Não sou um homem religioso e não acredito em Deus, por isso nem consigo imaginar como é possível que haja um código na Bíblia que revela acontecimentos que ocorreram depois que a Bíblia foi escrita.
Mas tenho certeza de que o código da Bíblia é real.
Já vi as predições do código se tomarem realidade, muitas e muitas vezes. Até mesmo alertei um primeiro-ministro para o fato de que o códi¬go dizia que ele seria assassinado, e depois vi, com horror, quando ele foi morto, conforme o código havia predito, no ano predito pelo código.
O 11 de setembro de 2001 foi previsto, em um texto que tem três mil anos de idade.
Encontrei-me com grandes cientistas dos Estados Unidos e de Israel, e confirmei o código da Bíblia com um decifrador sênior da ASN (Agência de Segurança Nacional), a central de espionagem que cria e decifra códigos para o serviço secreto militar norte-americano.
Aprendi hebraico e trabalhei com uma tradutora israelense para con¬firmar cada descoberta no código.
Tive vários encontros e conversei semanalmente com o matemático que descobriu o código, Dr. Eliyahu Rips, um dos maiores especialistas do mundo em teoria dos grupos, aquele campo da matemática que está subjacente à física quântica.
Confirmei a significância matemática de cada uma das principais codificações com o Dr. Rips, além de checar as probabilidades calculadas pelo programa de computador que ele desenvolveu com seu colega Dr. Alexander Rotenberg.
Ouvi o clamor dos críticos que desafiaram Rips. Até mesmo esperei que um deles conseguisse encontrar provas de que o código não era real¬isso me libertaria de uma responsabilidade terrível, que eu não desejava e da qual não me sentia à altura.
Mas nenhum crítico encontrou qualquer prova de que o código da Bí¬blia não era real. Na verdade, as provas de que havia um código na Bíblia que revelava o futuro ficavam cada vez mais fortes (ver Apêndice).
Finalmente, três coisas me forçaram a continuar minha busca - o 11 de setembro, prova brutal de que os alertas codificados na Bíblia eram absolutamente reais; a espiral de violência no Oriente Médio, que ameaça¬va mergulhar o mundo inteiro na guerra; e uma espantosa descoberta que talvez leve à verdade última por trás do código da Bíblia.
Este livro começa a busca de uma chave que talvez desvende completa¬mente o código, revele nosso passado esquecido e todo o nosso futuro.
E agora a busca tomou-se urgente. Porque o código da Bíblia alerta que talvez tenhamos apenas quatro anos para sobreviver.





CAPÍTULO UM

O FIM DOS DIAS

Às 8:48 da manhã do dia 11 de setembro de 2001, fui despertado pelo som de uma explosão que mudou o mundo para sempre.
Liguei meu rádio-relógio e ouvi o noticiário - um grande avião a jato havia colidido com uma das torres do World Trade Center.
Corri para o telhado bem a tempo de ver um segundo Boeing 767 voar diretamente para a segunda das Torres Gêmeas, incendiando-a. Estava cla¬ro que não era um acidente. Os dois aviões tinham sido seqüestrados por terroristas. Nova York estava sob ataque.
Durante mais de uma hora fiquei sozinho no terraço do telhado e ob¬servei, com crescente horror e descrença, aqueles dois prédios de 110 an¬dares, os monólitos prateados que dominam Lower Manhattan, onde vivo, lançarem gigantescas chamas alaranjadas pelas brechas abertas e despeja¬rem imensas colunas de fumaça negra nos céus.
De repente, uma das torres desabou. Ela simplesmente veio ao chão. E depois a segunda torre também implodiu. Ambas desapareceram numa nu¬vem de pó que varreu a rua, até minha casa. Num instante, as torres se foram.
Minha mente não conseguia absorver a escala da destruição que meus olhos tinham visto. Era uma escala que só se percebe nas profecias bíblicas.
Desci correndo do telhado e imediatamente pesquisei o antigo código no meu computador, o código da Bíblia. Era o único lugar onde eu poderia encontrar a confirmação do perigo total e uma revelação do que ainda es¬tava por vir.
O código oculto, descoberto na Bíblia por um famoso matemático isra¬elense, já tinha revelado outros acontecimentos terríveis que ocorreram milhares de anos depois que a Bíblia foi escrita.
Agora, o código revelava todo o acontecimento que eu acabara de tes¬temunhar. O que observei do meu telhado, poucos minutos antes, estava ali, com todos os detalhes, na tela do meu computador, em antigos caracteres hebraicos.
"Torres Gêmeas" estava codificado no texto de três mil anos de idade. .'avião" aparecia exatamente no mesmo trecho. "Provocou a queda, derru¬bou" cruzava as palavras "avião" e "torres".

Aquilo que vi se desenrolar diante dos meus olhos no dia 11 de setem¬bro de 2001 foi codificado na Bíblia três mil anos antes.
Enquanto via tudo isso acontecer, eu só tinha um pensamento e quan¬do vi a primeira torre cair, disse em voz alta: "Meu Deus, é real."
Não foi esse ataque terrorista que realmente me chocou. Foi aquilo que o código da Bíblia predizia que ainda estava por vir.
O código já tinha predito os assassinatos de John R Kennedy e Yitzhak Rabin. Tudo o que aconteceu desde a Segunda Guerra Mundial até Watergate, desde o Holocausto até Hiroshima, desde o pouso na Lua até a Guerra do Golfo, tinha sido previsto. Algumas vezes, as predições eram encontradas de antemão e os acontecimentos ocorriam exatamente con¬forme previsto.
E agora cada detalhe do 11 de setembro também estava lá. De repente, brutalmente, eu tinha a prova absoluta de que o código da Bíblia era real.
Assim, quando os aviões bateram nas torres e eu observei o horror começando a se desdobrar, tive também visões de um futuro terrível de¬mais para se imaginar, mas claramente previsto no código. E, de repente, tudo parecia totalmente plausível.
Durante cinco anos alertei os líderes mundiais para o fato de que uma antiga profecia estava prestes a se tomar realidade, de que o Apocalipse predito pelas três grandes religiões do Ocidente estava codificado na Bí¬blia, de que poderíamos enfrentar o Armagedon - uma guerra mundial nuclear deflagrada por um ato de terrorismo no Oriente Médio - dentro de uma década. Mas eu próprio não acreditava nisso plenamente.
O presidente Clinton tinha meu livro em Camp David e também mi¬nha carta alertando-o de que enfrentaríamos uma guerra na Terra Santa que poderia engolfar o mundo todo.
"Hesito em apresentar detalhes, porque parece tão apocalíptico", es¬crevi a Clinton, retendo alguns dados mesmo enquanto o alertava. Eu sim¬plesmente não conseguia dizer ao presidente que o mundo poderia acabar.
Porém, neste último ano, finalmente informei ao presidente dos Esta¬dos Unidos, ao primeiro-ministro de Israel e ao líder dos palestinos que, segundo o código da Bíblia, já estávamos na época do perigo supremo, o Fim dos Dias.
Conversei com Yasser Arafat em seu quartel-general sob fogo cerrado em Ramallah, com Shimon Peres em Tel Aviv, com o filho de Ariel Sharon em Jerusalém e com o chefe de gabinete de Bill Clinton na Casa Branca, dizendo a todos eles que talvez nos restassem apenas cinco anos para sal¬var o mundo.
Mas nenhum deles deu a mínima atenção ao alerta.
Exatamente na véspera do ataque de 11 de setembro, conversei nova¬mente com a Casa Branca para verificar se o novo presidente, George W Bush, tinha recebido a carta que lhe enviei, alertando que talvez enfrentás¬semos a Terceira Guerra Mundial durante seu mandato.
Minha carta a Bush, enviada mais de um mês antes que os terroristas árabes atacassem Nova York e Washington, afirmava:
"O código da Bíblia alerta que o mundo poderá enfrentar o perigo final - uma guerra mundial nuclear deflagrada no Oriente Médio - durante seu mandato.
"Este momento crítico foi claramente previsto, sem sombra de dúvida.

"Os nomes 'Bush', Arafat' e 'Sharon' estão codificados na Bíblia exata¬mente ao lado da época do perigo profetizado há tanto tempo pelas três grandes religiões ocidentais - o 'Fim dos Dias'.
"E o código da Bíblia afirma claramente o perigo em termos modernos - 'holocausto atômico' e 'guerra mundial' estão codificados na Bíblia. E ambos estão codificados ao lado do mesmo ano: 2006."
No dia 11 de setembro, o próprio presidente disse que estávamos em guerra, que lia primeira guerra do século XXI havia começado". E uma coluna do jornal New York Times trazia o título "Terceira Guerra Mundial".
Mas até o dia 11 de setembro, nunca acreditei totalmente em mim mesmo. Não sou um homem religioso, não acredito em Deus. Sou um repórter investigador cético e laico. Comecei no plantão noturno do cader¬no policial do Washington Post, cobri o noticiário empresarial do Wall Street Journal e ainda mantenho um senso da realidade bem pé no chão. Por isso, embora tenha escrito um livro que tornou o código da Bíblia conhecido no mundo todo, a cada manhã eu acordava duvidando que o perigo fosse real.
Na manhã de 11 de setembro, fui acordado pelo acontecimento que provaria que o perigo era real.
De repente, não havia mais lugar para dúvidas. Não se tratava apenas de Israel, eram os Estados Unidos, era Nova York. Era a cidade onde eu vivia.. Foi a uma quadra da minha casa. E vi tudo aquilo acontecer com meus próprios olhos.
O ataque a Nova York, o ataque ao World Trade Center, esse horror inacreditável não só estava codificado na Bíblia - eu tinha realmente visto tudo isso de antemão.
Eu tinha encontrado a decodificação desse acontecimento em 1993, logo depois do fracassado ataque terrorista às mesmas duas torres. "Tor¬res Gêmeas" estava codificado na Bíblia com "o alerta, o massacre", e as duas frases eram cruzadas por "terror". "Terror" aparecia uma segunda vez e "ela cairá, será derrubada" também estava codificada duas vezes.
Mas entendi, na época, que se tratava do passado, não do futuro. Nunca me ocorreu que o raio caísse duas vezes no mesmo lugar - que haveria outro ataque terrorista aos dois mesmos monólitos oito anos mais tarde, que desta vez o ataque teria sucesso e derrubaria as duas torres.
E nunca pensei em procurar "avião" no código. Como expliquei para um amigo da CIA, mais tarde naquele mesmo dia:
- Nunca teria imaginado que seria feito desse jeito.
- Alguém imaginou - disse ele.
Depois que aconteceu, o alerta tornou-se claro. O alerta esteve oculto na Bíblia durante três mil anos. Agora era evidente. Cada detalhe estava ali.
O cientista que descobriu o código da Bíblia, Eliyahu Rips, encontrou essa mesma extraordinária tabela codificada sobre o 11 de setembro em sua casa, em Jerusalém, e mandou-a para mim de Israel.

Quando conversei com o Dr. Rips (uma das maiores autoridades mundiais na teoria dos grupos, um campo da matemática que está subjacente à física quântica), ele me disse que havia calculado as probabilidades.
As probabilidades de que fosse por mero acaso o aparecimento conjunto das três palavras-chave - "gêmeas", "torres" e "avião" - em um mesmo lugar exato da Bíblia eram de pelo menos 10.000 para 1.
Havia mais. Osama bin Laden era mencionado no código da Bíblia. Rips encontrou uma seqüência codificada que o declarava culpado - "o pecado, o crime de bin Laden" - e essa seqüência aparecia no Gênesis, onde o texto aberto mencionava "a cidade e a torre".
Nesse mesmo trecho, as palavras originais da Bíblia também afirma¬vam: "Eles viram a fumaça erguer-se sobre a terra, como fumaça de uma fornalha."
O líder dos seqüestradores, o piloto do primeiro avião que atingiu as torres, Mohammed Atta, também era identificado.
"Terrorista Atta" estava codificado na Bíblia e "homem egípcio" apare¬cia no mesmo trecho.
Havia outro alvo, o quartel-general do Exército norte-americano em Washington. O Pentágono foi atingido por um terceiro avião seqüestrado, uma hora depois do primeiro ataque em Nova York. Isso também estava codificado.
"Pentágono" aparecia uma vez na Bíblia, cruzado pela palavra "danifi¬cado". Mais uma vez a predição do texto de três mil anos de idade era exata. Um dos cinco cantos do pentágono caiu, mas o prédio ficou de pé.
"Emergência" aparecia junto com "Pentágono", imediatamente segui¬da por "da Arábia". Na verdade, descobriu-se nos dias seguintes que a maioria dos terroristas tinha vindo da Arábia Saudita.
O alerta sobre o maior ataque terrorista na história do mundo, do pri¬meiro ataque ao território continental dos Estados Unidos nos tempos modernos, esteve codificado na Bíblia durante três mil anos. Mas não o percebemos, até ser tarde demais.
E agora o código alertava que esse ataque levaria à guerra. "A próxima guerra" cruzava o nome em hebraico das torres do World Trade Center, as "Gêmeas". "Terrorista" estava codificado no mesmo trecho.

A afirmação contida no código era apavorante. Esse ataque terrorista era o início de uma nova guerra, a guerra que Bush declarou existir, uma guerra contra o terrorismo que, segundo muitos, duraria anos.
E agora eu via a mensagem codificada que capturava todo o horror daquele momento. "Torres" e "Gêmeas" novamente apareciam juntas no mesmo e exato local das palavras do texto aberto da Bíblia que esclareciam que a contagem regressiva final havia começado - "no Fim dos Dias".
Durante anos alertei os altos escalões do governo, em Washington e no Oriente Médio, de que o mundo poderia estar enfrentando um perigo só compreensível na escala das profecias bíblicas. Agora, eu via a realidade des¬dobrar-se diante dos meus olhos, a uma quadra da minha casa em Nova York.
E eu estava certo de que esse era o começo, não o fim, de algo demasiado horrível para ser plenamente imaginado por qualquer um de nós.
"Um criptograma criado pelo Todo-Poderoso", o "enigma do Divino, o enigma dos acontecimentos passados e futuros divinamente pré-ordenados."
Foi assim que sir Isaac Newton chamou o código da Bíblia. Há 300 anos, Newton - o primeiro cientista moderno, o homem que descobriu a gravidade e imaginou a mecânica do nosso sistema solar, o homem que sozinho inventou a matemática avançada - procurava um código oculto na Bíblia que revelaria o futuro da humanidade.
Durante mais de três mil anos, desde que existe a Bíblia, as pessoas sempre acreditaram que havia algo oculto nela, grandes segredos só conhecidos por sumos sacerdotes, novas revelações que poderiam ser encon¬tradas por meio de alguma fórmula esotérica, alguma forma de magia, alguma nova ciência.
Mas coube a um russo emigrado para Israel, Eliyahu Rips, um matemático libertado de uma prisão política soviética, encontrar o código que escapou a todos os demais durante milênios.
Rips teve sucesso porque possuía aquela ferramenta essencial que faltava a todos os seus antecessores - o computador.
O código da Bíblia tinha uma "fechadura de tempo". Ele não poderia ser aberto antes que o computador fosse inventado.
O código, aparentemente, foi projetado por alguma inteligência capaz de ver o futuro, a ser aberto agora. Até aí, parece claro. a código poderia ter sido projetado para ser encontrado por Newton há 300 anos, ou talvez projetado para ser encontrado daqui a 300 ou 3.000 anos, no futuro, por uma tecnologia que não existiria até então.
Em vez disso, alguma inteligência capaz de ver ao longo do tempo codificou a Bíblia de modo a nos permitir decifrar o código neste momento especifico da história humana.
- Foi por isso que Newton não conseguiu decifrá-lo - disse Rips. ¬a código tinha de ser aberto com um computador. Ele estava "selado até o fim dos tempos". .
Mas quando Eliyahu Rips começou sua busca do código da Bíblia, há cerca de vinte anos, ele não estava pensando no "Fim dos Dias". Estava apenas resolvendo um enigma matemático.
- Encontrei palavras codificadas em número muito maior do que per¬mitiria o acaso aleatório da estatística. E vi que estava perto de descobrir algo realmente importante - relembra Rips. - Quando apliquei um com¬putador, a coisa irrompeu.
Rips descobriu o código da Bíblia na versão hebraica original do Anti¬go Testamento, a Bíblia tal como foi escrita, as palavras que, segundo a Bíblia, Deus transmitiu a Moisés no monte Sinai há 3.200 anos.
Rips eliminou todos os espaços entre as palavras e transformou toda a Bíblia original em uma única fileira contínua, com 304.805 letras.
Ao fazer isso, ele estava realmente restaurando a Bíblia à forma que, segundo os antigos sábios, era sua forma original. Diz a lenda que foi as¬sim que Moisés recebeu de Deus a Bíblia - "contígua, sem quebras de palavras" .
Rips escreveu um programa de computador que pesquisava a fileira de letras em busca de novas informações reveladas, sempre pulando um mes¬mo número qualquer de letras.
Qualquer pessoa conseguiria montar uma sentença que contasse uma história no texto aberto, uma outra história oculta no código de simples salto de letras. Por exemplo:
Rips explicou que cada código é um caso de ir adicionando cada quinta, décima ou qüinquagésima letra, para formar uma palavra. (Rips explained that each code is a case of adding every fifth or tenth or fiftieth letter to form a word.)
Agora leia a mesma sentença com um código de saltar quatro letras:
Rips ExplAineD thaT eacH codE is a Case Of aclDing Every... A mensagem oculta: READ THE CODE (LEIA O CÓDIGO).
Mas ninguém, nem mesmo Newton, conseguiria percorrer toda a Bíblia contando as letras à mão, checando toda seqüência possível de saltos de letras, começando com cada uma das letras desde o primeiro até o últi¬mo versículo, para a frente e para trás, do começo ao fim da Bíblia. Somen¬te um computador consegue fazer essa busca com rapidez suficiente para tomar possível a tarefa.
E somente um computador consegue encontrar as informações com¬plexamente entrelaçadas do código da Bíblia. Repetidas vezes, palavras, nomes, datas e lugares relacionados entre si estão, contra todas as proba¬bilidades, codificados juntos.
As palavras formam um verdadeiro quebra-cabeça. Cada vez que uma nova palavra ou frase é descoberta, está criado um novo quebra-cabeça. E as palavras conectadas geralmente revelam informações acuradas e deta¬lhadas sobre acontecimentos dos tempos modernos.
É isso que toma singular o código da Bíblia. Em qualquer outro livro, talvez encontrássemos uma seqüência aleatória de saltos formando "Tor¬res Gêmeas" - mas não junto com "avião". Talvez encontrássemos "bin Laden" - mas não junto com "a cidade e a torre". Talvez você encontre "Gêmeas" - mas não junto com "a próxima guerra" ou "o Fim dos Dias".
- É somente no código da Bíblia que existem informações consisten¬tes e coerentes - disse Rips. - Ninguém nunca encontrou nada parecido em qualquer outro livro, em qualquer tradução ou em qualquer texto hebraico original, exceto na Bíblia.
Quando Rips relatou sua descoberta em um boletim matemático nor¬te-americano, muitos cientistaS se mostraram céticos. Não conseguiram encontrar erros em sua base científica, mas não acreditaram em seus re¬sultados. A alegação era demasiado surpreendente - um código, 'dentro da Bíblia, que revelava acontecimentos ocorridos depois que a Bíblia foi escrita!
Um decodificador sênior da secretíssima Agência de Segurança Nacio¬nal (o posto de escuta clandestina do governo dos Estados Unidos, perto de Washington) ouviu falar daquela espantosa alegação e decidiu investigá-la.
Harold Gans passara a vida criando e decifrando códigos para o serviço secreto militar norte-americano e tinha certeza de que o código da Bíblia era "loucura, uma coisa ridícula".
Ele escreveu seu próprio programa de computador e se preparou para provar que aquilo era uma fraude. Em vez disso, só reproduziu os resulta¬dos do experimento de Rips. Os nomes de 66 sábios que viveram e morre¬ram muito depois dos tempos bíblicos estavam realmente codificados jun¬to com as respectivas datas de nascimento e morte. Gans não conseguia acreditar. Achou que o experimento deveria ter sido "preparado". Procu¬rou novas informações, codificações que Rips nunca tentara encontrar. Gans tinha certeza que os nomes das cidades onde os 66 rabinos viveram e morreram nunca poderiam ser encontrados no código. Mas ele os encontrou.
Gans havia se preparado para desmistificar o código da Bíblia. Em vez disso, seu experimento de 440 horas provara que o código era real.
- Senti um frio na espinha - recorda o decodificador.
Nenhum homem poderia ter codificado a Bíblia com informações sobre pessoas e acontecimentos que somente viveriam e teriam lugar centenas de anos depois que a Bíblia foi escrita. Mas alguém o fez.
Se não foi um de nós, quem então?

Ouvi falar do código da Bíblia pela primeira vez há cerca de dez anos. Eu acabara de ter uma reunião com o chefe do serviço secreto israelense para discutir o futuro da guerra. Quando eu estava saindo do quartel-general, um jovem oficial conhecido meu se aproximou.
- Há um matemático em Jerusalém que você deveria conhecer - dis¬se ele. - Ele descobriu a data exata do começo da Guerra do Golfo. Na Bíblia.
- Não sou religioso - respondi, entrando no carro.
- Nem eu - disse o oficial. - Mas ele descobriu um código, dentro da Bíblia, com a data exata, três semanas antes que a guerra começasse.
Parecia inacreditável. Eu tinha certeza de que era alguma tolice. Mas quando verifiquei a ficha de Rips, descobri que ele era considerado uma espécie de gênio no mundo da matemática. Fui vê-lo.
Com a barba cerrada e o yarmulke na cabeça, Eliyahu Rips parecia um personagem saído diretamente do Antigo Testamento. Todas as minhas dúvidas se confirmaram. Gênio ou não, aquele cientista estava certamente iludido por suas crenças religiosas. Desafiei-o a me mostrar a Guerra do Golfo em sua Bíblia. Ele me levou até seu pequeno estúdio e me mostrou, na tela do computador, a predição codificada da Guerra do Golfo.
"Saddam Hussein" e "mísseis Scud" estavam codificados na Bíblia, com a data exata em que o Iraque atacou Israel: 18 de janeiro de 1991.
- Quantas datas você encontrou? - perguntei.
- Somente esta aqui, três semanas antes da guerra começar - respondeu ele.
Mas eu ainda estava cético. Pedi a Rips para procurar acontecimentos dos tempos modernos que ele ainda não tivesse encontrado.
Encontramos "presidente Kennedy" com "Dallas". Encontramos "Bill Clinton" com "presidente" - seis meses antes de ele ser eleito. Encontra¬mos codificadas na Bíblia, umas depois das outras, coisas que Rips nunca poderia saber que eu iria pedir. Finalmente, encontramos vários aconteci¬mentos antes que ocorressem - incluindo a colisão de um cometa com o planeta Júpiter, dando o nome do cometa e a data exata do impacto.
O código da Bíblia continuava se mostrando genuíno. Um decodificador norte-americano, do mais alto escalão, o havia confirmado. Famosos ma¬temáticos de Israel e dos Estados Unidos, em Harvard, em Yale e na Uni¬versidade Hebraica, diziam que ele era real.
O experimento de Rips passou por três avaliações críticas, feitas por seus pares, em um respeitado boletim matemático dos Estados Unidos. Mas eu ainda não conseguia acreditar.
E então, finalmente, dois anos mais tarde, encontrei uma codificação que me convenceu.
No dia 12 de setembro de 1994, voei de volta para Israel e tive um encontro em Jerusalém com um amigo íntimo do primeiro-ministro Yitzhak Rabin, o poeta Chaim Guri. Entreguei-lhe uma carta, que ele levou ime¬diatamente ao primeiro-ministro.
"Descobri informações que sugerem que sua vida está em perigo", afir¬mava minha carta a Rabin. "A única vez em que seu nome completo ¬Yitzhak Rabin - está codificado na Bíblia, ele é cruzado pelas palavras "assassino que assassinará".

Um ano mais tarde, em 4 de novembro de 1995, chegou a terrível con¬firmação - um tiro nas costas, disparado por um homem que acreditava cumprir uma missão de Deus, o assassino que foi codificado na Bíblia três mil anos antes.
Quando ouvi a notícia, o ar fugiu dos meus pulmões. Caí no chão e murmurei as mesmas palavras que mais tarde diria quando as torres do World Tiade Center foram destruí das: "Meu Deus, é real!
O choque não se devia à morte de Rabin. O que me chocou foi ver que o código da Bíblia era real.
Por maior que fosse o choque em 4 de novembro de 1995, porém, foi maior ainda em 11 de setembro de 2001. Porque agora eu sabia o que mais o código predizia.
Se o código da Bíblia era real, e eu não conseguia mais duvidar disso, ele teria um único propósito - alertar o mundo sobre um perigo terrível, até mesmo terminal. E o perigo deve estar exatamente sobre nossa cabeça, ou não estaríamos descobrindo o código da Bíblia agora. Talvez estejamos realmente, neste momento, enfrentando o "Fim dos Dias".
Os dois grandes textos bíblicos "apoca1ípticos", o Livro de Daniel (no An¬tigo Testamento) e o Apoca1ipse (no Novo Testamento), são profecias de um horror sem precedentes, que serão reveladas quando um livro secreto e selado for aberto no "Fim dos Dias".
O Fim é profetizado quatro vezes nos cinco livros originais da Bíblia, as palavras ditadas por Deus a Moisés, que os judeus chamam de Torah. O Fim é profetizado também em Daniel. Um anjo revela o futuro último ao antigo profeta e então lhe diz: "Quanto a ti, Daniel, guarda estas palavras em segredo e conserva selado este livro até o fim dos tempos."
Há duas maneiras de escrever o "Fim dos Dias" em hebraico, e elas aparecem juntas uma única vez na Bíblia.
"No Fim dos Dias" aparece no texto original do Deuteronômio, nas palavras ditas por Moisés aos antigos israelitas que vagavam pelo deserto. Na listagem abaixo, elas aparecem no sentido horizontal.
O outro caso de "Fim dos Dias", que aparece no sentido vertical, são as palavras de Daniel, mas codificadas na Torah, exatamente no trecho em que Moisés alerta sobre um tempo futuro de perigo terrível.
As probabilidades de que essas duas frases aparecessem juntas na Bíblia são de pelo menos 100 para 1.
Porém, havia mais.
Logo depois do feriado de 4 de julho de 2000, o presidente Clinton anunciou que o primeiro-ministro israelense Ehud Barak e o líder 'palesti¬no’ Yasser Arafat se encontrariam com ele em Camp David, para conversa¬ções de paz. Todo mundo sabia quanto estava em jogo, mas nem mesmo os três líderes teriam imaginado toda a magnitude do momento, revelada pelo código da Bíblia.
No único trecho em que encontramos juntas as duas expressões bíblicas do "Fim dos Dias", 'Arafat" aparece sem qualquer salto de letras, perfeita¬mente soletrado no texto aberto da Bíblia logo abaixo de "no Fim dos Dias".
E um perfeito "E. Barak", igualmente soletrado sem qualquer salto de letras, cruza o aparecimento codificado de "no Fim dos Dias".
Eu tinha mostrado essa listagem decodificada a Eli Rips mais de dois anos antes, em 1998, bem uns doze meses antes de Barak ser eleito primeiro-ministro. Porém, mesmo quando essa predição se tornou realidade e Barak assumiu o cargo, Rips mantinha o foco sobre Arafat. 'Arafat é velho e está doente", disse Rips. "Se ele está envolvido, então já estamos no Fim dos Dias."
Rips calculou as probabilidades de aparecimento conjunto dos nomes dos líderes de Israel e da Palestina, no trecho exato em que "no Fim dos Dias" estava codificado junto com "Fim dos Dias". As probabilidades de isso ocorrer por acaso eram de pelo menos 150.000 para 1.
Assim, quando Clinton anunciou a reunião de cúpula, enviei-lhe ime¬diatamente uma carta: "Estou anexando um exemplar de meu livro, O códi¬go da Bíblia, porque seu anúncio de hoje a respeito de uma reunião de cúpula em Camp David, entre Barak e Arafat, confirma a predição do código."
"O que está em jogo é muito mais do que você imagina", continuava minha carta. "A alternativa está claramente enunciada no código da Bíblia, o Armagedon de verdade, uma guerra mundial nuclear que começará no Oriente Médio."
Quando o acordo de Camp David resultou em fracasso total e uma nova Intifada começou, quando o general de extrema-direita Ariel Sharon (oponente declarado do plano de paz) tornou-se o novo primeiro-ministro de Israel e George W. Bush assumiu a presidência dos Estados Unidos, confirmou-se mais uma vez aquilo que o código da Bíblia havia predito.
Além de terem sido preditas as duas eleições, "Bush" e "Sharon" esta¬vam codificados na Bíblia, junto com 'Arafat" e "E. Barak", no trecho onde "Fim dos Dias" se encontrava ao lado de "no Fim dos Dias".
O Dr. Rips sentiu-se perplexo. Checou novamente os cálculos estatís¬ticos. As probabilidades do aparecimento casual dos nomes dos quatro líderes - de Israel, dos palestinos e dos Estados Unidos - ao lado das duas expressões bíblicas dos "Fim dos Dias" eram de pelo menos 500.000 para 1. Rips disse que as verdadeiras probabilidades deveriam ser na casa de um milhão para 1, mas que era impossível calcular totalmente uma série tão complexa de combinações.
- De todo modo, o acaso está totalmente descartado - disse Rips. ¬Estas referências são obviamente intencionais. Trata-se de uma certeza matemática. É um quadro perfeito. E está claramente falando deste mo¬mento do tempo.
No entanto, tudo aquilo esteve lá por mais de três mil anos: os nomes dos líderes mundiais de hoje, codificados com a- antiga profecia, esperando que nós o encontrássemos no momento exato em que precisávamos ouvir o sinal de alerta.
O código da Bíblia afirmava claramente, sem qualquer sombra de dúvida, desafiando as mais espantosas probabilidades, que estávamos naquele exato momento vivendo os dias do perigo supremo previstos havia tanto tempo.
O Fim dos Dias, o Apocalipse, deixava de ser um mito religioso, a visão assustadora de um pesadelo que nunca aconteceria na realidade, meras palavras em um texto antigo. Deixava de ser algo distante, seja no passado ou no futuro.
O Fim dos Dias estava bem aqui, agora. Quatro anos antes, em outubro de 1998, eu havia entregado ao meu advogado Michael Kennedy, proeminente profissional de Nova York, uma carta lacrada para ser aberta em 2002. A carta afirmava:

"Michael,
"Estou convencido de duas coisas:”
(I) O código da Bíblia é real;
(2) O mundo só dará ouvidos aos seus alertas quando for tarde demais.”

Foi assim que aconteceu da última vez que o mundo todo esteve em perigo: ninguém queria enfrentar Hider.
Os Estados Unidos quase perde¬ram a Segunda Guerra, porque entraram nela com dois anos de atraso. Agora, eu estava tentando alertar o mundo sobre um perigo ainda maior e a fonte do alerta era bizarra, mesmo para mim - um código inserido den¬tro da Bíblia.
"O código desafia todos os conceitos convencionais de realidade do Ocidente", continuava a carta lacrada. "Por isso, embora Newton acredi¬tasse que o futuro poderia ser conhecido e que um código oculto na Bíblia o revelaria, e embora um decifrador sênior da ASN tenha confirmado a descoberta israelense, o código ainda não é plenamente aceito.
"Mesmo tendo se mostrado certo de antemão quanto ao assassinato de Rabin, a Guerra do Golfo e outros grandes acontecimentos mundiais, o código ainda não convenceu os céticos.
"O primeiro-ministro Peres e o chefe do Mossad tiveram um encontro comigo, mas a maioria dos líderes políticos não quer dar atenção aos aler¬tas até mais predições se tornarem realidade.
"Portanto, registrei por escrito as descobertas mais importantes, a fim
de poder provar que tais predições foram encontradas de antemão.
"Os alertas que o código afirma com mais clareza:

"(1) o mundo enfrentará o 'colapso econômico' global a partir do ano judaico de 5762 (2002 no calendário gregoriano);
"(2) isso levará a um período de perigo sem precedentes, à medida que as nações com armas nucleares se tornam instáveis e os terroristas conse¬guem roubar ou comprar o poderio para destruir cidades inteiras;
"(3) o perigo chegará ao auge no ano judaico de 5766 (2006 no calen¬dário gregoriano), o ano que está mais claramente codificado junto com as palavras 'guerra mundial' e 'holocausto atômico'."
No dia 11 de setembro de 2001, depois que vi o ataque às torres do World Trade Center e depois que encontrei esse ataque perfeitamente codificado na Bíblia, fui retirar minha carta lacrada.
Quando a li, tive um choque.
A queda daquele grande símbolo do poderio econômico norte-ameri¬
cano, o World Trade Center, e o ataque ao próprio símbolo do poderio militar, o Pentágono, fizeram os perigos preditos parecerem demasiada¬mente reais.
Em 17 de setembro, véspera do Ano Novo judaico de 5762 que estava codificado junto com "crise econômica", os mercados de ações reabriram pela primeira vez desde o 11 de setembro. O Índice Dow Jones caiu 684 pontos, sua maior perda na história, começando uma semana que teste¬munhou a pior situação da Bolsa desde 1929, o ano da Grande Depressão.
A primeira predição do código da Bíblia já tinha se cumprido.
Meu medo era que uma nova depressão levasse à Terceira Guerra Mundial, assim como o colapso econômico da década de 1930 levara à ascensão de Hitler e à Segunda Guerra.
"Guerra Mundial", "holocausto atômico" e "Fim dos Dias" estavam codificados junto com "em 5766", o ano judaico equivalente a 2006.
Chequei ano a ano todo o século seguinte e descobri que somente 2006 aparecia junto com os três alertas. Tratava-se de uma clara predição de que enfrentaríamos a Terceira Guerra Mundial dentro de cinco anos.
Contei isso ao Dr. Rips. Ele calculou as probabilidades no potente com¬putador da Universidade Hebraica. E checou cem mil textos aleatórios para ver se todos os perigos maiores apareciam por acaso, junto com o mesmo ano, em qualquer outro lugar além da Bíblia.
- É cem mil para um - informou Rips. - Procurei em cem mil textos aleatórios e essas palavras somente aparecem juntas na Bíblia. Não pode ser por acaso. Alguém colocou intencionalmente este alerta na Torah.
Não havia como duvidar. Cem para um é o teste normal. Mil para um é o padrão mais rigoroso já aplicado pelos matemáticos. Cem mil para um é decisivo.
De acordo com o código da Bíblia, estaríamos realmente enfrentando o perigo último, uma guerra mundial nuclear, em 2006.
A Segunda Guerra Mundial terminou com uma bomba atômica. A Ter¬ceira Guerra Mundial poderia começar com uma bomba atômica. Existem hoje pelo menos 50.000 armas nucleares espalhadas por todo o mundo, desde cápsulas de artilharia atômica e bombas em maletas, até mísseis balísticos intercontinentais com ogivas múltiplas, cada qual mais potente que a bomba lançada sobre Hiroshima.
"Holocausto atômico" está codificado com 1945 (o ano da bomba de Hiroshima) e com 2006.

Se o código da Bíblia está correto, então a Terceira Guerra Mundial ¬uma guerra que será travada com armas de destruição em massa que o mundo nunca antes viu usadas em combate - ocorreria dentro de poucos anos. O mundo todo seria destruído em poucas horas. Seria, literalmente, o Fim dos Dias.
Mas em vez de uma guerra nuclear entre superpotências (o conflito que todos nós receamos durante os anos da Guerra Fria), o mundo hoje enfrenta uma nova ameaça - terroristas carregando armas nucleares.
"Terrorismo" está codificado junto com "Guerra Mundial" e, no mes¬mo exato trecho, aparece a palavra árabe shahid, que designa o homem¬bomba suicida. Ali também aparece a expressão "guerra-relâmpago".
Fanáticos religiosos apocalípticos, terroristas carregando armas de des¬truição em massa, homens que acreditam estar em uma missão por Deus:
estes são o perigo último codificado na Bíblia.
O que aconteceu em 11 de setembro seria o começo, não o fim. Mas a carta lacrada que entreguei a meu advogado em 1998 deixava
espaço para a esperança. Mesmo depois de 11 de setembro de 2001, eu continuava otimista. A carta dizia ainda:
"Mas o código da Bíblia nos fala de todos os nossos futuros possíveis, não de um único futuro predeterminado. Por isso, podemos mudar o nos¬so curso, impedir o desastre último.
'Acredito que o código da Bíblia existe para nos ajudar a impedir esse desastre. Acredito que o código foi descoberto agora, neste momento da história humana, para que soubéssemos enquanto há tempo.

"Foi por isso que deixei com você esta cápsula do tempo, lacrada em 1998, a ser aberta em 2002 para nos prepararmos para 2006."
Na época em que escrevi aquela carta lacrada, eu já tinha começado a procurar outra mensagem, selada em algum distante tempo passado, a mensagem selada que devemos encontrar agora se quisermos sobreviver.

CAPÍTULO 2

A CHAVE DO CODIGO

Na escuridão do deserto, pouco antes do amanhecer, a terra começou a tremer e um terrível clarão cruzou os céus. O povo saiu correndo das ten¬das e olhou horrorizado para a montanha que se erguia acima deles, com o pico iluminado por uma brilhante luz branca, como se a própria montanha estivesse em chamas.
Uma voz, saída do nada, trovejou: "Moisés, sobe para junto de mim no monte."
Corria o ano de 1200 a.c. Moisés subiu ao topo do monte Sinai.
E, segundo o texto aberto da Bíblia, ele "viu o Deus de Israel, e, sob seus pés havia uma plataforma feita de pedras de safira".
Segundo a lenda, foi naquela "pedra de safira" que Deus escreveu as palavras originais da Bíblia. Embora a pedra fosse dura como diamante, podia ser enrolada como um pergaminho. E, embora sua cor fosse o azul escuro profundo, ela era também transparente. Na verdade, diz a Bíblia que sua "limpidez igualava os céus".
Certa noite, sozinho em meu apartamento em Nova York, li essa passagem da Bíblia e pela primeira vez percebi que as palavras da Torah ti¬nham sido originalmente escritas na "safira".
Fiquei logo imaginando se não estaria nesse detalhe obscuro o segredo do código da Bíblia.
Se realmente houvesse na Bíblia algum código que revelasse o futuro, pensei, tal código deveria, ele próprio, estar profetizado na história em que Deus dá a Torah a Moisés no monte Sinai, gravando as palavras sobre uma safira.
Examinei o texto repetidas vezes. Havia um indício, uma pista. Em hebraico, a palavra "livro" é sefer. Sefer se escreve com as mesmas três consoantes de safira, talvez porque o primeiro livro, a Bíblia, foi escrito sobre aquela pedra.
Vi então que a palavra "safira", em hebraico, também está ligada ao verbo "contar" - talvez sugerindo que havia, desde o começo, um código matemático na Bíblia. Procurei algum complexo esquema numérico. Mas nada descobri.

De repente, vi algo muito simples. Em hebraico, a língua original da Bíblia, "safira" de trás para diante é "Rips".
O nome de Eliyahu Rips, o matemático que descobriu o código da Bíblia, aparecia na Bíblia, no trecho em que se conta a história de Deus descendo no topo do monte Sinai.
Fiquei chocado. O próprio Dr. Rips era profetizado no código que ele descobrira, o código dentro da Bíblia que revelava o futuro.
O nome "safira", a pedra preciosa azul-escuro sobre a qual a Bíblia fora originalmente escrita, predizia o cientista que encontraria o código três mil anos mais tarde.
Estava claro que não era por acaso que "safira", lido ao contrário, tor¬nava-se "Rips". Escrever de trás para a frente, como imagem de espelho, é uma tradição muito antiga. Na verdade, a própria Bíblia diz que esse é o caminho para ver o futuro. O primeiro dos profetas, Isaías, disse: "Para ver o futuro, deves olhar para trás." As mesmas palavras, em hebraico, podem ser traduzidas como: "Lê as letras ao reverso."
Não havia a menor dúvida. Rips não só tinha seu nome na escrita de espelho, como também sua façanha era claramente descrita.
A "pedra de safira" ao inverso toma-se "Rips profetizado". Pedra de safira = Rips profetizado.
Voei de volta a Israel para ver Eli Rips. Era a primeira vez que nos encontrávamos no ano, desde que meu primeiro livro fora publicado, e o código da Bíblia tomara-se conhecido no mundo todo, colocando a nós dois no centro de uma controvérsia global.
Havia realmente um código dentro da Bíblia que dizia o futuro? Tínha¬mos realmente encontrado a primeira prova de que não estamos sozinhos no Universo? Era essa uma nova revelação? Ela provava a existência de Deus?
O que eu queria mesmo era escapar de tudo aquilo. Não sou religioso e não acredito em Deus. E o código da Bíblia parecia profetizar perigos terríveis, talvez o verdadeiro Apocalipse, o fim cataclísmico deste mundo. Eu tampouco queria acreditar nisso.
Mas agora, de repente, eu tinha uma nova prova de que o código da Bíblia era real. Uma prova que eu não poderia simplesmente ignorar. O homem que a descobriu era nomeado no trecho exato em que Deus dava a Bíblia a Moisés, no único versículo da Bíblia em que Ele é realmente visto.
E se o código era real, então os perigos que ele profetizava também deveriam ser reais. Eu precisava ir ver o cientista que descobrira o código, e que era predito no código, o homem que deveria ser capaz de ajudar a deter a contagem regressiva para o Armagedon.
Em 1998, pouco antes de Shavuot (a festa judaica que celebra o mo¬mento, no ano de 1200 a.C., em que Deus desceu no monte Sinai) mostrei a Eli Rips seu nome naquele versículo da Bíblia.
Rips não ficou surpreso. Continuou como sempre foi, humilde.
- Não é mais espantoso do que os outros aspectos do código – disse Rips. - Se o código contém conhecimentos detalhados do mundo inteiro, então também estão preditos conhecimentos sobre cada um de nós e nos¬sa interação com o código.
Rips pegou um livro da estante e leu em voz alta, mais uma vez, as palavras que tinha lido para mim quando nos encontramos pela primeira vez, citando um sábio do século XVIII alcunhado o Gênio de Vilna: "A regra é que tudo aquilo que foi, é e será até o Fim dos tempos esteja incluí¬do na Torah, da primeira à última palavra. E não meramente em um senti¬do geral, mas com detalhes de cada espécie e de cada pessoa individual¬mente, e com detalhes dos detalhes de tudo o que lhes aconteceu desde o dia de seu nascimento até sua morte."
Mas Rips negava ser um profeta.
- A Bíblia afirma claramente que um profeta recebe suas informações diretamente de Deus - disse o matemático.
Embora eu não acredite em Deus, Rips possui uma certa aura que me forçou a lhe fazer uma pergunta:
- É possível que o código da Bíblia seja exatamente esse tipo de co¬municação? É possível que Deus esteja falando, através do código, direta¬mente com você?
Rips descartou a possibilidade de ser algum tipo de "eleito" e sugeriu que, em vez disso, Deus e o código falavam com todos nós.
- Você só precisa encontrar o botão do HELP - disse Rips.
Mas não importa a modéstia de Rips. O fato inquestionável é que seu nome foi mencionado há três mil anos no texto oculto da Bíblia como o homem que descobriria o código.
Além de "pedra de safira" ao inverso tomar-se "Rips profetizado", no trecho onde "tábua de safira" estava codificado também apareciam, cru¬zando-se, "russo" e "ele computará".
Rips saiu da Rússia e mudou-se para Israel em 1970, quando foi liber¬tado de uma prisão política soviética após um protesto em escala mundial liderado pelo presidente da Sociedade Matemática Americana.
"Rips" era o "russo" que "computou" o código e, na mesma listagem, "ele profetizado" estava novamente codificado, cruzado por "ele meca¬nizou" .
Mas o que finalmente nos convenceu a ambos foi o que apareceu no código da Bíblia junto com" decodificador". Nós procuramos essa palavra em seu computador.
"Decodificador" era novamente cruzado por "safira" e "pedra" - as palavras que, de trás para diante, produzem "Rips profetizado". E "códi¬go" sobrepunha-se a "decodificador".
Rips ficou silencioso por alguns momentos. Examinou as palavras no computador. E então disse:
- Quando nos acostumamos com a idéia de que a realidade como um todo está codificada, aceitamos que cada um de nós tem seu lugar no código. Mas ver algo assim tão específico é muito mais vívido do que o conhecimento teórico. Tecnicamente, é uma ótima descoberta.
Típico. Como sempre, ele focalizava a significância matemática, dei¬xando de lado o fato extraordinário de que seu nome era claramente men¬cionado no código como o homem que o descobriria. Finalmente, Rips admitiu que estivera se reprimindo:
- Como eu sei que o Codificador é o Criador do Universo, esta é uma experiência que me toma humilde.
Se Eliyahu Rips não nasceu especificamente para ser o decodificador do código da Bíblia, pelo menos sua existência foi profetizada.
E agora, no pequeno escritório atravancado de sua casa em Jerusalém, perguntei a Rips se ele achava que um dia seríamos capazes de ver a tota¬lidade do código da Bíblia.
- Não temos a chave - respondeu Rips. - Mesmo usando os compu¬tadores mais potentes que possuímos hoje, não somos capazes de resolver seu mistério. Acredito que a Torah é a palavra de Deus. Ela tem todas as coisas dentro de si. Mas nós não saberemos por que, ou para qual propósi¬to, até que a chave do código seja encontrada.
Rips disse que o código da Bíblia era como um gigantesco quebra¬cabeça e que nós tínhamos apenas um punhado de peças. Disse que Deus talvez não quisesse que nós o víssemos inteiro - "o código escolhe qual parte do todo revelar, ele nos mostra a informação x, mas não y ou z".
- Mas o código diz que o mundo poderá acabar em 2006 - fiz ques¬tão de lembrar. - Precisamos de todas as peças do quebra-cabeça agora. Temos de agir agora, antes que seja tarde demais.
- Qualquer das peças é uma parte de um todo que não conseguimos ver - disse Rips. - Portanto, qualquer intervenção é um ato arrogante.
Recordei a Rips que "guerra mundial", "holocausto atômico" e "Fim dos Dias" estavam todos juntos, codificados com 2006; que havíamos che¬cado cada ano do século seguinte e descoberto que um único ano estava claramente codificado - e que estávamos, naquele exato momento, senta¬dos conversando na única cidade do mundo que era nomeada como o alvo, "Jerusalém".
- Estamos nas mãos de Deus - disse Rips. Pressionei-o mais uma vez:
- Mas você acha que algum dia seremos capazes de ver todo o código da Bíblia?
- Se conseguirmos a chave.
A chave. Ela ficou dançando na minha mente o tempo todo que estive em Israel, e então certa noite abri meu laptop e procurei" chave do código" no código da Bíblia. A expressão surgiu quatro vezes.
Numa das ocasiões, uma obscura palavra hebraica que não reconheci cruzava "chave do código". A palavra nem estava no meu dicionário. Mas no dicionário da Academia encontrei a tradução: "obeliscos".
Obeliscos. Não era o que eu esperava. Eu já tinha visto alguns obeliscos, altos pilares de pedra que terminam em ponta, mais ou menos como uma pirâmide. Há alguns obeliscos com 300 metros de altura que ainda sobre¬vivem no Egito. E há um em Roma, em Londres, em Paris, todos levados do Egito pelos conquistadores há muito tempo. Cheguei a ver, em Nova York, um obelisco de 3.600 anos de idade, gravado com hieróglifos que narravam as façanhas de um antigo faraó.
Mas não era isso que eu esperava ver cruzando "chave do código". Eu tinha imaginado alguma fórmula matemática ou um conjunto de instru¬ções, não um objeto físico, e muito menos um obelisco.
Nas duas vezes em que aparecia, "obeliscos" fazia parte da frase "boca dos obeliscos". Isso sugeria que não se tratava de simples pilares de pedra, mas de algum tipo de oráculos que diziam o futuro e, talvez, até falassem.

Era difícil de acreditar. Mas não havia dúvida de que aquilo era intenci¬onal. "Obeliscos" aparecia duas vezes com "chave do código", ambas real¬mente se cruzando, duas combinações perfeitas, desafiando todas as pro¬babilidades.
Rips começou a processar os números em um potente computador da Universidade Hebraica e me enviou, por e-mail, seus cálculos: "Encontrei 'chave do código' junto com 'boca dos obeliscos' na razão de um em um milhão. Parabéns!"
Mais tarde, Rips me disse que aquele foi o melhor resultado que ele já tinha visto.
- Nenhum outro par de palavras alcançou estatísticas tão altas na história das pesquisas do código - comentou. - Dois sucessos diretos não poderiam acontecer por acaso. É intencional. Essa é uma certeza ma¬temática.
E naquele mesmo trecho, no mesmo texto aberto da Bíblia, nas duas vezes em que "obeliscos" cruzava "chave do código" havia uma outra fra¬se: "Senhor do código."
Senhor do código. Em hebraico, o significado dessa expressão é ainda mais amplo: ela pode ser uma maneira bíblica de dizer "o Codificador". Era absolutamente perfeito.
E então descobri que, no trecho em que "senhor do código" estava codificado na Bíblia, ele era cruzado pelo mesmo versículo do Êxodo que fala de Deus descendo ao topo do monte Sinai para dar a Moisés a Bíblia, escrita sobre "safira", o versículo que identificou o cientista que descobriu o código, "Rips". .
E na mesma listagem, "obeliscos" aparecia novamente cruzado pelas palavras do texto aberto que falavam de "um objeto do céu".
Procurei qualquer comentário antigo que me desse informações sobre os "obeliscos". Encontrei em um texto judaico de 1.700 anos de idade, o Midrash, a confirmação imediata do código da Bíblia:
"O que eram aqueles 'obeliscos'? Não eram o que um ser humano teria feito, mas obra do Céu."
Uma afirmação extraordinária. A mais antiga fonte de autoridade afirmava claramente que os "obeliscos" vinham de fora do nosso planeta, tal¬vez mesmo de outro reino. Havia mais, porém. O Midrash também dizia que os "obeliscos" eram humanóides:
"Eles tinham olhos como uma janela, eram uma espécie de macho e fêmea. "
O antigo texto não chegava a dizer que eles eram vivos, mas sugeria que enxergavam e talvez também falassem. E o Midrash certamente pare¬cia dizer que os obeliscos pelo menos representavam alguma forma de vida, talvez não deste mundo.
Voltei a me encontrar com Eli Rips. Ele, claro, não se surpreendeu com a notícia de que os obeliscos não eram deste mundo; ele já tinha certeza de que o código da Bíblia, e também a própria Bíblia, vinham de outro reino - vinham de Deus, na verdade.
Disse a Rips que eu esperara encontrar uma fórmula matemática, não um pilar de pedra, fosse deste mundo ou do além. Rips comentou:
- Pode ser as duas coisas.
Explicou-me que, em hebraico, a palavra "chave" também significa "gravado" ou "entalhado". Assim, "chave do código" poderia ser também traduzido como "código gravado". E, portanto, fazia todo sentido que a palavra que a cruzava duas vezes fosse "obeliscos". Isso sugeria que a cha¬ve que buscávamos estava gravada, entalhada em pilares de pedra.
Procuramos "chave matemática" em seu computador. O termo tam¬bém estava codificado. E então vimos algo extraordinário - com "chave matemática" também aparecia o mesmo versículo do Êxodo que falava de Deus descendo ao topo do monte Sinai, aquele versículo que dizia que a Bíblia original fora escrita sobre "safira", a palavra que, ao inverso, produ¬ziu "Rips".
Procuramos por "código no obelisco". A expressão apareceu uma vez na Bíblia, junto com "céu".
Procuramos a codificação original de "código da Bíblia", a própria con¬firmação bíblica da existência do código que havíamos encontrado alguns anos antes. "Obelisco" cruzava "código da Bíblia". .
Ficamos absolutamente espantados. A confirmação parecia absoluta. Existiram, pelo menos num passado muito distante, obeliscos que conti¬nham os segredos perdidos do código da Bíblia.
Mas, se realmente havia provas concretas do código da Bíblia (algum objeto que poderia ser a chave de que precisávamos para ver o código como um todo), então é claro que o código seria mais do que apenas um código - seria a primeira prova concreta de que não estamos sozinhos no Universo.
Se realmente havia, gravada em obeliscos de milhares de anos, uma ciência mais avançada do que a nossa de hoje (uma chave matemática para o código), então ela teria de provir de uma civilização mais avançada que a nossa - se não do "céu", pelo menos de um outro mundo.

Nenhuma criatura daqui, nenhum ser humano, nem há milhares de anos nem nos dias de hoje, poderia ter criado o código da Bíblia. Nossa ciência ainda é muito primitiva. E nenhum de nós é capaz de ver através do tempo.
Assim, se os obeliscos fossem encontrados, teríamos não só a chave para decifrar o código e ver todo o nosso futuro, mas também teríamos a prova do nosso passado oculto.
Teríamos, talvez, a identidade do "senhor do código", o Codificador.
Talvez até mesmo a verdadeira identidade de Deus.
Mas, onde estariam os obeliscos?

Eu voava de volta para Israel pouco antes do Dia de Ação de Graças de 1998, examinando a espantosa codificação de "código da Bíblia" cruzada por "obelisco".
E então vi que havia uma localização bem definida, afirmada no texto aberto da Bíblia, onde "obelisco" cruzava "código da Bíblia" - "no vale de Sidim" .
Eu sabia que já tinha visto aquele nome antes. Verifiquei no meu laptop e lá estava ele -"código no obelisco" também cruzado por "vale de Sidim".
A localização aparecia no texto aberto da Bíblia, com a história de Abraão. E a referência completa, no Gênesis 14:3, revelava onde o vale se localizava: "... no vale de Sidim, que agora é o mar Morto."
O mar Morto é bem conhecido, claro. Fica entre Israel e a Jordânia, um mar interno tão salgado que nele nada consegue viver.

Mas o vale de Sidim não aparecia em nenhum mapa moderno. Chequei os mapas dos sítios bíblicos. Nada, o vale de Sidim não aparecia ali. Tudo o que consegui descobrir sobre sua lo¬calização era o que estava dito no Gênesis. Nenhum estudioso moder¬no sabia mais do que isso.
Alguns especulavam que o vale poderia estar hoje submerso, não per¬to do mar Morto, mas debaixo dele. Uma coisa estava clara: o vale de Sidim já era antigo (e aparentemente já esquecido) quando a Bíblia foi es¬crita há mais de três mil anos.
O vale era tão antigo que, quando o Gênesis foi escrito, sua localização precisou ser identificada pelo mar que já o cobria - antes de existir a Bíblia.
Consultei rabinos e estudiosos da Bíblia. O vale de Sidim era menciona¬do no Midrash (comentários sobre a Bíblia com cerca de dois mil anos). O mais famoso comentador, Rashi, um judeu francês medieval, dizia que o vale foi fértil e recoberto de pomares, mas que as águas do mar Mediterrâ¬neo o invadiram, fazendo surgir o mar Morto, que cobriu o vale.
Mas nenhum sábio da Antigüidade sabia, e nem o sabem os estudiosos de hoje, onde exatamente se localizava o vale.
Fui ver a maior autoridade científica sobre a região do mar Morto, um geólogo israelense chamado David Neev.
- Eis aqui o que sabemos, com base no Gênesis - disse Neev. - O vale de Sidim é descrito na Bíblia especificamente como sendo o mar Mor¬to. Ali foi travada uma antiga batalha. Foi ali que os reis de Sodoma e Gomorra, fugindo da batalha, caíram em poços de asfalto.
Neev achava que o vale de Sidim, portanto, ficaria perto de Sodoma e Gomorra. Sua teoria é que um imenso terremoto destruiu as duas cidades há mais de quatro mil anos, enterrando-as sob o mar Morto. Esse, disse Neev, era o verdadeiro acontecimento por trás do mito bíblico.
Mas ninguém sabia onde exatamente estiveram um dia as duas cidades condenadas. E aquele antigo local estava hoje, quase com certeza, debaixo d'água.
¬Contudo, havia esperança. O mar Morto encontrava-se agora em seu nível mais baixo nos últimos cinco mil anos. Tudo o que esteve debaixo d'água desde o alvorecer da civilização humana voltaria agora a ficar ex¬posto.
- O mar Morto é como uma chaleira com água deixada em fogo alto. Está fervendo, se evaporando - disse Neev. - Nos próximos cem anos, uma parte imensa desse mar simplesmente desaparecerá. Até não sobrar mais nada além de sal.
O geólogo mostrou-me um gráfico que revelava os níveis das águas. Na década anterior, o nível do mar Morto tinha caído para cerca de -400 metros. A última vez em que suas águas estiveram assim tão baixas por longo tempo foi entre 5.500 e 8.000 anos atrás.
Será que o mar Morto estava desaparecendo para revelar antigos segredos?
A última vez em que ele esteve tão baixo foi durante uma era misteriosa na qual surgiram pela primeira vez todas as coisas que definem a civi¬lização moderna: aparentemente saídas do nada, surgiram a escrita e a matemática, a astronomia e a agricultura; os homens aprenderam a traba¬lhar o metal, e ergueram-se as primeiras cidades.
- Se o seu objeto foi erguido durante o período calcolítico, que repre¬sentou a súbita ascensão da civilização, então é bem possível que tivesse
permanecido oculto até hoje - disse Neev. - Mas se o que você está procurando foi construído há cinco mil anos e depois ficou coberto pelo mar durante milhares de anos, quando o mar recuar você não vai ver um obelisco, nem um palácio ou uma cidade inteira. Você só verá lodo, sedi¬mentos e pedras de sal.
O geólogo me deu outra indicação:
- Em hebraico, "sidim" significa "cal". Por isso eu acho que você de¬veria procurar algum vale do Cal. Na verdade, algumas traduções da Bíblia chamam o vale de Sidim de "vale do Calcário".
Neev sugeriu que eu procurasse no lado jordaniano do mar Morto: - Há ali uma península chamada Lisan. É um outeiro pedregoso e salgado, coberto de calcário.
Ele próprio nunca estivera em Lisan. Israel travara três guerras com a Jordânia.
- Tome cuidado - disse ele. - É território inimigo.
Meu guia não conseguia entender por que eu queria ir até a península de Lisan. Nenhum turista jamais mostrara vontade de ir até lá.

Lisan é uma massa de terra, com formato extrava¬gante, que se projeta para dentro do mar Morto. Pare¬ce uma língua e, na verdade, tanto em hebraico como em árabe "lisan" que dizer "língua" .
Quando lá chegamos, foi como chegar ao lado es¬curo da Lua. Era uma paisagem lunar totalmente estéril, inteiramente desprovida de qualquer vegetação. À luz brilhante do deserto, a península parecia branca, pois estava toda coberta de calcário.
Tratava-se do único lugar às margens do mar Mor¬to, ainda à superfície, que poderia ser um remanescente do antigo "vale de Sidim", o "vale do Calcário". Mitologicamente, parecia perfeito. É o umbigo da Terra. É o ponto mais baixo da Terra: 390 metros abaixo do nível do mar.
Em todo o planeta não há terra seca que seja tão baixa. Por isso, quando parei junto à recém-exposta margem da península de Lisan (aquela porção de terra que esteve debaixo d'água até a década anterior, depois de ficar submersa durante cinco mil anos), eu estava parado no ponto mais baixo do lugar mais baixo da Terra, no fundo do mundo.
"Fundo do mundo" estava codificado na Bíblia. "Lisan" aparecia no mesmo trecho, cruzado por "antiga chave".
Aquilo que talvez um dia tenha se erguido nesta terra seca, e que esteve submerso durante toda a história conhecida da civilização humana, poderia agora ficar exposto mais uma vez, coberto apenas pela areia, a argila, o lodo e as grossas incrustações salinas que o mar deixou atrás de si.
A península estava absolutamente vazia. Não havia o menor sinal de habitação humana. Nem agora, nem nunca. As outras únicas pessoas em toda a península eram os operários de uma mina de sal.
Mas o lugar estava rodeado de extraordinárias descobertas arqueológicas do passado bíblico.
Do outro lado do mar estavam as cavernas de Qurnran, onde foram encontradas as mais antigas cópias da Bíblia, os Pergaminhos do Mar Mor¬to. Durante mais de dois mil anos, ali se conservaram aquelas palavras escritas à mão em pergaminhos feitos de pele animal. Em 1947, um garoto que pastoreava seus rebanhos atirou uma pedra dentro de uma das cavernas e ouviu o som de cerâmica quebrando. Dentro da urna quebrada, ele encontrou um livro completo da Bíblia, intocado pelo tempo.
Também à vista, no lado israelense do mar, estava a antiga fortaleza de Massada, no alto da montanha. Foi ali que, há dois mil anos, um pequeno bando de judeus desafiou, até o último homem, as legiões romanas. As pedras originais da fortaleza ainda estão lá, no platô, contemplando a pai¬sagem desolada que em nada mudou nos dois milênios que se passaram.
No lado jordaniano, menos de um quilômetro terra adentro, foi desen¬terrada uma aldeia de cinco mil anos de idade, Bab-Edrah, com seus velhos tijolos de barro ainda intactos. Essa aldeia talvez tenha sido a Zoar bíblica, para onde Ló, segundo a lenda, fugiu para escapar à destruição de Sodoma e Gomorra.
Diante disso tudo, não era implausível que ali, talvez enterrado debai¬xo de meus pés, nessa península estéril, estivesse um antigo obelisco enta¬lhado com a "chave do código".
A península de Lisan era apenas um pingo no mapa, mas tinha cerca de 40 km2. Parado ali sob o sol escaldante e contemplando uma vista infinita de sal e calcário, percebi que era uma área grande demais para se procurar debaixo dela um pilar de pedra, ou até um palácio, mesmo que casualmen¬te eu começasse no lugar certo.
Por isso, voltei à Bíblia e ao código.
Há um livro no Antigo Testamento que menciona especificamente o nome Lisan. É o Livro de Josué, a história do jovem guerreiro que, depois da morte de Moisés, liderou os antigos israelitas na jornada final da fuga do Egito, levando-os pelo Jordão até Israel.
"Lisan, a língua de mar" aparece em Josué 15:5. Codificadas em cruz, estão as palavras "ele encontrou o lugar exato, Lisan".
"Lisan, a língua do mar Morto, ao norte" aparece novamente em Josué 18:19, uma descrição ainda mais exata do local.
A palavra "codificador" está codificada no texto aberto que revela a localização. "Codificado" aparece cinco vezes na mesma listagem e, em hebraico, uma mesma palavra quer dizer "oculto" e "norte".
Assim, o texto aberto de Josué (o único livro da Bíblia que menciona especificamente Lisan) parece revelar o local exato da península onde se deve procurar - em seu ponto mais setentrional, onde um dedo da península sobe pelo mar Morto, formando uma pequena baía, uma "língua do mar Morto".
Procurei na Torah a frase "Lisan, língua de mar". Ela apareceu uma só vez, sem sal¬tos de letras. "A Lisan" estava codificada cru¬zando "língua de mar" e, cruzando ambas, aparecia "antiga chave".
Fui ver Eli Rips, mostrei-lhe as codificações e lhe disse que tinha percorrido a região.
Rips estudou o código em seu computa¬dor e imediatamente viu algo admirável.
- As mesmas letras hebraicas que for¬mam "antiga chave" também formam "mapa do sensor" - disse Rips. - E ela cruza "língua de mar" e "a Lisan".
Foi uma descoberta crucial. A única maneira pela qual eu encontraria um "obelisco" enterrado seria com algum "sensor", alguma tecnologia avançada capaz de enxergar debaixo d'água e no subsolo, e fazer um "mapa" daquilo que estava oculto ao olho nu.
As letras alternadas da seqüência codificada (com saltos de duas letras) que formavam "antiga chave/mapa do sensor" faziam uma nova afirmação: "Exposto, visível, descoberta, detecção."
Mais tarde, descobri que esse mesmo versículo admirável da Bíblia (no qual "Lisan, língua de mar" aparecia sem saltos de letras no texto oculto, cruzando com a codificação de "antiga chave/mapa do sensor") aparecia não só com "a Lisan" como também com dez outras pistas fundamentais da minha caçada à "chave do código".
"Obelisco em Lisan" cruzava "Lisan, língua de mar". O mesmo ocorria com "mapa do esconderijo". E "chave" aparecia três vezes naquela listagem, onde "mapa do sensor" cruza "mapa do esconderijo".
Rips e eu procuramos "sensor marcou o ponto". Surpreendentemente, a frase estava codificada atravessando o único trecho da Torah em que "a Lisan" aparecia sem nenhum salto de letras. As probabilidades eram de 2 em dez mil.
E finalmente, sozinho com meu laptop certa noite, examinei o livro mais profético da Bíblia, o de Daniel, e vi que" sensor marcando" também estava codificado ali, junto com "Lisan".
A afirmação oculta completa em Daniel era ainda mais extraordinária. Ela dizia: "Lisan como Sidim."
Era a prova absoluta de que eu havia realmente encontrado o antigo vale de Sidim. Estava claramente afirmado em Daniel. O vale de Sidim era a península de Lisan.
Mas a mensagem oculta em Daniel ainda apresentava aspectos mais extraordinários. Nos versículos iniciais, o texto aberto conta a história de um cerco a Jerusalém por um rei da Babilônia, que levou para seu palácio alguns jovens de Israel. Esses jovens aprenderam tudo o que se sabia no mundo antigo, "toda a sabedoria, todo o conhecimento e toda a ciência", incluindo o idioma da primeira civilização conhecida, a "linguagem dos caldeus" .
Oculta nesses versículos estava toda a história por trás da minha busca. Em hebraico, "linguagem dos caldeus" também forma "Lisan como Sidim". Onde o texto aberto de Daniel fala dos jovens "morando no palácio", as mesmas palavras em hebraico poderiam ser traduzi das como "pilar no palácio". Talvez fos¬se o "obelisco" que eu procurava, no qual estava gravada "toda a sa¬bedoria, todo o conhecimento e toda a ciência".
Mas as descobertas extraordi¬nárias continuavam. Aqueles mes¬mos versículos de Daniel me mos¬traram o X do mapa do tesouro. "Mazra" também aparecia no mes¬mo texto aberto que identificava "Lisan como Sidim".
E "Mazra" era o nome da aldeia junto à margem meridional da baía do mar Morto, a “língua de terra” que avançava para se projetar da ponta setentrional da península de Lisan.
Era ali que eu encontraria o “pilar no palácio”, o “obelisco”, a “chave do código”. Cada livro da Bíblia que chequei parecia apontar para o mesmo lugar – a área que já foi conhecida como vale de Sidim, que é hoje o mar Morto, e especificamente a ponta setentrional da península, a baía de Mazra, e o dedo de terra que forma a baía, o cabo de Lisan.
No trecho da Torah em que “península de Lisan” está codificado, “Mazra” o cruza desafiando todas as leis das probabilidades.
“Mazra” estava codificado junto com “chave do código” e “obelisco” cruzava tanto “Mazra” como “chave do código”.
Tínhamos encontrado a localização exata. A única questão era como acharíamos o antigo objeto enterrado debaixo dela.
As coisas não seriam como no cinema. Eu não seria capaz, como Indiana Jones, de retirar a poeira com as mãos nuas e encontrar a Arca Perdida. Mesmo com equipamento pesado de escavação, o X do mapa (uma cabeça de alfinete) era grande demais para ser cavado.
Eu não tinha a menor idéia de que material era feito o obelisco, a que profundidade estava enterrado, se sob a terra ou sob o mar, e nem mesmo se ele ainda existia depois de sabe-se lá quantos milhares de anos.
Havia uma pista encontrada pelo Dr. Rips, mas a notícia não era boa.
Onde “obelisco” cruzava “código da Bíblia”, o texto aberto afirmava: “A terra abriu a boca e o engoliu”. Se o obelisco tinha sido engolido, talvez naquele grande terremoto que, segundo o geólogo israelense Neev, abala¬ra a região havia mais de quatro mil anos, então o obelisco poderia estar nas profundezas do subsolo. Poderia ter desaparecido tão completamente como Sodoma e Gomorra.
Para encontrá-lo, seria preciso alguma tecnologia muito avançada. O que eu precisava agora era do "mapa do sensor". Mas quando conversei com os especialistas (geofisicos que vasculhavam o subsolo à procura de petróleo, metais preciosos e às vezes artefatos antigos), ouvi mais notícias ruins.
O radar subterrâneo, que funcionava tão bem quando se tratava de encontrar objetos enterrados sob as areias de imensos desertos, seria inú¬til no terreno saturado de sal do vale de Lisan e do mar Morto. O radar simplesmente rebateria. Não conseguiria penetrar naquele terreno.
Verifiquei com meus amigos do serviço secreto israelense, com o cien¬tista-chefe do Ministério da Defesa, com pessoas que eu conhecia no Pentágono e na CIA. Todos me disseram a mesma coisa. Não existia tecnologia secreta que conseguisse penetrar naquele terreno, não existia técnica militar confidencial, não existia satélite-espião avançado que con¬seguisse encontrar um obelisco enterrado no terreno mais salgado da Terra.
Foi devastador. Tínhamos chegado tão longe. A partir da descoberta casual de "obelisco" cruzando duas vezes "chave do código" contra proba¬bilidades de um milhão para um, talvez eu estivesse agora de pé no pró¬prio terreno onde a chave tinha permanecido oculta durante milhares de anos, levado até ali quase que por milagre, passo a passo, somente por um código existente na Bíblia.
- Eu sinto que estou sendo levado para uma verdadeira caça ao tesou¬ro - disse a Rips.
- Claro - respondeu ele, aceitando um plano divino e tomando como certo algo em que eu não conseguia acreditar.
- Por que então tudo ficou tão difícil que qualquer pessoa mais sã do que eu já teria desistido há muito tempo? - perguntei.
- Na sua pergunta está a resposta - disse Rips.
Ele examinou novamente a codificação original de "chave do código".
- Isto é realmente encorajador - disse ele, apontando para a tela do computador. - Diz aqui: "Em nossas mãos para resolver." Em hebraico, é ainda melhor: "Em nossas mãos para decifrar", como quem decifra um código.
Mas as mesmas palavras hebraicas também poderiam ser traduzidas como "Em nossas mãos para uma crise". Convenci-me de que não era por acaso que estávamos procurando a chave do código em um momento de crise mundial.
O rufar dos tambores de guerra no cenário do Oriente Médio dava à busca uma urgência que o código da Bíblia só vinha intensificar. O código alertava que a busca nada mais era do que uma corrida contra a contagem regressiva para o Apocalipse.
"Na península de Lisan" estava codificado junto com "no Fim dos Dias".
O alerta era claro, mas clara era também a promessa. Cruzando "na península de Lisan", logo abaixo de "no Fim dos Dias", o texto aberto da Bíblia afirmava: "Para vós e para vossos filhos que virão depois, a fim de que prolongueis vossos dias na Terra."

CAPÍTULO 3

CLINTON

Na televisão, o presidente estava confessando seu pecado, se não realmen¬te admitindo sua mentira: "Eu tive com Miss Lewinsky uma relação im¬própria. "
Era o dia 17 de agosto de 1998. Bill Clinton estava dizendo que enga¬nara sua mulher e o povo americano. Estava admitindo de cara fechada, em um discurso solene transmitido em rede nacional, que tivera relações íntimas na Casa Branca com uma estagiária de 24 anos de idade.
Enquanto Clinton falava, eu tinha um olho na TV mas me concentrava no computador, verificando o código da Bíblia.
Os amigos vinham me pedindo, havia meses, para procurar no código o escândalo Monica Lewinsky. Eu sempre me recusava. Parecia espalhafa¬toso demais, trivial demais.
Mas agora o escândalo poderia causar a queda de um presidente, o homem que tinha reunido Rabin e Arafat, o único homem que talvez pu¬desse levar a paz ao Oriente Médio e impedir todos os horrores preditos no código.
Eu sabia que "Clinton" estava no código, pois Bill Clinton foi o primei¬ro nome que procurei na Bíblia.
Em junho de 1992, quando ouvi falar do código da Bíblia pela primeira vez, meu primeiro teste funcionou - descobri que o código previa a vitó¬ria de Clinton, e isso seis meses antes de ele ser eleito presidente.
"Clinton" estava codificado junto com "presidente" no texto de três mil anos de idade.
Em agosto de 1998, enquanto ele fazia sua confissão em rede nacional de TV; procurei novamente "Clinton" no código da Bíblia. Mas agora eu queria ver se o código predizia seu impeachment.
"Clinton" e "impeachment" estavam codificados juntos, com toda clareza, e desafiando todas as probabilidades.
E onde "impeachment" estava codificado junto com Clinton, no mesmo versículo da Bíblia, também era predito o escândalo Monica Lewinsky:
"Segredo oculto, amante da serva."
Era extraordinário. "Serva" é a melhor aproximação do Antigo Testa¬mento para "jovem estagiária".
No momento em que descobri isso, o presidente já tinha completado seus cinco minutos de confissão e agora os comentaristas afirmavam que ele não sobreviveria ao escândalo.
Enquanto eu pesquisava o código da Bíblia, vi repetidas vezes na tele¬visão o trecho da fita em que Clinton negava o envolvimento, sacudindo o dedo para o país e dizendo: "Eu não tive relações sexuais com aquela mu¬lher, Miss Lewinsky." E então, repetidas vezes, o replay de sua recente con¬fissão: "Eu tive com Miss Lewinsky uma relação imprópria."
Até aquele momento, me parecera absurdo procurar o resultado desse escândalo em um antigo texto que alertava para o fato de que o mundo logo estaria enfrentando um perigo sem precedentes.
Mas agora, com o destino do presidente na balança, com o país amea¬çado de enfrentar seu primeiro processo de impeachment em mais de cem anos, eu realmente procurei uma resposta no código da Bíblia.
Quando examinei mais atentamente a codificação de "Clinton", perce¬bi que havia um segundo nível.
A palavra logo abaixo de "impeachment" era" contra". A verdadeira men¬sagem, a combinação real com "Clinton" no código da Bíblia era "povo, nação contra impeachment". Ou, mais literalmente, "nós nos oporemos ao impeachment" .
E sobrepondo-se a "povo, nação contra impeachment", o texto oculto afirmava: "A opinião deles impediu."
Em 17 de agosto de 1998, na noite da confissão de Clinton, no mo¬mento em que seu cargo mais parecia em perigo, o código da Bíblia predi¬zia que Clinton sobreviveria ao escândalo.
Em 12 de fevereiro de 1999, o Senado norte-americano absolvia o pre¬sidente Clinton nos dois artigos de impeachment, depois de um ano angus¬tiante de escândalos e investigações.
Mais uma vez, o código da Bíblia provara estar certo.

Dois anos mais tarde, em 16 de outubro de 2000, cheguei à Casa Branca para um encontro com John Podesta, chefe de gabinete do presidente Clinton.
Eu tinha ido lá para lhe dizer que o código da Bíblia alertava que já estávamos no Fim dos Dias.
O agente do Serviço Secreto, no portão, estava nervoso. A guerra tinha irrompido novamente no Oriente Médio e havia um sinal de alarme contra terroristas. Tive de esperar meia hora para ser admitido.
Enquanto esperava no portão da Casa Branca, passou-me pela mente o que eu iria dizer ao segundo homem mais poderoso do mundo, o homem que ocupava uma sala na Ala Oeste e determinava quem o presidente ve¬ria, o que o presidente veria e, portanto, em grande medida, o que o presidente faria.
Podesta já tinha entregue a Clinton meu livro sobre o código da Bíblia. Ele me disse que o presidente levara o livro para Camp David, juntamente com a carta que lhe enviei no dia em que ele anunciou uma reunião de cúpula entre Ehud Barak, primeiro-ministro de Israel, e o líder palestino Yasser Arafat.
Minha carta, datada de 5 de julho de 2000, afirmava:
"Estou anexando um exemplar de meu livro, O Código da Bíblia, porque seu anúncio de hoje a respeito de uma reunião de cúpula em Camp David, entre Barak e Arafat, confirma a predição do código.
"O código, que parece revelar nosso futuro, sugere que você desempe¬nhará um papel central para determinar se haverá paz ou guerra no Orien¬te Médio, e o que está em jogo é muito mais do que você imagina.
"Hesito em apresentar detalhes, porque parece tão apocalíptico."
Eu simplesmente não conseguia dizer ao presidente que já estávamos no "Fim dos Dias". Eu não conseguia lhe dizer que, segundo o código da Bíblia, o mundo poderia acabar dentro de poucos anos. Eu próprio não conseguia acreditar nisso tudo.
Eu tinha certeza de que, se escrevesse isso, a primeira pessoa do ga¬binete do presidente que lesse minha carta imaginaria que eu era mais um daqueles que aparecem todo dia no parque em frente à Casa Branca, carregando cartazes mal-escritos que afirmam: ARREPENDA-SE, O FIM ESTÁ PRÓXIMO.
Portanto, minha carta continuava: "Na verdade, não sou um homem religioso e estou certo de que o desastre pode ser impedido."
O código da Bíblia, afirmei ao presidente, era ciência e não religião, revelando nomes, locais e datas em um texto que tinha três mil anos de idade.
'Clinton' estava perfeitamente codificado junto com 'presidente', contra as mais altas probabilidades", escrevi, recordando minha descoberta de 1992, meses antes de ele ser eleito. "Sua eleição foi a minha primeira con¬firmação concreta da realidade do código.
Agora descobri que, cruzando seu nome na Bíblia, está uma outra afirmação - 'ele restaurou, consertou', que tem um significado mais pro¬fundo em hebraico: 'restaurar, consertar, transformar o mundo'."
"A alternativa está claramente enunciada no código da Bíblia, o Armagedon de verdade, uma guerra mundial nuclear que começará no Oriente Médio. Se o código está certo, esse perigo ainda está alguns anos à nossa frente.
"Mas aquilo que fizermos, aquilo que você fizer agora, determinará o que finalmente vai acontecer. Acredito que é por isso que o código da Bí¬blia existe. Para nos alertar em tempo de mudarmos o futuro.
"Talvez você esteja em posição melhor do que qualquer outro dentro do conflito, para encerrar milhares de anos de violência entre árabes e judeus", concluía minha carta a Clinton.
"Camp David" estava codificado na Bíblia, cruzado por "cidade de refúgio" no texto aberto, e "paz" aparecia no mesmo trecho.
Era apropriado que "Camp David" - o isolado retiro dos presidentes norte-americanos, o local do histórico tratado de paz entre Egito e Israel, e agora o lugar onde Clinton reuniu os dois guerreiros, Barak e Arafat ¬estivesse codificado no trecho em que o texto aberto da Bíblia estabelecia as regras que permitiam aos criminosos encontrar "redenção, libertação".
Mas Camp David acabou em fracasso. Tanto Clinton como Barak acre¬ditavam que poderiam fazer a Arafat uma oferta irrecusável. Quase todos acreditavam que dentro de alguns dias, ou no máximo algumas semanas, Arafat concordaria em aceitar um Estado Palestino em 90% da Cisjordânia e de Gaza, que ele certamente aceitaria a maior parte de Jerusalém Orien¬tal e metade da Cidade Velha. Mas Arafat nem sequer respondeu. Ninguém entendia por quê. Ninguém entendia o peso da religião.

A religião sentenciou à morte as conversações de paz. O código da Bíblia assim o predizia. O "Monte do Templo" era o campo de batalha predito.
No passado, era ali que se erguia o antigo Templo construí do por Salomão. Hoje, ali se ergue uma mesquita com cúpula dourada. Esse platô de 35 acres em Jerusalém era o lugar sagrado do qual ninguém abria mão. Para os judeus, os restos do Templo, o Muro na base oeste da colina, são o santuário mais sagrado. Para os muçulmanos, a mesquita no topo da coli¬na, denominada Haram-AI-Sharif, era o segundo lugar mais sagrado, de¬pois de Meca. Durante milhares de anos, o Monte do Templo foi centro de guerras religiosas, o marco zero da eterna batalha pelo controle da Cidade Santa. E, em Camp David, continuou a ser o tema impossível de solucionar.
"Monte do Templo" estava codificado junto com os nomes dos três líderes reunidos na conferência - "Clinton", 'Arafat" e "Barak".
O "Monte do Templo" aparecia no texto oculto sem qualquer salto de letras no trecho onde "Clinton" estava codificado. O ano da conferência de Camp David, "5760" (equivalente a 2000) aparecia no mesmo trecho.
"Monte do Templo sabotado" estava codificado no trecho onde 'Arafat" aparecia sem qualquer salto de letras, mais uma vez desafiando as proba¬bilidades. "Barak" cruzava "Monte do Templo" no mesmo trecho, e as pa¬lavras originais da Bíblia alertavam para o "Fim dos Dias".
Era extraordinário que todos os três atores das conversações de paz estivessem codificados junto com o nome do local sagrado que entravaria as negociações. E o código da Bíblia parecia sugerir que um ataque ao Monte do Templo era iminente.
Enquanto as conversações de paz se desintegravam em julho e os es¬forços para revivê-las fracassavam em agosto, setembro e outubro, eu continuava tentando achar um meio de chegar até Clinton, chegar até Barak, chegar até Arafat.
Voltei a Israel no início de agosto de 2000. A reunião de Camp David acabara de fracassar e o governo de Israel estava à beira do colapso. O pri¬meiro-ministro Barak lutava desesperadamente para se manter no cargo, enquanto os membros de seu gabinete se demitiam um após outro e o povo israelense perdia a esperança de ver o fim de suas lutas com os palestinos.
Barak, agora isolado e cauteloso, não quis ouvir o alerta direto do código da Bíblia.
Eu já havia tentado ver Barak um ano antes de ele ser eleito. Em 17 de maio de 1998, quando ele ainda nem sabia que iria se candidatar ao cargo de primeiro-ministro, enviei-lhe uma carta dizendo:
"Novas informações descobertas no código da Bíblia afirmam que você poderá ser o primeiro-ministro em um momento de grande perigo para todo o seu país. Acho que você será o próximo líder de Israel e espero que possamos nos encontrar."
O código até predizia o ano, "5759" (ou 1999, no calendário gregoriano). Aquilo não parecia possível e, por isso, não o mencionei em minha carta ¬a próxima eleição estava marcada para o ano de 2000.
Exatamente um ano mais tarde, em 17 de maio de 1999, Ehud Barak venceu as eleições antecipadas de surpresa e tomou-se o primeiro-minis¬tro de Israel.
Mas eu não senti o gosto da desforra. Apenas um terrível pressenti¬mento. A codificação da Bíblia que me levara a profetizar a eleição de Barak com um ano de antecedência também falava de perigo. Um perigo funesto e específico.
"Primeiro-ministro E. Barak" aparecia em uma matriz do código que era seguida de "crise e morte". O alerta era explícito. A crise irromperia naquele local sagrado de Jerusalém que era reivindicado por muçulmanos e judeus: o "Monte do Templo".
Cruzando "primeiro-ministro E. Barak", o texto oculto afirmava: "Eles atacarão o Monte do Templo."
Assim, quando Barak foi eleito, conforme predito e quando predito, enviei imediatamente aos seus assessores mais próximos mensagens urgentes pedindo-lhes que avisassem Barak do perigo.
Enviei um fax ao cientista-chefe do Ministério da Defesa, general Isaac Ben-Israel: "O que me preocupa é que, se o código estava certo ao predizer a vitória de Barak, então pode também estar certo em predizer que Barak seria o líder de Israel em um momento de grande perigo."
Mas Barak, agora tão envolvido na preparação da guerra que não que¬ria ver nem mesmo os homens de seu próprio círculo interior, disse que estava ocupado demais para um encontro comigo.
Enviei outra carta ao primeiro-ministro. Dizia: '''Eles atacarão o Mon¬te do Templo' está codificado junto com 'primeiro-ministro E. Barak' tão claramente quanto o assassinato estava codificado junto com 'Yitzhak Rabin'."
Barak sabia que o código da Bíblia continuava provando ser verdadei¬ro. No dia em que Rabin foi morto, seu amigo mais íntimo (o homem que entregou a Rabin minha mensagem de aviso) chamou Barak e disse: "O repórter americano sabia disso um ano atrás. Ele avisou o primeiro-minis¬tro. Estava na Bíblia."
Barak havia realmente investigado o código da Bíblia. O general Ben¬Israel contou-me que depois do assassinato de Rabin, o novo primeiro-¬ministro Shimon Peres pedira a Barak, então membro do Gabinete, para investigar o código.
- Ele também investigou você - disse-me Ben-Israel. - Investigou se você não estaria envolvido no assassinato.
Fiquei chocado, mas fazia sentido. Para Barak, era mais fácil acreditar que eu sabia com um ano de antecedência que Rabin seria morto porque estava envolvido, do que aceitar que um código de três mil anos de idade, dentro da Bíblia, revelara o futuro.
- Você foi considerado inocente - disse Ben-Israel.
Então, Barak sabia tudo sobre o código da Bíblia. Sabia que o código tinha predito o assassinato de Rabin e sua própria eleição, ambos com um ano de antecedência. E ele, no entanto, se recusava a me ver.
- Não leve para o lado pessoal - disse o general Ben-Israel. - Ele não fala com ninguém hoje em dia, nem mesmo com seus assessores mais chegados, nem mesmo comigo. Ele está agora totalmente isolado.
Mas eu não poderia ignorar o perigo. Não só "Monte do Templo" cru¬zava "primeiro-ministro Barak", como também "Monte do Templo sabota¬do" estava codificado junto com "Ehud Barak" e "5760" (o ano 2000).
O perigo parecia estar também codificado com uma data - o "dia 9 de Av". Foi nesse dia, reza a lenda, que o primeiro Templo foi destruído pelos babilônios em 586 a.c. e foi também nesse dia que os romanos, no ano 70, destruíram o segundo Templo.
Por isso, na manhã do dia 9 de Av de 5760 (10 de agosto de 2000, no calendário gregoriano) procurei o secretário de gabinete de Barak, Isaac Herzog, filho de um ex-presidente de Israel e a quem eu já tinha entregado uma carta que ele passou às mãos do primeiro-ministro.
- O próprio Barak já decretou o estado de alerta - disse-me Herzog. - O primeiro-ministro está pessoalmente consciente do perigo. Não há nada que possamos fazer.
Herzog também me disse que tinha convocado o chefe de polícia de Jerusalém ao seu gabinete na véspera, para alertá-lo sobre o ataque previs¬to, e que também alertara todos os outros oficiais de segurança sobre o possível perigo no dia 9 de Av.
Todos em Israel sabiam que um ataque ao Monte do Templo poderia deflagar uma jihad, a guerra santa. Extremistas religiosos de todos os tipos haviam tentado atingir a colina no passado, esperando desencadear o apocalipse. O ano 2000 era visto como o ano do perigo supremo. Na ver¬dade, um artigo do jornal New York Times perguntava: "No ano vindouro, o ano do milênio, durante o qual alguns cristãos esperam o retomo de Cris¬to - será que alguém tentará destruir o Domo da Rocha ou a vizinha mesquita Al-Aksa, para encerrar o processo de paz ou para provocar o Fim dos Dias ou ambas as coisas?"
O líder do grupo terrorista palestino Hamas, xeque Ahmed Yassin, disse: "Seria o fim de Israel."
Então mostrei a Herzog, braço-direito de Barak, que tanto "Barak" como 'Arafat" apareciam no código da Bíblia junto com o "Fim dos Dias".
- O que o Dr. Rips acha disto? - perguntou Herzog.
- Ele acha que é absolutamente fora de questão que seja casual o fato de 'Arafat" e "Barak" estarem codificados exatamente no mesmo trecho onde as duas expressões do "Fim dos Dias" aparecem juntas - respondi.
Mas nada aconteceu no dia 9 de Av. Não houve ataque ao Monte do Templo. Nenhum fanático religioso, nenhum terrorista, ninguém atacou naquele dia. Eu receava ter gritado "lobo, lobo" e de agora em diante ninguém me daria ouvidos.
Ainda assim, pedi novamente a Herzog para me conseguir um encontro com o primeiro-ministro.
- Barak não está recebendo ninguém - disse ele. - É impossível.
E então voltei minha atenção para Yasser Arafat.

Em 13 de agosto de 2000, encontrei-me com Abu Ala, líder do Parlamento palestino, talvez o homem mais poderoso depois do próprio Arafat. Baixo, calvo, corpulento e fumando charutos, ele mais parecia uma versão árabe do chefão nova-iorquino do século XIX. Mas seu escritório na cidade de Ramallah, na Cisjordânia, era dominado por uma foto imensa da mesquita com cúpula dourada do Monte do Templo em Jerusalém.
Entreguei a Abu Ala uma carta endereçada a Arafat. Disse-lhe que ha¬via um alerta codificado na Bíblia, uma profecia que Arafat deveria ver. Ele leu a carta cuidadosamente e, quando terminou, estava claramente abalado.
Eu esperava que ele se mostrasse cético, até mesmo hostil. Afinal de contas, tratava-se de um código em hebraico no Livro do inimigo. Mas Abu Ala levou tudo tão a sério, que se perguntou em voz alta se deveria enviar a carta a Arafat naquele mesmo dia, embora Arafat estivesse em visita oficial à China.
- Também temos coisas assim no Alcorão - disse ele. - Arafat é uni bom fiel e por isso acho que ele vai levar a sério este assunto. Mais do que Rabin.
Mas os meses se passaram e Abu Ala nunca entregou minha carta. Eu não conseguia chegar até Arafat. Não conseguia chegar até Barak. Por isso, tentei mais uma vez chegar até Clinton.
No final de setembro, com as conversações de paz desesperadamente estagnadas, enviei uma nota a Podesta, chefe de gabinete do presidente:
"É possível que esse impasse entre Barak e Arafat, que não se submete a uma solução política racional, possa se submeter a uma solução que enfrente o problema em seus próprios termos.
"A religião é o problema. O código da Bíblia pode ser a solução."
Quando afinal tive notícias da Casa Branca, quando afinal Podesta concordou em me receber, eu já estava de volta a Israel e já era tarde demais.
Naquele dia, começou a nova Intifada.
A guerra aberta entre israelenses e palestinos irrompeu no Monte do Templo, exatamente como o código da Bíblia tinha predito. Na véspera da minha chegada, em 28 de setembro, o líder da extrema-direita israelense, o general que jurara esmagar Arafat, Ariel Sharon, ocupou o Monte do Templo com mil homens fortemente armados, selecionados entre solda¬dos e a polícia de choque. No dia seguinte, 29 de setembro, depois da prece de sexta-feira na mesquita, começou a nova revolta palestina e qua¬tro rapazes árabes que jogavam pedras foram mortos por soldados israe¬lenses no Monte do Templo.
O ataque ao Monte do Templo finalmente viera, não de extremistas religiosos ou terroristas, mas de uma das figuras mais centrais da política israelense. E desencadeou uma espiral infinita de violência.
"Sharon" também estava codificado junto com "Monte do Templo".
Cada parte das predições do código da Bíblia que eu enviara ao primeiro-ministro Barak havia mais de dois anos agora se toma¬va realidade.
"Eles atacarão o Monte do Templo" - as palavras que cru¬zavam "primeiro-ministro E. Barak" - e o alerta sobre" crise e morte" eram agora uma terrí¬vel realidade.
Mas Barak, mesmo assim, não queria me ver. Procurei uma das poucas pessoas em quem o combativo primeiro-ministro ainda confiava: seu cunhado Doron Cohen, um advogado de Tel-Aviv. Entreguei-lhe uma nova carta endereçada a Barak. Mas antes que ele a pudesse ler, chegou um telefonema do gabinete do primei¬ro-ministro.
- Não haverá encontro agora - disse Cohen quando desligou o tele¬fone. - Dois soldados israelenses acabam de ser linchados em Ramallah.
As imagens na televisão israelense eram horripilantes. Uma multidão raivosa cercara uma estação policial palestina naquela cidade da Cisjordânia e se apossara de dois jovens soldados israelenses que tinham se perdido em território palestino. A turba espancou-os até a morte, mutilou os corpos e os atirou pela janela. Um dos assassinos ergueu as mãos cobertas de sangue e foi aplaudido pela multidão na rua.
Em retaliação, helicópteros militares israelenses arrasaram os quar¬téis-generais da Autoridade Palestina em Ramallah e Gaza. Foi a pior ex¬plosão de violência desde que Arafat e Rabin trocaram aquele aperto de mãos no gramado da Casa Branca em 1993. Era a guerra.
Apenas dois dias antes, eu estivera em Gaza (em um dos enclaves pales¬tinos agora bombardeados por Israel) para ver o ministro das Relações Exte¬riores de Arafat, Nabil Sha'ath. O motorista me deixou no lado israelense da fronteira e caminhei uma distância equivalente a dois campos de futebol, debaixo de sol, atravessando aquela terra de ninguém até Gaza, no décimo segundo dia dos tumultos que já tinham custado quase cem vidas. .
Kofi Annan, secretário-geral da ONU, chegara um dia antes de mim e Sergei Ivanov, ministro de Relações Exteriores da Rússia, estava a cami¬nho. Por isso, meu encontro com Sha'ath foi adiado.
- O que é esse livro com todas essas coisas em hebraico? - pergun¬tou o dr. Sha'ath quando finalmente nos encontramos, segurando um exem¬plar do meu primeiro livro sobre o código da Bíblia.
Mostrei-lhe a listagem do código na capa, onde as palavras "assassino que assassinará" cruzavam "Yitzhak Rabin", e lhe disse que tinha vindo para alertar Arafat, por intermédio dele, sobre um perigo ainda maior.
- O presidente Arafat acredita em profecias - disse Sha'ath, deixan¬do de lado a hostilidade. - Isto vai afetá-lo. Em 1997, algumas pessoas que têm meios de ver o futuro o alertaram de que sua vida estava em perigo, e Arafat ficou visivelmente chocado durante meses. Seus lábios tremiam. Todos pensavam que ele estava doente. Mas não era uma doença, era a profecia.
- Vou entregar este livro para ele - continuou Sha'ath - mas tenho de esperar o momento certo. Talvez quando todos os problemas de hoje acabarem.
- Aí talvez seja tarde demais - respondi. - Eu não acredito que os problemas de hoje acabem logo. Se o código está certo, a escolha agora não é entre a paz e tumultos nas ruas, mas entre a paz e a aniquilação.
Sha'ath disse-me que acreditava que haveria paz. Dois dias mais tarde, o enclave onde nos encontramos foi destruído por um míssil lançado por um helicóptero israelense.
Dois meses depois do fracasso de Camp David, com a paz que antes pare¬cia certa despedaçada pela guerra declarada, somente duas semanas de¬pois que o chefe de gabinete da presidência concordara em me receber, mas em um mundo que já tinha mudado, eu estaVa no portão da Casa Branca esperando para alertar Clinton de que já vivíamos o Fim dos Dias.
Finalmente, às 2:30 da tarde de 16 de outubro de 2000, o Serviço Secreto me liberou e fui levado à sala do chefe de gabinete da presidência.
John Podesta, um homem tranqüilo e reservado, magro como uma saracura, disse-me que tinha dado a Clinton, pessoalmente, meu livro e minha carta. Disse também que resumiria novamente para Clinton o tema do código da Bíblia, tão logo o presidente voltasse de mais uma reunião de cúpula com Barak e Arafat, no Egito, onde tentava desesperadamente ne¬gociar um cessar-fogo.
- Já falei do assunto com o presidente - disse seu chefe de gabinete - e falarei mais uma vez.
- Alguma notícia do Egito? - perguntei.
Podesta sacudiu a cabeça e murmurou:
- Nada. Nada de concreto.
Decidi contar-lhe toda a verdade, porque o perigo parecia muito mais real agora do que alguns meses antes, quando a reunião de Camp David foi anunciada com tanta esperança.
Objetivamente, contei a Podesta que o código da Bíblia parecia afirmar que estávamos enfrentando a época do perigo supremo há tanto tempo profetizado pelas três grandes religiões ocidentais: o Fim dos Dias.
Mostrei-lhe a listagem do código no meu livro, onde as duas referên¬cias bíblicas ao "Fim dos Dias" apareciam juntas. E então circulei os no¬mes 'Arafat" e "Barak", que apareciam exatamente naquele mesmo trecho.
Podesta estudou a listagem atentamente. Observou os nomes dos dois líderes, aparecendo sem qualquer salto de letras em um texto de três mil anos de idade, cada um deles junto com um alerta sobre o Fim dos Tempos.
- O que isso quer dizer? - perguntou.
- Não sei exatamente o que "Fim dos Dias" quer dizer, mas certamente significa uma época de enorme perigo - respondi. - O Livro de Daniel diz: "E haverá um tempo de tribulação como não houve até agora, desde que existe povo."
- Se você está falando de Israel, é uma afirmação extraordinária ¬disse Podesta. Mas ele conhecia bastante bem o significado bíblico do "Fim dos Dias". - O que eu quero saber é o que isso significa no mundo de hoje.
Mostrei-lhe algo extraordinário. No trecho onde 'Arafat" aparecia abaixo de "no Fim dos Dias", o nome do líder palestino aparecia como parte de uma frase: 'Arafat está sendo teimoso."
- Estou entendendo - disse Podesta.

E então lhe mostrei que, onde "Barak" cruzava a outra citação do "Fim dos Dias", sobreposto ao seu nome o texto oculto afirmava: "Em uma batalha de teu país."
- E onde está a boa notícia? - perguntou Podesta.
Mostrei-lhe que "paz" estava codificado logo acima de "Fim dos Dias".
Mas também lhe mostrei que "paz" se entrelaçava com "terror".
- Isso é a boa notícia? - perguntou Podesta.
- Acho que é a realidade - respondi. - Acho que o melhor que pode¬mos esperar é uma batalha entre a paz e o terrorismo. Mesmo que se faça a paz, mesmo que Clinton realize o milagre, o perigo provavelmente não desaparecerá. Na verdade, provavelmente vai atingir o auge. Há urna afir¬mação sobreposta de perigo, que claramente se destina a este momento, porque é matematicamente impossível que 'Arafat", "Barak" e "Fim dos Dias" estejam codificados juntos por acaso. De acordo com o código da Bíblia, este é o "Fim dos Dias".
- Agora? - perguntou Podesta.
- Se o código é correto, o que está acontecendo hoje é somente o começo. O perigo supremo é um "holocausto atômico"; uma possível "guer¬ra mundial" deflagrada no Oriente Médio.
- Quando? Onde?
- O código parece afirmar que a Terceira Guerra Mundial começará com um ato de terrorismo - respondi. - Jerusalém é a única cidade men¬cionada.
Finalmente, disse ao chefe de gabinete que o perigo estava claramente codificado junto com um único ano - que tanto "guerra mundial" corno "holocausto atômico" apareciam junto com um mesmo ano: 2006.
- Dentro de cinco anos? - perguntou Podesta.
- Não sei nada do amanhã. Mas estou certo de que o código é real e por isso acho que provavelmente os alertas do código também são reais.
Podesta parecia estar levando tudo muito a sério. Falou pouco, mas ouviu com atenção, e proibiu telefonemas enquanto ficamos reunidos du¬rante quase uma hora na Casa Branca.
Eu lhe contei que acabava de voltar do Oriente Médio e que as coisas que vi por lá me preocuparam. Disse-lhe que já tinha me encontrado com a maioria das pessoas em tomo de Barak e de Arafat, e que só via uma possibilidade real de salvação.
- Tive um encontro com Abu Ala em Ramallah e acabo de ver Nabil Sha'ath em Gaza. Os dois me disseram a mesma coisa: Arafat vai levar este assunto a sério. Arafat acredita em profecias. Acho que essa pode ser a abertura.
Podesta pareceu concentrar-se mais nesse ponto do que no resto, tal¬vez porque, aos olhos da Casa Branca, Arafat era o problema. Clinton dedicara muito mais atenção a ele do que a qualquer outro líder mundial, e ficou chocado quando Arafat se recusou a fazer a paz em Camp David.
Eu disse a Podesta que acreditava que o presidente talvez estivesse cometendo um erro ao tentar lidar com Arafat como se este fosse Barak, Rabin ou Peres.
- Acho que Arafat é um místico - comentei. - Ele acredita em seu próprio destino. Acredita que está servindo a um poder superior. É por isso que eu acho que talvez os alertas do código da Bíblia possam impressioná-Io. '
- Avise-me se você se encontrar com Arafat - pediu Podesta.
No final da reunião, perguntei a Podesta se ele era religioso. "Sim", respondeu-me. E então perguntei se ele poderia acreditar que o código da Bíblia era real. "Sim, eu poderia", foi sua resposta.
- Então provavelmente tudo é bem mais fácil para você do que para mim - comentei. Podesta riu:
- Clinton também é religioso. Não sei se ele acredita em profecias, mas certamente ele é religioso e conhece bem a Bíblia.
- Para um político sulista, isso é uma obrigação - observei. Podesta riu de novo e repetiu:
- Ele é religioso.
- Você pode conseguir que eu veja o presidente? - perguntei. Podesta disse que sim.
- Eu lhe aviso quando - disse ele, enquanto eu me levantava para ir embora. - Eu sei que parece ridículo, diante de tudo o que você me disse, mas é preciso consultar a agenda do presidente. Este não é um momento fácil para ele. Clinton permanecerá no cargo uns poucos meses e tem mui¬to o que fazer.
Enquanto eu seguia a alameda da Casa Branca na direção dos portões, percebi com toda força o impacto da enormidade do momento, de quem eu acabara de encontrar, do que eu acabara de dizer e do que estava acon¬tecendo no mundo naquele exato momento.
Talvez fosse o ambiente - a Casa Branca, sede inquestionável do poder no mundo de hoje - ou o fato de eu estar voltando de duas semanas de violência em Israel que despedaçaram a paz que Arafat e Rabin negociaram ao trocar um aperto de mãos naquele mesmo gramado sete anos antes. Mas havia, naquele momento, algo que parecia diferente de tudo que fiz antes. Algo que me preocupava, se tudo aquilo fosse real.
Podesta, que tinha mais acesso ao presidente do que qualquer outro homem, parecia já ter aceitado a realidade do código da Bíblia antes mes¬mo da minha chegada. E sugerira que o mesmo acontecia com Clinton.
As palavras que mal ousei pronunciar diante dele, com medo de que me julgasse louco - "Fim dos Dias" - não pareceram surpreendê-lo nem um pouco. Tive a impressão de que ele as aceitara bem.
Foi então que percebi que eu fazia pane de uma minoria à pane. Quase todo mundo é religioso ou, pelo menos, acredita em Deus. Pessoas como Clinton e seu chefe de gabinete cresceram lendo sobre o "Fim dos Dias" na Bíblia, ouvindo falar do "Fim do Mundo" na igreja e simplesmente acei¬tando que era algo real.
Isso tudo era estranho para mim. Ali estava eu, na Casa Branca, dizen¬do ao principal assessor do presidente que estes poderiam ser os dias, profetizados havia tanto tempo, do perigo supremo. E o assessor parecia me levar a sério. Dizia que já tinha falado do assunto com o presidente e falaria novamente.
Assim, enquanto eu saía da Casa Branca, tudo o que acabara de dizer a Podesta subitamente pareceu mais real para mim - algum momento ter¬rível, talvez terminal, previsto havia três mil anos, estava agora quase so¬bre nós.




CAPÍTULO 4

ELA EXISTE

No mesmo dia em que começou a reunião de cúpula de Camp David, en¬contrei a prova final que estava buscando e exatamente no trecho apro¬priado para a "chave do código".
"Ela existe em Lisan" aparecia em paralelo a "código da Bíblia".
Isso, porém, era mais do que a prova de que eu estava procurando no lugar certo. Em hebraico, o nome da península "Lisan" também significa "linguagem", "língua" ou "idioma". E a matriz completa do código que aparecia em paralelo a "código da Bíblia" afirmava, portanto, que "ela exis¬te na língua do homem".
"Ela existe na língua do homem" - finalmente, a prova de que o código" da Bíblia destinava-se a nós, fora criado para ser resolvido pelo ser humano.
Fui ver Eli Rips. Tudo o que eu havia encontrado era resultado de uma nova descoberta feita por seu programador de computadores, Dr. Alex Rotenberg.
"Código da Bíblia" estava codificado com um salto de letras muito pe¬queno, bem menor do que as probabilidades sugeririam. Para Rips, essa era uma nova e importante prova matemática.
- É uma prova boa e simples - disse Rips - porque a mesma expres¬são longa, "código da Bíblia", aparece duas vezes com saltos de letras cur¬tos. Não é provável que alguém encontre uma coisa assim em qualquer outro texto sem ser a Bíblia.
O significado era muito especial, é claro, porque "código da Bíblia" era a mais fundamental de todas as codificações possíveis.
Mas o Dr. Rips também estava entusiasmado com a minha nova descoberta.
- É linda, sem dúvida - disse ele. - Quer dizer que o código da Bíblia está escrito na nossa língua e, portanto, é acessível para nós. Quer dizer que o código não exige conhecimentos ou aptidões super-humanas.

As probabilidades do aparecimento casual de "código da Bíblia" no mesmo trecho e com a mesma seqüência curta de salto de letras de "ela existe em Lisan/ela existe na língua do homem" eram tão ínfimas que nem podiam ser calculadas.
Era surpreendente que essa nova confirmação de "código da Bíblia" e minha busca por "chave do código" acontecessem naquele momento críti¬co para Israel, quando o destino do país, e com ele o destino do mundo, seriam decididos no encontro de Barak e Arafat com Clinton em Camp David.
Enquanto eu tentava transferir meu foco, da aventura arqueológica para os perigos codificados na Bíblia - e enquanto eu tentava alertar o presi¬dente Clinton sobre o "Fim dos Dias" -, o próprio código da Bíblia me arrastava de volta para a busca da "chave do código".
Talvez fosse agora mais importante do que nunca encontrar a prova final do código, para que seus alertas pudessem ser plenamente compre¬endidos. E para que o mundo lhes desse ouvidos.
Talvez fosse esse o momento de desenterrar a antiga chave que "existe em Lisan", que "existe na língua do homem".
A nova descoberta feita por Rips e Rotenberg e minha súbita percepção de que "ela existe em Lisan/ela existe na língua do homem" estava codificado em paralelo a "código da Bíblia" foram os mais claros indícios de que está¬vamos no rumo certo.
Lembrei Rips de que tínhamos antes encontrado uma afirmação seme¬lhante no texto oculto, cruzando "chave do código", no mesmo trecho em que também apareciam "obeliscos" - "em nossas mãos para resolver".
Era quase como se o Codificador tivesse abertamente encorajado a busca.
E havia muito mais na nova listagem decodificada. No texto aberto da Bíblia, "duas tábuas de pedra" cruzavam "ela existe em Lisan/ela existe na língua do homem".
"Palácio/templo para a escrita/o escritor" também cruzava "ela existe em Lisan". Isso sugeria que poderíamos encontrar mais do que um obelisco; que os obeliscos seriam parte de um palácio ou templo, construído para abrigar o código ou talvez o Codificador.
Ocorreu-me de repente que o Codificador estava se revelando. O próprio fato de que o código fazia questão de afirmar que "ela existe na língua do homem" não só nos dizia que poderíamos ler o código, mas também parecia sugerir que o código provinha de algo diferente do ser humano, de alguma inteligência alienígena que queria se comunicar conosco.

E ainda na mesma listagem, a tradução hebraica alternativa de "obelisco" - "agulha" - estava codificada em cruzamento com "ele gravou, vocês abrirão" .
Essa matriz extraordinária parecia confirmar todos os elementos bási¬cos da minha busca pela "chave do código". E sugeria que a busca levaria ainda mais longe.
Há uma terceira maneira de ler as mesmas letras hebraicas que afir¬mam a localização ("ela existe em Lisan") e que podemos resolver o códi¬go ("ela existe na língua do homem").
Em hebraico, as mesmas palavras podem ser traduzidas como "um homem existe em Lisan." Isso parecia sugerir que encontraríamos, enter¬rada naquela península que avança para dentro do mar Morto, não só a origem do código da Bíblia como também a origem da humanidade, ou pelo menos do homem moderno.
Desde o início de minha busca, ocorreu-me que era mais do que acidental que o próprio nome do lugar também significasse "língua", e isso, claro, era bem apropriado para um código dentro da Bíblia. Porém, mais ainda, o fato de que a "língua" é tão fundamental para a humanidade. Ela é a capacidade especial que nos separa de todas as outras criaturas que vivem na Terra.
E o segundo local, o nome da baía ao norte da península, a localização que nos dá o X do mapa do tesouro, "Mazra", também tem um significado importante em hebraico: "semeado". Juntas, as palavras" semeado" e "língua" parecem revelar outro nível, mais elevado, de significação.
Assim, a terceira tradução da matriz decodificada que corre em parale¬lo a "código da Bíblia" ("um homem existe em Lisan") talvez aponte para o momento em que o homem moderno foi "semeado". O momento em que ele alcançou aquele dom especial que o apartou das demais criaturas: a "língua".
E há ainda uma quarta maneira de ler a mesma corrente de letras: "Um homem retomará a Lisan." Era difícil de acreditar, mas parecia predizer a nossa expedição.
De volta a Nova York, encontrei uma nova listagem decodificada que mais uma vez confirmava Lisan como a localização, de um modo que pare¬cia além de qualquer dúvida, e novamente ligando Lisan à origem da lin¬guagem, à localização da chave do código.
"Bíblia de Lisan" ou "Torah de Lisan", que em hebraico também signi¬fica "as leis da linguagem" ou "lingüística", estava codificada na Bíblia e era cruzada por "codificado". .
Extraordinariamente, o único versículo da Bíblia que dá o nome do local exato na península, "Lisan, língua de mar" cruza "Torah de Lisan".
E naquele mesmo versículo, Números 26:15, "antiga chave" está codi¬ficada cruzando "Lisan, língua de mar". Em hebraico, as mesmas letras também produzem "mapa do sensor".
"Codificado", que cruza "Torah de Lisan", aparece duas vezes naquele versículo e em hebraico também significa "oculto" e "norte". Novamente, uma descrição exata da localização: o cabo na ponta norte da península que avança pelo mar Morto.
Os duplos significados de todas as frases-chave eram perfeitos demais
para terem aparecido juntos por mero acaso.
As próprias "leis da linguagem" estavam codificadas na Bíblia hebraica original, aparentemente na "Torah de Lisan", o que mais uma vez revelaria as origens da língua e seria a "chave" para o código da Bíblia.
"Língua original" também estava codificado e essa expressão, em hebraico, significa "Lisan é a origem". "Código" aparecia no mesmo trecho.

A prova que estávamos buscando, no lugar exato para a chave do códi¬go da Bíblia, agora parecia absoluta. Porém, mais do que isso, agora tam¬bém parecia claro que ela nos levaria à origem do dom que destacou a raça humana: a linguagem.
De algum modo, tudo girava em torno da linguagem. Não poderia ser por acaso que o nome da península, "Lisan", em hebraico também significasse "linguagem" .
Na minha viagem seguinte a Israel, mostrei ao Dr. Rips que "código da Bíblia" era cruzado, no texto oculto, por "dicionário" e que "Lisan" estava codificado no mesmo trecho.
- Veja o que as palavras originais da Torah afirmam bem aqui - disse Rips, apontando para o próprio versículo da Bíblia, Gênesis 10:5, no qual tanto "Lisan" como "dicionário" estavam codificados cruzando "código da Bíblia" .
"Destes [os antigos povos] se separaram as ilhas das nações, dividin¬do-se em países, cada um com sua língua", dizia o versículo, falando das origem dos primeiros países do mundo.
Ao inverso, as mesmas letras hebraicas afirmavam: "Buscarás o dicionário, algo roubado, o dom da verdade."
E então Rips viu algo extraordinário. Outro versículo da Bíblia que trata diretamente da linguagem também cruzava "código da Bíblia", onde esta expressão aparecia junto com "Lisan", logo abaixo de "dicionário".
Era a famosa história da Torre de BabeI, narrada no Gênesis 11:7 ¬"Vamos descer ali e confundir-lhes a língua, de modo que já não se enten¬dam uns aos outros."
Os dois versículos da Bíblia que falam mais diretamente da linguagem cruzavam" código da Bíblia" no local em que esta expressão era cruzada por "dicionário" e codificada junto com "Lisan", que também significa "lin¬guagem". E, na mesma listagem, "chave" aparecia cruzada por "programa de computador".
Examinei novamente as codificações de "chave do código". E agora vi que "dicionário" também cruzava "chave do código". Mais uma vez, a afirmação ampla do texto oculto era extraordinária: "O dicionário, e ele foi aberto."
"Dicionário dos obeliscos" também estava codificado. "Tábua vitali¬zou o obelisco" aparecia no mesmo trecho. Isso sugeria que aquilo que eu buscava era mais do que um pilar entalhado, mais do que um dicionário gravado na pedra. Seria algo que poderia ser ativado, talvez alguma forma de inteligência artificial, algum tipo de computador.
Finalmente, descobri que tanto "codificador" e "decodificador" eram ambos cruzados por "dicionário" no código da Bíblia.
Todas as quatro expressões mais fundamentais - "código da Bíblia", "chave do código", "codificador" e "decodificador" - eram cruzadas por "dicionário". Não poderia ser por obra do acaso.
Parecia claro que algum tipo de léxico que define o código, algum "dicionário", existe em Lisan, a península cujo nome quer dizer "linguagem".
Seria ele em hebraico? Ou em algum outro idioma? O próprio código dizia somente que" existe na linguagem do homem". Tratar-se-ia talvez da língua original da humanidade, há tanto buscada?
Talvez o "dicionário" fosse como a Pedra da Roseta, a tábua encontrada na boca do Nilo há 200 anos, que permitiu aos arqueólogos decifrar os antigos hieróglifos egípcios, a escrita ideográfica que aparecia nas pirâmi¬des e nos obeliscos da época dos faraós. Aquela Pedra tinha inscrições paralelas em hieróglifos e em grego, revelando as imagens misteriosas como uma linguagem.
Poderia esse "dicionário", em Lisan, revelar uma protolinguagem de toda a humanidade, "a língua do homem"?
Perguntei a Rips se isso também sugeria que a "chave do código" esta¬va em algum idioma que não fosse o hebraico, talvez na língua original compartilhada pela humanidade.
- A língua original do homem é o hebraico - disse Rips, com certeza absoluta. E explicou pacientemente:
- O diálogo de Adão com Deus é em hebraico.
Sugeri, gentilmente, que o relato do diálogo entre Adão e Deus era em hebraico porque essa é a língua da Torah, não necessariamente por ser a língua que eles falavam.
Mais uma vez, Rips foi definitivo:
- Não. O diálogo decididamente ocorreu em hebraico. Mas a questão é mais profunda - continuou. - As próprias letras, as raízes das palavras, não são apenas símbolos. Elas têm significados independentes e cada uma está ligada àquilo que ela nomeia.
Rips estava evocando a sabedoria do Talmude e do Midrash, antigos comentários da Bíblia. Todos os judeus religiosos acreditavam que Deus criou a Torah antes de criar o mundo, e que o hebraico era não só a língua original como também que cada palavra hebraica incorpora a essência da coisa que ela nomeia, e que cada letra do alfabeto hebraico era um bloco de construção da Criação.
- A linguagem é parte do desenho do mundo - disse Rips. - A linguagem preexiste ao mundo, porque a Torah preexiste ao mundo. Já que o código e a Torah foram criados simultaneamente, o código também preexiste ao mundo.
Rips citou a autoridade máxima, o sábio que escreveu o mais famoso comentário da Torah, o Rashi, e mostrou-me que, onde o Gênesis afirma que "toda a terra usava uma só língua", o Rashi afirma: "Uma língua, a Língua Sagrada (o hebraico)."
Admirei a certeza de Rips. Mas eu não ficaria surpreso se descobrisse que a "chave do código" estava em alguma língua totalmente desconheci¬da do mundo moderno.
Ninguém sabe quando ou como a linguagem começou.
Assim, a afirmação do código da Bíblia de que "ela existe na língua do homem" era um enigma para mim, até que uma nova e surpreendente descoberta científica foi anunciada.
"Uma equipe de geneticistas e lingüistas afirma ter encontrado um gene que está subjacente à fala e à linguagem", noticiou o New York Times, enquanto eu estava em meio à minha busca.
A nova descoberta, se realmente comprovada, levantava uma questão extraordinária: Quando surgiu esse dom exclusivamente humano? A lin¬guagem evoluiu? Ou apareceu subitamente? Como?
"O gene da linguagem" está codificado na Bíblia, cruzado por um texto oculto que parece afirmar a resposta: "O gene de Deus."
"Deus" nos deu o dom da linguagem, segundo o código. Parece ter sido um upgrade genético. E a Bíblia liga claramente "linguagem" a "códi¬go", como se as duas palavras estivessem entrelaçadas desde sempre, uma inerente à outra."Gene para a linguagem" está codificado junto com as primeiras pala¬vras que encontrei com "chave do código": "boca dos obeliscos" e "senhor do código".
"O gene da linguagem" estava codificado uma terceira vez, junto com "obeliscos", "antiga chave" e "Lisan, língua de mar".
Não poderia haver dúvida quanto à localização. Em Josué, o único livro da Bíblia que descreve o sítio exato de nossa pesquisa arqueológica, "o gene da linguagem" realmente cruza o versículo que estabelece as frontei¬ras (Josué 15:5) - "...do lado norte, a fronteira vai desde a língua de mar que há na foz do Jordão".
É uma descrição perfeita do cabo situado na extremidade norte da pe¬nínsula, onde o mar Morto se torna a baía de Mazra. E na mesma listagem o código afirmava que "o gene da linguagem" ainda poderia ser ali encon¬trado: "Em perfeitas condições até este dia."
Mas é possível que a codificação mais interessante de "o gene da linguagem" seja aquela que aparece em outro livro da Bíblia, Ezequiel.
"Gênio" cruza "o gene da linguagem" e, logo abaixo, também é cruzado por "nos humanos".

E então, no texto aberto de Ezequiel, na mesma listagem decodificada, as palavras ocultas da Bíblia afirmam: "Desenhar um gene, Deus para o homem."
O código da Bíblia parece afirmar com toda clareza que o homem foi intencionalmente dotado com a capacidade exclusiva da linguagem. Isso parece confirmar o que o lingüista Noam Chomsky sugeriu há mais de quarenta anos: a linguagem é inata ao ser humano, temos um circuito neural específico embutido no nosso cérebro. Esse é o dom que toma hu¬manos os seres humanos.
E no código, essa capacidade humana única de falar está ligada várias vezes ao próprio código da Bíblia, como que dizendo que a linguagem e o código são uma única coisa.
Não é só porque "senhor do código" cruza "gene para a linguagem" ou porque várias vezes a expressão está ligada ao local exato da nossa busca. A questão vai muito mais fundo, novamente até a própria essência da lín¬gua hebraica e às mais antigas histórias da nossa criação.
Em hebraico, "o gene da linguagem" também produz "jardim de Lisan". E onde "jardim de Lisan" está codificado, as palavras originais da Bíblia afirmam que "antes de Deus destruir Sodoma e Gomorra, [o vale do Jordão] era como um jardim do Senhor".
Há no código uma sugestão consistente de que essa península, hoje totalmente árida, foi antes um verdadeiro Éden. E ela talvez esteja, de algum modo, ligada à origem do homem moderno.
A fala humana foi um ato intencional de engenharia genética. Isso é . afirmado claramente no código. "Eu colocarei o gene da linguagem" está codificado na Bíblia, cruzado por "eu tomarei inteligente".
Assim, a admirável codificação (em que "código da Bíblia" aparece junto com "ela existe em Lisan", que prossegue afirmando que "ela existe na
inguagem do homem") era mais do. que uma confirmação do local, mais do que uma confirmação de que o código se destinava a nós, mais do que uma promessa de que o código poderia ser decifrado pelo homem.
Era também uma afirmação de nossa herança genética única, daque¬le momento especial em que o Homem foi elevado acima do restante da Criação.
'As dores do parto da linguagem" está codificado uma vez na Bíblia, captu¬rando o momento em que o homem começou a falar.
"Chave", "obelisco" e "código" aparecem no mesmo trecho, e nova¬mente o texto oculto afirma algo mágico - "sua tábua vitalizou o obelisco".
"Lisan" está codificado cruzando "as dores do parto da linguagem", novamente confirmando a localização e sua conexão com "linguagem".
Era outra extraordinária listagem decodificada que continha todos os elementos-chave da minha busca arqueológica. E aquelas mesmas pala¬vras, em hebraico, tinham pelo menos três níveis de significado.
No nível mais alto, estaria a história da criação da linguagem em si, em alguma época há muito esquecida - "as dores do parto da linguagem".
Talvez aquele local exato, a extremidade setentrional da península, es¬tivesse de algum modo ligado à origem da linguagem.
Mas aquelas mesmas palavras hebraicas também eram uma expressão idiomática que significasse "a dificuldade de aprender um novo idioma". Isso mais uma vez sugeria que a "chave do código" poderia estar em algu¬ma língua que não o hebraico, em alguma língua hoje desconhecida do ser humano.
Finalmente, em um nível bem concreto, as mesmas e exatas palavras hebraicas tinham um terceiro significado: "as linhas de medição de Lisa". Tratava-se de uma descrição perfeita do método utilizado pela minha equi¬pe arqueológica, o primeiro passo dado por qualquer pesquisador: estender cordas para formar uma grade.
O texto oculto que cruzava a frase que tinha tantos significados parecia confirmar todos esses níveis: "Seu código, ele verá sua origem, porque esta é a área das letras gravadas."
Procurei o Dr. Rips. Eliyahu ficou quase tão entusiasmado quanto eu. - Pensando apenas em termos técnicos, é tudo admirável- disse ele.
- Isso é intencional, sem sombra de dúvida. Ainda falando em termos técnicos, é admirável que "código", "obelisco" e "chave" estejam codifica¬dos juntos no mesmo trecho, e que "Lisan" cruze "as dores do parto da linguagem", que também significa "Lisan". Esta é decididamente a manei¬ra do código de confirmar que tudo isso é intencional.
Contei a Rips, mais uma vez, que me sentia como se levado numa caça ao tesouro, recebendo uma pista atrás da outra.
- É óbvio - disse ele.
Respondi que não aceitava sua conclusão; comentei que nunca houve um momento em que eu tivesse acreditado ter encontrado tudo isso por algo mais do que mero acaso, embora eu agora aceitasse que alguma forma de inteligência possuísse a capacidade de se comunicar através do tempo.
- Por que você não consegue aceitar que essa inteligência tenha interesse em se comunicar com você? - ele perguntou.
Disse a Rips, mais uma vez, que embora acreditasse que havia um código na Bíblia, eu não acreditava em Deus. E, mesmo que eu pudesse acreditar em um Deus criador de todas as coisas, incluindo o código, eu certamente não acreditaria que ele tivesse interesse em se comunicar co¬migo.
Repeti que me sentia desconfortável toda vez que me parecia que o código estava falando especificamente comigo, que "Deus" estava falando comigo.
- Você não é a primeira pessoa a sentir esse desconforto - respondeu Rips. - Adão também não se sentia à vontade quando Deus falava com ele.
Houve algo que me fez sentir ainda mais desconforto.
Na Jordânia, o ministro de Turismo e Antigüidades (que já tinha me dado uma permissão por escrito para a expedição arqueológica) repentina¬mente se recusou a deixar que nossa pesquisa prosseguisse. Sem qualquer explicação.
Mas ao mesmo tempo, um jornal local jordaniano publicou uma maté¬ria de primeira página (obviamente vazada pelo Ministério) cheia de diatribes anti-semitas e mentiras absolutas, alegando haver uma conspira¬ção entre Israel e minha fundação sem fins lucrativos, a Ark [Arca].
"Quais são os fatos reais sobre as relações entre o trabalho da Ark Foundation e a área de Al Lisan? Por que se permitiria que uma fundação judaica escavasse artefatos judaicos em território jordaniano?"
Procurei o embaixador americano, William Burns. Ele me disse que deveríamos levar muito a sério aquela matéria falsa, porque ela refletia a situação real na Jordânia.
- Você precisa entender a cultura - disse Burns.
- Esse artigo tem um tom perverso de ódio racial e religioso, que acho que os americanos nunca deveriam tolerar - respondi.
- É uma força poderosa aqui na Jordânia - disse o embaixador. ¬Existe uma lista negra com os nomes de todos aqui que têm contato com judeus, e também um movimento local contra o tratado de paz com Israel. Este não é o momento de fazer novos contatos.
- Nenhum funcionário do governo norte-americano deveria descul¬par esse tipo de fanatismo comentei. - Você pode dizer ao ministro que eu acredito que essa matéria não reflete a atitude dele. Mas, se refletir, eu a enfrentarei diretamente, tanto na Jordânia como em Washington.
Eu sabia que o novo rei da Jordânia, o jovem Abdullah II, tinha falado abertamente contra a tal lista negra e até mandara prender alguns elemen¬tos que se opunham à paz com Israel. Mas Burns me alertou contra qual¬quer tentativa imediata de entrar em contato com o rei.
- Ele está em uma posição muito difícil - disse o embaixador. – A maioria da população da Jordânia é palestina.
Era difícil ficar esperando. Percebi como era urgente a minha busca da "chave do código". O código da Bíblia alertava repetidamente que a chave (o obelisco) revelaria algum horror terrível que ainda estava por vir, o pe¬rigo supremo que enfrentávamos, talvez confirmando aquilo que o código da Bíblia já havia revelado, mas agora de uma maneira que ninguém pode¬ria ignorar.
E então a guerra aberta irrompeu na Terra Santa.

CAPÍTULO 5

ARAFAT

À meia-noite de 12 de abril de 2001, sete meses depois do início da nova Intifada, um carro anônimo veio ao meu hotel, na fronteira entre as zonas leste e oeste de Jerusalém, para pegar uma carta que eu tinha escrito para Yasser Arafat.
"Tenho informações de que sua vida pode estar em perigo", assim começava minha carta ao líder palestino.
"O alerta vem da mesma fonte que predisse que Yitzhak Rabin seria assassinado, um ano antes do atentado.
"A fonte é um código que existe dentro da Bíblia e que parece dizer o futuro - mas também nos alertar de antemão para perigos que podere¬mos impedir."
Eu não esperava que Arafat me recebesse. Nunca pensei que o líder dos palestinos quisesse ouvir falar de um código secreto existente no Livro Sagrado do inimigo, de alertas codificados em hebraico no Antigo Testa¬mento, especialmente naquele momento de crise.
Israel e os palestinos estavam perto da guerra. Ariel Sharon, o primei¬ro-ministro recém-eleito, jurara esmagar a revolta de Arafat que já deixara um saldo de mais de 450 mortos.
Mas Arafat acreditava em profecias. Eu tentava falar com ele havia mais de um ano, e todos os seus assessores me disseram isso.
- Arafat vai levar isso a sério - dissera-me Nabil Sha'ath, ministro das Relações Exteriores de Arafat, no início da nova Intifada, poucos dias antes que os helicópteros militares israelenses destruíssem o enclave onde nos encontramos. - Ele é um verdadeiro fiel.
Abu Ala, líder do Parlamento palestino, disse a mesma coisa quando me encontrei com ele depois do colapso das conversações de paz de Camp David. Mas ele parecia resignado e admitia que o destino de Arafat estava selado.
- É a vontade de Deus - dissera ele. Mas concordara em entregar minha carta a Arafat e alertara o chefe de segurança da Cisjordânia.
Mas nem Sha' ath nem Abu Ala jamais entregaram minha carta a Arafat. Ambos prometiam entregá-la, mês após mês, mas nunca o fizeram. Final¬mente Sha' ath me disse por quê:
- Arafat acreditará em você. Ficará aterrorizado.
Agora, finalmente, um ano mais tarde, a carta foi entregue a Arafat ¬ já passava da meia-noite e eu fazia as malas para deixar Israel na manhã seguinte, bem cedo.
E à 1: 15 da madrugada fui despertado por um telefonema urgente, pedindo-me um encontro com Arafat no dia seguinte.
- O presidente leu sua carta e quer ver você - disse seu nervoso chefe de gabinete. - Você poderia adiar sua viagem, por favor?
Fiquei acordado durante a hora seguinte. Arafat, obviamente, insistira em me ver no momento em que lera minha carta. Dentro de poucas horas eu teria de lhe dizer, face a face, que ele poderia ser morto. De repente, eu não tinha muita certeza de querer essa tarefa.
Sou repórter, não profeta. Mas Arafat não queria me ver porque eu era um repórter, porque trabalhei para o Washington Post e o Wall Street Journal.
Ele não dava entrevistas a jornalistas americanos havia pelo menos dez anos.
Arafat queria me ver porque, aos olhos dele, eu era um profeta.
Com minha carta a Arafat, eu havia anexado uma carta semelhante àquela que enviei ao seu parceiro nos tratados de paz, o primeiro-ministro israelense Yitzhak Rabin, um ano antes de seu assassinato em 4 de novembro de 1995.
Minha carta a Rabin, de 1 Q de setembro de 1994, começava assim: "Um matemático israelense descobriu um código oculto na Bíblia que parece revelar os detalhes de acontecimentos que ocorreram milhares de anos depois que a Bíblia foi escrita.
"A razão de eu estar lhe dizendo isto é que, na única vez em que seu nome - Yitzhak Rabin – aparece codificado na Bíblia, as palavras 'assas¬sino que assassinará' o cruzam."
Agora, enquanto eu dirigia pelos postos fronteiriços israelenses para ver Arafat em Ramallah, uma cidade da Cisjordânia, percorrendo uma es¬trada onde os motoristas às vezes caíam nas emboscadas dos franco-atira¬dores, a caminho de uma cidade onde dezenas de palestinos tinham sido mortos, onde dois soldados israelenses foram linchados e mutilados pela multidão no posto de polícia local, relembrei aquele momento de setem¬bro de 1993: Rabin e Arafat apertaram-se as mãos no gramado da Casa Branca e a paz parecia possível.
Agora Rabin estava morto, conforme o código da Bíblia tinha predito; e, se o código estava certo, também Arafat logo seria assassinado.
Às 9 horas da manhã da sexta-feira, 13 de abril de 2001, cheguei ao quartel-general de Arafat, com muros altos e fortemente guardado. Fize¬ram-me cruzar apressadamente o portão de ferro e me levaram por entre grupos de guardas palestinos, tensos e armados até os dentes, até a peque¬na sala de reuniões. Eu tinha chegado com meia hora de antecedência, mas
Arafat entrou na sala quase no mesmo instante. Ele sabia por que eu esta¬va ali.
Arafat sentou-se a meio metro de mim. Trazia na cabeça o kefiyeh (o pano quadriculado em preto e branco que sempre usou) e vestia o unifor¬me militar verde-oliva, de tecido grosso.
Mais uma vez mostrei-lhe a carta que enviei ao primeiro-ministro isra¬elense Rabin, depois assassinado, e a listagem codificada onde "assassino que assassinará" cruzava "Yitzhak Rabin".
- Eu choro por ele todos os dias - disse Arafat, falando comigo diretamente em inglês. Eu via em seus olhos uma tristeza que parecia genuína.
Então mostrei a Arafat a listagem de codificada da Bíblia onde seu nome - "Yasser Arafat" - aparecia junto com as mesmas e exatas palavras do mesmo versículo da Bíblia: "assassino que assassinará".
Arafat olhou intensamente para a listagem, seus lábios tremeram e suas mãos se agitaram, mas ele não parecia surpreso.
Eu sabia que ele já acreditava que sua vida corria perigo e, na verdade, tinha usado esse fato como arma de manobra nas negociações em Camp David. Quando o presidente Clinton tentou persuadi-lo a renunciar ao controle de Jerusalém, Arafat lhe perguntou: "O que você está querendo, assistir ao meu funeral?"
Ainda assim, não é fácil dizer a um homem que ele poderá ser assassi¬nado, especialmente quando ele está sentado bem diante de você. E o fato de Arafat acreditar tão claramente na ameaça só tornava as coisas mais difíceis para mim.
- Há três alertas bem claros junto ao seu nome - disse-lhe eu, apon¬tando cada alerta na listagem decodificada e traduzindo o hebraico para o inglês, enquanto seu chefe das negociações de paz, Saeb Erekat, traduzia do inglês para o árabe. Arafat olhava-me nos olhos enquanto eu falava.
- 'assassino que assassinará" - falei, lendo em voz alta as palavras codificadas - e "o homem emboscado o matará", que cruza "homens que atiram em Yasser Arafat".
Erekat repetiu as frases em árabe. Arafat lançou-me um olhar duro.
Seus olhos saltavam das órbitas.
- Quando isso vai acontecer? - perguntou.
- Eu não sei - respondi. - Não encontramos nenhuma data no código e eu sou apenas um repórter. Não sei de nada sobre o amanhã, exceto o que está no código.
Arafat olhou-me no fundo dos olhos, como se quisesse ver se eu estava escondendo alguma coisa. Ele parecia esperar mais de mim, como se eu fosse capaz de conhecer o futuro.
- Nem mesmo sei se o perigo é real - falei para Arafat. - Mas acho que o alerta não deveria ser ignorado. Rabin foi mono quando e onde o código da Bíblia tinha predito. E os assassinatos de Anuar Sadat e John F. Kennedy também estavam codificados na Bíblia, com todos os detalhes. É por isso que estou lhe dizendo a mesma coisa que disse a Rabin: acredito que você corre perigo, mas também acredito que o perigo poderá ser evita¬do se compreendermos os detalhes do alerta.
- Se assim está escrito, o que posso fazer? - perguntou Arafat.
- Acho que se trata de um alerta, não de uma profecia - observei. ¬- Não acredito que seja uma verdade escrita na pedra.
Mas eu sabia que estava indo contra um ensinamento básico do Islã: o destino de um homem está selado, toda a sua vida está decidida, mesmo antes do nascimento.
Essa era uma das razões pelas quais sempre hesitei em fazer contato com Arafat. Na verdade, seu ministro das Relações Exteriores, Sha'ath, havia me contado que Arafat dissera muitas vezes: "Deus determinará o que Ele quer fazer de mim." Sha'ath comentara: 'Arafat acredita que nosso destino está predeterminado. Não vivemos um dia a mais, ou um dia a menos, do que foi escrito."
Mas agora eu dizia a Arafat que aquele código computadorizado era diferente, que o código existia para que pudéssemos mudar o nosso futuro.
- O código da Bíblia não revela somente um único futuro, mas todos os futuros possíveis - expliquei. - Aquilo que fazemos determina o resultado final.
Arafat sorriu. Não respondeu. Fiquei imaginando se o sorriso indicava concordância ou apenas sua convicção de que sabia das coisas enquanto eu tinha muito a aprender.
Havia outra razão para eu ter hesitado em fazer contato com Arafat, e agora eu lhe disse francamente:
- Tenho amigos em Israel, e mesmo nos Estados Unidos, que nunca me perdoarão se souberem que vim aqui tentar salvar a sua vida.
Eu sou judeu. Para muitos judeus, provavelmente a maioria, Arafat continuava sendo um terrorista e um assassino. Na verdade, fora assim que o primeiro-ministro Sharon acabara de se referir a Arafat em público.

E naquela mesma manhã, quando disse ao Dr. Rips (o cientista israelense que descobriu o código da Bíblia) que teria um encontro com Arafat, Rips o comparou a Hitler e Saddam Hussein.
Não era assim que eu via Arafat. Eu admitia que ele fosse uma ameaça terrível para Israel, mas também acreditava que seu assassinato seria o fim das possibilidades de paz. De todo modo, eu me sentia obrigado a alertá¬-lo, a tentar impedir outra morte.
- Estou aqui porque sou um repórter e tenho a obrigação de alertar você, assim como alertei Rabin.
- Sei - disse ele. - Um repórter não pode tomar partido.
- E também acredito que seu assassinato seria uma catástrofe para Israel, tanto quanto para o seu próprio povo. E acredito que é possível impedi-lo.
Mostrei a Arafat uma segunda versão da mesma listagem decodificada, no qual a palavra "terrorista", sobreposta a "Hamas", cruzava seu nome ¬cruzava os "homens que atiram em Yasser Arafat".
Parecia um claro alerta de que o grupo palestino extremista Hamas, que se opunha à paz com Israel e reivindicava a responsabilidade pela maioria das bombas terroristas, poderia também tentar matar seu próprio líder, Arafat.
- Hamas - repetiu Arafat, concordando com um sinal de cabeça.
Mostrei a Arafat uma terceira listagem de codificada que o Dr. Rips tinha encontrado naquela manhã. "Eles atingiram Arafat" cruzava "ismaelitas", o nome bíblico dos árabes: filhos de Ismael.
- Árabes, não judeus - observei.
Arafat olhou para mim, para seu negociador, Erekat, e para seu chefe de gabinete, Abu Rudaineh, e mais uma vez acenou com a cabeça. Todos eles compreendiam que, se Arafat corria perigo, esse perigo viria provavelmente de seu próprio povo. Seu assassino seria um árabe, assim como o assassino de Rabin foi um judeu.
- Khomeini certa vez ofereceu um prêmio pela minha cabeça por eu ter feito a paz com Rabin - exclamou Arafat, referindo-se ao aiatolá irani¬ano que ordenara a invasão da embaixada dos Estados Unidos e a tomada de reféns norte-americanos.
Fiquei preocupado, imaginando que Arafat usaria meu alerta como mais uma simples razão para não fazer a paz. Ele certamente sabia que era bem mais provável ser morto se fizesse a paz, do que se continuasse a guerra. Sadat fora morto por um militar egípcio exatamente porque fez a paz com Israel; Rabin, por um israelense, porque fez a paz com Arafat.
- Se você fizer a paz - observei - você estará em perigo. Mas se não fizer, todo o seu povo estará em perigo.
Essa era a informação que eu realmente tinha para transmitir a Arafat. Não só que ele poderia ser morto, mas algo muito além disso. Eu tinha ido para lhe dizer o que já dissera a Clinton e Barak, o que estava tentando dizer a Sharon e Bush: o terrível alerta do código da Bíblia de que todos nós poderíamos morrer.
- Segundo o código da Bíblia, estamos agora na época do perigo su¬premo - informei a Arafat. - Talvez o maior momento de perigo que o mundo já enfrentou, o momento há muito profetizado por todas as três religiões ocidentais.

Abri meu livro na página em que as duas expressões bíblicas do "Fim dos Dias" estavam codificadas juntas, e mostrei a matriz de letras hebraicas a Arafat.
- Como você pronuncia essas palavras? - perguntou-me Arafat. Ele não sabia ler hebraico e queria saber qual o som daquelas palavras. A pri¬meira, uma frase do Livro de Daniel, ele não reconheceu. Mas quando pronunciei as palavras da Torah, Arafat reconheceu-as imediatamente.
- É o mesmo em árabe - exclamou, surpreso, mais uma vez falando diretamente comigo em inglês. - É exatamente o mesmo.
"Dia do Julgamento", disse seu chefe de gabinete, Rudaineh. "O Fim", disse seu negociador, Erekat. "O Fim dos Dias", disse Arafat.
Era principalmente isso que tinha ido para lhe dizer, que estávamos agora vivendo o Fim dos Dias, mas perguntei a mim mesmo se não teria ido longe demais. Senti-me menos um repórter e mais um profeta do An¬tigo Testamento, chegando à corte de um rei para apresentar o alerta de destruição enviado por Deus.
Eu não precisava ter me preocupado. Foi exatamente assim que Arafat recebeu o alerta. Eu o havia tocado em seu nível mais profundo.
- Eu já acredito que estamos vivendo tempos críticos - disse Arafat. - Maomé disse que temos mil anos, mas não dois mil anos.
Entendi o que ele queria dizer: no calendário muçulmano, estávamos no ano de 1422, já quatrocentos anos dentro do segundo milênio, os mil anos aos quais, segundo Maomé, não sobreviveríamos.
E então mostrei a Arafat algo que não estava no meu primeiro livro, aquilo que não sabíamos quatro anos antes, quando o livro foi publicado.
Com a caneta, circulei as letras hebraicas que apareciam logo abaixo de "no Fim dos Dias": 'A-R-A-F-A-T."
Arafat reconheceu imediatamente seu próprio nome. Era óbvio que já o tinha visto muitas vezes nas manchetes dos jornais israelenses. Ele apon¬tou para a página e acenou para Erekat e Rudaineh para que viessem olhar. Mas, de início, ele não parecia surpreso ou chocado.
A maioria dos homens, ao ver o próprio nome perfeitamente soletrado em um texto oculto da Bíblia, exatamente no mesmo local onde o Apocalipse, o fim do mundo, é profetizado, ficaria chocada. Arafat, pelo contrário, parecia esperar algo assim.
Depois circulei as letras que formavam "E. Barak", o ex-primeiro-mi¬nistro de Israel que tentara fazer a paz com Arafat em Camp David. Seu nome cruzava a segunda afirmação do "Fim dos Dias". E aí circulei as letras que formavam o nome do novo primeiro-ministro israelense, "Sharon". A seguir, circulei as letras que formavam "Bush".
Arafat observava atentamente a listagem decodificada. Agora ele esta¬va chocado. Seus lábios tremiam descontroladamente. Seus olhos quase saltavam das órbitas. Ele parecia muito mais chocado por aquela listagem do que pelo aviso sobre seu assassinato. Todos nós, naquela sala, ficamos em silêncio por um momento, absorvendo a enormidade do perigo codifi¬cado na listagem. E a enormidade do fato de que Arafat, os dois líderes de Israel e o presidente dos Estados Unidos estavam codificados juntos, pelo nome, no único trecho em que as duas afirmações bíblicas do "Fim dos Dias" também estavam codificadas.
Finalmente, Erekat quebrou o silêncio:
- E onde está a boa notícia?
Circulei as letras hebraicas que formam a palavra "paz".
- Segundo o código da Bíblia - expliquei para Arafat, cujos olhos não se despregavam dos meus - a escolha não é entre a paz e tumultos nas ruas, nem mesmo entre a paz e a guerra, mas entre a paz e a aniquilação.
Mostrei a Arafat mais duas listagens decodificadas: "guerra mundial" e "holocausto atômico", ambos codificados junto com o mesmo ano hebraico, "em 5766".
- Esse ano corresponde a 2006, no calendário moderno - disse eu. - Segundo o código, temos ainda cinco anos.
Mais uma vez houve silêncio. Expliquei a Arafat que eu havia checado todos os anos do século seguinte e que somente "2006" combinava com "guerra mundial" e "holocausto atômico". Disse a ele que as probabilida¬des de um aparecimento por acaso eram de pelo menos 100.000 para l. Disse também que as probabilidades do aparecimento casual do nome dele e dos líderes israelenses e norte-americano, todos junto com "Fim dos Dias", eram de um milhão para 1.
Mas Arafat não parecia se interessar por números. Tentei lhe explicar que tudo isso tinha sido computado por um grande cientista, o homem que descobrira o código da Bíblia, mas Arafat não ligava para ciência ou computadores. Ele me ouviu, compreendeu, mas nada disso lhe importava.
Eu acabara de apresentar a prova final, a inquestionável e concreta evidência matemática, e Arafat, que até então parecera totalmente conven¬cido, não reagia. Perguntei-lhe se ele acreditava que o código da Bíblia era real e se acreditava que os perigos eram reais.
Claro que sim - respondeu ele sem a menor hesitação. – Temos coisas como esta no Alcorão.
Arafat acreditava que as predições do código da Bíblia eram reais, não porque foram encontradas por computadores ou confirmadas pela estatís¬tica, mas porque eram profecias.
- Se assim está escrito, o que se pode fazer? - perguntou-me mais uma vez.
Expliquei a Arafat que era equivalente a interceptar um cometa que iria colidir com a Terra. Se o víssemos com cinco anos de antecedência, talvez pudéssemos mudar sua trajetória, ou destruí-lo, e sobreviver. Mas se o víssemos apenas uma semana antes, nada disso seria possível. Todos nós morreríamos.
- Uma semana antes, ele pareceria tão grande e brilhante como a Lua - comentou Arafat. - Seria tarde demais.
- Acho que o código da Bíblia existe para podermos ter um sinal de alerta com antecedência, para termos tempo suficiente de nos salvar ¬disse eu. - Mas não podemos esperar cinco anos e só então, de repente, tentar fazer alguma coisa. Aquilo que fizermos hoje, aquilo que você fizer hoje, determinará os acontecimentos de daqui a cinco anos.
Arafat fez um gesto de concordância e disse: - Precisamos agir agora.
Contei então a Arafat aquilo que havia dito a Clinton em seus últimos dias no cargo: "Eu não acho que possa haver um tratado de paz, ou uma paz duradoura, até que todos os lados compreendam que a única escolha real é entre a paz e a aniquilação."
- A paz tem de ser forte o suficiente para sobreviver ao próximo ho¬mem-bomba suicida, ao próximo tiroteio em uma mesquita ou sinagoga, ao próximo ato de terrorismo - expliquei. - A paz tem de ser forte o suficiente para sobreviver até mesmo ao próximo - assassinato de um ministro israelense ou de um líder palestino.
- Você vai dizer isso a Sharon? - perguntou Arafat.
Contei-lhe que esperava ver o novo primeiro-ministro israelense e que já tinha enviado uma carta a Sharon, dizendo exatamente a mesma coisa: segundo o código da Bíblia, as únicas alternativas eram a paz ou a aniquilação.
Mas também disse a Arafat que o perigo talvez não terminasse se ele fizesse a paz com Sharon.
- Acredito que o código afirma que um terceiro lado atacaria com armas não-convencionais, matando tanto israelenses como palestinos.
- Quem? - perguntou Arafat.
- Quando você fizer a paz com Sharon, eu volto aqui e lhe digo ¬- respondi.
Arafat riu.
- Você é bem-vindo a qualquer momento, como amigo.
Levantei-me para ir embora e Arafat apertou minha mão e depois me abraçou, beijando-me nas duas faces. Apertou minha mão novamente, e parecia não querer soltá-la. Não importa quantas vezes enfatizei que era apenas um repórter, que nada sabia sobre o futuro além do que estava afirmado no código, Arafat claramente me recebera como a um profeta e ainda era assim que me via.
Ele segurou minha mão ao longo de todo o corredor até o elevador e, quando as portas se fechavam atrás de mim, gentilmente me acenou adeus.
Eu conhecia sua história. Sabia que ele tinha sangue nas mãos. Mas estava certo de que Arafat acreditava nos alertas do código da Bíblia e que ele ainda era a melhor possibilidade, talvez a única, para a paz.






CAPÍTULO 6

A ARCA DE AÇO

Vi dois pilares colossais, talvez o pontal de um templo ou palácio, talvez as torres gêmeas de alguma antiga cidade.
A visão se desvaneceu. Fiquei sozinho na árida península de Lisan, rodeado pelo mar Mono, tentando imaginar os "obeliscos" que um dia ali se ergueram.
Mas à minha volta eu via apenas o calcário branco e brilhante esten¬dendo-se por quilômetros, os penhascos margosos do cabo que revelava uma antiga praia e a espessa crosta de sal que o mar deixara para trás. Caminhei pela base dos bancos de areia circundantes, o ponto mais baixo da Terra, o fundo do mundo, onde as águas recuaram e expuseram um solo que estivera oculto sob o mar Mono durante cinco mil anos, desde a auro¬ra da civilização humana.
Perguntei a mim mesmo: Se os "obeliscos" realmente se erguiam aqui, será que eles ainda existiam? Ou teriam sido despedaçados pelo tempo e engolidos pelo mar? Eram eles apenas fantasmas de um mundo perdido ou será que a "chave do código" ainda poderia ser encontrada nos dias de hoje?
Procurei na Bíblia a expressão "chave hoje". Ela estava codificada no versículo do Gênesis que também aparecia junto com "código da Bíblia" e "código sobre o obelisco", as primeiras palavras na Bíblia que haviam me revelado a localização: "O vale de Sidim que é o mar Mono."
"Chave hoje" também aparecia com os dois locais que eram nomeados nos mapas modernos: a aldeia e a baía chamadas "Mazra", na ponta setentrional da península chamada "Lisan".
Mesmo que eu estivesse procurando no lugar certo, porém, mesmo que meus pés agora pisassem o próprio chão onde ela estava enterrada, mesmo que ela se encontrasse exatamente abaixo de mim, eu não sabia como encontrar a "chave".
O próprio código dizia que eu precisava de um "sensor", algum tipo de tecnologia avançada que pudesse ver o subsolo. Mas ninguém sabia me dizer qual instrumento usar a menos que eu soubesse de que era feita a "chave"; de qual pedra, de qual minério foram cinzelados os "obeliscos".

Procurei no Livro de Daniel, cujo texto oculto já havia confirmado "Lisan como Sidim" e indicado "Mazra" como o X do mapa do tesouro, em uma passagem que também falava de um "pilar no palácio", inscrito com "toda a sabedoria" do mundo antigo.
"Chave hoje" aparecia em Daniel. Mas não junto com "mármore", "granito" ou qualquer outra pedra.
"Perro" cruzava "chave hoje". "Um segredo que ele não adivinhou, eu revelarei" aparecia no texto oculto sobrepondo-se a "ferro" onde este cru¬zava "chave".
E codificado paralelamente a "chave hoje", em Daniel, com o mesmo salto de letras, estava "arca de aço".
"Ela dá sabedoria aos sábios e conhecimento àqueles que têm compre¬ensão", dizia o antigo profeta nas palavras que cruzavam 'chave hoje' logo acima de 'ferro'.
"Ela revela as coisas profundas e secretas", disse Daniel com palavras que em hebraico também significam "seu receptáculo é profundo, o escon¬derijo". E isso aparecia logo acima de "arca de aço".
As palavras abertas de Daniel pareciam confirmar a promessa da chave do código, e o texto oculto revelava realmente um segredo que eu não tinha adivinhado: a chave era feita de "ferro" ou preservada em uma "arca de aço".
Procurei "chave do código" em Daniel. Mais uma vez, "aço" estava codificado exatamente no mesmo trecho, cruzado por "a Lisan". "Código" aparecia mais duas vezes, cruzado por "amalgamado".
E mais uma vez as palavras abertas de Daniel pareciam confirmar aqui¬lo que o código prometia: 'agora eu vos direi a verdade."
Procurei na Torah, onde originalmente encontrara "chave do código" cru¬zada duas vezes por "obeliscos". Agora vi "aço", ali codificado duas vezes.
Era difícil de acreditar.
Foi há apenas três mil anos (mais ou menos na época em que Deus entregou a Bíblia a Moisés no monte Sinai) que uma nova era da civiliza¬ção humana teve início: a Idade do Ferro.
"Fornalha de ferro", na verdade, aparece no texto aberto da Bíblia. Os arqueólogos descobriram implementos de ferro, daquela época, no Egito e na Ásia Menor. Mas encontraram apenas objetos pequenos, facas e jóias, feitas pelo aquecimento do minério de ferro em covas rústicas, usando carvão.
O aço também .era conhecido no mundo antigo. E é também mencio¬nado na Bíblia: "Os carros de aço cintilantes." Mas isso aparece em um dos livros posteriores, provavelmente escrito cerca de mil anos depois dos tem¬pos de Moisés.
Não há provas de que uma "arca de aço" maciça pudesse ter sido forja¬da antes dos tempos modernos, até o começo da Era Industrial no século XVIII. Os arqueólogos acreditam que um objeto maciço, feito de "ferro" ou "aço", simplesmente não poderia ter existido há milhares de anos.
No entanto, "arca de aço" também estava codificada na Torah e "Lisan" aparecia no mesmo trecho.
As palavras do texto aberto que se sobrepunham a "Lisan" eram decisivas: "Esta é a solução."
Se a "chave do código" - os "obeliscos" - estava realmente em uma "arca de aço", então essa seria a solução.
Um objeto feito de ferro ou aço poderia ser encontrado. Talvez nada. mais se encontrasse enterrado sob as areias de Lisan, o maior depósito de sal da Terra, o lugar do planeta mais difícil de ser penetrado com o radar.
Mas toda coisa feita de ferro é magnética. Um magnetômetro a perce¬beria, mesmo nas profundezas do subsolo. Ele penetraria até mesmo o sal de Lisan, até mesmo as águas do mar Morto. E nenhuma outra coisa feita de ferro ou aço existiria naquele local que não era habitado desde os tem¬pos bíblicos.

Contudo, se encontrássemos um objeto maciço feito de aço com mi¬lhares de anos de idade, teríamos pela frente um anacronismo difícil de ser explicado. Mesmo que nele não estivesse gravada a chave para o código da Bíblia, mesmo que ele não revelasse uma ciência mais avançada que a nos¬sa, sua própria existência levantaria questões nada fáceis de responder.
Como o próprio código profético, como os obeliscos que, dizia a lenda, foram feitos nos céus, um antigo objeto de aço sugeriria uma origem que não era deste mundo.
Mas se ele existisse, poderia ser encontrado.
Fui ver Eli Rips. Disse-lhe que a "chave do código" talvez fosse encontrada em uma "arca de aço".
Para testar aquela descoberta admirável, mas inacreditável, Rips suge¬riu que também procurássemos por "arca de ferro". Ela estava codificada na Torah. E então nós dois vimos algo extraordinário.
Exatamente as mesmas palavras que apareciam junto com "arca de aço" cruzavam "arca de ferro" - o nome da península, "Lisan", sobrepos¬to por "esta é a solução".
"Mazra" aparecia logo acima de "Lisan". Não restava a menor dúvida de que o código da Bíblia afirmava claramente que algum receptáculo de "ferro" ou "aço" existia exatamente no lugar onde eu estava procurando a "chave do código", os "obeliscos".
Rips se mostrara cético. Mas agora ele tinha de admitir que aquela mesma e única frase da Bíblia, os mesmos nomes de localidades, aparecendo junto com "arca de ferro" tal como haviam aparecido com "arca de aço", era algo espantoso, para dizer o mínimo.
- Há uma expressão matemática para isso - disse Rips. - É chama¬da "recombinação". Você pega certo vocabulário e o recombina em todas as combinações possíveis, e encontra um grau incomum de correlação en¬tre as palavras. É um bom experimento.
"Isto é admirável", continuou Rips. "Não posso negar que é intencio¬nal... claro que é... mas como explicá-lo? O que isto significa? Eu não sei. Só posso observar a coerência e só posso dizer que, matematicamente, está muito além do acaso."
- Por que o código me levaria com tanta coerência, tão intencional¬mente, a esse lugar? Por que ele poria um X no mapa do tesouro, se não houvesse tesouro? - perguntei.
Rips, como sempre, não queria sequer fazer conjeturas.
- Não sei dizer se o que encontramos no código reflete ou prediz o que encontraremos no mundo real- comentou ele. - Mas a coerência da codificação é muito interessante, e muito significativa, quer encontremos o obelisco ou não.
Talvez para um matemático. Talvez para um homem religioso. Mas eu queria provas físicas. E agora eu sentia que estava um passo mais perto de obtê-las.
"Esta é a solução." Eu me sentia seguro de que não era por acaso que essas palavras se sobrepunham a "Lisan", exatamente onde a "arca de aço" e a "arca de ferro" estavam codificadas.
“Arca." Em hebraico, como no nosso idioma, uma arca é apenas um baú, talvez contendo algo sagrado, mas ainda assim apenas uma caixa. No en¬tanto, a arca mais conhecida do mundo, claro, é a Arca de Noé. E ela era um veículo.
Procurei no código da Bíblia a expressão "veículo de aço". Ela apare¬ceu, cruzada pelas palavras do texto aberto que diziam: "Seu veículo, Ele o atirou ao mar."
Essas palavras provinham do famoso versículo do Êxodo que conta como Deus salvou os antigos israelitas abrindo as águas do mar Vermelho e depois afogando os egípcios que os perseguiam.
Fiquei imaginando se isso não revelaria também algum antigo veículo hoje perdido sob as águas do mar Morto, a "arca de aço" que eu procurava.
“Aço" aparecia mais duas vezes, sobrepondo-se a "pilar" e cruzando "veículo de aço".

"Veículo de aço" também estava codificado e mais uma vez as palavras originais da Bíblia pareciam contar duas histórias diferentes.
A tradução tradicional do texto aberto fala da construção do Tabernáculo, o templo portátil que os antigos israelitas utilizaram durante a fuga do Egito.
"Deus o dotou de Seu espírito, de sabedoria, habilidade e conhecimen¬tos", afirma o versículo do Êxodo sobre o artesão que construiu o Tabernáculo, "para executar qualquer tipo de obra de arte."
Mas onde essas palavras cruzavam "veículo de ferro", as mesmas letras hebraicas também formavam "ferro forjado, todo o trabalho do computa¬dor" .
"Lisan" aparece no texto oculto logo acima de "veículo de ferro", e "cabo amalgamado" cruza "ferro".
"Veículo de ferro" também aparece duas vezes no texto original do Livro de Josué. Novamente, as palavras antigas parecem ter dois significa¬dos bem diferentes.
"Todos os cananeus que habitam na terra do vale têm carros de ferro", diz a tradução tradicional, alertando para o grande poderio bélico do povo que habitava a Terra Prometida.
Josué, o líder dos israelitas, assegura ao seu povo: "Expulsareis os cananeus, ainda que eles sejam fortes e tenham carros de ferro."
Mas, nas duas vezes que a expressão "veículo de ferro" aparece em Josué, ela está codificada junto com "tel dos obeliscos".
Tel é um sítio arqueológico, um monte de terra que cobre os restos de antigas ruínas.
"Ele encontrou o lugar exato, Lisan" também está codificado junto com "veículo de ferro". E surge exatamente onde o texto aberto de Josué afirma a localização exata, a única vez em que esta aparece na Bíblia: "Lisan, língua de mar."
O veículo de ferro que eu procurava, seria ele um objeto feito pela mão do homem nos tempos bíblicos? Parecia improvável que uma coisa do tama¬nho de um "carro" pudesse conter um "obelisco".
Se realmente havia algum tipo de veículo com milhares de anos de idade, feito de ferro ou aço, enterrado na península que avançava para dentro do mar Morto, então sua origem provavelmente não seria deste mundo.
O que era aquela "arca de aço"? De onde ela vinha? E, mais importan¬te, ela ainda existia?
Poderia um antigo objeto de ferro ou aço ter sobrevivido milhares de anos?
Examinei novamente a listagem decodificada que confirmava que eu estava procurando no lugar certo, onde "código da Bíblia" aparece junto com "ela existe em Lisan".
Vi agora que o texto oculto que cruzava "código da Bíblia" também afirmava: "Em um veículo ali, até este dia."
“Aço" estava codificado no mesmo versículo da Bíblia. E, se o código tinha razão, o "veículo" ainda permanecia enterrado na península em forma de lín¬gua.
Mas quando retomei a Lisan com um arqueólo¬go jordaniano do Departamento de Antigüidades, ele questionou se qualquer objeto de ferro ainda po¬deria existir, especialmente naquele chão saturado de sal, ou no mar Morto que circunda a península.
Consultei um importante geofisico israelense, especialista em detecção de ferro no subsolo. Eis o que ele me disse: Mesmo que alguns restos do obje¬to tivessem sobrevivido, se estivessem enferrujados não seriam percebidos pelo magnetômetro.
De repente, toda a minha busca era encoberta pelo véu da dúvida. Parecia óbvio que, se a "arca de aço" estava debaixo d'água, ela enferrujaria. Estan¬do na água salgada, enferrujaria ainda mais depres¬sa. Mesmo enterrada no subsolo, naquele chão úmido e cheio de sal ela certamente teria se desintegra¬do há muito tempo.
E a península de Lisan era a maior concentração de sal do mundo, um rochedo salino com quilôme¬tros de profundidade, rodeado por um mar tão sal¬gado que nele nada vivia - daí o nome de mar Morto.
Visitei todos os especialistas que consegui en¬contrar. Todos eles, um depois do outro, me disse¬ram que qualquer objeto de ferro teria sido reduzi¬do a ferrugem e pó milênios atrás.
Arqueólogos, metalurgistas e curadores de mu¬seu, todos me disseram que quase todos os antigos objetos de ferro já encontrados estavam totalmente corroídos e que a corrosão era intensa¬mente acelerada pelo sal. A maioria dos objetos de ferro desaparece em poucos anos. Nenhum sobreviveria aos séculos.
Fiquei desolado. Eu receava que minha busca tivesse chegado a um fim abrupto. Mas não conseguia desistir. Fiz mais uma visita.
Ronald Latanision é o maior especialista do MIT em corrosão, em so¬brevivência de ferro e aço. Perguntei-lhe se qualquer objeto de ferro sobre¬viveria a milhares de anos debaixo d'água.
- Depende do nível de concentração de sal na água – respondeu Latanision.
Eu não pretendia lhe dizer que se tratava do mar Morto, a mais alta concentração de sal da Terra, mas tive de abrir o jogo.
- Ah, no mar Morto o objeto poderia ainda existir - disse Latanision.
No ambiente ímpar da península de Lisan e do mar Morto, todas as regras se invertem. Era a única exceção a tudo aquilo que todo mundo tinha me dito.
- É verdade que a água enferruja os materiais e que o sal acelera a corrosão - explicou Latanision. - Porém, se a concentração de sal for muito alta, ela acaba realmente impedindo a corrosão. Quando se chega a 35% de sal na água, o oxigênio cai rapidamente. E sem oxigênio não há ferrugem.
Telefonei para David Neev em Israel. Perguntei a esse geólogo, que é o maior especialista do mundo na questão do mar Morto, se a concentração de sal ali estava acima ou abaixo dos 35%.
- Acima - respondeu Neev. - É um caso ímpar, o único lugar do mundo com essas características.
Neev confirmou-me aquilo que o especialista do MIT tinha me dito. Um objeto de ferro mergulhado no fundo do mar Morto teria sobrevivido, quase com certeza, porque a água ali é totalmente desprovida de oxigênio. E, sem oxigênio, não há ferrugem.
Minha segunda pergunta a Neev e a Latanision foi: E o que aconteceria se a "arca de aço" estivesse enterrada no subsolo?
Um objeto de ferro enterrado no lodo ou na argila de Lisan provavel¬mente também teria sobrevivido, porque o solo na região era quase imper¬meável ao ar, foi a resposta de Neev. Um objeto de ferro enterrado no sal rochoso que está por baixo de toda a península de Lisan poderia sobrevi¬ver indefinidamente, foi a resposta de Latanision.
- Uma caverna de sal absorveria a umidade - disse o professor do MIT. - Sem umidade, não há ferrugem. Sem oxigênio, não há ferrugem. Qualquer coisa à prova de ar ou à prova d'água, seja caverna, cova ou cáp¬sula, preservaria um objeto de ferro ou de aço.
Eu estava procurando no único lugar da Terra onde uma "arca de aço" poderia ter sobrevivido durante milhares de anos.
Procurei no código da Bíblia a confirmação final. “Aço não enferruja" estava codificado uma vez na Bíblia. "Foi preservado" e "detecção, revela¬ção" apareciam no mesmo trecho.
A "chave do código" talvez ainda existisse, preservada em aço. Mas havia no código da Bíblia a sugestão consistente de que eu, para encontrar os "obeliscos", não precisaria montar uma expedição, enviar uma equipe de geofísicos com um magnetômetro.
"Salvado em aço" também estava codificado junto com a localização, "do outro lado do mar, na fronteira de Moab" (o nome bíblico da Jordânia). E exatamente naquele lugar, o texto oculto afirmava: "Você o verá dali, uma pontinha dele."
Isso sugeria que a chave do código poderia ser encontrada com facili¬dade, até mesmo por acaso. Sugeria que a ponta do obelisco se projetava do solo.
"O belisco saindo, óbvio" também estava codificado, junto com "Mazra" e "Lisan".
"De Lisan, ele saía" aparecia junto com as mesmas palavras do texto aberto da Bíblia que cruzavam "arca de aço" e "arca de ferro" - "esta é a solução", sobrepostas por "Lisan".

E a geografia ímpar da península tomava tudo isso plausível. Eu estava procurando a "chave do código" em um solo que esteve submerso durante cinco mil anos. O mar Morto está hoje em seu nível mais baixo desde o alvorecer da civilização humana, e continua a baixar rapidamente. E o pró¬prio solo recém-exposto está baixando em ritmo muito acelerado. Na ver¬dade, um geólogo israelense acabara de publicar um relatório chamado "O lugar mais baixo da Terra está afundando".
Havia uma leve possibilidade de que um objeto que ficou enterrado durante milhares de anos viesse à superfície repentinamente, por conta própria.
Havia apenas um problema. Um objeto de aço ou ferro que tivesse sido preservado no subsolo ou debaixo d'água durante milhares de anos se desintegraria no minuto em que fosse desenterrado ou tirado da água. No instante em que fosse exposto ao ar, ao oxigênio, aquilo que sobrevivera aos milênios desapareceria em alguns dias, ou mesmo horas.
De repente, minha busca tomou-se mais urgente.
No dia 5 de outubro de 2000, voei até Amã, na Jordânia, para ver o embai¬xador norte-americano, William Burns. Ele tinha prometido fazer contato com o alto escalão do funcionalismo jordaniano, talvez mesmo com o novo rei, Abdullah II, e pressionar para que permitissem o prosseguimento da nossa pesquisa arqueológica sem mais delongas.
Mas, quando cheguei, a embaixada americana estava cercada por uma multidão de 20.000 manifestantes irados, gritando slogans contra Israel e os Estados Unidos.
Do outro lado da fronteira, em Israel, cerca de cem palestinos já ti¬nham sido mortos na nova Intifada que eclodira no Monte do Templo, em Jerusalém, uma semana antes; tanques e helicópteros israelenses ataca¬vam a Cisjordânia e Gaza. Na multidão em frente à embaixada, muitos carregavam a foto de um garoto palestino de 12 anos que fora morto a tiros por soldados israelenses.
Os tumultos se espalharam pelos campos de refugiados nos arredores de Amã e pelas universidades, e agora ameaçavam derrubar o governo jordaniano.
Dentro da embaixada americana, William Burns estava claramente in¬quieto. Ele me disse que seria muito dificil persuadir os jordanianos a me dar permissão para uma pesquisa arqueológica em Lisan, ao lado de Israel, cruzando o mar Morto.
- Este não é o momento para levantar o assunto - disse ele.
Três dias mais tarde, tive um encontro com o ministro de Turismo e Antigüidades e com o representante do primeiro-ministro da Jordânia, e eles me garantiram que a expedição iria em frente. Mas não naquele mo¬mento.
A nova guerra em Israel de repente ameaçava nos impedir de encontrar a li chave do código", no momento exato em que os alertas do código da Bíblia começavam a se tomar realidade, quando todo o Oriente Médio parecia prestes a explodir, deflagrando a Terceira Guerra Mundial.

CAPÍTULO 7

SHARON

- Estou tendo mais sorte com os árabes do que com os judeus - comen¬tei para Omri Sharon, filho do primeiro-ministro.
Ornri soltou uma risada. Eu acabara de ver Yasser Arafat (que aceitara sem questionar a existência de um código oculto na Bíblia hebraica), mas não conseguia arrumar um encontro com o pai de Omri, o novo primeiro¬ministro israelense Ariel Sharon.
Era terça-feira, 17 de abril de 2001. Na noite anterior, os tanques isra¬elenses tinham invadido Gaza, entrando em território palestino pela pri¬meira vez desde os acordos de paz de Oslo em 1993. Por isso, fiquei sur¬preso de Omri encontrar-se comigo em meio a tal crise.
Reconheci-o de imediato. Seu rosto aparecera na primeira página de todos os jornais israelenses, quando foi revelado que o primeiro-ministro estava usando seu filho de 36 anos como emissário secreto junto a Arafat. A esquerda ficou furiosa, porque Sharon passara por cima de seu ministro das Relações Exteriores, Shimon Peres. A direita ficou furiosa, porque Sharon prometera que nunca negociaria sem um cessar-fogo.
Mas Ornri era o principal confidente de seu pai, seu assessor mais confiável. Alguns diziam que ele era o segundo homem mais poderoso de Israel. Ele, certamente, era o mais astuto dos agentes secretos.
Sentamo-nos no pátio do King David Hotel, contemplando do alto a Cidade Velha, a Jerusalém bíblica com seus muros de pedra, que era hoje o principal campo de batalha do conflito israelense-palestino.
A nova Intifada já entrava no seu sétimo mês, quase 500 pessoas já tinham sido mortas e agora, enviando tanques a Gaza, Sharon parecia pronto a declarar guerra total.
Era Sharon, na verdade, a quem muitos culpavam pelo início dos con¬flitos: na seqüência do fracasso das conversações de paz de Camp David, ele ocupara o Monte do Templo - único lugar de Israel que é absolutamente sagrado para árabes e judeus - com mil homens armados até os dentes, escolhidos entre soldados, e polícia de choque.
E agora o general de extrema-direita que detonara o banho de sangue era o novo primeiro-ministro de Israel. Ninguém, incluindo o próprio Sharon, jamais acreditara que isso fosse possível.

Mas estava tudo predito no código da Bíblia.
- Quando ninguém sequer imaginava que seu pai pudesse ser candidato, o código predizia que ele seria primeiro-ministro - disse eu a Omri, passando-lhe a listagem decodificada que previa a eleição de 6 de fevereiro de 2001.
"Encontramos "Sharon" codificado junto com a data hebraica, "13 de Shevat" - expliquei - e "ministro Sharon" aparecia junto com o ano hebraico, "em 5761". Ou seja, 6 de fevereiro de 2001."
Ornri examinou a listagem codificada com ceticismo.
- Não acredito nesse tipo de coisa. Você encontra aí tudo o que quiser encontrar.
- Mas nós encontramos estes dados com dois meses de antecedência - expliquei. - E os outros dados continuam se confirmando. O código da Bíblia predisse acuradamente o resultado das três últimas eleições em Israel... coisa que nenhuma pesquisa eleitoral conseguiu fazer.
Ornri não se convenceu:
- Se não posso segurar uma coisa, não acredito nela. Meu pai pensa do mesmo jeito.
Ariel Sharon não é apenas um homem que tem os pés no chão; é um genuíno "filho da terra". Cresceu numa fazenda. É desafiadoramente secu¬lar. Não há nele o menor vestígio de misticismo. Não é um intelectual, como Peres. Não se deixa fascinar por conceitos abstratos, como Barak. E certamente não é um verdadeiro fiel, como Arafat. .
O mundo em geral não percebe isso, mas Israel não é uma teocracia. Pelo menos metade do país é totalmente secular e nunca houve um pri¬meiro-ministro religioso.

Se Sharon tem uma religião, é a defesa da Terra de Israel por todos os meios necessários. Ele acredita que os árabes odeiam os judeus e que isso nunca mudará. Antes de Sharon imaginar que seria primeiro-ministro, quan¬do ninguém apostava nele, ele deixou bem clara sua posição sobre a paz: "Vocês conhecem minha posição sobre a paz. Ela não pode ser alcançada."
Na entrevista pré-eleitoral, ele afirmou: "Os árabes não querem os ju¬deus aqui. Este é o segredo da história toda. Eles querem tomar esta terra pela violência."
Sharon disse ainda: "Eu defenderei a vida dos cidadãos israelenses. E acho que não preciso explicar isso mais a fundo. Os árabes me conhecem.
E eu conheço os árabes."
Essa é a religião de Sharon.
Eu sabia que não seria fácil "vender" o código da Bíblia para Ariel Sharon. Mas também sabia que Ornri era o melhor canal de comunicação com o primeiro-ministro, que Omri fora contrário à ocupação do Monte do Templo por seu pai, que Omri conversava com os líderes árabes de sua geração, que Ornri queria a paz.
Entreguei-lhe uma cópia da carta que eu tinha enviado a yitzhak Rabin um ano antes de seu assassinato.
- Mostre-me isto aqui - disse ele, apontando para o trecho da minha carta no qual eu informara a Rabin: "A única vez em que seu nome comple¬to, Yitzhak Rabin, está codificado na Bíblia, as palavras 'assassino que assassinará' o cruzam."
Passei a Omri um exemplar do meu primeiro livro, com aquela listagem decodificada na capa.
- E você enviou esta carta a Rabin em 1994? - perguntou-me. – Um ano antes de ele ser assassinado?
Pela primeira vez, Omri parecia genuinamente interessado.
- Sim - respondi. - O código não só predizia que Rabin seria morto, como também afirmava o ano em que ele morreria e, mais tarde, descobri¬mos o nome de seu assassino no mesmo trecho. Rabin leu a carta, mas ignorou o sinal de alerta.
Ornri ficou em silêncio durante alguns minutos. Ele estudava a listagem decodificada.
- Bem, e por que você quis me ver? - perguntou-me.
Mostrei-lhe a mesma listagem decodificada que já tinha mostrado a Arafat, onde as duas afirmações do "Fim dos Dias" apareciam juntas, e 'Arafat" e "Bush" apareciam junto com "Sharon".
- As probabilidades de todas essas palavras terem aparecido juntas por acaso são de pelo menos um milhão para um - informei.
- Isso é apenas estatística - argumentou Omri. - A gente pode fazer o que quiser com a estatística.
- Mesmo que você não acredite que existe um código na Bíblia que revela o futuro, mesmo que seu pai também não acredite, ainda é impor¬tante que eu fale com seu pai porque Arafat acredita totalmente no código - disse eu.
Ornri sabia que eu tinha visto Arafat poucos dias depois de ele próprio ter se encontrado secretamente com o líder palestino.
- Não quero ofender você - disse eu - mas acho que Arafat levou o código da Bíblia muito mais a sério do que tudo o que você lhe disse, porque ele acredita em profecias. Elas lhe falam diretamente ao coração.
- Eu sei como falar com os árabes - disse Ornri.
- Ele não é um ocidental - retruquei.
- Nem eu. Sou do Oriente Médio e entendo o modo de pensar de Arafat.
- Mas acho que Barak e Clinton não entendem - comentei.
- Concordo - disse Ornri.
Entreguei a Ornri uma carta que eu tinha escrito ao primeiro-ministro e disse:
- Seu pai estará mais aberto a isto aqui, porque ele tem um forte senso do seu próprio destino.
- Gostaria que ele não fosse assim - disse Omri. - A vida dele seria bem mais fácil.
Ele releu minha carta, lenta e cuidadosamente, e então me perguntou: - Só vejo perigos. Onde está a solução?
- O código da Bíblia só nos dá a informação. Não nos diz o que fazer.
Mas o código parece estar dizendo que seu pai pode fazer a paz.
Mostrei-lhe que, na listagem onde "Sharon" estava codificado junto com "Fim dos Dias", também estava codificada a palavra "paz".
E lhe mostrei que, onde aparecia "holocausto atômico", "Sharon" es¬tava novamente codificado, junto com "tratado de paz".
Ornri releu alguns parágrafos da minha carta e, ao terminar, disse que a entregaria a seu pai naquele mesmo dia.
Minha carta a Sharon afirmava:
"Pedi a seu filho Ornri para lhe entregar esta carta e arranjar um encontro entre nós, porque o código alerta que Israel poderá enfrentar um peri¬go terrível, até mesmo terminal.
"Este momento crítico na história de Israel foi claramente predito, sem sombra de dúvida.

"Os nomes de 'Sharon', Arafat' e 'Bush' estão codificados juntos na Torah, com as duas expressões bíblicas do tempo de perigo supremo, o 'Fim dos Dias'.
"Embora haja muitas interpretações do significado de 'Fim dos Dias', todos os estudiosos concordam que a expressão sugere um perigo pelo menos tão grande como aquele afirmado no texto aberto do Livro de Daniel: 'E haverá um tempo de tribulação como não houve até agora, desde que existe povo.'''
- Se estamos falando de Israel, isto quer dizer muito - disse Omri, . levantando-se para ir embora.
Acho que o verdadeiro problema não era Sharon não acreditar no código da Bíblia, mas o fato de ele não querer a paz.
O que me convenceu disso não foi meu encontro com seu filho e sim meu encontro com um velho amigo do Ministério da Defesa, o cientista¬chefe general Isaac Ben-Israel.
Eu conhecia Isaac havia já dez anos. Avisei-o de que o código da Bíblia dizia que Rabin seria morto, na mesma época em que alertei o próprio Rabin, com um ano de antecedência. Eu tinha levado o Dr. Rips até o quartel-general militar em Tel Aviv, o Kirya, para um encontro com ele. Isaac, o físico que decidia quais armas Israel fabricaria e compraria, era o único homem no governo israelense com base científica suficientemente forte para compreender o código da Bíblia no nível explicado por Rips.
Por ter compreendido, e por ter visto a predição sobre Rabin se tornar realidade, Isaac nunca teve medo de falar às pessoas dos alertas que eu lhe transmitira. Ele contou aos outros generais, contou a todos os chefes do Serviço Secreto, falou do assunto com pelo menos um primeiro-ministro.
Mas agora, em nosso encontro em Tel Avivem abril de 2001, Isaac me fez sentir pânico. Nunca tínhamos chegado a realmente discutir política. Eu apenas achava que ele era de esquerda, alinhado com Rabin, Peres e Barak.
Agora, o general Ben-Israel parecia refletir a atitude da nova administração Sharon.
Eu sabia que ele se encontrava semanalmente com o primeiro escalão da Defesa, às vezes incluindo o primeiro-ministro. E Isaac passara para a linha-dura.
Mostrei a Isaac todas as mesmas listagens decodificadas que havia mostrado a Omri e que esperava poder mostrar a Sharon. Enfatizei parti¬cularmente a listagem onde "Sharon", 'Arafat" e "Bush" apareciam junto com o "Fim dos Dias". Disse a ele o que dissera a todos os outros: de acordo com o código, a única escolha parecia ser entre a paz e a aniquilação.
- O que Arafat poderá nos fazer? - perguntou Ben-Israel. – Arafat não pode nos atingir.
- Claro que vocês podem derrotá-lo militarmente - comentei. ¬Mas se fizerem isso, o mundo condenará vocês e os lunáticos islâmicos, com mísseis e armas não-convencionais, atacarão vocês.
- Não acho que o mundo nos condenará - respondeu Ben-Israel. ¬
Não se estivermos respondendo a um grande ataque terrorista.
- O que você entende por "grande"? - perguntei.
- Não três mortos, mas trezentos - disse Isaac. - Nós já os detive¬mos várias vezes, tramando para explodir algum prédio comercial em Tel Aviv. Algo desse tipo.
- O que Israel faria num caso desses? - perguntei.
- Algo devastador - disse Isaac. Ele não se mostrou disposto a me passar detalhes. Mas era óbvio que estava repetindo planos de contingência que já tinham sido elaborados nos mais altos círculos militares e do serviço secreto.
E eu soube, naquele momento, que Sharon estava apenas esperando para lançar uma ação militar decisiva contra os palestinos. Tudo já estava planejado.
Disse a Isaac que eu receava que tal ação seria um desastre para Israel, que aquilo inevitavelmente acarretaria o tipo exato de reação para o qual o código da Bíblia alertava: o perigo supremo que, segundo o código, Israel enfrentaria dentro dos próximos cinco anos.
- Nós sobreviveríamos a um ataque com armas químicas - disse Ben-Israel. - Já analisamos isso. Talvez morram umas doze mil pessoas. Seria trágico, mas não seria o fim.
Mostrei a Isaac uma listagem decodificada. 'Arafat" era cruzado por "praga" e o versículo completo, no texto aberto da Bíblia, afirmava: "Os mortos na praga foram 14.700."
- E quanto a um ataque atômico? - perguntei. - Esse poderia ser o fim – respondeu Isaac.
Saí daquele encontro mais perturbado do que de quaisquer outros que tive com qualquer funcionário do governo de Israel. E tudo o que aconte¬ceu nos dias seguintes - o bombardeio israelense da estação de radar síria no Líbano e a invasão de Gaza, tudo claramente cronometrado para impe¬dir que os jordanianos apresentassem a Sharon uma proposta de paz ¬deixou claro para mim que o primeiro-ministro estava esperando o mo¬mento de cumprir seu destino: o momento em que poderia atingir os pa¬lestinos com todo seu poderio militar.
O que estava codificado na Bíblia nunca me pareceu tão real como naqueles dias. Não bastava que Arafat parecesse aceitar os alertas do códi¬go. Eu tinha de chegar até Sharon. Eu tinha de assustá-lo, da mesma ma¬neira que assustei Arafat.
Eu tinha de convencer Sharon de que se tratava realmente do "Fim dos Dias".
Despedindo-me de meu amigo Isaac, perguntei-lhe quem poderia me dar acesso a Sharon. Ele sugeriu que eu procurasse o general reformado a quem o primeiro-ministro planejava entregar a chefia do Mossad.
- Ouvi rumores de que você será o novo chefe do Mossad - disse eu ao general Meir Dagan quando nos encontramos em Rosh Pina, a cidade onde ele vivia, no norte de Israel.
- Também ouvi esses rumores - respondeu Dagan.
Eu tinha ido ao norte para ver esse general de extrema-direita, porque era nele, depois de Ornri, que o primeiro-ministro mais confiava. Depois que Sharon ocupou militarmente o Monte do Templo, Dagan foi o princi¬pal orador em uma passeata contra a paz, em Jerusalém. "Precisamos res¬ponder à guerra com guerra", disse Dagan à multidão. "Chegou a hora de mandarmos Yasser Arafat de volta à Tunísia" (o país no norte da África onde Arafat vivia exilado).
Era esse homem que eu precisava convencer de que Israel não tinha alternativa a não ser a paz, porque a única outra escolha era a aniquilação.
Mostrei a Dagan as mesmas listagens decodificadas que havia mostra¬do a Omri, onde "Sharon" e 'Arafat" apareciam junto com "Fim dos Dias", e também os alertas de "holocausto atômico" e "guerra mundial" em 2006.
- Bem, o que isso significa? - perguntou Dagan. - E o que podemos fazer?
- Eu acho que significa que Israel está em perigo terminal e que vocês têm cinco anos para encontrar um meio de sobreviver. Mas estou certo de que o futuro pode ser mudado. Foi por isso que vim ver você.
Eu sabia que Dagan era totalmente secular. Perguntei-lhe se ele pode¬ria levar a sério o código da Bíblia.
- Sim - respondeu. - Porque se o perigo é real, não se trata de algo que possamos ignorar.
Dagan tivera a seu cargo as atividades de contra-terrorismo na última vez que a extrema-direita esteve no poder, quando Benjamin Netanyahu foi primeiro-ministro. Comentei que eu tinha notado que as pessoas que trabalharam nos serviços secretos eram mais abertas ao código da Bíblia, mesmo que não fossem religiosas.
. - Você está certo - disse Dagan. - Precisamos ser abertos. Não podemos ignorar qualquer alerta.
Porém, havia algo mais, algo que Dagan só me revelou meses mais tarde, quando nos encontramos novamente.
Foi em dezembro de 2001. Sharon acabara de nomear Dagan para che¬fiar a equipe israelense nas conversações de cessar-fogo com os palestinos, as quais seriam mediadas pelo enviado especial dos Estados Unidos, gene¬ral Anthony Zinni.
Todo mundo sabia que Sharon nomeara Dagan para garantir que não haveria qualquer acordo de paz. Mas Dagan me surpreendeu com sua dis¬posição de persuadir o primeiro-ministro a se encontrar comigo para dis¬cutir os alertas do código da Bíblia.
Mostrei-lhe as listagens decodificadas da Bíblia que prediziam o chama¬do 11/9 - o 11 de setembro, o ataque às "torres gêmeas", codificado junto com "avião" - e lhe disse que o código parecia alertar que também Israel enfrentaria ataques terroristas em uma escala completamente diferente.
- Vou falar com o primeiro-ministro e vou falar com Omri – disse Dagan - mas Sharon certamente não vai se encontrar com você agora.
Israel vivia uma crise ainda maior. Três grandes ataques terroristas haviam custado a vida de 25 pessoas apenas nos últimos dias, e agora os jatos de combate israelenses atacavam Gaza e a Cisjordânia.
- Compreendo o momento - disse eu a Dagan. - Mas o que está acontecendo agora é um incidente de menor importância. Vinte e cinco mortos é uma tragédia, eu sei, mas se o código está certo, os perigos reais ainda estão por vir e milhares morrerão, e depois dezenas de milhares, e finalmente todo o seu país enfrentará a aniquilação.
Dagan manteve-se em silêncio. Eu sabia que o general era um comba¬tente rijo, mas fiquei perguntando a mim mesmo se não teria ido longe demais.
- Detesto dizer isso tão cruamente - observei. - Se tivéssemos mais tempo, eu diria a mesma coisa de modo mais suave. Só que eu estou tentando há meses falar com o primeiro-ministro e gostaria que você entendesse e dissesse a ele que estamos falando da sobrevivência de seu próprio país.
- Eu lhe prometi que falaria com Sharon e vou falar - disse Dagan. ¬Eu não sou um homem religioso, mas acredito realmente que aqui há forças sobrenaturais que afetam os acontecimentos.
Fiquei chocado. Eu sabia, do meu primeiro encontro com Dagan, que ele tinha a mente aberta para o código da Bíblia. Agora eu sabia por quê.
- Por experiência pessoal? - perguntei.
- Sim - respondeu Dagan, sem dar qualquer explicação.
Decidi não tentar sondar o assunto. Mas perguntei a mim mesmo o que aquele severo general de extrema-direita teria vivenciado que o fez acreditar em forças sobrenaturais e, portanto, aceitar a realidade potencial de um código oculto na Bíblia que revela o futuro.
- Acredito que algo assim pode ser real, pode ser genuíno – disse Dagan. Para mim, era o suficiente.
Meu objetivo era ficar face a face com Ariel Sharon, assim como tinha ficado face a face com Yasser Arafat.
Disse a Dagan que pretendia ver Arafat novamente.
- Não vá nos próximos dias - ele observou.
- Eu não tenho medo - respondi.
- Não vá - repetiu ele.
Alguns dias mais tarde, depois de outro ataque terrorista, os helicópteros militares israelenses atingiram o quartel-general de Arafat em Ramallah, na Cisjordânia, e os tanques israelenses cercaram os escritórios de Arafat.
O líder palestino seria mantido prisioneiro ali dentro nos meses vindouros.
Meir Dagan foi realmente nomeado chefe do Mossad em setembro de 2002, por seu velho amigo, o primeiro-ministro Ariel Sharon.
A fotografia na parede era como uma cápsula do tempo. Yasser Arafat tro¬cando um aperto de mãos com Yitzhak Rabin no gramado da Casa Branca, sob os olhos de Bill Clinton. Shimon Peres estava ao lado de Rabin.
Entrei no gabinete de Peres, no Ministério das Relações Exteriores, em Tel Aviv. Porém, a paz que ele tanto advogara, mais do que qualquer outro, agora parecia apenas uma triste e distante lembrança.
Fui levado imediatamente à presença de Peres.
Ele, que era a última esperança, parecia velho, cansado e deprimido.
Parecia sentir a perda mais do que qualquer outro, talvez porque ele, mais do que ninguém, havia criado o momento capturado naquela fotografia.

A última vez que eu vira Peres foi quando ele era primeiro-ministro, no fim de janeiro de 1996, poucos meses depois do assassinato de Rabin. Agora Peres era o contrapeso de esquerda no governo de coalizão liderado por Sharon.
Mostrei-lhe as mesmas listagens decodificadas da Bíblia que já havia mostrado a Omri e Dagan, onde "Fim dos Dias", "guerra mundial" e "holocausto atômico" apareciam junto com o ano de 2006.
- A primeira vez que vi você - disse Peres - o perigo estava a dez anos de distância no futuro. Agora, são só cinco anos e o perigo já não parece mais tão improvável.
Depois do fracasso de Camp David, depois de quase sete meses da nova Intifada, depois da eleição de Sharon, aquelas mesmas coisas que receei dizer a Peres quando ele era primeiro-ministro, porque pareciam tão apocalípticas, haviam se tornado parte comum do cotidiano. Mas eu disse a Peres que talvez houvesse esperança.
- Acabei de me encontrar com Arafat e ele parece aceitar sem questionamento os alertas do código da Bíblia - disse eu.
Peres queria todos os detalhes:
- O que você lhe disse e como ele reagiu?
- Disse a ele que, de acordo com o código, a escolha real dele não era entre a paz e os tumultos nas ruas, ou mesmo entre a paz e a guerra. Mas entre a paz e a aniquilação. Ele pareceu aceitar a idéia completamente.
Abri meu livro, novamente na listagem decodificada da Bíblia que mostrava as duas expressões do "Fim dos Dias", e circulei com a caneta as letras hebraicas que formavam "A-R-A-F-A-T".
- E como ele reagiu? - perguntou Peres.
- Não pareceu surpreso. Ele me disse que já acreditava que estamos vivendo uma época crítica, mas ficou chocado quando percebeu que a ex¬pressão hebraica era a mesma que a árabe... que "Fim dos Dias" se pro¬nuncia exatamente do mesmo jeito nos dois idiomas. Ele repetiu a frase para todos os seus assessores e todos pareceram chocados.
- Se assim está predito, o que podemos fazer? - perguntou Peres. Era a mesma pergunta que ele fez quando nos encontramos cinco anos antes, quando lhe mostrei que "holocausto atômico" estava codificado junto com 2006.
- Arafat me fez a mesma pergunta - observei. - Só que ele disse "se assim está escrito". Eles acham que tudo está predeterminado. Tentei convencê-lo de que o futuro pode ser mudado, que aquilo que está codifi¬cado na Bíblia é um alerta, não uma profecia. O que nós fazemos, o que você faz, o que ele faz, determinarão o que realmente vai acontecer.
Também disse a Peres que estava em contato com Sharon por intermé¬dio de seu filho Ornri, mas que eu achava que Sharon não queria fazer a paz.
Peres não protestou. Não defendeu Sharon. Disse apenas:
- Eu já acreditava que não temos outra escolha a não ser fazer a paz.
Então, por que você está me contando tudo isso?
- Porque a crença total de Arafat no código da Bíblia, sua completa aceitação destes alertas, poderão dar a você uma abertura inteiramente nova... mesmo que você não acredite cegamente que existe um código na Bíblia que prediz o futuro.
- Ele e eu somos de mundos diferentes - disse Peres. - Arafat é um primitivo, de uma cultura que ainda é basicamente agrícola. Eu venho de uma cultura científica, democrática. É muito difícil. A comunicação é mui¬to difícil.
Peres ficou em silêncio durante um momento. Sua tristeza era palpável. Ele foi, sem sombra de dúvida, o político israelense mais inteligente
que conheci. Todos o deixavam de lado, como um sonhador, e diziam que Sharon era realista. Mas eu tive a impressão exatamente oposta. Sharon era o sonhador. Ainda acreditava que alcançaria uma vitória militar, que acertaria tudo com os tanques de batalha. Peres era o realista. Ele sabia que o código estava certo, que os árabes logo teriam armas nucleares, que Israel dispunha de cinco anos para encontrar uma maneira de sobreviver.





CAPÍTULO 8

O CODIGO DA VIDA

Todas as formas de vida neste planeta provieram de um código. Um código impresso em uma única molécula de DNA. Mas ninguém sabe de onde veio esse código.
Logo no início de minha busca pela chave do código da Bíblia, é possí¬vel que eu também tenha deparado com a chave do código da vida.
O segredo do código genético é revelado no Gênesis, quando Deus diz a Abraão: 'Abençoar-te-ei imensamente e multiplicarei tua semente, fa¬zendo-a como as estrelas do céu e os grãos de areia da praia. E em tua semente serão todas as nações do mundo abençoadas."
Oculta nessas palavras tão conhecidas está a verdadeira história de nossa Criação. De acordo com o código da Bíblia, nosso "DNA foi trazido em um veículo".
"Tua semente" cruza "DNA foi trazido em um veículo". A frase "em um veículo, tua semente, todos os povos da Terra" é novamente afirmada no texto oculto da Bíblia, quando Deus diz: "E em tua semente serão todas as nações do mundo abençoadas."

Quando encontrei essas expressões codificadas na Bíblia, quase não acreditei. Parecia ficção científica. O DNA, a molécula da vida, enviado à Terra em uma nave espacial.
Fiquei imaginando se algum cientista respeitado ao menos considera¬ria essa idéia tão fantástica.
Marquei um encontro com a maior autoridade mundial no assunto: Francis Crick, o biólogo laureado com o Prêmio Nobel que descobriu a hélice dupla, a estrutura espiralada do DNA. Foi uma das maiores desco¬bertas científicas de todos os tempos. Como o próprio Crick declarou no primeiro momento de revelação: "Descobrimos o segredo da vida."
- É possível- perguntei a Crick quando cheguei ao Instituto Salk, em San Diego, Califórnia - que nosso DNA tenha vindo de outro planeta?
- Publiquei essa teoria há vinte e cinco anos - disse Crick. - Chamei-a de "Panspermia Dirigida".
- Você acha que o DNA chegou aqui em um meteoro ou em um co¬meta? - perguntei.
- Não - respondeu Crick. - Qualquer coisa viva teria morrido numa viagem acidental pelo espaço.
- Você está dizendo, então, que o DNA foi enviado para cá em um veículo? - perguntei.
- É a única possibilidade - disse Crick.
Crick acabava de confirmar a afirmação do código da Bíblia sobre a origem da vida na Terra. Mas não mencionei o código da Bíblia, em mo¬mento algum. Crick é desafiadoramente secular. Em vez disso, pedi que me explicasse sua teoria da gênese do DNA.
A molécula de DNA, explicou Crick, era demasiado complexa para ter evoluído espontaneamente na Terra durante o curto período de tempo que decorreu entre a formação deste planeta, há quatro bilhões de anos, e o primeiro aparecimento da vida, há três bilhões e oitocentos mil anos.
- Mas é improvável - disse Crick - que organismos vivos tenham chegado à Terra como esporos, de outra estrela, ou incrustados em algum meteorito.
Segundo Crick, portanto, havia apenas uma possibilidade:
- Uma forma primitiva de vida foi plantada na Terra por alguma civilização avançada de outro planeta... deliberadamente.
Era extraordinário. Crick estava me dizendo exatamente o que o código da Bíblia afirmava: o "DNA foi trazido em um veículo".
Crick disse que nosso DNA foi intencionalmente trazido para a Terra em uma "espaçonave" e que "todas as formas de vida da Terra represen¬tam um clone derivado de um único organismo extraterrestre". Ele afir¬mou essas idéias explicitamente quando publicou sua teoria em 1973.
Perguntei-lhe, agora, se ele ainda acreditava na "Panspermia Dirigida".
- Sabemos bem pouco sobre as origens da vida - respondeu Crick. - Mas todas as novas descobertas científicas dão apoio à minha teoria, e nenhuma a refuta. Houve uma grande mudança desde que minha teoria foi publicada. Hoje sabemos que outras estrelas realmente têm planetas. Por isso, é bem possível que uma civilização tecnologicamente avançada existisse em algum lugar da galáxia mesmo antes que a Terra tenha sido formada.
Crick estava mais certo do que nunca.
- O DNA foi mandado para cá em um veículo - disse ele. – Por alienígenas.
Não era exatamente a história contada no Gênesis. Mas estava claramente afirmada no código da Bíblia.
Imaginei o que Eli Rips, o cientista que descobriu o código, diria sobre essa teoria das nossas verdadeiras origens. Estaria ela em conflito com suas crenças religiosas, com sua fé nas palavras abertas da Bíblia, que dizem que Deus criou o homem e todas as outras formas de vida da Terra?
Em novembro de 1998, quando cheguei ao Oriente Médio para iniciar minha busca pelo obelisco (a chave oculta do código da Bíblia), mostrei a Rips o que o código da Bíblia dizia sobre o código da vida: o "DNA foi trazido em um veículo".
- É uma combinação extraordinária - disse Rips. - "DNA em um veículo" e "tua semente em um veículo". É perfeito. É auto-referente.
Contei a Rips o que Crick me dissera e o que ele tinha escrito 25 anos antes.
- É diferente da teoria da Criação em um único aspecto: dá outro nome ao agente inteligente - observou Rips. - A evolução do DNA na Terra não é um fenômeno realista e, por isso, um agente extrínseco trouxe o DNA até aqui. O dr. Crick apenas se abstém de chamar o herói pelo nome.
Rips, que nunca vê qualquer conflito entre a ciência e a religião, acredi¬tando que ambas são buscas da verdade última e levam ao mesmo lugar, ficou entusiasmado com aquela descoberta.
Encorajado, mostrei a Eli outras codificações correlatas. "Código gené¬tico" aparecia na Bíblia junto com "herdarás o gene dele". Rips encontrou a frase "para desenvolver o homem" codificada no mesmo trecho.

A expressão "espiral do DNA" também estava codificada na Bíblia e, cruzando-a no texto oculto, estavam as palavras "em Adão o modelo, o gabarito". "De um código" aparecia na mesma listagem.
- É um bom encontro com uma afirmação clara e simples do significa¬do da codificação - disse Rips. - E as probabilidades de "espiral do DNA" aparecer por acaso são de 300 para 1.
Perguntei a Rips se ele achava possível que tanto o código da Bíblia quanto o código do DNA tivessem a mesma estrutura de hélice dupla, que ambos tivessem duas espirais entrelaçadas - que talvez existisse um úni¬co código universal.
Finalmente, mostrei-lhe que os dois códigos - o "código do DNA" e o "código da Bíblia" - apareciam juntos desafiando todas as leis das proba¬bilidades, que ambos estavam codificados no mesmo trecho da Bíblia.
Rips ficou muito entusiasmado. Desapareceu por um instante em seu escritório e voltou com uma listagem decodificada da Bíblia, impressa em uma transparência. A listagem mostrava "julgamento de Deus" e "misericórdia de Deus" codificados no mesmo trecho. Rips pegou a folha da trans¬parência e uniu as pontas, transformando-a em um cilindro.
As duas carreiras, "julgamento" e "misericórdia", se entrelaçavam uma na outra. ¬
- Estivemos sempre olhando para um cilindro tridimensional- ex¬plicou Rips. - Nós apenas o desenrolamos para mostrar o código nas duas dimensões da tela do computador, assim como abrimos um mapa plano em vez de mostrar o globo. Mas veja o que acontece quando lhe damos novamente a forma de cilindro.
"Misericórdia de Deus" se entrelaçava claramente a "julgamento de Deus". As duas faces do Todo-Poderoso eram apresentadas exatamente da mesma forma que as duas carreiras do DNA.
- É uma hélice dupla - disse Rips. - Ambos os códigos, o código da vida e o da Torah, talvez tenham a mesma estrutura. E nenhum deles, na verdade, nasceu aqui na Terra.
'As raízes da nossa forma de vida remontam a outro lugar do Universo, quase certamente a outro planeta", escreveu Crick, desenvolvendo sua te¬oria da Panspermia Dirigida.
"Ela alcançou uma forma muito avançada, lá, antes que muitas coisas tivessem começado aqui. E a vida, aqui, foi semeada por microorganismos enviados em alguma forma de espaçonave por uma civilização avançada."
Como provas, Crick apresentava dois argumentos: (1) "O código gené¬tico é idêntico em todos os seres vivos"; e (2) "O primeiro organismo apareceu subitamente, sem qualquer sinal de precursores mais simples aqui na Terra."
"Postulamos que em algum planeta distante, há cerca de quatro bi¬lhões de anos, havia evoluído uma forma de criatura superior, que, como nós, descobriu a ciência e a tecnologia, desenvolvendo-as muito além do ponto a que nós chegamos", escreveu Crick.
"Eles saberiam que, a longo prazo, sua própria civilização estava con¬denada. É claro que talvez tivessem razões para acreditar que nem sequer sobreviveriam a curto prazo. Sem dúvida, teriam planejado colonizar os planetas vizinhos.
"Quando se avalia a escala e a natureza da galáxia, é intolerável não saber se somos seus únicos habitantes", disse Crick. "Pode até ser perigo¬so não sabê-lo."
Finalmente, Crick faz a grande pergunta que ainda nos persegue: "Os emissores ou seus descendentes ainda estão vivos? Ou os riscos de quatro bilhões de anos foram demais para eles?"
O DNA é uma linguagem. Escrita com quatro letras.
"O filamento do DNA é informação, uma mensagem escrita em um código de substâncias químicas, uma substância química para cada letra", explica Matt Ridley em seu livro Genome, que conta a história do recém ¬decodificado blueprint humano.
"É quase bom demais para ser verdade", observa Ridley, "mas o código mostrou ser escrito de uma maneira que conseguimos entender. Assim como o inglês escrito, o código genético é uma linguagem linear, escrita numa linha reta."
Era a mesma descoberta surpreendente que o Dr. Rips tinha feito so¬bre o código da Bíblia. Dirigido a nós e escrito em uma linguagem que poderíamos entender - como dizia o próprio código, no local onde "chave do código" aparecia, estava "em nossas mãos para decifrar".
O código do DNA, tal como o código da Bíblia, "existia na língua do homem" .
Seria possível que nossa busca pela "chave do código" também levasse a algum código universal, ao código da vida, ao código de toda a criação?
Descobri que na listagem decodificada original que levou a toda minha busca (onde "boca dos obeliscos" cruzava "chave do código") havia outra revelação extraordinária.
Também codificadas no mesmo trecho estavam as palavras "árvore genealógica em Lisan". A expressão poderia ser traduzida como "ele traça¬rá as origens dos ancestrais em Lisan".
Conectava-se claramente o código da Bíblia ao código genético, e am¬bos a uma mesma localidade, e sugeria-se que o "senhor do código" não era apenas o Codificador, mas também nosso Criador.
"Em Lisan DNA" também estava codificado na Bíblia. Em hebraico, "Lisan" também significa "língua, linguagem, idioma", de modo que as mesmas palavras se traduzem como "na linguagem do DNA". E a expres¬são era cruzada por "uma cópia de tudo foi trazida".
Era uma espécie de Arca de Noé de altíssima tecnologia, com cada forma de vida preservada no código do DNA. "Em Lisan DNA" aparecia uma segunda vez e, no mesmo trecho, também aparecia "Mazra".
Em hebraico, "Mazra" também significa "semeado". Mais uma vez, a descrição perfeita de como Crick e o código da Bíblia diziam que a vida chegara ao nosso planeta.
E no mesmo trecho aparecia o mesmo versículo do Gênesis que tam¬bém aparecia com "DNA foi trazido em um veículo", a promessa de Deus a Abraão: "...multiplicarei tua semente, fazendo-a como as estrelas do céu."
"Código da vida" também estava codificado, novamente com "Mazra", novamente com "semeado".
Muitas e muitas vezes o X do mapa do tesouro, "Mazra" e "Lisan", aparecia junto com "DNA", assim como as duas mesmas localidades apa¬reciam junto com tudo o que se relacionava com o "código da Bíblia".
"Espiral do DNA" estava realmente codificado junto com "Mazra" e "Lisan, língua de mar".

Mais uma vez o código afirmava claramente que o código genético também seria encontrado sobre um "obelisco". Na verdade, "sobre obelisco" cruzava "código do DNA".
A expressão "criação do homem" está codificada duas vezes, uma de¬las com "Lisan" e a outra com "Mazra". "Esta é a solução" aparece nas palavras originais da Bíblia, sobrepondo-se a "Lisan", onde a localidade está codificada junto com "criação do homem".
"Dei a ti como herança, eu sou Deus" são as palavras do texto aberto que cruzam "criação do homem", onde essa expressão está codificada jun¬to com "Mazra", .
É uma afirmação extraordinariamente clara de que a chave do código da vida, bem como a do código da Bíblia, estariam enterradas na península cujo nome significa "linguagem", na baía cujo nome significa "semeado",
Também parece ser uma clara afirmação de que o código da Bíblia e o código genético teriam, portanto, uma fonte comum - o mesmo alienígena trouxe ambos para a Terra.

CAPÍTULO 9

A INVASÃO

Cada vez que eu voltava ao Oriente Médio, mais a região tinha um ar de Fim dos Dias.
Na sexta-feira santa, 29 de março de 2002, Páscoa no mundo cristão e Pessach na Terra Santa, o primeiro-ministro israelense Ariel Sharon en¬viou 60 tanques, 200 caminhões de transporte de tropas e 2.500 soldados ao quartel-general de Yasser Arafat em Ramallah, numa campanha de reta¬liação por uma semana de homens-bomba suicidas.
Escavadeiras militares demoliram os muros do quartel-general do líder palestino e tropas israelenses ocuparam todo o complexo, com exce¬ção de algumas salas, fazendo de Arafat um prisioneiro no mesmo local onde eu me encontrara com ele um ano antes.
Israel ocupou quase todas as principais cidades da Cisjordânia, na maior ofensiva desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967.
Tudo isso foi predito. "Sharon está invadindo" cruzava 'Arafat" no código da Bíblia.
Eu tinha encontrado essa predição quase um ano antes do ataque, e até a época era predita. "Sharon invadiu" aparecia novamente, cruzado por "Páscoa" .
Agora, tudo isso se tomara realidade.
Arafat e Sharon estavam cumprindo o destino um do outro. Arafat colocara Sharon no poder ao rejeitar o plano de paz oferecido por Barak e Clinton em Camp David. E agora Sharon, ao invadir a Palestina e cercar Arafat no quartel-general em Ramallah, transformara Arafat em um már¬tir, um herói de todo o mundo árabe.
Enquanto a batalha devastava a Cisjordânia, eu estava com Eli Rips em sua casa em Jerusalém, examinando os códigos.
Rips digitou o nome da operação militar israelense, "Muro Defensivo". Ela aparecia uma vez no código da Bíblia, cruzada pelo nome da cidade palestina onde naquele exato momento as lutas mais intensas estavam arrasando o campo de refugiados chamado "Jenin". Logo abaixo, também aparecia "Casbah", o nome da velha cidade, em Nablus, onde ocorria a outra batalha mais sangrenta.
O texto aberto que cruzava "muro defensivo" falava da "destruição das cidades". Logo acima, estava codificada a palavra "combates". E também no mesmo trecho as palavras originais da Bíblia capturavam o momento: "Eles estavam cheios de ódio e não conseguiam falar de paz."
Era tudo tão detalhado e acurado como os noticiários da CNN, tão preciso como as manchetes do Jerusalem Post e do New York Times, e tudo havia sido codificado em um texto que tinha três mil anos de idade.
Rips calculou as probabilidades do aparecimento casual. Sozinha, a combinação dos nomes das duas cidades e do nome da operação militar já era de várias centenas de milhares para um.
- É o mesmo relato que vi na televisão ontem à noite - observei. ¬Onde você acha que isso vai terminar?
- Acho que Israel vai novamente se encontrar encurralado contra o mar, como aconteceu com os antigos israelitas às margens do mar Verme¬lho - respondeu o matemático.
Compreendi sua alusão. Rips falava do momento registrado na Bíblia, no primeiro Pessach, há 3.200 anos, quando os hebreus que fugiam do Egito se encontraram encurralados entre o exército do faraó e as águas do mar Vermelho, enfrentando a aniquilação total.
- Precisaremos novamente da intervenção divina - disse Rips.
Rips compreendia que, embora Israel desse as cartas naquele momen¬to, a batalha havia apenas começado. Eu temia que ele tivesse razão, mas não conseguia imaginar alguém, agora, abrindo as águas.
Se houvesse um milagre agora, seria talvez o milagre que estávamos testemunhando: os detalhes dos acontecimentos modernos codificados em um texto antiqüíssimo e um alerta do que ainda estava por vir.
- Tudo o que está acontecendo agora é apenas um incidente secundário - disse eu ao general Meir Dagan, o homem que muitos consideravam o mais próximo de Sharon, o ex-chefe dos serviços de contra-espionagem que o primeiro-ministro logo nomearia para a chefia do Mossad.
Mostrei a Dagan a predição, extraordinariamente acurada, da guerra em curso. Disse-lhe que ele precisava transmitir a Sharon este alerta: se¬gundo o código, aquele momento era literalmente o "Fim dos Dias" e Isra¬el enfrentava a aniquilação.
- Eu já entreguei sua carta ao primeiro-ministro - disse Dagan. ¬- Mas não sei se ele a leu.
- Você precisa dizer a ele que tudo continua se tornando realidade ,¬observei.
- Você me faz lembrar de uma história contada pelo poeta grego Homero - disse Dagan. - A história de Cassandra, cuja maldição era conhecer o futuro, mas ninguém acreditava nela.
Entreguei-lhe outra carta para Sharon. Essa carta repetia o alerta que eu tentava transmitir ao primeiro-ministro já havia um ano.
"Este momento crítico na história de Israel foi indubitavelmente pre¬visto com toda clareza", afirmava minha carta. "Os nomes de 'Sharon', Arafat' e 'Bush' estão codificados juntos na Torah, com a época do perigo supremo, o 'Fim dos Dias'."
E eu agora acrescentara um novo alerta: "Se o código está certo, o que acontece neste momento é apenas um incidente secundário. O verdadeiro perigo está à frente. Primeiro, uma 'praga', um ataque com armas quími¬cas ou biológicas, no qual centenas de milhares de pessoas morrerão. E, por fim, um 'holocausto atômico'."
Dagan prometeu que entregaria também minha segunda carta a Sharon, por intermédio do chefe de gabinete do primeiro-ministro, Dri Shani.
- Shani é o homem mais próximo a Sharon no dia-a-dia, mais até do que Ornri - disse Dagan, referindo-se ao filho do primeiro-ministro, com quem eu me encontrara no ano anterior.
Dentro de poucos dias, o chefe de gabinete de Sharon avisou que me receberia, mas só depois que o primeiro-ministro tivesse concluído suas reuniões com o secretário de Estado norte-americano, Colin Powell, que acabara de chegar a Israel para negociar um cessar-fogo entre israelenses e palestinos.
Diante disso, preferi ir ver o único líder palestino que não tinha sido apri¬sionado, na única cidade da Cisjordânia que ainda não fora invadida, a mais velha cidade do mundo, Jericó.
Jaeb Erekat, o principal negociador de paz dos palestinos, recordou nosso encontro no ano anterior. Ele fizera a tradução para mim e Arafat quando nos encontramos no mesmo quartel-general em Ramallah que agora estava bombardeado e cercado de tanques.
Entreguei a Erekat uma nova carta para Arafat, mas antes que ele a pudesse ler, o líder palestino lhe telefonou. Arafat disse que estava desani¬mado, sem comida, combustível e remédios, e que receava que Powell não quisesse vê-lo por causa do novo homem-bomba suicida em Jerusalém.
De todo modo, depois de um rápido telefonema para a embaixada americana, Erekat leu minha carta. Ela dizia:
"Estou agora de volta ao Oriente Médio para alertar você e os israelen¬ses de que este é o momento profetizado pelas três grandes religiões oci¬dentais - o 'Fim dos Dias' -, a hora do maior perigo já enfrentado pelo mundo.
"Esta pode ser sua última oportunidade de fazer a paz e evitar o horror que ainda está por vir. O destino dos israelenses e dos palestinos será o mesmo. Se vocês não fizerem a paz, vocês enfrentarão juntos o 'Fim dos Dias'. Vocês precisam agir agora. Este é o momento."
Erekat leu atentamente minha carta e disse que a entregaria a Arafat quando eles se encontrassem com Colin Powell. .
- Quando é o "Fim dos Dias" - perguntou Erekat. - Agora?
- Exatamente agora - respondi. - Já começou.
- Isso tudo que os israelenses estão fazendo vai causar o fim do mundo? - perguntou Erekat.
- Isso tudo que vocês estão fazendo um ao outro, sim - respondi.
Mostrei-lhe as listagens decodificadas que já mostrara a Dagan, onde "Sharon está invadindo" cruzava 'Arafat" e aparecia novamente junto com "no Fim dos Dias".
Também mostrei a Erekat outra listagem, onde "guerra mundial" esta¬va codificada junto com "terrorismo"; a palavra árabe para "homem-bom¬ba suicida" (shahid) aparecia no mesmo trecho.
- Aqui diz shahid? - perguntou Erekat, agora muito interessado nos caracteres hebraicos.
Apontei para a palavra e repeti-lhe parte de minha carta a Arafat. - Foi isso o que eu disse a Arafat: "Você deve ficar acima de sua bata¬lha com Sharon. Os terroristas é que são seus inimigos mútuos. Se os terroristas ganharem poder, eles matarão vocês dois, destruirão os povos de Israel e da Palestina e, por fim, toda a civilização humana."
Erekat mais uma vez prometeu que entregaria minha carta a Arafat e providenciaria um encontro - se Colin Powell conseguisse persuadir os israelenses a levantar o cerco.
Enquanto dirigia de volta a Israel, passando pelos postos fronteiriços militares israelenses, eu perguntava a mim mesmo se não teria ido longe demais. Erekat me levara muito a sério, Arafat acreditava totalmente em mim e Dagan estava realmente tentando alertar Sharon para o fato de que um código na Bíblia dizia que o apocalipse já estava sobre nós.
Tudo ainda me parecia irreal. Contudo, o alerta do código da Bíblia que havia anos eu tentava transmitir aos líderes mundiais, o alerta em que eu próprio mal acreditava, agora já era uma realidade visível.
Mesmo antes que homens-bomba suicidas tivessem matado 150 israe¬lenses em um mês, mesmo antes que Sharon começasse a travar sua guer¬ra de extermínio contra os palestinos, já Tom Friedman, colunista do New York Times, dava quase o mesmo alerta.
Friedman disse no Times exatamente o que eu tentava dizer a todos os primeiros-ministros israelenses desde que Rabin fora assassinado, o que eu tentava dizer à Casa Branca desde o fracasso de Camp David: o conflito no Oriente Médio" está começando a parecer o estopim de uma guerra de civilizações muito mais ampla".
Ele alertava (assim como eu tentara novamente alertar Sharon) que "armas de destruição em massa" nas mãos de terroristas ou países árabes radicais poderiam "varrer Israel do mapa".
A propagação de armas nucleares e biológicas, a ascensão de bin Laden, a ligação crescente entre fanáticos religiosos e terroristas, tudo isso fez com que as coisas que poucos anos pareciam paranóicas e apocalípticas fossem agora um lugar-comum. O mundo alcançara o código da Bíblia.
E as coisas nunca me pareceram tão ruins - pelo menos não desde que vi a queda das torres do World Trade Center - como naquele momen¬to, enquanto eu cruzava o posto fronteiriço militar na saída de Jericó.
Eu já esperava por tudo isso desde o assassinato de Yitzhak Rabin. Logo acima do ponto onde "assassino que assassinará" cruzava "Yitzhak Rabin", estava um alerta: "Todo o seu povo para a guerra."

O assassinato do primeiro-ministro que havia feito a paz com Arafat não foi um momento de virada apenas para Israel; foi um ponto de muta¬ção para o mundo todo.
Encontrei-me com Dalia, a filha de Rabin, a quem fui apresentado na minha última viagem a Israel. Sentamo-nos para conversar no Knesset, o Parlamento israelense.
- Já começou - disse Dalia. - Tentei impedir, mas ninguém me deu ouvidos. Ele está atacando, agora.
Não entendi.
- Sharon - disse ela. - O ataque já está em andamento.
Mais tarde, na CNN, vi as imagens da informação de Dalia: Sharon enviara caças F-16, helicópteros e tanques para a Faixa de Gaza e a Cis¬jordânia, dando início ao maior ataque israelense àqueles territórios desde que Rabin e Arafat trocaram um aperto de mãos nos acordos de Oslo em 1993.
Dalia Rabin soube, naquele instante, que a paz feita por seu pai estava morta. Ela ocupava o segundo cargo no ministério da defesa e acabava de chegar de uma reunião do Gabinete.
- Tentei impedir - repetiu. - Mas ninguém me deu ouvidos. Entreguei-lhe uma cópia da carta que enviei a seu pai mais de um ano antes de seu assassinato em novembro de 1995, alertando-o de que o códi¬go da Bíblia predizia que ele seria assassinado. Dalia leu a carta sem dizer uma só palavra. Estava profundamente chocada.
A lembrança daquele momento terrível, combinada com o horror que Dalia sentia pelo que estava acontecendo agora, estava tão clara em seu rosto que preferi não me aprofundar no assunto. Mas ela não era apenas a filha de Rabin. Era também uma importante funcionária do governo e eu queria que ela entendesse os perigos muito maiores que Israel ainda teria de enfrentar.
- Se o código está certo, o que já aconteceu e o que está acontecendo agora são apenas o começo - observei.
Meu encontro com Dalia ocorreu quatro meses antes do ataque total de Sharon à Cisjordânia, uma invasão que, eu sabia, estava predita na Bí¬blia. Mas eram os alertas maiores que eu tinha em mente - os alertas sobre uma "praga", codificada junto com o ano de 2005, e sobre a "guerra mundial" e o "holocausto atômico", codificados junto com o ano de 2006.
- Acredito que os perigos são reais, mesmo sem o código - disse Dalia Rabin. - Estou tentando refrear Sharon, enquanto nos preparamos para ataques com armas químicas, biológicas e atômicas.
Ela ficou em silêncio por um instante e depois perguntou:
-Se está predito, o que podemos fazer?
- Peres e Arafat me fizeram a mesma pergunta - respondi. - Eu não acho que seja uma predição, mas sim um alerta. Acredito que aquilo que fazemos determina o que realmente acontece.
Ela apontou para a mesa, onde estava meu primeiro livro (tendo na capa a predição do código da Bíblia sobre o assassinato de seu pai) e a carta que escrevi para o primeiro-ministro um ano antes de sua morte.
- Você não conseguiu impedir o assassinato de meu pai - disse ela. - Acho que poderíamos ter impedido. Seu pai recebeu o alerta, mas não acreditou nele.
Dalia ficou em silêncio, com a tristeza estampada no rosto.
- Eles estão bombardeando Gaza agora. O que podemos fazer?
- Vou dizer a você o que já disse a Arafat e estou tentando dizer a Sharon: acho que não haverá paz enquanto os dois lados não compreende¬rem que a alternativa é a aniquilação. Acho que Arafat acredita em mim, mas ainda não consegui falar com Sharon.
- Ele nunca lhe dará ouvidos - disse Dalia. - Ele não quer ouvir. Talvez seja preciso que as coisas piorem muito até alguém resolver ouvir.
Enquanto esperava para ver se chegaria até Sharon, e se ele me permitiria um encontro com seu prisioneiro Arafat, fui ver o general que talvez ocupe a posição mais crítica nos serviços secretos de Israel.
O general Yossi Kuperwasser estava encarregado da análise de infor¬mações. Todas as informações coletadas por todas as agências de inteli¬gência israelenses (dos espiões, dos satélites, dos norte-americanos e dos europeus) chegavam até sua mesa.

Na segunda-feira, 15 de abril de 2002, encontrei-me com ele no Kyria, o quartel-general militar israelense, murado e fortemente protegido, no centro de Tel Aviv.
- Você raspou a barba - disse o general Kuperwasser quando entrei em sua sala. De início, não entendi do que ele estava falando. Depois per¬cebi que já nos encontráramos antes: na minha primeira viagem a Israel, dez anos antes, quando fui falar com o chefe dos serviços secretos israe¬lenses sobre o futuro da guerra.
Kuperwasser era então um jovem assistente do general que ocupava o cargo. Só o conheci como Yossi, e nunca percebi a conexão entre aquele jovem e o general de hoje. A volta do círculo tinha se completado. Foi na saída daquela reunião, dez anos antes, que fiquei sabendo, por acaso, so¬bre o código da Bíblia.
Kuperwasser não precisava que eu o convencesse. Embora não fosse um homem religioso, ele já levava a sério o código da Bíblia.
- Eu estava no aeroporto, alguns anos atrás, procurando algo para ler, e vi o seu livro - disse ele. - Precisamos prestar atenção a qualquer alerta de perigo existencial.
Nosso amigo mútuo, o cientista-chefe do ministério da defesa, general Isaac Ben-Israel, já havia feito a Kuperwasser um resumo dos novos alertas no código da Bíblia.
Agora eu lhe mostrei as listagens decodificadas.
- "Varíola" está codificada junto com "2005" - expliquei ao general.
Ele olhou para a listagem onde aparecia o ano e viu que o texto aberto da Bíblia, cruzando "varíola", dizia: "Os mortos na praga foram 14.700."
- Mas essas são as palavras originais da Torah - exclamou Kuper¬wasser, surpreso. - O número está muito próximo das nossas próprias estimativas de baixas.

-"Jerusalém" e "Tel Aviv" também estão codificadas junto com "va¬ríola", e o mesmo ocorre com "no Fim dos Dias" - expliquei, mostrando¬lhe as listagens de computador.
O general Kuperwasser disse que ele também levava a sério a ameaça de um "holocausto atômico" em 2006:
- Essa data está de acordo com nossas próprias análises sobre o ano em que um ou mais dos nossos vizinhos poderão ter força nuclear. Os norte-americanos estão obcecados com o Iraque. Quanto a nós, preferi¬mos manter o foco sobre o Irã.
- Talvez vocês devessem também prestar atenção à Líbia - sugeri. ¬a código da Bíblia sugere com muita coerência que a Líbia será a fonte de uma arma, mesmo que o ataque real provenha de terroristas.
Meses mais tarde, em 4 de setembro de 2002, o primeiro-ministro Sharon fez um pronunciamento na televisão israelense: "A LI'bia parece estar se tor¬nando um país muito mais perigoso do que pensávamos. A Líbia poderá ser o primeiro país árabe a dispor de armas de destruição em massa."
Não sei se foi meu alerta ao general Kuperwasser que finalmente che¬gou até o primeiro-ministro, mas muitas vezes os alertas do código da Bíblia que repassei aos israelenses apareceram mais tarde na imprensa atribuídos a relatórios dos serviços secretos. .
Mostrei a Kuperwasser a localização de uma possível base terrorista no Iêmen ou no Irã. a nome da base estava codificado na Bíblia junto com todos os grandes perigos que ameaçavam Israel: "varíola", "holocausto atômico" e "bin Laden".
Mas havia duas localidades com o mesmo nome, uma no Iêmen e outra no Irã, ambas igualmente suspeitas em qualquer caçada a terroristas.
- Isaac me passou as coordenadas - disse Kuperwasser. - Já investi¬gamos. No Iêmen, nada. No Irã, vimos alguma atividade, mas nada defini¬tivo. Talvez tenhamos procurado cedo demais. Talvez precisemos investi¬gar em 2005 e 2006. Olharemos de novo. Continuaremos olhando.

Era evidente que Kuperwasser levava muito a sério o código da Bíblia. Perguntei-lhe se ele poderia me ajudar a ter um encontro com Arafat, que estava agora isolado em seu quartel-general bombardeado, sitiado por tan¬ques israelenses.
- Tive um encontro com Arafat há um ano - expliquei ao general. ¬Ele acredita no código da Bíblia. Na verdade, acho que ele acredita que sou um profeta. Disse a ele que, segundo o código da Bíblia, sua única escolha é a paz ou a aniquilação.
- Pode ser que ele acredite em você - disse Kuperwasser - mas isso não quer dizer que Arafat veja as coisas da mesma maneira que você. Ele poderá escolher a aniquilação.
Eu sabia que Kuperwasser não suportava Arafat. Na verdade, ele aca¬bava de voltar de Washington, enviado por Sharon com a missão de persuadir a Casa Branca de que Arafat era um terrorista e nunca mudaria.
De todo modo, Kuperwasser disse que nada poderia fazer para me ajudar a passar pelos tanques israelenses e falar com Arafat:
- Só o primeiro-ministro poderia aprovar isso.
No Dia em Memória do Holocausto, encontrei-me em Jerusalém com Dan Meridor, o ministro israelense cuja tarefa era impedir ataques terroristas com armas químicas, biológicas e nucleares, bem como preparar Israel para a eventualidade de tais ataques.
Mostrei a Meridor os dois alertas supremos do código da Bíblia. Pri¬meiro, o Estado de Israel seria atingido por uma "praga" moderna – a "varíola" - em 5765 (o ano hebraico equivalente a 2005).
E então lhe mostrei o alerta final: Israel enfrentaria um "holocausto atômico" no ano seguinte, 2006.
- Já sabemos dessas possibilidades - disse Meridor. - E já sabemos que esses dois anos, 2005 e 2006, são prováveis.
Meridor pronunciou essas palavras casualmente. Não mostrava qual¬quer emoção. Falava como um contador que tivesse acabado de revisar os números e confirmasse que a soma estava correta.
Ele não parecia nem um pouco abalado por estarmos falando de dois acontecimentos terminais, por estarmos exatamente no alvo previsto e pelo fato de um código de três mil anos de idade, na Bíblia, ter indicado exata¬mente as duas datas envolvidas.
Mas era uma extraordinária confirmação dos alertas do código da Bí¬blia, vinda de um dos poucos homens em Israel que tinham acesso àqueles números.
Independentemente, tanto a CIA quanto o serviço secreto israelense tinham chegado à mesma conclusão: a ameaça de terrorismo nuclear atin¬giria o auge entre 2005 e 2007.
O ministro da defesa israelense, Benjamin Ben-Eliezer, acabara de de¬clarar em público que "por volta de 2005, o Irã terá forças nucleares que ameaçarão a nós, à região e possivelmente ao mundo inteiro".
E logo depois do 11 de setembro, o próprio Meridor liderou um comitê de segurança nacional que alertou o primeiro-ministro Sharon de que a mais perigosa ameaça não-convencional enfrentada por Israel era a varíola.
Na verdade, Meridor acabara de completar uma palestra sobre a amea¬ça iminente de "terrorismo não-convencional" na Academia de Segurança Nacional de Israel, no dia 11 de setembro, quando chegaram as primeiras notícias sobre o ataque às torres do World Trade Center.
- Infelizmente, esse ataque é só o começo - comentou ele.
Mas, embora os alertas do código da Bíblia fossem praticamente idênticos aos alertas contidos nas análises do serviço secreto israelense, agora confirmadas pelo ministro, Meridor falava como se descartasse a predição.
- Já sabíamos disso - repetiu ele. - Não precisamos de um código dentro da Bíblia.
- Talvez não - respondi. - Mas o código predisse esses mesmos perigos nesses mesmos anos, antes que os serviços secretos de vocês che¬gassem às mesmas conclusões. E o código aparece em um texto que tem três mil anos de idade.
- Eu sou um homem racional - disse Meridor. - Não acredito nes¬sas coisas.
- O código continua a ser confirmado a cada dia - observei. - Shimon Peres poderá lhe dizer que quando me encontrei com ele, logo depois que Rabin foi assassinado, em 1996, quando Peres era primeiro-ministro, eu o avisei sobre um "holocausto atômico" em 2006. E, é claro, um ano antes eu avisei Rabin que ele poderia ser assassinado.
Entreguei a Meridor uma cópia da carta que enviara a Rabin. Ele a leu, com impaciência.
- Vamos supor que eu acredite em você. E aí, o que podemos fazer?
Era exatamente o que Omri Sharon, filho do primeiro-ministro, tinha me perguntado na última vez em que falamos. Era, mais ou menos, o que todos haviam me perguntado, quer acreditassem no código da Bíblia ou não. E eu não tinha a resposta.
- Levem a sério esses dois anos - respondi. - Já estamos levando – disse Meridor.
Além dessa sugestão, não havia soluções reais, exceto o alerta que eu já transmitira a Arafat e tentava transmitir a Sharon, o alerta que eu já transmitira a Clinton e tentava transmitir a Bush: a verdadeira escolha não era entre a paz e a guerra, mas entre a paz e a aniquilação, e nenhuma paz, mesmo que firmada, seria duradoura a menos que todos compreendessem esse dilema.
Eu precisava ver Sharon. Cheguei a escrever um lembrete para mim mes¬mo antes de voar para Israel: "Sharon é a chave. Preciso assustá-lo tanto quanto assustei Arafat." Para que a paz fosse possível, aqueles dois velhos adversários teriam de acreditar que não havia outra escolha: ou a paz ou a aniquilação.
Três importantes generais israelenses, Kuperwasser, Ben-Israel e Dagan, todos com intensa experiência nos serviços secretos, levavam a sério os alertas do código da Bíblia. O chefe da análise de informações, o chefe da análise científica e o ex-chefe da contra-espionagem (e próximo chefe do Mossad) acreditavam que o futuro poderia estar predito em um código com três mil anos de idade.
Mas eu não conseguia convencer a liderança política de Israel. Não conseguia chegar até o único homem cujas decisões, agora, poderiam decidir o destino final do Estado de Israel.
O primeiro-ministro Ariel Sharon não queria me ver. Seu chefe de ga¬binete renunciou no dia em que tínhamos um encontro e não havia ninguém mais a quem me voltar, ninguém que eu já não tivesse tentado.
Antes de deixar Israel, fui ver Eli Rips. Examinamos novamente as palavras que anos antes encontráramos codificadas na Bíblia, logo depois do assassinato de Rabin: "Holocausto de Israel".
Mostrei a Rips que "Sharon" estava codificado no mesmo trecho.
“Anexadas" aparecia duas vezes na mesma listagem. Era um claro alerta de que as vitórias militares de Israel, sua ocupação das terras árabes, poderiam levar a um novo holocausto.
Recordei as palavras que o então primeiro-ministro israelense Levi Eshkol dirigira ao jovem Ariel Sharon depois da surpreendente vitória do general na guerra de 1967, que ajudara Israel a conquistar a Cisjordânia e a Faixa de Gaza.
- Nada se arranjará com a vitória militar - dissera Eshkol ao jovem Sharon. - Os árabes ainda estarão lá.
Contudo, 35 anos mais tarde, em junho de 2002, Sharon novamente invadiu toda a Cisjordânia e novamente fez de Arafat um prisioneiro em seu próprio quartel-general. E desta vez, Sharon disse que a ocupação israe¬lense da Palestina poderia durar anos.
Por isso, no verão de 2002 no Oriente Médio, com os tanques israelen¬ses novamente ocupando a Palestina, a ameaça de um "holocausto", codi¬ficada na Bíblia, parecia muito real.

CAPÍTULO 10

ALIENIGENA

Na nossa imaginação, uma espaçonave pousa na Terra e dela sai um alienígena.
Mas os cientistas que procuram vida inteligente fora da Terra conside¬ram que o pouso alienígena é a forma de contato menos provável. As imen¬sas distâncias exigidas para a viagem interestelar - centenas, milhares ou milhões de anos-luz - a tomam quase impossível.
O programa SETI (Busca de Inteligência Extraterrestre) está na escuta há dez anos, tentando captar sinais de rádio emitidos das quinhentas es¬trelas luminosas mais próximas. Um gigantesco arranjo de satélites recep¬tores, 27 antenas em forma de Y dispostas a uma distância de 43 quilôme¬tros entre si, aponta para o céu desde o leito de um antigo lago no deserto do Novo México. Até agora, somente silêncio.
Enquanto eu me preparava para iniciar minha expedição arqueológica na península de Lisan - minha busca pela "chave do código" e pelos "obeliscos" -, a NASA (Administração Nacional de Aeronáutica e Espa¬ço) anunciava que lançaria uma nova geração de espaçonaves sem tripula¬ção humana para sondar o cosmos em busca de vida extraterrestre.
Mas apenas nossa galáxia, a Via Láctea, tem centenas de bilhões de estrelas. E existem bilhões de galáxias.
Há, contudo, outra alternativa.
Eis o contato que os cientistas consideram mais provável: a descoberta de um artefato alienígena na Terra ou perto dela.
E se o tão esperado contato com outra forma de inteligência já tivesse ocorrido muito tempo atrás? E se o código da Bíblia fosse o contato?
Desde o início de minha busca, sempre soube que havia algo "sobrena¬tural" no código da Bíblia. Nenhum ser humano poderia ter enxergado três mil anos no futuro e codificado na Bíblia os detalhes do mundo de hoje.
Na verdade, a própria existência de uma antiga chave do código sugere que, há milhares de anos, alguém aqui na Terra tinha uma ciência mais avançada do que a nossa de hoje.

Em seu livro Are We Alone?, o fisico australiano Paul Davies imagina um artefato deixado para trás por seres alienígenas: alguma coisa "progra¬mada para se manifestar somente quando a civilização da Terra cruzasse certo limiar de avanço. Tal dispositivo - na verdade, uma cápsula do tem¬po extraterrestre - poderia armazenar imensas quantidades de informações importantes para nós".
Essa seria a descrição perfeita da chave do código.
O astrônomo Carl Sagan observou que, se houvesse outras formas de vida inteligente no Universo, algumas delas teriam evoluído muito antes do que nós; elas dispuseram de muito tempo - milhares, centenas de milha¬res, milhões ou centenas de milhões de anos - para desenvolver a tecnologia avançada que nós, hoje, estamos apenas começando a desenvolver.
Aquilo que para nós é tecnologicamente difícil ou impossível", escre¬veu Sagan, "aquilo que nos parece magia, seria a coisa mais fácil do mundo para eles."
E se alguma chave mágica do código realmente existiu? E se os obeliscos foram enterrados aqui na Terra por alguma desconhecida civilização avan¬çada? E se eles vieram realmente de fora deste nosso planeta?
E se estiver certo o mais antigo dos comentários, "Não eram coisas que um ser humano tivesse feito, mas a obra do céu"?
Seria a primeira prova de que não estamos sozinhos. Eu não conseguia evitar, só imaginava o momento em que desenterraríamos o monólito, obviamente não deste mundo, mas presente aqui na Terra. A grande per¬gunta que o homem sempre se fez desde o alvorecer dos tempos seria respondida: havia, sim, outra vida no Universo, e ela esteve aqui um dia.
Mas eu continuava cético. Quanto mais impressionante a descoberta potencial, menos eu acreditava nela.
Mesmo o fato de que o código da Bíblia dizia consistentemente que os obeliscos, embora com milhares de anos, estavam preservados em uma "arca de aço", sugerindo que eles vieram de uma civilização mais avança¬da, não me convencia de todo.
Mas quando o Prêmio Nobel Francis Crick confirmou aquilo que o código afirmava - que nosso "DNA foi trazido em um veículo", que o código da vida foi enviado para cá em uma "espaçonave" -, eu finalmente criei coragem e procurei no código da Bíblia a palavra da qual vinha fugin¬do há tanto tempo: Alienígena."
'A1ienígena de Lisan" está codificado no Livro de Josué, o único livro da Bíblia cujas palavras originais descrevem a localização exata de nossa busca.

Na verdade, aquele versículo de Josué cruza "alienígena de Lisan". Ele identifica com precisão o dedo da península que avança para dentro do mar Morto, formando uma pequena baía - "ao norte da baía de Lisan".
'Alienígena de Lisan" também está codificado na Torah, cruzado no texto aberto pelo nome bíblico da Jordânia: "Em um campo de Moab, no topo da colina."
Indicava-se claramente o local em Lisan: o penhasco no cabo que fica na ponta norte da península. Na verdade, "cabo" estava codificado no mes¬mo trecho.
E logo abaixo, as palavras originais da Bíblia afirmam: "Ele fez para ti uma escultura de todas as formas que existem no céu."
E havia, no código, muito mais coisas que pareciam confirmar que a chave do código realmente chegara até a Terra vinda de outro planeta.
"Código alienígena" aparecia na Bíblia junto com "Mazra". "Detector" estava no mesmo trecho. "Obelisco" e "chave" estavam codificados na mesma listagem.
"Código do alienígena" está codificado junto com "da fornalha de ferro" e, no mesmo trecho, aparece "de Lisan".
"Lisan alienígena", que em hebraico também significa "língua alienígena", também estava codificado e era cruzado por "Mazra".
"Mazra", que em hebraico significa (terreno) "semeado", traz codifica¬do logo acima "DNA", sugerindo mais uma vez que tanto o código da vida como o código da Bíblia são uma "linguagem alienígena".
Francis Crick estava certo? Teriam o código genético e o código da Bíblia chegado à Terra em um "veículo"?
Procurei novamente na listagem decodificada onde "veículo de aço" apare¬cia junto com "Mazra" e "Lisan". Vi agora que, logo acima de "veículo de aço", o texto oculto afirmava: "Forçado a descer, interceptado."
Em hebraico, essa palavra tem um único significado, a interceptação de uma aeronave.
Certamente era ficção científica. Não poderia ser real. Como teria exis¬tido uma espaçonave nos tempos antigos? Claro que somente se tivesse vindo de algum outro mundo.
'Alienígena na Terra" estava codificado uma vez na Bíblia e, admiravel¬mente, também junto com "Mazra". E mais uma vez ali estava a sugestão de que a vinda à Terra não fora intencional: "Por engano, um erro" cruzava "alienígena na Terra".
A mais clara visão de uma espaçonave, na Bíblia, está nas palavras ori¬ginais do Livro de Ezequiel. É a chamada "visão da Carruagem de Fogo":
"E então eu vi que uma tempestade impetuosa vinha do norte, uma nuvem espessa envolta em claridade e relâmpagos, no meio da qual brilha¬va algo como se fosse ouro incandescente. Em seu centro, eu vi o que parecia quatro seres vivos. Este era seu aspecto: tinham figura de homem."
Codificados no mesmo trecho de Ezequiel estão as palavras "alienígena humano" .
"Lisan" aparece sem nenhum salto de letras no mesmo trecho e, sobre¬pondo-se a ela no sentido inverso, o texto oculto afirma: "Humano nas proximidades, em uma cripta."
Havia outra codificação na Torah que parecia confirmar que uma cria¬tura semelhante ao homem esteve na Terra há muito tempo e nos deixou o código da Bíblia.
"O alienígena é um homem" aparecia uma vez na Bíblia.
No mesmo trecho, nas palavras originais da Bíblia, apareciam as duas frases que acompanharam originalmente a "chave do código" - "boca dos obeliscos" e "senhor do código".
Isso parecia sugerir claramente que o Codificador era um ser humano, mas não um de nós. E novamente, no mesmo trecho, o código afirmava: "Forçado a descer, interceptado."
O que, ou quem, teria interferido e forçado a aterrissagem desastrosa daquele antigo astronauta? O código não oferecia nenhuma pista.
Mas tudo isso parecia afirmar claramente que a chave do código chegou à Terra em uma espaçonave.

Seria a "arca de aço" um veículo alienígena?
Quanto mais irresistíveis se tomavam as evidências do código, tanto mais eu duvidava de tudo aquilo.
Eu conseguia acreditar que a chave do código da Bíblia estava gravada em um obelisco e que esse obelisco estava enterrado em uma península estéril que não era habitada desde os tempos bíblicos. Mas eu não conse¬guia acreditar que a chave do código tivesse chegado à Terra em uma espaçonave.
Mas Francis Crick, descobridor da estrutura do DNA, disse que nosso DNA chegou aqui em uma espaço nave enviada por algum alienígena. Se isso aconteceu com o código genético, por que não aconteceria com o códi¬go da Bíblia?
A própria existência de um código dentro da Bíblia, revelando o futuro, prova que não estamos sozinhos no Universo. Já que nenhum de nós é capaz de ver através do túnel do tempo, alguma inteligência alienígena deve ter interferido alguma vez neste mundo, pelo menos na época em que a Bíblia foi escrita.
Na verdade, essa é a crença compartilhada por todas as religiões. A Bíblia, a julgar pelas aparências, é a história de um encontro imediato com um alienígena. Ele não é visto, mas Ele é ouvido freqüentemente.
Em todos os mitos antigos, em todas as religiões, há histórias de veí¬culos e seres que descem do céu, narrativas sobre terríveis visitantes de outros reinos, de "barcos do céu". Mesmo a descida de Deus no monte Sinai é acompanhada de fumaça e fogo.
Mas eu não acredito em Deus. E embora quase todos os cientistas de hoje concordem que certamente existem outras formas de vida inteligente no Universo, eu só acreditarei em homenzinhos verdes quando eles ater¬rissarem aqui na Terra.
Eu sou um repórter. Quero provas concretas.
Em Shavuot, a festa que celebra o momento em que Deus entregou a Bí¬blia a Moisés no monte Sinai, encontrei no código da Bíblia a prova final de que a chave do código estava realmente em pilares revestidos de aço.
E, na mesma codificação, encontrei "Deus".
"Em aço, obeliscos" está codificado na Bíblia cruzado por um versículo do Gênesis que fala da criação da raça humana:
"Deus criou o homem à Sua imagem, macho e fêmea Ele os criou." Era prova mais que suficiente de que os "obeliscos" estavam realmente em algum tipo de "arca de aço".
As palavras do Gênesis também pareciam confirmar o único comentário antigo conhecido sobre os "obeliscos" - a afirmação, no Midrash, de que eles tinham a forma humana; na verdade, que eles eram "macho e fêmea".
Mais ainda, o comentário parecia ligar os obeliscos à nossa criação, ao nosso Criador:
"Este é o livro da história do Homem no dia em que Deus criou o Homem à imagem de Deus."
A passagem inteira do Gênesis 5:1, que cruzava "em aço, obeliscos", parecia confirmar que os obeliscos eram a chave do código, que eles reve¬lariam nosso passado oculto e todo o nosso futuro.
A sugestão é que nosso futuro já era conhecido no dia da nossa criação, que a história de toda a humanidade já estava escrita antes de acontecer ¬desse modo, se conseguíssemos lê-la agora, veríamos tudo o que já acon¬teceu e também tudo o que ainda iria acontecer à raça humana.
E a mesma listagem decodificada confirmava mais uma vez a localiza¬ção dos "obeliscos". "Pilar Lisan, língua de mar" aparece exatamente no mesmo trecho.
"Em aço" encontraríamos não só os "obeliscos", mas também nossas verdadeiras origens. A matriz completa do código afirmava: "Senhor, dono, será reconhecido em aço, obeliscos."
Isso parecia sugerir que os obeliscos foram feitos à imagem de quem os criou, aquele que talvez seja também o nosso Criador.
"Enquanto eu me preparava para começar minha busca em Lisan, fiz uma anotação em meu diário: "Sou forçado a concluir que, além de um 'obelisco' que é a 'chave do código', também estou em busca do 'alienígena' que criou esse obelisco, ou pelo menos o trouxe até aqui, e do 'veículo' no qual ele veio."





CAPÍTULO 11

BUSH

Em 3 de agosto de 2001, enviei uma carta ao presidente George W. Bush, dizendo que "O código da Bíblia alerta que o mundo poderá enfrentar o perigo último - uma guerra mundial nuclear, deflagrada no Oriente Mé¬dio - durante seu mandato."
Minha carta chegou às mãos de seu chefe de gabinete, Andrew Card, na Casa Branca, no momento exato em que Bush partia para um mês de férias em seu rancho em Crawford, no Texas. Card enviou-a à conselheira de Segurança Nacional do presidente, Condoleezza Rice. Mas minha carta nunca chegou às mãos do presidente.
Em 10 de setembro, depois que Bush retomou a Washington das fé¬rias, liguei para a Casa Branca para pressionar Card a entregar minha carta ao presidente e agendar um encontro comigo.
- Mr. Card entregou sua carta à Dra. Rice - disse-me sua assistente¬ chefe. - Ela foi lida por dois de nossos funcionários mais graduados. Mas eles decidiram não entregá-la ao presidente.
No dia seguinte, 11 de setembro de 2001, terroristas árabes atacaram Nova York e Washington, derrubando as torres do World Trade Center e danificando o Pentágono. A Casa Branca só escapou do ataque porque os passageiros do quarto avião -seqüestrado reagiram e forçaram sua queda antes de chegar a Washington.
A carta que eu tinha enviado a Bush mais de um mês antes do 11/9 não foi o único alerta a passar despercebido. Revelou-se mais tarde que em 6 de agosto, quase na mesma época em que minha carta chegava à Casa Branca, a CIA informou ao presidente em férias que os seguidores de Osama bin Laden na AI Qaeda poderiam seqüestrar aviões comerciais. E um rela¬tório do FBI que nunca chegou até Bush alertava que bin Laden estaria enviando seus agentes para as escolas de aviação nos Estados Unidos a fim de treinarem para ataques terroristas.
Em meados de agosto, um deles (hoje suspeito de ser o planejado vigé¬simo seqüestrador) foi preso. Mas o FBI não conseguiu encontrar o indício crucial que estava no laptop daquele homem: um nome que teria levado ao líder do ataque de 11 de setembro, Mohammed Ana.
E em 10 de setembro de 2001, a Agência de Segurança Nacional (ASN) interceptou uma mensagem em árabe: 'amanhã é zero hora." Mas essa comunicação crítica só foi traduzida no dia 12 de setembro.
Estava fora de questão, nas semanas frenéticas que se seguiram ao 11/9, tentar chegar até o presidente. Mas em 1o. de outubro enviei nova carta a Bush por intermédio de seu chefe de gabinete, Card, e sua conselheira de Segurança Nacional, Rice.
Disse a eles a mesma coisa: "Se vocês relerem minha carta à luz do 11 de setembro, acho que agora vocês a entregarão ao presidente. Se ele ler minha carta, acredito que ele vai querer marcar um encontro comigo.
"Vocês podem dizer ao presidente que o ataque a Nova York, que testemunhei com meus próprios olhos, foi codificado na Bíblia há três mil anos."
Minha carta de I!! de outubro ao presidente Bush dizia: "Não sou um homem religioso e por isso não posso explicar como é possível conhecer o futuro ou por que o futuro está codificado na Bíblia.
"Mas 'torres gêmeas' está codificado junto com 'avião' e no mesmo trecho aparece 'ele as fará cair'. 'Pentágono' está codificado junto com 'da¬nificado'. 'Bin Laden' está codificado junto com 'a cidade e a torre'."
Expliquei ao presidente que o perigo não tinha acabado: "O código da Bíblia afirma claramente o perigo final em termos modernos - 'holocausto atômico' e 'guerra mundial' estão codificados na Bíblia. E ambos estão codificados junto com o mesmo ano, 2006."
Concluí minha carta a Bush com um pedido de desculpas: "Sinto mui¬to não tê-lo alertado com antecedência sobre os ataques terroristas a Nova York e Washington. Ambos os ataques foram codificados na Bíblia há três mil anos. Mas não os vimos até 11 de setembro.
"Se o código da Bíblia está certo, este não foi o fim do perigo, mas o começo. Não podemos encontrar todos os perigos com antecedência, mas podemos impedir aqueles que encontramos.
"Seria importante conversarmos porque é provável que o perigo supre¬mo seja real - talvez estejamos verdadeiramente enfrentando uma guerra mundial nuclear dentro de cinco anos."
"Presidente Bush" está codificado na Bíblia junto com "o segundo", e en¬contramos essa codificação meses antes da eleição de novembro de 2000.
O código da Bíblia, com três mil anos de idade, havia predito acuradamente o resultado de uma eleição tão empatada que os votos não foram contados e o vencedor só foi conhecido um mês mais tarde, quando a Suprema Corte declarou a vitória de Bush.

Na verdade, todo o suspense da competição entre Bush e seu rival do Partido Democrata, Al Gore, estava codificado. Acompanhei a competição no código da Bíblia antes mesmo que os dois fossem indicados como os candidatos de seus Partidos.
Dez meses antes das eleições mais apertadas da história norte-ameri¬cana, fui ver o Dr. Rips em Nashville, Tennessee, onde ele cumpria uma temporada como professor-visitante na Universidade Vanderbilt. Rips me disse que tinha dado uma palestra sobre o código da Bíblia em uma sina¬goga local e, em resposta a uma pergunta da platéia, procurara no código um herói local, o vice-presidente de Clinton, Al Gore.
Rips mostrou-me a listagem. “Al Gore" estava codificado no Gênesis junto com "presidente", desafiando todas as probabilidades.
Disse a Rips que me parecia muito improvável que Gore se tomasse o novo presidente. Todas as pesquisas apontavam para Bush, com larga mar¬gem de vantagem. Na verdade, nem era certo que Gore fosse o candidato do Partido Democrata.
Procuramos "presidente Bush", que estava codificado com "presidente" cruzando "presidente".
- O significado disso não é claro - disse Rips - porque vocês já tiveram um presidente Bush.
Então mostrei a Rips que "presidente Bush" também estava codificado junto com "o segundo".
- O que você acha que isso significa? - perguntei a Rips.
- Não sei - respondeu ele. - Talvez queira dizer que tanto Gore como Bush são probabilidades, que ambos têm a possibilidade de ser o presidente.
Ao longo dos dez meses seguintes, o Dr. Rips e eu observamos os Par¬tidos indicarem Bush e Gore como candidatos e depois observamos a cor¬rida, antes bem definida, ficar cada vez mais empatada. Finalmente, con¬versamos de novo no dia seguinte às eleições.
Tinha sido uma noite turbulenta. Primeiro, Gore ligou para Bush e admitiu a própria derrota. Depois Gore ligou para Bush e retirou a admis¬são de derrota. No fim, o resultado foi decido por um punhado de votos em um único Estado, a Flórida.
- Agora sabemos por que o código tinha Gore e Bush como probabi¬lidades - disse Rips.
Enquanto a recontagem de votos e as batalhas judiciais se arrastavam pelas cinco semanas seguintes, procurei no código da Bíblia alguma indi¬cação do resultado final. Vi então que onde 'Al Gore" estava codificado junto com "presidente Gore", as palavras que seguiam seu nome afirma¬vam claramente um resultado bem diferente: "Um juiz decidirá agora, o mal será feito contra ele."
Duas horas antes da meia-noite de 12 de dezembro de 2000, a Supre¬ma Corte dos Estados Unidos suspendeu a recontagem dos votos na Flórida e roubou a eleição de AI Gore, que vencera no voto popular. George W. Bush, com o apoio dos cinco juízes republicanos conservadores, foi decla¬rado o novo presidente dos Estados Unidos.
Naquela noite, examinei novamente a listagem do código da Bíblia que predizia a vitória de Bush. "Por engano, em erro" aparecia no texto aberto, logo acima de "presidente Bush".
Porém, a codificação mais importante predizia o momento decisivo da história mundial que o novo presidente enfrentaria. ¬

"G. W. Bush" estava codificado junto com "presidente" no trecho em que o texto aberto da Bíblia mencionava "no Fim dos Dias".
Eu sabia que o código da Bíblia tinha alertado sobre bin Laden muito antes do 11/9. Na primavera de 1998, quando visitei o Dr. Rips em Israel, ele me mostrou uma listagem que, acreditava ele, revelava a verdadeira natureza de Deus - "julgamento de Deus" estava entrelaçado com "misericórdia de Deus".
- De acordo com o Midrash - disse Rips - o mundo foi criado duas vezes. Primeiro, foi concebido do ponto de vista do julgamento absoluto, o certo e o errado. Depois, Deus viu que o mundo não poderia existir daque¬le jeito, pois ali não havia espaço para a imperfeição humana. E então Deus acrescentou a misericórdia. Mas não é a mesma coisa que misturar água quente e água fria e obter água morna. É como misturar fogo e neve, dei¬xando cada um preservar sua existência individual. Essas talvez sejam as duas vertentes no código da Bíblia.

No momento exato em que Rips me mostrou a listagem, porém, eu vi algo mais. "Bin Laden" aparecia sem nenhum salto de letras, perfeitamen¬te soletrado, cruzando "julgamento de Deus".
Não disse nada a Rips. Eu não sabia como ele iria reagir. Mas fiquei chocado. Para mim, era como se, em um sentido muito bíblico, bin Laden fosse o instrumento escolhido para nossa destruição no mundo moderno, assim como outros inimigos foram um instrumento escolhido da ira de Deus nos tempos bíblicos.
Foi somente depois do 11/9 que mostrei a Rips o que eu tinha encontrado anos antes. Sua interpretação foi muito diferente da minha.
- É uma afirmação clara de que Deus julgará bin Laden - disse Rips, e me contou que um amigo dele em Israel tinha encontrado outra codificação semelhante: "Maldito seja bin Laden, ao Messias pertence a vingança."
Eu disse a Rips que acreditava que a tarefa de lidar com bin Laden competia a nós, pessoas reais do mundo real, qualquer que fosse a punição suprema a ser enfrentada por bin Laden no mundo vindouro.
Mas Rips continuou focado na perspectiva religiosa. Percebi que esta se tornara relevante porque o terrorismo tinha se transformado em uma religião, cujo sumo sacerdote era bin Laden.
Rips mostrou-me algo novo que tinha encontrado na listagem em que aparecia o nome do líder do ataque de 11 de setembro. "Terrorista Atta" era cruzado, no texto aberto da Bíblia, por "sua alma foi esmagada diante de Mim, Eu sou o Senhor". .
- Isso contradiz diretamente a crença de Atta e bin Laden de que haverá uma recompensa no além por seus atos - disse Rips. - É uma clara afirmação bíblica do oposto exato: quer dizer que ele será punido após sua morte.
Rips lidava com o perigo no mesmo nível, nos mesmos termos que os terroristas. Tanto Rips quanto os terroristas viam tudo basicamente, até mesmo exclusivamente, em termos religiosos. Depois do 11/9, o FBI encontrou um longo diário manuscrito que Atta deixara para trás, no qual ficava claro que o terrorista acreditava estar cumprindo uma missão em nome de Deus.
Para mim, porém, o código da Bíblia era apenas uma informação, um sistema de alerta antecipado, e tudo dependia da nossa maneira de usá-lo para impedir o pior dos perigos preditos.
A primeira tarefa era encontrar bin Laden.
Enquanto os Estados Unidos lançavam seu ataque a bin Laden e seus se¬guidores do Taleban no Meganistão em 7 de outubro de 2001 e a CIA informava ao Congresso que havia a probabilidade de "um por cento" de outro grande ataque terrorista, procurei "bin Laden" no código da Bíblia.
"Bin Laden", dizia o código, se tomaria um fugitivo, passando" de quar¬tel-general a quartel-general".
"Cidade de refúgio" aparece duas vezes no texto aberto da Bíblia, no mesmo trecho. O sentido original desses versículos talvez seja significativo. Eles falam das antigas "cidades de refúgio" onde um "assassino" poderia escapar ao castigo, e afirmavam que só havia uma maneira de matá-lo: se ele saísse do refúgio. Talvez seja assim que bin Laden acabe sendo capturado.
"Capturado" estava codificado em paralelo com "bin Laden", sugerindo que ele acabará por ser encontrado.
Na verdade, no trecho onde "bin Laden" estava codificado junto com "o próximo terrorista", o texto oculto afirma: "Ele se deslocou e foi morto."
Mas parecia que, segundo o código da Bíblia, bin Laden não seria mor¬to ou capturado no Afeganistão. O código parecia afirmar que ele escapa¬ria do ataque norte-americano aos seus campos de treinamento e às suas cavernas, e restabeleceria sua rede de terror a partir de uma base em algum lugar do Oriente Médio.
O código da Bíblia dava o nome de um lugar exato. Esse nome cruzava as letras hebraicas de "bin Laden" e claramente indicava o local como seu "quartel-general militar". O mesmo local estava claramente ligado a todos os perigos supremos, incluindo "arma atômica", "holocausto atômico", "ataque químico" e "a próxima guerra".
Aquele mesmo local desértico que nunca tinha aparecido em qualquer relatório dos serviços secretos também estava codificado, desafiando to¬das as probabilidades, junto com os dois alvos mais prováveis: "Nova York" e "Jerusalém".
Passei a informação aos oficiais de alto escalão nos serviços de infor¬mações militares norte-americanos e israelenses. Disse a eles que a infor¬mação "poderia estar ligada a bin Laden ou aos remanescentes de seu gru¬po, Al Qaeda". Disse-Ihes também que "poderia tratar-se da localização de depósitos de armas não-convencionais, talvez a fonte do perigo supremo para Israel e Estados Unidos".
Deixei bem claro que não havia provas concretas apoiando as informa¬ções codificadas na Bíblia e que tampouco havia uma data exata a ser investiga da, nenhum ano estava claramente codificado. Já que o código da Bíblia dizia o futuro, eu não sabia se aquele era o local para onde bin Laden já tinha fugido ou o local onde ele e/ou sua rede terrorista se reagrupariam mais tarde.
- Eu não sei se a base está ativa agora - observei aos militares. ¬
Mas talvez seja a hora exata de investigar. Antes tarde do que nunca.
Transmiti outro dado aos norte-americanos e israelenses: toda vez que o nome da base terrorista aparecia no código da Bíblia, ele era cruzado pelas palavras "arma líbia". Isso parecia sugerir que a Líbia adquiriria al¬gumas das armas fatais que seriam utilizadas pelos terroristas para atacar o Ocidente.
Vários meses mais tarde, a seguinte notícia foi publicada em Israel: "Os esforços da Líbia para obter armas nucleares preocupam cada vez mais os funcionários dos governos de Israel e Estados Unidos. A ameaça Líbia foi discutida em uma rodada de conversações estratégicas entre os dois países, ocorrida na semana passada em Washington."
O relatório publicado no jornal Ha'aretz afirmava: "Embora a Líbia não tenha sido incluída entre os países que formam o 'eixo do mal' citado pelo presidente George Bush no começo deste ano, os funcionários do governo norte-americano consideram aquele país um 'ponto de entrada', que está se esforçando para desenvolver armas de destruição em massa."
Era o mesmo alerta que eu tinha transmitido a Shimon Peres cinco anos antes, quando ele era o primeiro-ministro de Israel - a "Líbia" esta¬va codificada junto com "holocausto atômico", mas o verdadeiro perigo era o terrorismo nuclear.
Alguns dias mais tarde, em um discurso em Jerusalém, Peres afirmou de público o alerta, sem mencionar o código da Bíblia. O maior perigo que o mundo enfrentava, disse Peres, era que as armas nucleares "caíssem nas mãos de países irresponsáveis e fossem levadas aos ombros de fanáticos".
O código nos dava agora os nomes dos fanáticos: Osama bin Laden e sua rede terrorista, Al Qaeda. E eu esperava que o código revelasse exata¬mente onde eles poderiam ser encontrados.
EM maio de 2001, enquanto a violência no Oriente Médio fugia totalmente de controle, enviei uma carta ao secretário de Estado Colin Powell, em sua casa na Virgínia.
Hesitei em entrar em contato com Powell em sua casa, mas queria pegá-lo antes de sua partida para uma viagem diplomática pela Europa, em meio a rumores de que ele também se encontraria pela primeira vez com o líder palestino Yasser Arafat.
Os jatos de combate F-16 israelenses tinham acabado de atacar a Cisjordânia e Gaza, pela primeira vez desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967, em retaliação a uma bomba suicida. Meus instintos me diziam que algo terrível estava para acontecer e que minha melhor chance de chegar até Powell era agora, em um momento de crise, logo antes de seu encontro com Arafat e Peres.
Minha carta de 19 de maio a Powell afirmava: 'acabo de voltar do Ori¬ente Médio, onde me encontrei com Yasser Arafat e Shimon Peres. Ainda espero ver o primeiro-ministro Sharon.

"Existe a possibilidade de uma suspensão das hostilidades, uma nova maneira de reunir Arafat e Peres para negociar a paz. É por isso que envio esta carta para sua casa. Normalmente, eu agiria pelos canais oficiais, mas vi no New York Times de hoje uma reportagem na qual você dizia que 'se houver qualquer solução que eu possa encontrar, qualquer conferência ou reunião que possa ser realizada agora mesmo, não hesitarei um minuto em adotá-la'. Talvez haja essa solução, pelo menos uma nova abertura.
'Arafat acredita em profecias. Passei mais de uma hora com ele, discu¬tindo as predições encontradas na Bíblia. No final, ele me pareceu conven¬cido de que suas únicas alternativas são a paz ou a aniquilação.
"Ninguém tentou impressioná-lo nesse nível antes, e essa talvez seja a chave para lidar com Arafat."
Contei a Powell sobre o código oculto na Bíblia que parecia revelar o futuro. Eu esperava impressionar Powell, porque vira em sua autobiogra¬fia que ele era um homem religioso, que ensinara catecismo e que acreditava na "religião da velha-guarda". .
Por isso, disse a Powell aquilo que já dissera a Bush: "O código da Bíblia alerta que poderemos enfrentar uma guerra mundial nuclear, deflagrada no Oriente Médio.
"Mesmo que você não acredite em um código na Bíblia que prediz o futuro", escrevi a Powell, "ainda é importante que nos encontremos, por¬que Arafat claramente acredita nesse código."
"Quando Sharon também aceitar que a verdadeira escolha é entre a paz e a aniquilação, então talvez possa haver paz", continuei. "Mas não impor¬ta se Sharon se deixará convencer pelos relatórios dos serviços secretos ou pelas profecias - desde que ele finalmente compreenda que o que está em jogo é a sobrevivência."
No fim, Powell retomou aos Estados Unidos sem ter se encontrado com Arafat. E nunca respondeu à minha carta. Cerca de um mês depois, porém, Bush enviou-o de volta ao Oriente Médio para tentar negociar um cessar-fogo entre Arafat e Sharon.
Aquele esforço mal-sucedido estava destinado a continuar durante todo o ano seguinte, e mais ainda, sem obter sucesso.
Mas no código da Bíblia parecia haver alguma esperança. "C. Powell" estava codificado junto com "chefe da conferência de cúpula", sugerindo que o secretário de Estado ainda poderia reunir os dois lados adversários.
Mas, no mesmo trecho onde "C. Powell" estava codificado, também o perigo se mostrava claramente, nas mesmas palavras que cruzavam "G. W. Bush" - "no Fim dos Dias".
À medida que continuava a contagem regressiva para 2006, eu me pre¬ocupava com a possibilidade de não conseguir chegar até o presidente, embora ele visse sua guerra contra o terrorismo como uma cruzada reli¬giosa.
O código da Bíblia parecia alertar para o fato de que a guerra declarada por Bush contra o terrorismo - a guerra que já fora travada no Meganistão, mas agora parecia vacilar, com bin Laden ainda à solta - poderia chegar a um fim terrível.
"Guerra de Bush" estava codificado na Bíblia junto com o alerta supre¬mo: "O mal que cairá sobre vós no Fim dos Dias."
As palavras do texto aberto que cruzavam "guerra de Bush" tornavam claro que o perigo era global: "Todas as nações sob o céu."
"O próximo terrorista" estava codificado junto com o perigo mais temido pelo mundo todo nos dias de hoje: 'Atômico."
"O próximo ataque do terror" estava codificado junto com "bin Laden" e com a única cidade do mundo que aparecia codificada junto com "holocausto atômico" e "guerra mundial" - "Jerusalém".
Mas o código da Bíblia alertava que o impacto seria global. "Guerra mundial" estava codificado junto com "terrorismo". A palavra árabe para "homem-bomba suicida" - shahid - aparecia exatamente no mesmo trecho.
Eu receava que o somatório de todos os alertas do código da Bíblia fosse este: o mundo estaria em perpétuo estado de guerra durante os pró¬ximos cinco anos, não uma guerra convencional, mas a escalada de uma série de ataques terroristas usando armas de destruição em massa, com contra-ataques por parte do mundo ocidental.
Seria a guerra que ninguém queria admitir, uma guerra entre nós e o Islã militante, uma guerra entre a civilização ocidental e os fanáticos reli¬giosos que queriam destruí-Ia.
A batalha já tinha seus alistados. Todos os alertas que tentei transmi¬tir, todas as coisas que vi codificadas na Bíblia estavam em vias de se tor¬nar nossa realidade. E eu não sabia ao certo o que fazer.

Todos os alertas do código da Bíblia que pareceram tão apocalípticos quan¬do os tomei públicos cinco anos antes, e mesmo quando fiz o primeiro contato com o presidente Bush um mês antes do 11/9, eram agora visões comuns, uma realidade aceita, uma inevitabilidade que nossos líderes agora receavam não poder impedir.
Todos os membros do primeiro escalão do governo Bush, e o próprio presidente, diziam que um novo ataque terrorista, ou até mesmo um ato de terrorismo nuclear, era quase certo.
"A perspectiva de outro ataque contra os Estados Unidos é muito, muito real", disse o vice-presidente Dick Cheney. "Não é uma questão de se, mas de quando."
O secretário de Defesa Donald Rumsfeld declarou a um comitê do Se¬nado que os terroristas obteriam armas de destruição em massa: "Eles têm armas químicas, armas biológicas, alguns deles logo terão armas nucleares.
"É inevitável que eles ponham as mãos em armas nucleares. E eles não hesitarão um minuto em usá-las.
"Enfrentamos ameaças terroristas adicionais. A questão não é se, mas quando, onde e como."
"É inevitável", disse o diretor do FBI, Robert Mueller. "Haverá outro ataque. Não seremos capazes de impedi-lo. Eu gostaria de poder ser mais otimista. "
Antes, o problema sempre foi persuadir os líderes mundiais de que os perigos supremos codificados na Bíblia eram reais. Agora, o problema era persuadi-los de que os perigos supremos poderiam ser impedidos se eles prestassem atenção aos alertas do código da Bíblia.




CAPÍTULO 12

A JORNADA DO HERÓI

EM algumas manhãs, quando eu acordava ouvindo notícias de novas ame¬aças terroristas, minha busca pela chave do código parecia um sonho.
Diante de bin Laden, com a lembrança do 11/9 ainda me queimando a mente, com a terrível certeza de que nem Nova York nem o mundo tinham visto a cena final, minha aventura no deserto parecia irrelevante.
Mas meus instintos diziam que a chave era a solução, talvez a única solução. Precisávamos de um milagre, uma resposta a um perigo que exis¬tia nas dimensões do horror mítico.
Talvez fosse necessário um ato mítico: "O herói sai do mundo cotidia¬no e se aventura em uma região de prodígios sobrenaturais: ali, encontra forças fabulosas e alcança uma vitória decisiva. O herói retoma dessa aven¬tura misteriosa com o poder de conceder bênçãos aos seus semelhantes."
Essa é a "Jornada do Herói" clássica. A mesma aventura foi contada em todas as culturas antigas. Ela é tão básica que Joseph Campbell a intitulou O Herói de Mil Faces.
É a história de Prometeu subindo aos céus para roubar o fogo dos deuses e dá-lo ao homem. É a história de Jasão fazendo-se ao mar para capturar o Velocino de Ouro. Em sua forma mais antiga, é a história de Gilgamesh, o lendário rei sumeriano que, há seis mil anos, abriu caminho pelos mares que envolviam o mundo, mergulhou até o fundo e colheu a planta da imortalidade.
Mas, inevitavelmente, o poder sobrenatural assim conquistado é per¬dido quando o herói retoma a este mundo. Seu poder é roubado, se desin¬tegra ou simplesmente desaparece.
E a moral da história é sempre a mesma - a verdadeira recompensa não é o grande prêmio buscado, mas a própria jornada. Como diz Campbell: "Revela-se que os poderes divinos buscados, e alcançados com tantos ris¬cos, sempre estiveram dentro do coração do Herói."
A jornada, a aventura, era o único caminho para a descoberta daquilo que já estava dentro de nós.
As vezes, enquanto buscava a "chave do código" - os "obeliscos", o talismã mágico de outro reino que revelaria nosso passado esquecido e todo o nosso futuro -, imaginei que estava trilhando minha própria Jornada do Herói. .
Mas eu não era um herói. Não era uma figura mitológica. Quando muito, eu era um anti-herói, um repórter céptico do mundo moderno que tinha encontrado por acaso um antigo mistério.
Talvez, como diz Campbell, todas as coisas de que precisamos, as res¬postas a todos os mistérios últimos, já estejam dentro de cada um de nós. Talvez precisemos apenas descobri-Ias dentro de nós mesmos.
A Bíblia diz mais ou menos a mesma coisa. Moisés, nas suas últimas palavras aos antigos israelitas antes de morrer, disse simplesmente: "Na verdade, esta Lei que hoje vos imponho não está oculta de vós nem fora de vosso alcance. Ela não está no céu, para que possais dizer 'Quem subirá por nós ao Céu a fim de apanhá-la e no-la dar a conhecer para que possa¬mos cumpri-la?' Ela não está do outro lado do mar, para que possais dizer 'Quem atravessará o mar por nós a fim de apanhá-la e no-la dar a conhecer para que possamos cumpri-la?' Ao contrário, a Palavra está muito próxima de vós, em vossa boca e em vosso coração, para poderdes cumpri-la."
Talvez. Talvez a jornada, a busca, fosse apenas uma maneira de desven¬dar o segredo que repousa no interior. Mas, lendo-as, essas famosas pala¬vras da Bíblia oferecem a esperança real de que um dia encontraremos a "chave do código", desenterraremos os "obeliscos", porque eles estão aqui na Terra, ao alcance de nossa mão, muito perto de nós.
Na Bíblia, quando Moisés pronuncia suas últimas palavras - "Ela não está no céu, para que possais dizer 'Quem subirá por nós ao Céu?'" ¬encontramos "em Lisan" codificado junto com "Mazra".
Não se trata da afirmação metafísica de que a busca seria apenas uma maneira de desvendar os segredos que repousavam no interior. É a afirma¬ção direta de que um objeto físico jaz enterrado naquele local exato.
Por mais improvável que parecesse eu encontrar o tesouro, sempre acreditei que o código da Bíblia queria dizer exatamente aquilo que dizia. "Lisan" e "Mazra" eram localidades geográficas reais, o X no mapa do te¬souro.
O Dr. Rips concordou que "Lisan" e "Mazra" não poderiam aparecer consistentemente por acaso; não era por acaso que "obeliscos" cruzava duas vezes "chave do código". Mas Rips, como sempre, não queria fazer conjeturas sobre o significado disso no mundo real.
- Nada seria mais excitante do que encontrar restos materiais, obje¬tos antigos, seguindo apenas as indicações do código da Bíblia - disse Rips. - Mas só posso observar a consistência, só posso dizer que matema¬ticamente está muito além do acaso. Não posso dizer que os obeliscos existem de verdade.
Mas não importa quão improvável parecesse que um repórter detetivesco encontrasse algum segredo último, eu acreditava que algo ex¬traordinário - não deste mundo e, contudo, neste mundo - seria encontrado no subsolo daquela península árida.
Algo que poderia até deter a contagem regressiva para o Armagedon.
O indício no código da Bíblia parece claro, além de toda dúvida. Ele é afirmado pelo mais conhecido adivinho da Bíblia, José. Suas palavras são definitivas: "Esta é a solução."
Fica confirmado que em algum tempo distante, há muito esquecido, algo mágico chegou à Terra (exatamente no local de minhas buscas) e ali permanece até hoje esperando que nós o encontremos.
Oculta na história de José está a confirmação absoluta da existência da chave do código e sua localização secreta.
Vendido como escravo pelos irmãos invejosos, José acabou se tornan¬do vice-governador do Egito por ter dito o futuro ao faraó. Ele predisse os anos de escassez e, desse modo, salvou todo o Egito da fome. O faraó fez de José seu regente, pôs-lhe ao pescoço um colar de ouro e lhe deu um novo nome: Safenat Fanec.

Durante milhares de anos, grandes sábios debateram o significado desse nome. Alguns acreditam que é uma tradução hebraica de hieróglifos egípcios que querem dizer "revelador de segredos". Outros dizem que as piçtografias originais de pássaros e cobras significam "o Deus fala e vive".
Mas, na verdade, esse nome tem um significado muito claro em hebraico - o "decodificador do código."
Desse modo, a existência do código da Bíblia, o código que diz o futuro, está realmente revelada nas palavras originais da Bíblia.
E, codificado em perpendicular a "decodificador do código", eu via agora o próprio objeto de minha busca "chave". Ela aparecia junto com "aço no cabo".
"Esta é a solução", diz José quando revela duas vezes o futuro. E em ambas as vezes, exatamente ali, a localização da chave do código é revelada - "Lisan."
"Esta é a solução." É como se o antigo profeta estivesse revelando da maneira mais direta possível onde procurar a "chave" que iria" decodificar o código" - na península que avança pelo mar Morto, "Lisan".
"Código de Deus" está codificado no trecho em que "Lisan" cruza "esta é a solução".
Não poderia ser mais claro. Outra matriz do código afirmava que "ele encontrou o local exato, Mazra", e essas palavras também apareciam junto com "Lisan" e com "esta é a solução".
Na história do antigo adivinho, encontrei a confirmação oculta de to¬dos os detalhes essenciais de minha busca.
'Arca de aço", "arca de ferro", "DNA no obelisco", "criação do ho¬mem" e "código de Deus" estão codificados junto com as palavras de José, "esta é a solução", e com o nome do local, "Lisan".
A "chave" que é o "decodificador do código" seria encontrada em al¬gum recipiente de metal e nos revelaria tanto o código da Bíblia quanto o código da vida.
A prova está não apenas na Torah, como também nos livros posteriores da Bíblia.
"Chave do código" está codificada em Jó, com um texto oculto que afirma: "No apêndice pontudo de Lisan."
Mais uma vez, trata-se de uma afirmação absolutamente exata do lo¬cal, o dedo de terra que avança pelo mar Morto a partir da extremidade norte da península, formando a baía de Mazra.

"Ele encontrou o local exato, “Usan" está codificado em Josué, onde um versículo do texto aberto descreve a mesma localização: "Usan”, língua de mar, da margem."
Há um mapa do tesouro codificado na Bíblia. Ele confirma que estamos procurando no local certo. Ele afirma que o objeto ainda existe nos dias de hoje.
Se pudermos encontrar a chave do código, se pudermos encontrar os obeliscos, então talvez encontremos até mesmo a identidade do Codificador.
Quem é o Codificador?
O cientista que descobriu o código da Bíblia, Dr. Rips, já tem sua resposta. O código, como a própria Bíblia, veio de Deus.
- Ele vem de uma inteligência que não só é mais alta que a nossa, como também diferente da nossa - diz Rips. - Ela vê através do tempo, ela existe através do tempo. Tudo aquilo que pensamos e fazemos foi pre¬visto.
Mas eu não aceito a idéia de que o Codificador seja o Criador. Para mim, a existência do código da Bíblia não prova a existência de Deus ¬prova somente a existência do Codificador.
Há, no código da Bíblia, uma sugestão persistente de que o Codificador ainda está vivo, de algum modo. Na verdade, a própria palavra "codificador" em hebraico também significa "ele está codificando".
Perguntei ao Dr. Rips se o código da Bíblia poderia ser um diálogo contínuo com a humanidade. Seria possível que a Bíblia estivesse sendo codificada em tempo real, que estivéssemos obtendo respostas às nossas perguntas no momento exato em que perguntamos, não de uma inteligên¬cia que existiu há muito tempo, mas que existe agora?
- Eu consigo imaginar uma inteligência que existe através do tempo, para a qual passado, presente e futuro são uma coisa só - disse Rips. ¬
Desse modo, embora você esteja fazendo as perguntas "agora" e a Bíblia tenha sido codificado no "passado" distante, do ponto de vista do Codificador tudo está acontecendo em um único momento... inclusive o "futuro", que ele está revelando por meio do código.
Não é somente Rips, um homem religioso que acredita em um Deus eterno, que consegue imaginar semelhante anomalia. Foi Einstein quem disse: "A distinção entre passado, presente e futuro é apenas uma ilusão, embora persistente."
Mas, para mim, ainda não era a resposta completa. Eu não queria um conceito metafisico. Eu queria provas concretas.
O código da Bíblia vinha de um homem, de um deus ou de um alienígena? .
O texto abeno da Bíblia nos dá um único indício. As palavras originais afirmam com toda clareza que Deus desceu ao monte Sinai e entregou a Moisés a Bíblia.
"Códigos de Moisés" aparece no texto oculto junto com "Codificador", desafiando as mais altas probabilidades.
"Códigos de Moisés" aparece mais uma vez, cruzado por" chave" e "recipiente de ferro".
Já que, segundo a Bíblia, Moisés realmente escreveu as palavras da Bíblia original, é inevitável que ele, pelo menos involuntariamente, tenha também inscrito o código.
Contudo, já que Moisés era humano, ele não poderia ter criado o código, porque não podia ver o futuro.
Na minha opinião, tanto a Bíblia quanto o código são alguma forma de informação que nem sequer conseguimos imaginar.
Primeiro, as palavras foram escritas sobre peles de animais e gravadas sobre pedras; mais tarde, foram inscritas em rolos de pergaminho e mon¬tadas em livros.
Mas a Bíblia sempre foi também um programa de computador; caso contrário, ela não poderia ser hoje um programa de computador.
Qual outra forma de informação ela também poderia ser? Algo que nem conseguimos imaginar, assim como nômades do deserto nunca ima¬ginariam um programa de computador três mil anos atrás. Alguma forma de informação que ainda não temos a tecnologia para decifrar. Algo que nossos descendentes descobrirão daqui a três mil anos.
Stanley Kubrick comparou o código da Bíblia ao monólito negro de seu filme 2001: Uma odisséia no espaço, a misteriosa fonte de conhecimento que reaparecia em estágios sucessivos da evolução humana, toda vez que está¬vamos prontos para ser levados a um nível mais alto.
"Máquina do tempo" está codificada na Bíblia. "Virá em todos os tem¬pos" cruzava "máquina do tempo" no texto oculto. Parecia uma promessa de eterno retomo. Mas em hebraico as mesmas palavras também signifi¬cam "voltará a qualquer tempo". Mais parecia um alerta de que a próxima visita era iminente. .
- É uma expressão perfeita daquilo que eu dizia a respeito do código - observou Rips. - Do ponto de vista do código, ou do Codificador, não existe diferença real entre o agora e qualquer outro tempo.
Talvez Rips e eu estejamos certos. Talvez o código venha de alguma inte¬ligência que existiu através do tempo, mas a "chave do código" era um obje¬to físico que foi trazido para a Terra por um ser físico, um viajante do tempo.
Alguns cientistas importantes, incluindo o maior físico do mundo atual, Stephen Hawking, acreditam que as pessoas um dia serão realmente capa¬zes de viajar no tempo. "A viagem no tempo", diz Hawking, "talvez esteja dentro de nossa capacidade no futuro."
Qualquer forma avançada de viagem espacial, qualquer jornada entre as estrelas ou galáxias envolveria distâncias tão imensas que seríamos obri¬gados a viajar mais rápido que a luz. Para fazer isso, teríamos de "curvar" o espaço-tempo.
De acordo com a maioria dos físicos, isso significa automaticamente que viajaríamos no tempo bem como no espaço e, de modo bem específi¬co, que voltaríamos no tempo.
Será que algum antigo astronauta veio à Terra há muito tempo, não só de outro lugar mas também de outro tempo?
Minha verdadeira busca sempre foi a de identificar o Codificador.
Desde o momento em que soube que havia na Bíblia um código que revelava o futuro, eu precisava saber de quem ele vinha.
A existência do código da Bíblia é a primeira prova científica que já tivemos de que não estamos sós, pois nenhum homem consegue ver atra¬vés do tempo.
O Codificador ainda não foi identificado. Mas talvez ele esteja nos conduzindo a ele mesmo, um passo de cada vez.
É possível que minha busca pela chave do código seja apenas uma jor¬nada que me revelou níveis de realidade que eu, de outro modo, nunca teria reconhecido; que fez surgir em mim perguntas cósmicas, levantadas pela própria existência do código da Bíblia; e que talvez tenha até me leva¬do a encontrar casualmente a origem da vida.
Mas eu continuo certo de que encontrarei a chave do código, os obeliscos, e talvez até veja a face do Codificador.
- Não tenho a menor dúvida de que, por trás de todas as listagens do código que você está encontrando, existe alguma realidade - disse Rips. - Mas não sei dizer se é uma realidade física ou uma realidade metafísica.
Essa era a pergunta que eu vinha fazendo a mim mesmo havia muito tempo. A chave do código pertence a este mundo? Ou a algum outro reino?
- Se é metafísica, é mais real e mais próxima da fonte última de toda realidade - disse Rips. - Mas talvez aquilo que você está buscando só possa ser visto com ferramentas espirituais, porque exige o contato com outro reino.
Perguntei a Rips por que o código da Bíblia iria intencionalmente apre¬sentar informações falsas com tanta consistência, levar-me para um local onde nada existisse.
- Não são informações falsas, elas apenas existem em outro nível ¬respondeu Rips. Seu conselho tinha caráter prático. Rips concordava com meu instinto básico de que "Lisan" queria dizer Lisan, "Mazra" queria dizer Mazra e o "obelisco" era um objeto físico, no qual estava codificada a "chave" .
- Um magnetômetro, um radar de baixa freqüência, a tecnologia que existe hoje, isso tudo é obviamente a primeira coisa a ser tentada - conti¬nuou Rips. - Mas você pode estar parado bem em cima do local exato e mesmo assim não o ver, porque as ferramentas que temos hoje não vêem o objeto debaixo de seus pés.
A verdadeira questão talvez não fosse se o código da Bíblia estava certo ou mesmo se nós o tínhamos interpretado corretamente, mas se nossa tecnologia é avançada o suficiente para encontrar aquilo que está ali. A chave do código poderá estar tão fora do nosso alcance hoje como o pró¬prio código da Bíblia esteve para aqueles que o receberam há três mil anos.
Talvez seja preciso uma tecnologia que ainda não foi inventada, uma ciên¬cia que ainda não conhecemos.
Não saberemos a resposta enquanto não tivermos permissão de desen¬terrar aquilo que hoje talvez esteja enterrado na península de Lisan.
Será que encontraremos a primeira prova de que não estamos sozi¬nhos no Universo? Será que essa revelação acabará com o insensato ciclo de violência no Oriente Médio? Ou a guerra nos impedirá, para sempre, de encontrar a chave do código?
Será que a encontraremos em tempo de receber o alerta de que precisa¬mos para sobreviver?
Quem se importava tanto conosco a ponto de cruzar as barreiras do tempo para tentar nos salvar de algum desastre previsto?
Não é por acaso que alguma inteligência capaz de ver o futuro criou um código projetado para ser encontrado neste exato momento da história humana. Um código com fechadura de controle de tempo. Não poderia ser encontrado até que o computador fosse inventado.
Só pode haver uma razão - precisamos da informação agora. 'Ataque atômico" está codificado na Bíblia, junto com a localização da chave do código, "Lisan", e de "esta é a solução".
'Ataque atômico" também está codificado junto com 2006, o mesmo ano que aparece com "holocausto atômico", "guerra mundial" e "Fim dos Dias".
Se o código da Bíblia estiver certo, estamos enfrentando o horror su¬premo, não alguma epifania religiosa, mas a medonha destruição de toda a humanidade, um pesadelo de morte e destruição além da nossa imaginação, no qual todos, em todos os cantos da Terra, sofrerão uma morte hor¬rível.
Aqueles que rezam pelo Fim não compreendem a realidade. Aqueles que desejam o Fim, os fanáticos religiosos que querem provocar o Apocalipse, adoram a morte. O próprio bin Laden disse: "Os americanos amam a vida, essa é a fraqueza deles. Nós amamos a morte, essa é nossa força."
O perigo supremo previsto no código da Bíblia é que fanáticos religio¬sos consigam armas de destruição em massa e tomem realidade a antiga profecia.
A contagem regressiva já começou. A única maneira de detê-la talvez seja encontrar em tempo o antigo alerta.
A chave que nos permitirá ver todo o nosso futuro talvez seja a mensa¬gem de que a humanidade precisa para acreditar no horror que já está quase sobre nós - e tentar impedi-lo.

CAPÍTULO 13

CONTAGEM REGRESSIVA

O 11 de setembro de 2001 pode ter sido o horror que precisávamos sofrer para que o mundo desse ouvidos ao alerta, reconhecesse o perigo total antes de ser tarde demais - compreendesse que estamos realmente, agora mesmo, no "Fim dos Dias".
Quando falei com o Dr. Rips nos dias seguintes ao 11/9, depois que ambos descobrimos o ataque às "Torres Gêmeas" perfeitamente codifica¬do na Bíblia, disse a ele que mesmo pessoas totalmente seculares, como eu próprio, agora acreditavam que estávamos vivendo aquela época de perigo supremo prevista pelas três grandes religiões ocidentais.
Examinamos novamente a predição mais assustadora do código da Bí¬blia, o único lugar da Bíblia onde "o Fim dos Dias" aparecia junto com "no Fim dos Dias". "Bush", 'Arafat" e "Sharon" estavam codificados juntos, no mesmo trecho. Era claramente uma afirmação do momento presente. Referia-se claramente ao agora.
Era a mesma profecia que aparecia nas palavras abertas do Antigo e do Novo Testamentos, a mesma predição de que uma "batalha final" começa¬ria no Oriente Médio e acabaria engolindo o mundo inteiro.
No Livro do Apocalipse, a batalha final é assim descrita: "Satã será solto da prisão e sairá para iludir as nações que habitam os quatro cantos da terra, Gog e Magog, e reunir todos para a guerra. (...) Eles cercarão o acampamento do povo de Deus e sua cidade bem-amada. Mas o fogo descerá do céu e os devorará."
No código da Bíblia, a mesma antiga profecia é contada em deprimentes termos modernos: "guerra mundial" e "holocausto atômico" estão codificados junto com "Jerusalém" e um único ano, 2006.
E no código da Bíblia surgem claramente os nomes dos atuais líderes do mundo. De repente, a profecia parece muito real.
No 11/9, enquanto via caírem as torres do World Trade Center, relembrei com um arrepio de horror as palavras do primeiro profeta, Isaías:

"É este, porventura, o homem que fazia a terra tremer, que abalava os reinos, que transformava o mundo em um deserto e arrasava suas cida¬des?"

Trata-se da primeira narração do mito de Lúcifer, o Demônio que cai do Paraíso na Terra. Mas naquele momento, no 11/9, tomou-se claro que outro Mal, novo e terrível, estava solto no mundo: eram homens enlouquecidos, não nações em guerra, que destruiriam as cidades.
Foi o que sempre me horrorizou nas palavras de Isaías, descobrir que o grande Mal poderia ser um simples homem. Não alguma força impossível de ser enfrentada, mas um de nós, alguém que facilmente poderíamos ter vencido.
Se Hitler tivesse ficado nas sombras durante toda a Segunda Guerra Mundial e só nos últimos dias fosse descoberto em seu bunker, o choque teria sido o mesmo - "É este o homem que fazia a Terra tremer?"
Em vez de um grande poder maligno, algum ser onipotente, lá estaria aquele homenzinho patético que, na verdade, quase transformou o mundo em um deserto.
Se os acontecimentos do mundo de hoje levarem à Terceira Guerra Mundial, então um dia, quando Osama bin Laden for arrancado de sua caverna, as pessoas certamente farão a mesma pergunta - "É este o ho¬mem que fazia a Terra tremer?"
Como foi que deixamos o mundo à mercê de um bin Laden qualquer, um fanático religioso capaz de destruir a civilização que ele despreza, com a tecnologia avançada dessa mesma civilização? Como foi que deixamos esse lunático imprevisível pôr as mãos em armas de destruição em massa?
Se isso nos acontecer agora, depois que nossos olhos foram abertos, será porque nos recusamos a ver todo o perigo do fanatismo religioso apocalíptico em um mundo que perdeu o controle de sua tecnologia mili¬tar e até mesmo de seus arsenais nucleares.
Mas, se é a tecnologia que dá poder aos terroristas, é a religião que os motiva. E se a religião é o problema, então o código da Bíblia seria a solução.
"Terrorismo" está entrelaçado com "paz" no trecho em que as duas ex¬pressões bíblicas do "Fim dos Dias" aparecem junto com o nome dos líde¬res de Israel, dos palestinos e dos Estados Unidos.
Quando mostrei essa listagem ao Dr. Rips, ele ficou entusiasmado e me disse que havia um segundo significado muito importante na raiz da palavra "terrorismo".
- É perfeito - disse Rips. - No Talmude e no Midrash, essa mesmíssima expressão aparece junto com o "Fim dos Dias". Ela significa "o sofrimento do Fim dos Dias", mas também "as dores do parto do Fim dos Dias", porque é vista como a época que precede a vinda do Messias.
- Ao mesmo tempo - continuou - ela também se refere a este mo¬mento na vida de Israel, quando os esforços para fazer a paz se entrelaçam, tal como no código, com atos de terrorismo. Talvez sejam essas "as dores do parto do Fim dos Dias".
Às vezes isso me causava desespero. O código da Bíblia parecia alertar para o fato de que os maiores golpes viriam depois de assinada a paz; a paz, em si, não era a solução, não no Oriente Médio.
Rabin foi morto porque fizera a paz com Arafat. Sadat foi morto por¬que fizera a paz com Israel. Eu já tinha dito a Arafat que ele poderia ser morto se fizesse a paz com Sharon. E era óbvio para mim, talvez agora também para o mundo, que homens como bin Laden, os fanáticos religiosos que querem uma apocalíptica batalha final, nunca fariam a paz nem permitiriam que a paz fosse feita.
Para Rips, um judeu ortodoxo, havia certo tipo de alegria em ver uma sugestão de que estávamos agora vivendo o momento imediatamente an¬terior à vinda do Messias.
Também no cristianismo e no islamismo existe a mesma crença básica - haverá uma época de terrível sofrimento, o reinado do Anticristo, o reinado do Dajal, antes da vinda de um Salvador.
As três grandes religiões ocidentais têm a mesma visão básica do mundo e de seu Fim, apesar de cada uma delas indicar uma fonte diferente de salvação Divina.
Era muito difícil, para mim, compreender como o Dr. Rips (um grande cientista, o matemático brilhante que tinha descoberto o código da Bíblia) conseguia acreditar em coisas que me pareciam uma fantasia primitiva. Mas, ao mesmo tempo, eu era obrigado a admitir que a maioria das pes¬soas, no mundo todo, pensava como ele; que a maioria dos líderes mundiais (com quem eu tentava fazer contato) aceitava o mesmo mito religioso básico do mundo ocidental.
Para mim, existia apenas o horror de que alguma época de perigo, pre¬vista havia muito tempo, estava sobre nós, porque eu tinha certeza de que nenhum salvador desceria dos céus.
E, contudo, enfrentávamos um perigo numa escala tão grande que só era percebido por meio da linguagem da profecia bíblica.
Na carta lacrada que entreguei ao meU' advogado em 1998, para ser aberta em 2002, eu afirmava três predições do código da Bíblia:

"(a) o mundo enfrentará o 'colapso econômico' global, começando no ano judaico de 5762 (2002, no calendário moderno);

"(b) isso levará a um período de perigo sem precedentes, quando na¬ções com arsenais nucleares se tomarão instáveis e os terroristas conse¬guirão comprar ou roubar o poderio para destruir cidades inteiras;

"(c) o perigo atingirá o auge no ano judaico de 5766 (2006, no calendá¬rio moderno), o ano que está claramente codificado junto com 'guerra mundial' e 'holocausto atômico'."

No dia 11 de setembro de 2001, depois de ver o ataque ao World Trade Center, reli a cópia daquela carta lacrada.
Dois dias mais tarde, em 13 de setembro, enviei uma nova carta a Alan Greenspan, presidente do Federal Reserve.
Minha carta a Greenspan afirmava: '''Crise econômica' e os anos judai¬cos equivalentes a 1929 e 2002 estão codificados na Bíblia junto com 'as depressões' .
"O famoso matemático israelense que descobriu o código da Bíblia já calculou que as probabilidades do aparecimento randômico dessas expres¬sões eram de cerca de 20.000 para 1.
"Encontramos pela primeira vez esse alerta codificado há alguns anos, no auge do boom econômico", observei ao homem que, no mundo todo, tinha a maior influência sobre a economia global. "Estou trazendo o assunto à sua atenção porque a crise predita talvez esteja sobre nós e os acontecimentos desta semana a tomam mais provável."
Minha carta chegou às mãos de Greenspan, em Washington, no dia 17 de setembro, véspera do Ano Novo judaico de 5762, que estava codificado junto com "crise econômica". Naquele dia, os mercados de ações reabriram pela primeira vez desde 11 de setembro e o Índice Dow Jones caiu 684 pontos, sua maior perda na história, começando uma semana que viu a pior queda do mercado acionário desde 1929, a Grande Depressão.
Dois meses mais tarde, o governo fez o anúncio oficial. Estávamos em uma "recessão". O New York Times relatou: "A economia americana, enfren¬tando dificuldades, caiu em uma recessão, rompendo um ciclo recorde de dez anos de expansão." Na verdade, afirmava o Times, o mundo inteiro sofria sua primeira recessão em duas décadas.
Durante algum tempo, parecia que o mundo conseguiria se recuperar. Mas no final de 2002, o pior mercado a termo em uma geração derrubou todos os principais índices acionários para um patamar ainda mais baixo do que aqueles atingidos logo depois do 11/9.
A Dow Jones caiu bem abaixo de 8.000, perdendo 1.500 pontos nos dez dias posteriores à visita do presidente à Wall Street; o índice Standard & Poor caiu abaixo de 800 pela primeira vez em cinco anos; o Nasdaq perdeu 75% de seu valor; e o mercado como um todo perdeu mais de sete trilhões de dólares em apenas dois anos.
O mercado acionário terminou o ano judaico de 5762 (na sexta-feira, 6 de setembro de 2002) com perdas em seis dos oito últimos dias de opera¬ção e em todos os cinco últimos meses.
Era a primeira vez que o Dow Jones permanecia em baixa durante cinco meses consecutivos desde a recessão de 1981. O Times informou que "agora parece provável que o Dow caia durante três anos consecutivos, o mais longo período de tempo ininterrupto desde a Grande Depressão".
A primeira predição do código da Bíblia já se cumprira. Uma "crise econômica" tinha "começado" no ano judaico de 5762. A única pergunta era quão profunda se tornaria a "crise econômica", se a "recessão" de 2002 se tornaria uma" depressão" real nos anos seguintes.
Meu medo não era de enfrentarmos tempos difíceis. Era possível superá¬-los. Meu medo era que as duas outras predições do código da Bíblia tam¬bém se tornassem realidade.
Meu medo era que, se o código previu com quatro anos de antecedên¬cia uma "crise econômica" começando em 2002, também poderia ser verdade que enfrentaríamos o "Fim dos Dias" em 2006.
De todo modo, desde 11 de setembro era óbvio que o mundo corria um perigo sem precedentes.
No final de 2002, com a economia em parafuso, com o Oriente Médio em estado de quase-guerra e com bin Laden ainda à solta, examinei o código da Bíblia com a certeza de que os verdadeiros perigos ainda estavam por vir.
'Ataque atômico" estava codificado junto com "míssil".
'Ataque químico" também estava codificado junto com "míssil".
Os dois alvos imediatos mais prováveis pareciam ser "Nova York" e "Jerusalém" .
O código da Bíblia parecia afirmar que o grande ataque a Nova York ainda iria acontecer. "Míssil" e "guiado" estavam codificados junto com "Nova York", sugerindo que o ataque ao World Trade Center foi o primeiro tiro da guerra terrorista, mas não o pior nem o último.
Dois são os anos que estão codificados mais claramente junto com "Nova York": "Em 5761" (2001), o ano do ataque de 11 de setembro, e "em 5764" (2004). O ano de 2004 é cruzado pelas palavras "do fogo de um míssil".
"Jerusalém" está codificada junto com "holocausto atômico" e "guerra mundial". Também aparece junto com "bin Laden".
O código da Bíblia sugere claramente que o mundo enfrentará o terror em uma escala completamente diferente de tudo que já experimentou até hoje, acontecimentos que farão das bombas suicidas em Israel e mesmo do ataque ao World Trade Center meros tiros de abertura de uma longa guer¬ra que primeiro terá como alvo cidades inteiras e por fim ameaçará toda a civilização humana.
Será uma guerra diferente de todas as outras já travadas. Não será uma guerra para conquistar territórios ou dominar recursos valiosos. Será uma guerra na qual os "infiéis" serão mortos por homens que acreditam estar cumprindo uma missão imposta por Deus, que acreditam estar obedecendo à ordem divina de provocar o Fim deste mundo.
A jihad continuará com ou sem bin Laden. O código da Bíblia afirma claramente que a rede terrorista AI Qaeda continuará "após bin Laden".
O "terrorismo" será coordenado a partir de um quartel-general secreto no Oriente Médio, "no Fim dos Dias".
Parecia que a única maneira de deter os atos supremos de terrorismo seria detendo-os em sua fonte.
Eu só esperava que o código da Bíblia desse o nome exato da base terrorista oculta. Eu já tinha informado a localização aos serviços secretos de Israel e dos Estados Unidos. Os fanáticos e seu esconderijo de armas químicas, biológicas e nucleares precisavam ser encontrados antes de po¬derem desencadear sobre o mundo toda uma série de pragas bíblicas.
"Praga" é o perigo que está mais claramente codificado junto com o "Fim dos Dias".
Quando o primeiro-ministro israelense perguntou aos seus conselhei¬ros de Segurança Nacional qual o maior perigo enfrentado por Israel, eles responderam: Varíola.
A varíola, dentre todas as armas biológicas, é o pesadelo global. Essa doença já matou centenas de milhões de pessoas, mais do que todas as guerras juntas, até ser erradicada em 1980.
Porém, o fato de ela não existir mais no nosso planeta tem uma conse¬qüência: todo ser humano é vulnerável à varíola se ela reaparecer de repen¬te. Ninguém está imune.
A morte atinge um terço de suas vítimas e os sobreviventes sofrem efeitos terríveis. Ela é altamente contagiosa. É transportada pelo ar. Espa¬lha-se de pessoa a pessoa. Não pode ser contida. Ela se espalharia pelo mundo como fogo em floresta seca.
Sabe-se que apenas a Rússia e os Estados Unidos mantêm amostras de varíola, hermeticamente guardadas, em seus laboratórios de guerra biológica - mas outros países, incluindo o Iraque e a Líbia, talvez tenham ob¬tido secretamente o vírus.
"Nova York", "Jerusalém" e "Tel Aviv" estão codificadas junto com "varíola" .
Os Estados Unidos ordenaram a vacinação de meio milhão de pessoas que trabalham na área da saúde pública, a linha de frente contra qualquer ataque terrorista com armas biológicas. Israel armazenou vacina contra varíola em quantidade suficiente para proteger sua população.
Israel já tinha se concentrado na ameaça da varíola como arma na épo¬ca da Guerra do Golfo, há mais de dez anos. No entanto, segundo seu cientista-chefe militar, general Isaac Ben-Israel, todos concluíram que nem Saddam Hussein seria tão louco a ponto de espalhar a varíola. Se Israel fosse atacado, seria o mesmo que atacar os palestinos, a Jordânia, o Líba¬no, a Síria, o Egito e finalmente todo o Oriente Médio, inclusive o próprio Iraque.
- Por isso, concluímos que não havia perigo imediato – declarou Ben-Israel. - Mas agora aí está Osama bin Laden.
Um único "portador suicida" poderia tomar um avião em Karachi ou Cabul, desembarcando em Nova York ou Tel Avive desencadeando uma praga que mataria um terço da população mundial.
Era evidente que havíamos chegado a um momento crítico da história humana: as armas que construímos escaparam do nosso controle e logo estariam, se é que já não estavam, nas mãos de países provocadores e de lunáticos imprevisíveis.
Era por isso que o "Fim dos Dias" agora me parecia tão real. Foi disso que passei anos alertando os líderes mundiais.
"Se o código da Bíblia está certo, o terrorismo nuclear pode detonar a Terceira Guerra Mundial", escrevi cinco anos antes no meu primeiro livro sobre as predições do código. "Em vez de uma guerra nuclear entre super¬potências, o mundo enfrentará agora uma nova ameaça - terroristas por¬tando armas nucleares.
"A Segunda Guerra Mundial terminou com uma bomba atômica. A Terceira Guerra Mundial poderá começar do mesmo modo."
Os sinais de alerta estiveram à nossa volta durante mais de dez anos, ostensivamente óbvios, desde o colapso da União Soviética. Conforme observou um relatório do Senado norte-americano na época: "Nunca an¬tes um império se desintegrou enquanto estava de posse de 30.000 armas nucleares."

Chamando a antiga União Soviética de "um vasto supermercado po¬tencial de armas químicas, biológicas e nucleares", o relatório do Senado alertava que "aumentaram as probabilidades de que uma, duas ou doze armas de destruição em massa detonem na Rússia, na Europa, no Oriente Médio ou mesmo nos Estados Unidos".
Armas que antes só estavam disponíveis para um punhado de super¬potências encontram-se agora, de súbito, no mercado negro, disponíveis a qualquer um que possa pagar o preço. E nós não fizemos quase nada para impedir esse comércio clandestino.
Na verdade, em um de seus primeiros atos após assumir o governo, o presidente Bush cortou US$ 100 milhões do programa que Clinton tinha criado para comprar armas e materiais nucleares da Rússia, e o Congresso se recusou a aprovar pagamentos aos cientistas militares soviéticos de¬sempregados.
Hoje, países instáveis do Terceiro Mundo, como o Paquistão, têm ar¬mas nucleares que amanhã poderão cair nas mãos dos extremistas islâmicos. E logo países provocadores, como o Iraque, o Irã e a Líbia, comprarão ou produzirão seus próprios arsenais nucleares.
Sabe-se que bin Laden tentou comprar armas nucleares e é possível que a Al Qaeda tenha conseguido construir a "bomba suja" - não uma arma nuclear, mas uma bomba convencional guarnecida de material radio¬ativo que tomaria inabitável qualquer grande cidade.
Até pouco tempo atrás, alegávamos que o pesadelo nunca aconteceria de verdade. Nas palavras de uma reportagem do New York Times: "A melhor razão para acreditar que um ataque nuclear terrorista não acontecerá é o fato de que ele ainda não aconteceu. Essa lógica é terrível."
Conforme afirmava o arrepiante título da matéria do editor-chefe Bill Keller na edição de maio de 2002 do 1ímes, "mais cedo ou mais tarde, um ataque acontecerá aqui".
Foi um momento divisor de águas no jornalismo norte-americano, embora a matéria tivesse aparecido com dez anos de atraso, numa época em que o perigo já deveria estar plenamente evidente. Mas no mundo pós¬11/9, o Times, um jornal de vanguarda, finalmente afirmava o óbvio: "Tudo o que o 11 de setembro fez foi transformar uma possibilidade teórica em um perigo concreto."
O jornal dava um exemplo, um modelo computadorizado do que acon¬teceria se um artefato nuclear de 1 quiloton explodisse na Times Square. Não uma ogiva de 500 quilotons, mas algum tipo de mina terrestre nucle¬ar que pudesse ser transportada por um só homem.
Um homem com uma bomba na mochila poderia destruir o centro de qualquer cidade. Se isso acontecesse em Nova York, eis a imagem do horror:
Vinte mil pessoas morreriam em questão de segundos. Dentro do raio de 400 metros a partir do ponto-zero, qualquer pessoa exposta à bola de fogo sofreria uma morte terrível nas 24 horas seguintes. Nesse raio, em Nova York, vivem cerca de 250.000 pessoas. Uma nuvem em forma de cogumelo se levantaria até mais de três quilômetros de altura e depois as letais partículas radioativas começariam a cair sobre a cidade, espalhando¬se por uns 16 quilômetros.
Mas, no caso da bomba de 1 megaton ser lançada sobre Nova York, ela arrasaria todos os edifícios de Manhattan. Segundo Jonathan Schell, em seu livro The Fate af the Earth, já um clássico: "O colapso fisico da cidade certamente mataria milhões de pessoas. Até a distância de três quilôme¬tros do ponto-zero, os ventos atingiriam 650 quilômetros por hora. A bola de fogo cresceria até atingir uns dois quilômetros de diâmetro, e depois se lançaria para o alto, erguendo-se até uns dez quilômetros. Durante dez segundos, ela torraria a cidade lá embaixo. Depois, imensas e espessas nuvens de poeira e fumaça envolveriam a cena. E enquanto a nuvem em forma de cogumelo crescia no céu (agora com diâmetro de uns 20 quilô¬metros), a luz do sol seria eclipsada e o dia se tomaria noite."
Considera-se mais provável que, se Nova York um dia for atingida, será com uma bomba de 20 megatons: "A bola de fogo teria uns seis quilô¬metros de diâmetro. As pessoas apanhadas ao ar livre até um raio de 37 quilômetros a partir do ponto-zero seriam carbonizadas. Nova York e seus subúrbios se transformariam, em poucos segundos, num deserto queima¬do e arrasado."
O mais provável, porém, é que os terroristas nucleares detonem uma bomba no nível do solo. Citando novamente Jonathan Schell: "Se uma bomba de 20 megatons fosse detonada no solo, a bola de fogo teria quase dez quilômetros de diâmetro e todas as pessoas dentro dessa área seriam mortas instantaneamente. A maioria delas se evaporaria. A cidade de Nova York e sua população, agora transformadas em poeira radioativa, subiriam numa nuvem em forma de cogumelo."
Tenho medo de acordarmos um dia e escutarmos a notícia de que toda uma cidade foi destruída - não apenas dois grandes edifícios, mas uma cidade inteira -, que Nova York, Tel Aviv ou Jerusalém simplesmente não existem mais.
O 11 de setembro tomou-se de repente uma lembrança distante. O acon¬tecimento que mudara o mundo seria esquecido quando o mundo mudas¬se novamente.
Já estamos vivendo nesse mundo novo, negando-o, mas esperando que ele aconteça.
"O presidente Bush diz que o ataque de 11 de setembro aos Estados Unidos marca um novo tipo de guerra", escreveu Robert Wright, especialista em terrorismo, no Times duas semanas após o 11/9. "Em certo senti¬do isso é verdade, mas o que assusta é o fato de que, em outro sentido, isso não é verdade. Os terroristas não usaram armas biológicas nem nucleares e, da próxima vez, talvez usem. Um futuro atentado inimigo não mataria 6.000 pessoas em solo americano, mas 600.000."
O alerta do código da Bíblia, o alerta supremo do "Fim dos Dias", não foi codificado a fim de que nos preparássemos para o 11/9. Talvez os acon¬tecimentos do 11/9 se destinassem a nos preparar para o "Fim dos Dias".
Quanto mais atentamente olhávamos os alertas do código da Bíblia, tanto mais claro se tornava que o perigo supremo estava centrado em 2006. Esse é o ano que está claramente codificado junto com "holocausto atômi¬co" e "guerra mundial", e também com o "Fim dos Dias".
Se a contagem regressiva começou em 11 de setembro de 2001, então temos cinco anos a partir daquela data para encontrar um modo de sobreviver.
Olhe novamente para a codificação da Bíblia: "holocausto atômico" junto com "em 5766", o ano de 2006.
"Guerra mundial" também está codificada junto com "em 5766" ¬novamente 2006.
Ouça novamente o que disse o cientista que descobriu o código da Bíblia, Dr. Rips, sobre as probabilidades de "holocausto atômico", "guerra mundial" e "Fim dos Dias" terem aparecido por mero acaso junto com um mesmo ano, 2006: '~s probabilidades do aparecimento randômico desses termos são de pelo menos 100.000 para 1."

No entanto, Rips ofereceu um raio de esperança. Ele observou que o trecho onde o ano judaico "em 5766" estava codificado junto com "no Fim dos Dias" era o mesmo trecho em que Moisés alertava sobre "o mal que cairá sobre vós no Fim dos Dias".
Rips abriu a Bíblia e leu a passagem aberta do Deuteronômio em que Moisés diz as últimas palavras antes de morrer, oferecendo duas alternati¬vas, o caminho do mal ou o caminho da virtude.
- Não é uma profecia - disse Rips. - É um alerta do que poderá acontecer, dependendo daquilo que fizermos.
Sem fazer quaisquer referências bíblicas, isso era exatamente o que eu tinha dito a todos os meus leitores no mundo. O código da Bíblia, sempre afirmei, apresentava probabilidades, não acontecimentos predeterminados. É o que nós fazemos que determina o que realmente acontece.
O código da Bíblia não é uma profecia de que todos nós morreremos em 2006. É um alerta de que todos nós poderemos morrer em 2006, se não mudarmos o nosso futuro.
O que fizermos aqui e agora, aqui na Terra, determinará o nosso destino.

EPÍLOGO

O maior cientista que já viveu, o homem que sozinho inventou a ciência moderna, sir Isaac Newton, tinha certeza de que a Bíblia e também todo o Universo eram um "criptograma criado pelo Todo-Poderoso", um enigma feito por Deus para ser decifrado por nós.
Já que Newton, mais que qualquer outro antes ou depois dele, real¬mente deslindou o enigma, talvez ele tivesse razão.
A ciência moderna não era suficiente. Newton percebeu que também precisávamos da antiga sabedoria para resolver os mistérios últimos. An¬tes de sua morte, há trezentos anos, Newton trancou em um cofre milha¬res de páginas manuscritas. Quando o grande economista John Maynard Keynes as descobriu em Cambridge, ele pensava ter encontrado as anota¬ções de Newton sobre a teoria da gravidade e o cálculo integral. Em vez disso, encontrou um milhão de palavras sobre civilizações há muito desa¬parecidas, o código da Bíblia e o apocalipse.
"Newton não foi o primeiro da era da razão", escreveu Keynes. "Ele foi o último dos magos, o último dos babilônios e sumérios, a última grande mente que observou o mundo visível e intelectual com os mesmos olhos que começavam a construir nossa herança intelectual."
Newton teria gostado de ver as palavras gravadas nos obeliscos.
De modo mais simples, mais secular, essa também sempre foi minha fé como repórter - todos os enigmas podem ser decifrados.
Não me parecia acidental que, enquanto decifrávamos o código da Bí¬blia, os cientistas estivessem simultaneamente decifrando o código gené¬tico; que a humanidade descobrisse a matriz de seu próprio DNA no mo¬mento exato em que talvez estivéssemos decifrando na Bíblia uma revela¬ção das nossas verdadeiras origens e do nosso futuro último.
Ao mesmo tempo, o telescópio espacial Hubble também enviava de volta à Terra imagens que chegavam mais perto do que nunca de capturar a luz dos primórdios do Universo, desde o momento do Big-Bang teórico. E alguns cientistas agora acreditavam que, impressas no momento da Cria¬ção, estavam algumas afirmações matemáticas, talvez apenas seis núme¬ros que determinavam a forma de todas as coisas.

Como disse o grande astrônomo britânico sir Martin Rees, esses pou¬cos números explicariam "como uma única 'gênese' criou bilhões de galá¬xias, buracos negros, estrelas e planetas, e como os átomos foram agrupa¬dos - aqui na Terra e talvez em outros mundos - em seres vivos suficien¬temente complexos para refletirem sobre suas origens".
De algum modo, tudo isso se tomou acessível para nós. Depois de apenas seis mil anos de civilização humana, estamos nos aproximando das respostas para os mistérios últimos. Mas, com as respostas talvez quase ao nosso alcance, poderemos, se o código da Bíblia estiver certo, estar enfren¬tando a aniquilação.
É como se alguma força do bem quisesse nos revelar todas as coisas, e alguma força do mal quisesse nos destruir antes de alcançarmos nosso destino.
De todo modo, parece que o objeto de que precisamos, tanto para so¬breviver como para alcançar a compreensão final, é a "chave do código" enterrada na península de Lisan.

NOTAS

O Dr. Rips utilizou o texto com a língua hebraica padronizada, conhecido como Textus Receptus, em seu programa de computador que forma a base das pesquisas sobre o código da Bíblia citadas neste livro. O software que utilizei foi desenvolvido por Rips e por seu programador Dr. Rotenberg.
Todas as edições da Torah - os cinco primeiros livros da Bíblia, em hebraico - que hoje existem são idênticas, letra por letra, e não devem ser utilizadas caso uma única letra esteja errada.
A edição mais conhecida desses textos, The Jerusalem Bible (Koren Publishing Co., 1992), contém a tradução inglesa mais amplamente aceita do Antigo Testamento e é a fonte primária das citações do texto aberto neste livro.
Também consultei e às vezes utilizei outra tradução que é preferida por alguns estudiosos, a do Rabino Aryeh Kaplan, The Living Torah (Maznaim, 1981).
As citações do Novo Testamento provêm basicamente da King James Version, embora eu também tenha consultado uma tradução moderna co¬nhecida como New International Version.
As afirmações de Rips citadas ao longo deste livro provêm de uma série de conversas que tive com ele durante cinco anos, basicamente em sua casa em Jerusalém e em seu gabinete na Universidade Hebraica, e de centenas de entrevistas por telefone. ¬
Muitos dos acontecimentos descritos neste livro foram testemunha¬dos por mim. Os relatos de outros acontecimentos se baseiam em entre¬vistas com pessoas diretamente envolvidas ou foram confirmados por no¬tícias publicadas.
Os nomes e acontecimentos codificados na Bíblia usam o mesmo idio¬ma hebraico que aparece no texto aberto da Bíblia e o mesmo hebraico utilizado pelos israelenses de hoje. Os nomes de pessoas e lugares são tirados de fontes de referência padronizadas, como a Hebrew Encyclopedia. A grafia hebraica dos acontecimentos mais atuais é a mesma usada pelos jornais de Israel.
A tradução de todas as codificações foi confirmada pelo conceituado dicionário de hebraico-inglês R. Alcalay (Massada, 1990) e pelo dicionário completo e padronizado da língua hebraica A. Even-Shoshan (Kiryat-Sefer Press, 1985).
Os anos codificados na Bíblia são os do antigo calendário judaico, que começa nos tempos bíblicos, 3.760 anos antes do nosso calendário moderno. O ano de 2002 corresponde ao ano judaico de 5762. Mas o ano judaico começa em setembro ou em outubro, segundo o calendário lunar, e termi¬na em setembro ou outubro do ano seguinte.
A estatística comprovou que todas as listagens do código da Bíblia reproduzidas neste livro apresentavam baixíssimas probabilidades de ser obra do acaso. Essas probabilidades são calculadas automaticamente pelo programa de computador criado por Rips e Rotenberg. O computador re¬gistra as combinações entre as palavras por meio de dois testes - quão próximas elas surgem umas das outras e se os saltos de letras que formam as palavras buscadas são os mais cunos na Bíblia.
Cada palavra codificada determina como o computador apresenta o texto da Bíblia, qual "jogo de palavras cruzadas" é formado. A ordem origi¬nal das letras nunca muda.
Podemos usar nossa busca do "Fim dos Dias" como estudo de caso. As palavras de Daniel estão codificadas com um salto de 7.551 letras. Assim, o computador dividiu toda a Bíblia original - toda a carreira de 304.805 letras - em 40 fileiras de 7.551 letras (ou 40 linhas com 7.551 colunas). Nossa listagem do código da Bíblia (ver página 25) mostra apenas o centro desse quadro.
Se a expressão "Fim dos Dias" fosse formada com um salto de 100 letras, então cada linha teria 100 letras de comprimento. Se o salto fosse de 1.000 letras, então as linhas teriam 1.000 letras de comprimento. De todo modo, as fileiras ficam colocadas uma sobre a outra, sem nunca mu¬dar a ordem original.
Há três mil anos, a Bíblia foi codificada de tal modo que as palavras de Daniel que predizem o "Fim dos Dias" aparecem exatamente no trecho onde as palavras de Moisés predisseram o que aconteceria "no Fim dos Dias". E, há três mil anos, a Bíblia foi codificada de tal modo que os nomes dos líderes do mundo atual aparecem naquele mesmo trecho.
A citação de abertura de Richard Feynman, laureado com o Prêmio Nobel de Física, foi extraída de uma sua palestra na Universidade de Washington em abril de 1963, publicada em The Meaning oflt Ali (Helix/ Addison-Wesley, 1998). Feynman, que muitos consideram o maior físico desde Einstein, tam¬bém afirmou: "A única coisa que pode ser predita é a probabilidade de dife¬rentes acontecimentos" (Six Easy Pieces, Helix, 1995, p.135).
O Talmude, antigo comentário sobre a Bíblia, afirma algo semelhante: "Tudo está previsto, mas a liberdade de ação é concedida." Durante quase dois mil anos, os sábios vêm debatendo esse aparente paradoxo – como pode existir o livre-arbítrio humano se Deus sabe de tudo com antecedên¬cia? O código da Bíblia apresenta uma questão idêntica, mesmo para as pessoas seculares. A resposta parece ser aquela afirmada pela ciência ¬existem apenas probabilidades; não existe um único futuro, mas muitos futuros possíveis. Nós determinamos o resultado.

CAPÍTULO 1: O FIM DOS DIAS

Os acontecimentos do dia 11 de setembro de 2001 foram testemunhados por mim, e os detalhes foram confirmados pelos noticiários de The New York Times, Time e Newsweek. Eu não vi cobertura imediata na televisão, porque todas as transmissões que recebi vieram do World Trade Center.
O Dr. Rips me enviou por e-mail a mesma listagem do código da Bíblia que eu tinha encontrado minutos depois da queda das Torres Gêmeas, mas as linhas telefônicas foram bloqueadas e só recebi a mensagem no dia seguinte. O que mais impressionou Rips, como matemático, foi que as três palavras que alguém procuraria de imediato - "gêmeas", "torres" e "avião" - estavam codificadas juntas no mesmo trecho, contra probabili¬dades de 10.000 para 1. Também em Israel o World Trade Center era co¬nhecido como "Torres Gêmeas".
JoOO Podesta, chefe de gabinete da Casa Branca, disse-me que o presi¬dente Clinton tinha meu livro em Camp David quando ali se encontrou, em julho de 2000, com Arafat e Barak.
Meu encontro com Arafat em Ramallah ocorreu em 13 de abril de 2001. Meu encontro com Shimon Peres, no Ministério das Relações Exteriores em Tel Aviv, ocorreu em 22 de abril de 2001. Meu encontro com Omri Sharon teve lugar em 17 de abril de 2001, no Hotel King David, emJerusa¬lém. Encontrei-me com Podesta na Casa Branca em 16 de outubro de 2000.
Minha carta ao presidente Bush era datada de 3 de agosto de 2001 e telefonei para a Casa Branca em 10 de setembro de 2001. Informaram-me que minha carta tinha sido recebida pelo chefe de gabinete, Andrew Card, e pela conselheira de Segurança Nacional, Condoleezza Rice.
A afirmação do presidente de que "a primeira guerra do século vinte e um já começou" foi citada no New York Times. A coluna de Thomas Priedman no Times, com o título "TERCEIRA GUERRA MUNDIAL", foi publicada em 13 de setembro de 2001.
A busca de sir Isaac Newton por um código dentro da Bíblia é descrita no ensaio "Newton, o homem" do famoso economistaJohn Maynard Keynes (Essays and Sketches in Biography, Meridian Books, 1956). Richard S. Westfall, em The Life of Isaac Newton (Cambridge University Press, 1993, p.125), também citou os cadernos de notas de Newton e afirmou que o físico "acreditava que a essência da Bíblia era a profecia da história humana".
Quando diz que Newton não conseguiu encontrar o código da Bíblia porque "o livro permanecerá selado até o fim dos tempos", Rips está citan¬do Daniel 12:4.
A lendária forma original da Bíblia ditada por Deus a Moisés – um texto "contíguo, sem quebras de palavras" - foi reafirmada por Nachmânides, o sábio do século XIII, em seu Commentary on the Torah (Shilo, 1971, Charles Chavel, org., VoI. I, p. 14). A continuidade da Bíblia também se expressa na sua forma tradicional de pergaminho, uma folha contínua que vai se desenrolando.
A Bíblia original consiste dos cinco primeiros livros: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Os judeus a chamam de Torah. Mas aqui neste livro eu me refiro à Torah como "a Bíblia" e ao código da Torah como "o código da Bíblia".
O experimento original de Rips foi publicado em Statistical Science em agosto de 1994 (VoI. 9, nQ 3, pp. 429-438) com o título "Seqüências alfabé¬ticas eqüidistantes no Livro do Gênesis", por Doron Witztum, Eliyahu Rips e Yoav Rosenberg. O ensaio relatava que os nomes de 32 rabinos que viveram após os tempos bíblicos combinavam com as datas de nascimento e morte de cada um no código da Bíblia, contra probabilidades de 4 em um milhão. Descobriu-se, em experimentos posteriores, que as probabilida¬des reais eram de 1 em dez milhões.
Harold Gans, decifrador de códigos da Agência de Segurança Nacional, falou-me dos resultados de seu experimento independente em duas entre¬vistas por telefone, em janeiro de 1993 e em dezembro de 1996.
Gans afirmou que as probabilidades de encontrar também os nomes das cidades codificados junto com os nomes dos rabinos eram de l' em 200.000.
Ouvi falar do código da Bíblia pela primeira vez por acaso, em junho de 1992, quando saía de um encontro com o general Uri Saguy, que era então o chefe da Inteligência Militar israelense.
Encontrei-me pela primeira vez com o Dr. Rips em sua casa em Jerusa¬lém, no final de junho de 1992. A codificação sobre a Guerra do Golfo que ele me mostrou naquela noite tinha sido descoberta por seu colega Witztum. Rips confirmou que Witztum lhe dissera a data do primeiro ataque a Israel com mísseis Scud e que ele próprio, Rips, a vira codificada na Bíblia, três semanas antes do início da Guerra do Golfo.
Chaim Guri recebeu-me em sua casa em Jerusalém no dia 1o. de setem¬bro de 1994. Ele telefonou para o gabinete de Rabin naquela noite e, na manhã seguinte, o motorista do primeiro-ministro pegou minha carta alertando sobre o assassinato codificado e a entregou a Rabin. A carta es¬tava datada de 1o. de setembro de 1994.
Rabin foi assassinado durante uma demonstração política em Tel Aviv no fim da tarde de 4 de novembro de 1995. Yigal Amir, um judeu ortodoxo de 26 anos, disparou três tiros, atingindo duas vezes as costas de Rabin.
As quatro menções ao "Fim dos Dias" na Torah aparecem no Gênesis 49:1, em Números 24:14 e no Deuteronômio 4:30 e 31:29. A grafia alter¬nativa do "Fim dos Dias" aparece em Daniel 12: 13.
O presidente Clinton anunciou a reunião de cúpula de Camp David em 5 de julho de 2000. Arafat e Barak começaram a se reunir com Clinton em 11 de julho. Minha carta a Clinton é datada de 5 de julho de 2000.
Camp David terminou em fracasso, no dia 25 de julho. A nova Intifada começou em 29 de setembro, depois que Ariel Sharon ocupou o Monte do Templo em 28 de setembro. Sharon foi eleito primeiro-ministro de Israel em 6 de fevereiro de 2001.
Rips confirmou os resultados finais das duas semanas de corrida de computador na Universidade Hebraica, em 1o. de maio de 2001 - as pro¬babilidades do aparecimento randômico das duas expressões bíblicas do "Fim dos Dias" junto com "Arafat", "Barak", "Sharon" e "Bush" eram de pelo menos 500.000 para l.
Minha carta lacrada ao meu advogado, Michael Kennedy, estava datada de 6 de outubro de 1998.
Shahid, a palavra árabe para "homem-bomba suicida" significa literal¬mente "mártir", mas é utilizada por árabes e israelenses para descrever os terroristas que amarram bombas ao corpo e explodem junto com elas.
O Dr. Rips confirmou, em um telefonema no dia 17 de maio de 2001, que as probabilidades do aparecimento randômÍco de "guerra mundial", "holocausto atômico" e "Fim dos Dias" junto com "em 5766" (2006) eram de pelo menos 100.000 para l.
- Talvez sejam ainda mais altas - disse Rips. - Só procurei em cem mil textos aleatórios, e nenhum era melhor.

CAPÍTULO 2: A CHAVE DO CÓDIGO

O Êxodo afirma que Moisés "viu o Deus de Israel, e sob Seus pés havia uma plataforma feita de pedras de safira".
A lenda de que Deus escreveu as palavras originais da Bíblia na "pedra de safira" é citada por Kaplan (The Living Torah, p. 379) e atribuída a um antigo comentário sobre a Bíblia, Sifri, BeHaAlothekha, 101. Ver também Kaplan, p. 420.
O Rabino Adin Steinsaltz, o mais eminente tradutor dos antigos textos judaicos, disse-me, quando nos encontramos em seu escritório em Jerusa¬lém, que Isaías 41:23 afirma "para ver o futuro, deves olhar para trás" e que essas mesmas palavras, em hebraico, significam "lê as letras ao inverso".
Em maio de 1998, pouco antes de Shavuot, a festa que celebra a entre¬ga da Torah, encontrei-me com Rips em Jerusalém e lhe mostrei que seu nome (o inverso de "safira", em hebraico) aparecia no versículo da Bíblia que descreve a descida de Deus ao monte Sinai.
A frase do Gênio de Vilna que Rips leu para mim é de uma tradução inglesa, The ]ewish Mind, do livro de Abraham Rabinowitz (Hillel Press, 1978, pp. 33-34).
Encontrei, finalmente, a obscura palavra hebraica para "obeliscos" no The New Dictionary de Abraham Even-Shoshan, um conceituado dicionário da língua hebraica em quatro volumes (Kiryat-Sefer Press, Jerusalém, Israel, 1985). O significado da palavra também foi confirmado pelo Midrash, os antigos comentários sobre a Bíblia.
O Midrash de 1.700 anos de idade que afirma que os obeliscos "não eram coisa feita pelo ser humano, mas obra dos Céus" é o Mekhilta According to Rabbi Ishmael, An Analytical Translation Jacob Neusner, trad., Scholars Press, Atlanta, GA, 1988). O mesmo texto sugere que os obeliscos eram humanóides, "uma espécie de macho e fêmea". Ver também Marcus Jastrow, The Book of Words, que chama de obeliscos as "rochas cavernosas seme¬lhantes a figuras humanas" Judaica Press, Nova York, 1996, p. 460).
O e-mail de Rips confirmando que "chave do código" cruzava duas vezes "boca dos obeliscos", contra probabilidades de um milhão para 1, foi enviado em 2 de janeiro de 2002. Em conversa telefônica posterior, de 6 de janeiro, Rips me disse que "na história da pesquisa do código da Bíblia, nenhum outro par de palavras alcançou estatísticas tão altas".
"Boca dos obeliscos" e "senhor do código" aparecem no texto aberto da Bíblia como os nomes dos locais no Egito, à margem do mar Vermelho, . onde o faraó e seu exército alcançaram os escravos judeus fugitivos.
Mas esses dois locais, cujos nomes nunca foram traduzidos na Bíblia e cujo significado aberto e claro em hebraico nunca foi reconhecido, não poderiam ser a localização da "chave do código" ou dos "obeliscos".
Moisés só recebeu a Bíblia no monte Sinai depois que os judeus fugi¬ram do Egito. Portanto, a chave do código da Bíblia nunca poderia estar enterrada no Egito.
E no próprio código da Bíblia, a localização da "chave do código", do "código sobre o obelisco", é afirmada com toda clareza - o "vale de Sidim".
O Gênesis 14:3 afirma que "o vale de Sidim é o mar Morto". Rashi, o mais famoso comentador da Bíblia, afirma que o vale já foi verde, mas que há muito tempo as águas do mar Mediterrâneo o invadiram, criando o mar Morto (Pentateuch with Targum Onkelos, Haphtarot, andRashi's Commentary, Rev. M. Rosenbaum e Dr. A. M. Silbermann, trads., Jerusalém, 1929, p. 55).
Encontrei-me com o geólogo israelense David Neev em sua casa em Jerusalém, em novembro de 1998 e em várias outras ocasiões. Ele me disse que o mar Morto encontrava-se agora em seu nível mais baixo nos últi¬mos cinco mil anos. Neev, a principal autoridade nessa área, também me disse que "sidim" em hebraico significa "cal" e sugeriu que a península de Lisan, coberta de calcário, talvez fosse o último solo de superfície que res¬tou do vale de Sidim.
Visitei Lisan pela primeira vez em novembro de 1998 e ali voltei em março e abril de 1999, primeiro com dois israelenses do Instituto Geofísico de Israel e depois com dois geofísicos jordanianos. Em 16 de fevereiro de 2000, voltei a Lisan com Yuval Bartov (protegido de Neev, um jovem geólogo israelense que é o principal especialista em Lisan) e Mikhail Rybakov (um geofísico israelense), acompanhados por funcionários do Ministro de Tu¬rismo e Antigüidades da Jordânia.
Dois dias antes, em 14 de fevereiro de 2000, eu tinha me encontrado com o ministro Akel Biltaji em Amã, e ele me assegurou que obteríamos as permissões necessárias para a busca arqueológica. A permissão por escrito datada de 13 de abril de 2000 foi realmente concedida pelo diretor do Departamento de Antigüidades, Dr. Fawwaz Al-Khraysheh.
Foi unicamente o código da Bíblia que me levou primeiro ao "vale de Sidim", depois ao mar Morto e finalmente ao local exato na península de Lisan, com seus 40 quilômetros quadrados. O código descrevia claramen¬te, dando-a como localização da "chave do código", sua ponta setentrio¬nal, onde um dedo de terra se lança para dentro do mar Morto, formando uma pequena baía chamada Mazra.
"Lisan como Sidim" aparece em Daniel 1:4 e Mazra aparece em Daniel 1 :3, como parte de uma passagem cujo texto oculto também descreve um "pilar no palácio" inscrito com o saber antigo, talvez o "obelisco".

CAPÍTULO 3: CLINTON

O presidente Clinton confessou sua "relação" com Mônica Lewinsky em 17 de agosto de 1998. Em 21 de setembro de 1998, enviei à pagina editorial do New York Times uma coluna com a predição do código da Bíblia de que Clinton sobreviveria ao escândalo. Em 12 de fevereiro de 1999, o Senado norte-americano absolveu Clinton dos dois artigos do processo de impeachment.
Minha carta a Clinton é datada de 5 de julho de 2000, o dia em que ele anunciou a reunião de cúpula de Camp David. Enviei-a em 7 de julho, depois que seu chefe de gabinete, Podesta, concordou em entregá-la ao presidente juntamente com um exemplar do meu primeiro livro sobre o código da Bíblia. Em 17 de julho, o assistente do chefe de gabinete me telefonou e disse: "Mr. Podesta entregou seu material nas mãos do presidente em Camp David."
A reunião de Camp David começou em 11 de julho e terminou fracas¬sando em 25 de julho. Clinton jogou a culpa sobre Arafat, publicamente, afirmando que Barak "cedera muito mais do que Arafat, particularmente na questão de Jerusalém", conforme publicou o New York Times de 26 de julho de 2000.
Minha primeira carta a Barak, datada de 17 de maio de 1998 e predi¬zendo que ele seria primeiro-ministro, foi entregue a ele por intermédio do general Isaac Ben-Israel, cientista-chefe do Ministério da Defesa. Um ano exato mais tarde, em 17 de maio de 1999, Barak tornou-se o primeiro-¬ministro.
No mesmo dia, enviei nova carta a Barak por intermédio de Ben-Israel e seu secretário de gabinete Isaac Herzog, observando que o código tam¬bém predizia que Barak seria o líder de Israel "em um momento de grande perigo", envolvendo especificamente o Monte do Templo.
''Eles atacarão o Monte do Templo' está codificado junto com 'primei¬ro-ministro E. Barak' tão claramente quanto o assassinato estava codifica¬do junto com 'Yitzhak Rabin"', afirmava minha carta.
Ben-Israel tinha me dito em 29 de maio de 1998, em Nova York, que Barak (na época ministro do Gabinete) investigara pessoalmente o código da Bíblia depois que Rabin foi morto.
O artigo de Jeffrey Goldberg no The New York Times Magazine sobre o perigo de um ataque ao Monte do Templo em 2000, ano da virada do milê¬nio, foi publicado em 3 de outubro de 1999. Citava o xeque Yassin, do Hamas, que teria dito: "Este será o fim de Israel."
Meu encontro com Abu Ala, líder do Parlamento Palestino, ocorreu em 13 de agosto de 2000, em seu escritório em Ramallah.
Em 20 de setembro de 2000, enviei um fax ao chefe de gabinete de Clinton, Podesta: "A religião é o problema. O código da Bíblia pode ser a solução." Ele concordou em me receber na Casa Branca em 16 de outubro.
A nova Intifada começou em 29 de setembro de 2000, depois das pre¬ces de sexta-feira no Monte do Templo. Quatro rapazes que jogavam pe¬dras foram mortos por soldados israelenses na mesquita, conforme relata¬do pelo New York Times, pela imprensa de Israel e pela CNN. Na véspera, 28 de setembro, o líder da facção direitista israelense, Ariel Sharon, invadiu o Monte do Templo com mil soldados e membros da polícia de choque, precipitando o levante palestino. .
Encontrei-me com o cunhado de Barak, Doron Cohen, em seu escritó¬rio de advocacia em Tel Avivem 12 de outubro de 2000, e lhe entreguei uma nova carta dirigida a Barak. Mas, durante nosso encontro, ele recebeu a notícia de que dois soldados israelenses tinham sido linchados no posto policial de Ramallah. Minha descrição do linchamento baseia-se nas repor¬tagens filmadas transmitidas pela CNN e pela BBC.

Tive um encontro com Nabil Sha'ath em Gaza, no dia 10 de outubro de 2000 e lhe entreguei uma carta dirigida a Arafat. Dois dias mais tarde, o quartel-general onde tínhamos nos encontrado foi destruído por um mís¬sil disparado por um helicóptero israelense.
Em 16 de outubro de 2000, encontrei-me com o chefe de gabinete de Clinton, Podesta, na Casa Branca. Ele me disse que já tinha falado com o presidente sobre o código da Bíblia e que tomaria a falar do assunto..
Podesta me disse que acreditava que o código da Bíblia era real e obser¬vou: "Clinton também é religioso." Ele prometeu me conseguir um encon¬tro com o presidente, mas isso nunca ocorreu nos perturbados últimos meses de Clinton no cargo.

CAPÍTULO 4: ELA EXISTE

Em hebraico, o nome da península, "Lisan", também significa "lingua¬gem". Portanto, a matriz completa do código que corre em paralelo a "código da Bíblia" afirma duas coisas diferentes: "Ela existe em Lisan" e "ela existe na linguagem do homem".
Conversei com o Dr. Rips sobre essa nova descoberta em 11 de julho de 2000. Minha descoberta foi resultado de um achado feito pelo Dr. Alex Rotenberg, programador de computador de Rips, que originalmente encontrara a grafia completa de "código da Bíblia" com duas seqüências muito curtas de saltos de letras, contra probabilidades de 5.000 para l.
O que está codificado, literalmente, é "código da Torah", mas em todo este livro eu me refiro ao antigo livro judaico por sua forma mais familiar, "Bíblia". .
Vi Rips em Israel no dia 5 de abril de 2001 e juntos descobrimos que "código da Bíblia" é cruzado por "dicionário" no trecho em que "Lisan/ linguagem" aparece duas vezes. Rips descobriu que os dois versículos da Bíblia que lidam mais diretamente com a "linguagem" (Gênesis 10:5 e 11 :6) apareciam na mesma listagem.
A Pedra da Rosetta foi encontrada em 1799 perto de uma cidade no norte do Egito, no delta do Nilo. A pedra tinha inscrições paralelas em hieróglifos egípcios e em grego, permitindo a decifração da antiga escrita pictórica egípcia.
Muitos estudiosos sugeriram que existiu uma protolinguagem na his¬tória da humanidade. Charles Darwin, em 1871, disse que "o homem tem uma tendência instintiva a falar" (Descent of Man, John Murray, Londres). O linguista Noam Chomsky sugeriu, há mais de 40 anos, que a linguagem tem raízes genéticas (ver Language, 35, pp. 26-58, 1959). Ver também Luigi Luca Cavalli-Sforza, Genes, Peoples, and Languages (Nova York, North Point Press, 2000).
Rips, ao alegar que o hebraico era a língua original, cita Rashi, o mais conhecido comentador da Bíblia, o qual cita o Gênesis 11:1 - "Toda a terra usava uma só língua e as mesmas palavras" - e afirma que se tratava da "Língua Sagrada" (o hebraico). Pentateuch with Targum Onkelos, Haphtaroth, and Rashi's Commentary, ver acima, p. 49.
O artigo do New York Times afirmando a descoberta de um "gene da linguagem" foi publicado em 4 de outubro de 2001, citando um artigo do Dr. Anthony P. Monaco na conceituada revista científica Nature.
Ninguém sabe como ou quando a linguagem começou. Alguns cientis¬tas alegam ter encontrado provas do uso de uma linguagem em crânios de hominídeos com milhões de anos de idade; mas outros, como Richard Klein, arqueólogo de Stanford, argumenta que uma mudança genética es¬pecífica teria produzido o cérebro humano moderno há apenas cinqüenta mil anos, e tornado possível a linguagem. Essa idéia é compatível com a teoria de Chomsky, de 1959, de que existe um órgão, dedicado à linguagem, embutido no circuito cerebral.
Um artigo posterior (do Dr. Svante Paabo, do Instituto Max Planck), citado no Times de 15 de agosto de 2002, afirma que um estudo dos genomas de humanos e de chimpanzés mostra que a linguagem evoluiu somente nos últimos cem mil anos. O ensaio de Paabo foi publicado em Nature.
No código da Bíblia, "o gene da linguagem" é cruzado por "gene de Deus" e o versículo da Torah afirma: 'Antes de Deus destruir Sodoma e Gomorra, o vale do Jordão era como um jardim do Senhor" (Gênesis 13:10). Em hebraico, as mesmas letras que formam "gene da linguagem" também formam "jardim de Lisan", e "gene de Deus" também forma "jardim de Deus".
O jornal jordaniano Al-Arab Al-Yawm publicou na primeira página um ata¬que à expedição arqueológica da minha Fundação, em 9 de janeiro de 2001.
Praticamente todo o material ali publicado era inverídico, mas a men¬sagem básica estava clara: "Por que permitir que uma fundação judaica escave o território jordaniano em busca de artefatos judaicos?"
Conversei com o embaixador norte-americano em Amã, William J. Burns, em 24 de janeiro, e no dia 28 daquele mês ele me enviou uma tradução daquele artigo de jornal.

CAPÍTULO 5: ARAFAT

Minha carta de 12 de abril de 2001 a Arafat foi apanhada à meia-noite no American Colony Hotel, em Jerusalém.
Nabil Abu Rudaineh, chefe de gabinete de Arafat, me telefonou à 1:15 da madrugada de 13 de abril, pedindo que eu fosse ver Arafat naquela noite.
Encontrei-me com Arafat às nove horas da noite de 13 de abril, em seu quartel-general murado de Ramallah. Também presentes ao nosso encontro estavam seu negociador-chefe, Saeb Erekat, que fez a tradução, e Rudaineh. .
O New York Times de 23 de julho de 2000 informou que Arafat dissera a Clinton que temia ser assassinado se renunciasse ao controle de Jerusalém.
Nabil Sha'ath, ministro das Relações Exteriores de Arafat, disse-me em uma conversa telefônica no dia 26 de dezembro de 2000 que Arafat acreditava em um ensinamento básico do Islã - "Nosso destino é prede¬terminado, não temos um dia a mais, ou um dia a menos, para viver." .
Encontrei-me com Rips em sua casa de Jerusalém na manhã do mesmo dia em que vi Arafat, 13 de abril de 2001. Rips não tentou me dissuadir desse encontro, mas comparou Arafat a Hitler e a Saddam Hussein.
Quando Arafat falou que "Maomé disse que temos mil anos, mas não dois mil anos", ele estava afirmando uma tradição muçulmana que não está no Alcorão, mas no Hadith, seu comentário. No calendário muçulma¬no, 2001 corresponde ao ano de 1422, ou seja, quatrocentos anos do se¬gundo milênio ao qual, segundo Maomé, não sobreviveríamos. O Alcorão afirma que a humanidade nunca descobrirá o momento do fim.
'fu"afat" é soletrado no texto oculto da Bíblia logo abaixo de "no Fim dos Dias", da maneira exata como é escrito nos jornais israelenses modernos.
Na mesma listagem do código, os nomes dos líderes israelenses "Barak" e "Sharon" e o nome do presidente norte-americano "Bush" também apa¬recem no código da Bíblia da forma exata como são escritos na imprensa israelense.
No dia em que me encontrei com Arafat, sexta-feira 13 de abril de 2001, cristão, judeus e muçulmanos convergiram para a Cidade Velha em Jerusalém - os cristãos para celebrar a Sexta-Feira Santa e representar a crucificação na Via Dolorosa; os judeus para rezar junto ao Muro das Lamentações, único remanescente do antigo Templo, no penúltimo dia do Pessach; e os muçulmanos para fazer a prece do sábado na mesquita do Monte do Templo.
A coincidência dos dias santos só fez enfatizar o conflito religioso que já durava centenas de anos e ainda tinha como foco central a batalha por Jerusalém.

CAPÍTULO 6: A ARCA DE AÇO

'Aço" aparece em hebraico junto com "chave do código" na Torah, e "ferro" aparece em aramaico junto com "chave hoje" no Livro de Daniel. O aramaico é uma antiga língua semítica, muito similar ao hebraico, e nela foi escrita metade do Livro de Daniel.
"Fornalha de ferro" aparece no Deuteronômio 4:20, um texto que é visto como tendo mais de três mil anos. A palavra hebraica para "aço" vem de um livro mais tardio do Antigo Testamento, um dos profetas menores, Naum 2:4 - "os carros cintilam como fogo". O Livro de Naum foi escrito cerca de mil anos depois da Torah.
"Esta é a solução", palavras ditas pelo antigo profeta José, aparecem duas vezes no Gênesis 40:12 e 40:18. O primeiro versículo cruza "arca de aço" e o segundo cruza "arca de ferro". Ambos são sobrepostos no texto oculto pelo nome da península, "Lisan".
Meu encontro com Rips ocorreu em Nashville, Tennessee, onde ele era professor visitante na Universidade Vanderbilt em janeiro de 2000.
As mesmas letras hebraicas do Êxodo 35:33, um versículo sobre o ar¬tesão que construiu o Tabernáculo, também formam "ferro forjado, todo o trabalho do computador".
Os dois versículos de Josué que mencionam um "veículo de ferro" são 17:16 e 17:18. Ambos aparecem no mesmo trecho em que "tel dos obeliscos" está codificado. .
Quando voltei a Lisan em 16 de fevereiro de 2000, com um arqueólogo jordaniano do Departamento de Antigüidades, Dr. Fawzi Zayadin, ele ques¬tionou se um objeto de ferro ou aço poderia ter sobrevivido durante milha¬res de anos. Um geofísico israelense que estava conosco, Mikhail Rybakov, disse que mesmo que algum resto do objeto tivesse sobrevivido, não seria visto pelo magnetômetro se estivesse enferrujado.
Entrevistei o professor Ronald Latanision, do MIT, por telefone em 25 de fevereiro de 2000. Um dos maiores especialistas em corrosão, Latanision confirmou que um objeto de ferro ou aço teria sobrevivido durante milhares de anos, debaixo d'água ou enterrado, em um ambiente altamente salino.
- Quando se chega a 35% de sal na água, o oxigênio cai rapidamente - disse Latanision. - Sem oxigênio, não há ferrugem.
Isso confirmava o que o geólogo israelense David Neev me dissera um ano antes. Voltei a entrevistar Neev, a maior autoridade na área do mar Morto, em 6 de março de 2000, e ele confirmou que a concentração de sal no mar Morto era acima de 35%.
Neev também me disse que tinha visto engenheiros da mineração de sal no mar Morto pondo intencionalmente tubos de ferro na água para evitar que enferrujassem.
Latanision, do MIT, também me confirmou o que um cientista da CIA tinha dito - era mais provável que o aço antigo do Oriente Médio perma¬necesse livre de ferrugem do que o aço moderno.
Latanision disse que a maneira de martelar o aço e o tipo de impurezas nele contidas determinam a vida do aço, e que as antigas espadas de aço eram "mais resistentes à ferrugem do que o aço moderno".
Há duas expressões diferentes para magnetômetro em hebraico. A grafia mais comum significa, literalmente, "instrumento de mensuração magné¬tica". A outra forma significa, literalmente, "sensor de atração". A segun¬da está codificada tendo "ferro" logo acima, no texto aberto, e a outra está codificada no único lugar em que "detector" aparece sem nenhum salto de letras na Bíblia.
O instrumento consegue perceber qualquer objeto à base de ferro no subsolo ou debaixo d'água, até uma profundidade que é determinada principalmente pelo tamanho do objeto. .
Se um antigo objeto de aço for encontrado, será possível datá-lo com grande acurácia, usando um método recém-descoberto e pouco conheci¬do. Um geofísico de Yale, Dr. Carl Turekien, disse-me em 1o. de junho de 1999 que ele e seu aluno de doutorado Nikolass VanderMurray (hoje pro¬fessor em Harvard) descobriram que a datação pelo carbono-14 funciona para todos os ferros e aços feitos antes do século XIX. Os modernos fabricantes de aço usam carvão, que não contém carbono radioativo e, portan¬to, não pode ser datado. Porém, todos os aços mais velhos eram feitos de carvão vegetal e a matéria vegetal pode ser datada.
"O lugar mais baixo da Terra está afundando", um relatório do geólogo israelense Gidon Baer, foi publicado pela Geological Survey de Israel em novembro de 2000. Revela que a área exata da minha busca, a terra recém¬exposta na península de Lisan, está afundando em um ritmo muito rápido.
Em 5 de outubro de 2000, voei para Amã, na Jordânia, para ver nova¬mente o embaixador norte-americano, William Burns. Era a primeira se¬mana da nova Intifada e, quando cheguei, a embaixada dos Estados Uni¬dos estava cercada por 20.000 manifestantes furiosos. Encontrei-me com Burns em 8 de outubro e, no mesmo dia, com o representante do primei¬ro-ministro da Jordânia, Saleh Rusheidat.

CAPÍTULO 7: SHARON

Encontrei-me com Omri Sharon, filho do primeiro-ministro, no hotel King David, em Jerusalém, no dia 17 de abril de 200l.
Na noite anterior, morteiros disparados de Gaza caíram em Israel bem junto à estrada que leva ao sítio do primeiro-ministro. Tanques e helicóp¬teros israelenses retaliaram imediatamente, invadindo Gaza, conforme noticiado nos jornais israelenses Ha'aretz e The Jerusalem Post e no lnternational Herald Tribune.
Toda a imprensa israelense noticiou em 16 de abril os encontros secre¬tos de Omri com Arafat na semana anterior, revelando que ele vira Arafat apenas dois dias antes de mim, em 13 de abril.
Sharon foi eleito primeiro-ministro em 6 de fevereiro de 2001, que era o 13Q dia de Shevat do ano de 5761, no calendário judaico. Essa data estava codificada junto com "Sharon" e foi encontrada meses antes, quando todo o Estado de Israel imaginava que o ex-primeiro-ministro Benjamin Netanyahu seria o candidato do Likud e ganharia as eleições.
As citações pré-eleitorais de Sharon sobre a impossibilidade de fazer a paz foram extraídas do artigo de Jeffrey Goldberg, "Arafat' s Gift", publica¬do na edição de 29 de janeiro de 2001 do New Yorker, pp. 57-67.
A carta para o primeiro-ministro, que entreguei a Omri, era datada de . 17 de abril de 2001.
Falei com o general Isaac Ben-Israel, cientista-chefe do Ministério da Defesa, em 1o. de abril de 2001 e encontrei-me com ele no quartel-general do exército em Tel Avivem 12 de abril. Ele telefonou para o general Meir Dagan, que foi chefe da contra-espionagem no governo Netanyahu, mas que estava mais próximo de Sharon do que qualquer outro além de Omri.
Encontrei-me com o general Dagan em Rosh Pina, a cidade no norte de Israel onde ele vivia, em 4 de abril de 2001. O jornal The jerusalem Post . reportou que ele disse em uma passeata contra a paz, em Jerusalém, que "chegou a hora de mandarmos Yasser Arafat de volta à Tunísia".
Dagan disse-me que tinha lido meu primeiro livro sobre o código da Bíblia quando da publicação em hebraico, em 1997, e que levara a sério os alertas do código.
Passei às mãos de Dagan uma carta endereçada ao primeiro-ministro e datada de 4 de abril de 2001, que ele prometeu entregar a Sharon. Mas quando eles finalmente se encontraram, em 16 de abril, Israel vivia uma séria crise e o primeiro-ministro só queria falar da planejada invasão de Gaza, logo depois do ataque com morteiros perto de seu sítio, e de outro ataque dos jatos israelenses a uma estação de radar síria no coração do Líbano.
- Eu o vi - disse-me Dagan na manhã seguinte - mas não lhe entre¬guei a carta. Achei que seria um erro em meio a esta crise, sem uma expli¬cação do código.
A próxima vez que vi Dagan foi em Jerusalém, em 4 de dezembro de 2001. Ele acabava de ser nomeado para liderar a comitiva israelense nas conversações com os palestinos sobre o cessar-fogo, mediadas pelo envia¬do especial dos Estados Unidos, general Anthony Zinni.
Mais uma vez Dagan prometeu conversar com Sharon em meu nome. Porém, Israel vivia nova crise, após os três grandes atentados com bombas suicidas que mataram 25 israelenses em poucos dias.
No dia 10 de setembro de 2002, Sharon indicou Dagan para o cargo de chefe do Mossad, conforme reportou o Ha'aretz em 11 de setembro de 2002.
Encontrei-me com Shimon Peres, ministro das Relações Exteriores de Israel em seu gabinete de Tel Avivem 22 de abril de 2001. A última vez que eu tinha visto Peres foi quando ele era primeiro-ministro, em 26 de janeiro de 1996.
Peres era conhecido no mundo todo, e também em Israel, como o ar¬quiteto dos acordos de Oslo, os planos de paz que fracassaram, mas ele também estivera encarregado de criar as armas nucleares de Israel em uma base militar ultra-secreta em Dimona e compreendia a ameaça do terroris¬mo nuclear. Três dias depois de conhecê-lo em 1996, quando ele era pri¬meiro-ministro e eu lhe falei que o código da Bíblia alertava para um "holocausto atômico", Peres fez um discurso afirmando que o maior peri¬go enfrentado pelo mundo era o fato de armas nucleares "caírem nas mãos de países irresponsáveis e serem levadas nos ombros de fanáticos". Em 13 de setembro de 2002, após uma reunião na Casa Branca, Peres predisse que o Oriente Médio se tomaria "ou pacífico ou nuclear" dentro de cinco a dez anos.

CAPÍTULO 8: O CÓDIGO DA VIDA

Entrevistei Francis Crick por telefone em 27 de outubro de 1998. Ele estava em seu escritório no Instituto Salk, em San Diego, Califórnia. Crick ganhou o Prêmio Nobel em 1962, com James Watson, pela descoberta da estrutura do DNA.
O Dr. Crick publicou sua teoria de que "organismos foram delibe¬radamente transmitidos à Terra por seres inteligentes de outro planeta" em um boletim científico organizado pelo astrônomo Carl Sagan, Icarus, Vo1.l9, pp. 341-46, julho de 1973. Ele denominou sua teoria de "Panspermia Dirigida" .
Crick, tanto na nossa entrevista como em seu artigo original, rejeita as teorias de que o DNA chegou aqui em um meteorito. Em vez disso, ele afirma que "uma forma de vida primitiva foi deliberadamente plantada na Terra por uma sociedade tecnologicamente avançada de outro planeta", usando uma "espaçonave".
Encontrei-me com o Dr. Rips em sua casa de Jerusalém em 27 de no¬vembro de 1998, exatamente um mês depois de Crick ter confirmado aquilo que afirma o código da Bíblia: O "DNA foi trazido em um veículo".
Rips concordou que era possível que tanto o código da Bíblia quanto o código da vida tivessem a mesma estrutura de hélice dupla, duas espirais entrelaçadas, e me mostrou uma listagem do código que encontrara havia muito tempo, na qual "julgamento de Deus" se entrelaçava a "misericórdia de Deus".
Não é possível mostrar realmente a estrutura do código da Bíblia em uma página impressa bidimensional ou na tela do computador, porque o código, na verdade, é um cilindro tridimensional. Conforme explicou Rips, é como desdobrar um mapa em vez de mostrar o globo.

Cricks desenvolveu sua teoria da Panspermia Dirigida; a citação foi extraída de seu livro Life Itself (Simon & Schuster, Nova York, 1981).
Naquele livro, Cricks afirma: "O código genético é o menor dicionário que relaciona a linguagem de quatro letras dos ácidos nudéicos à lingua¬gem de vinte letras das proteínas" (p.171).
Uma explicação mais completa e atualizada aparece em Genome, de Mau Ridley, que conta a história da matriz humana recém-decifrada (HarperCollins, Nova York, 2000). Ridley também chama o código genéti¬co de "linguagem".
É interessante notar que muitos antigos mitos da Criação, começando com as primeiras escritas sumérias conhecidas, afirmam que tudo foi cha¬mado a existir por meio das palavras. As coisas, ao serem nomeadas, fo¬ram criadas.
Conforme me disse o Dr. Rips, isso é ainda mais explícito no judaísmo: "A Torah surgiu antes do mundo - primeiro, Deus criou a Torah e dela Ele criou o Universo." Mais uma vez são as letras, a linguagem, que formam a matriz da Criação.

CAPÍTULO 9: A INVASÃO

A invasão de Ramallah em 29 de março de 2002, com tanques israelen¬ses demolindo o quartel-general de Arafat na Cisjordânia, foi noticiada pelo New York Times, The International Herald Tribune e pelo jornal israelense Ha'aretz.
A invasão israelense, que ocupou quase todas as principais cidades da Cisjordânia, ocorreu na seqüência de várias bombas suicidas que atingi¬ram o auge em 27 de março, com um ataque ao Pessach Seder [jantar de Páscoa] em um hotel na cidade costeira de Netanya que matou 19 israe¬lenses e feriu mais de uma centena.
O nome da operação militar israelense, "Muro Defensivo", está codifi¬cado na Bíblia exatamente como foi grafado na imprensa de Israel. O mes¬mo ocorre com os nomes das duas cidades onde os combates foram mais intensos, "Jenin" e a área da "Casbah", em Nablus.
Não consegui entrar em contato com Ornri Sharon, que fora convoca¬do para a operação militar juntamente com milhares de outros israelenses. Mas encontrei-me novamente com o general Dagan em Tel Aviv, em 1!! de abril de 2002, e lhe mostrei a predição do código, extraordinariamente exata, da guerra em curso. Dagan me disse que já tinha entregue ao pri¬meiro-ministro minha carta anterior, mas passei às suas mãos uma nova carta a Sharon, datada de 1o. de abril.
Pressionado por Dagan, Uri Shani, chefe de gabinete de Sharon, con¬cordou em me receber, após uma série de reuniões com o primeiro-ministro e o secretário de Estado norte-americano Colin Powell, que acabara de chegar a Israel para negociar um cessar-fogo.
Encontrei-me com Saeb Erekat, principal negociador de paz de Arafat, em 6 de abril de 2002, em Jericó, a única grande cidade da Cisjordânia que Israel não tinha ocupado. Dei-lhe uma nova carta para Arafat, datada de 6 de abril.
A coluna citada no New York Times, de Thomas Friedman - afirmando que "armas de destruição em massa" poderiam "varrer Israel do mapa"¬apareceu em 1o. de março de 2002.
Meu encontro com Dalia Rabin, filha do primeiro-ministro assassina¬do, ocorreu no Knesset em 3 de dezembro de 2001, quando de minha viagem anterior a Israel. Naquele mesmo dia, num prenúncio da invasão de março, Sharon lançou o maior ataque israelense à Cisjordânia e à Faixa de Gaza desde que Rabin e Arafat trocaram um aperto de mãos nos acor¬dos de paz de Oslo em 1993.
Dalia Rabin renunciou ao seu cargo no Ministério da Defesa em julho de 2002, afirmando que Sharon abandonara os esforços para fazer a paz.
Encontrei-me com o general Yossi Kuperwasser no Kirya, o quartel¬general militar israelense em Tel Aviv no dia 15 de abril de 2002. Informei a Kuperwasser, analista-chefe de informações, a localização de uma possí¬vel base terrorista ligada a bin Laden que encontrei codificada na Bíblia. Embora o nome desse local seja claramente afirmado no código, não o incluí neste livro por razões de segurança.
Em 4 de setembro de 2002, o primeiro-ministro Sharon disse na tele¬visão israelense: "A Líbia parece estar se tomando um país muito mais perigoso do que pensávamos. A Líbia poderá ser o primeiro país árabe a dispor de armas de destruição em massa."
Não sei se foi meu alerta do código da Bíblia ao general Kuperwasser que finalmente chegou até o primeiro-ministro, mas tratava-se pelo me¬nos da confirmação de um alerta coerente no código.
Encontrei-me com Dan Meridor, o ministro israelense que lida com as ameaças terroristas nas áreas químicas, biológicas e nucleares, em seu ga¬binete em Jerusalém no dia 9 de abril de 2002.
O comentário de Meridor sobre o 11 de setembro de 2001 - "Infeliz¬mente, esse ataque é só o começo" - foi publicado no Ha'aretz em 22 de outubro de 2001.
O comentário do ministro da Defesa de Israel Benjamin Ben-Eliezer ¬"Por volta de 2005, o Irã terá forças nucleares" - foi citado no New York Times de 8 de setembro de 2002.
A estimativa da CIA de que o Iraque construirá uma arma nuclear já em 2007 foi citada no New York Times de 8 de setembro de 2002.
Uri Shani renunciou ao cargo de chefe de gabinete de Sharon em 18 de abril de 2002, liquidando com minhas esperanças de chegar até o primei¬ro-ministro.
As palavras do então primeiro-ministro israelense Levi Eshkol ao jo¬vem general Sharon depois da guerra de 1967 - "Os árabes ainda estarão lá" - são citadas no livro Six Days of War, de Michael Oren (Oxford University Press, Nova York, 2002).
Oficialmente, apenas Jerusalém Oriental e as Colinas de Golan, no norte, foram "anexadas" por Israel depois da guerra de 1967, mas Israel ao mes¬mo tempo também ocupou a Cisjordânia e a Faixa de Gaza. Em março de 2002, pela primeira vez desde os acordos de paz de 1993, Israel voltou a ocupar a Cisjordânia e, em junho de 2002, voltou a invadir os territórios.
Em setembro de 2002, após dois anos de Intifada, pelo menos 1.790 palestinos e 609 israelenses tinham sido mortos, de acordo com reporta¬gem do New York Times de 17 de setembro de 2002.
Fiz um último esforço para chegar até o primeiro-ministro Sharon por intermédio de seu filho Omri, enquanto este livro ia para o prelo em se¬tembro de 2002. Enviei-lhe o seguinte e-mail:
"OMRI: Você pergunta 'O que se alcançará?' Minha resposta 'Israel poderá sobreviver'."

CAPÍTULO 10: ALIENÍGENA

O programa SETI (abreviatura de Searchfor Extra Terrestrial Intelligence) começou em 1992 a procurar sinais de rádio emitidos do espaço sideral, primeiro como programa do governo norte-americano e depois com fim¬dos privados.
Em 1999, a NASA (abreviatura de National Aeronautics and Space Administration) nomeou o Dr. Baruch Blumberg, laureado com o Prêmio Nobel, para chefiar o recém-formado Instituto de Astrobiologia, que visa detectar vida fora da Terra. Em junho de 2002, a NASA anunciou que lan¬çaria espaçonaves para sondar o cosmos em busca de vida extraterrestre, conforme noticiado no New York Times de 4 de junho de 2002. Segundo a mesma notícia do Times, existem hoje 85 planetas conhecidos orbitando outras estrelas.
Quando os dois primeiros planetas fora do nosso sistema solar foram descobertos, a revista Time publicou a matéria de capa "Há alguém lá fora?", em 5 de fevereiro de 1996. Dizia a matéria: "Dois astrônomos americanos descobriram dois planetas fora do nosso sistema solar, nos quais existem condições que seriam favoráveis à vida."
O físico australiano Paul Davies, em seu livro Are We Alone?, observa que a descoberta de um sinal de rádio alienígena não conduziria rapidamente a um diálogo entre as civilizações: "Uma mensagem de alienígenas a cem anos-luz de distância levaria cem anos para chegar até nós e nossa resposta levaria outros cem anos para chegar até eles" (Basic Books, 1995, p.42).
"Há um cenário alternativo: A descoberta de um artefato ou mensa¬gem de alienígenas na Terra ou aqui perto", observa Davies, sugerindo que tal artefato/mensagem poderia estar "programado para se manifestar so¬mente quando a civilização da Terra cruzasse certo limiar de avanço" (ibid.).
A sugestão de Carl Sagan - outras formas de vida inteligente no Uni¬verso teriam evoluído muito antes de nós e, portanto, estariam muito mais avançadas e sua tecnologia para nós "parece magia" - é encontrada em seu livro Pale Blue Dat (Random House, 1994, p. 352). O autor de 2001, Arthur C. Clarke, fez uma observação semelhante: "Qualquer tecnologia suficientemente avançada é indistinguível da magia" (Profiles af the Future, Holt Rinehart & Winston, 1984).
A "visão da Carruagem de Fogo" citada no texto aberto do Livro de Ezequiel aparece em Ezequiel 1:4-5. Há uma passagem semelhante em Daniel 7:9-10 sobre o 'Ancião dos Dias" descendo à Terra em um "trono" de chamas ardentes: "...um rio de fogo brotava dele aos borbotões."

CAPÍTULO 11: BUSH

Minha carta de 3 de agosto de 2001 ao presidente Bush foi recebida por seu chefe de gabinete Andrew Card, na Casa Branca, em 7 de agosto. Segundo sua assistente-chefe, Josephine Robinson, Card entregou uma cópia à conselheira de Segurança Nacional do presidente, Condoleezza Rice. Em 10 de setembro de 2001, telefonei para confirmar se Bush tinha rece¬bido a carta após seu retorno das férias no Texas e Mrs. Robinson me disse: "Ela foi lida por dois de nossos funcionários mais graduados. Mas eles decidiram não entregá-la ao presidente."
A revista Time noticiou em 27 de maio de 2002 que a CIA dissera ao presidente, em 6 de agosto de 2001, que os seguidores de bin Laden pode¬riam seqüestrar aviões e que, um mês antes, um relatório do FBI (que nunca chegou às mãos do presidente) alertara para o fato de bin Laden estar mandando agentes para estudarem nas escolas de aviação dos Esta¬dos Unidos.
O suspeito de ser o vigésimo seqüestrador, Zacarias Moussaoui, foi preso em 16 de agosto de 2001. Mas, segundo o relato da Time, o FBI não conseguiu encontrar o indício crucial no computador do suspeito, um nome que teria levado ao líder do ataque de 11/9, Mohammed Atta.
Em 28 de agosto de 2002, o New York Times noticiou que um relatório secreto do Senado concluíra que o governo possuía uma "verdadeira matriz do 11/9 antes do ataque". E o Washington Post noticiou em 20 de junho de 2002 que a Agência de Segurança Nacional interceptara uma mensa¬gem de 10 de setembro de 2001 afirmando 'Amanhã é zero hora", mas que essa comunicação, em árabe, só fora traduzida no dia 12 de setembro.
Enviei uma .segunda carta ao presidente Bush por intermédio de Card e Rice em 1o. de outubro de 2001, observando que o ataque de 11 de se¬tembro fora codificado na Bíblia havia três mil anos, e mais uma vez alertando que, segundo o código, a Terceira Guerra Mundial poderia co¬meçar durante o mandato de Bush. Não houve resposta, embora o próprio Bush acreditasse que "o 11 de setembro confirmou que Deus o escolheu para um propósito e lhe mostrou qual era esse propósito", segundo a colu¬na de Bill Keller no New York Times de 23 de março de 2002. Saiu uma reportagem semelhante no Times de 22 de setembro de 2001, afirmando que Bush dissera a líderes religiosos, na Casa Branca, que "tinha encontra¬do sua razão de existir" - o 11 de setembro.
Meu relato das conversas entre Bush e Gore na noite das eleições, 7 de novembro de 2000, provém dos noticiários da NBC, ABC e CBS e de re¬portagens no New York Times do dia seguinte.
A decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos, em 12 de dezembro de 2000, de suspender a recontagem dos votos na Flórida e com isso dar a vitória a Bush, foi noticiada ao vivo por todas as redes de televisão e rela¬tada no New York Times.
O diário manuscrito de Mohammad Atta, encontrado pelo FBI depois do 11/9, deixou claro que ele acreditava estar cumprindo uma missão em nome de Deus. "Deus, confio em ti", escreveu ele, em árabe. "Deus, colo¬co-me em tuas mãos." E Atta instruiu os outros seqüestradores a fazerem esta prece quando entrassem nos aviões: "Ó Deus, abre todas as portas para mim."
O código da Bíblia dava o nome de uma possível base terrorista no Oriente Médio; esse nome cruzava a grafia hebraica de "bin Laden" (con¬tra probabilidades altíssimas) e chamava o local de "quartel-general do exército" dele. O mesmo local estava claramente codificado junto com "arma atômica", "holocausto atômico", "ataque químico" e "a próxima guerra". Passei essa informação aos oficiais de alto escalão dos serviços de informa¬ções dos Estados Unidos e de Israel. Os oficiais israelenses levaram muito a sério o alerta, mas não sei qual foi a reação dos norte-americanos.
Também alertei israelenses e norte-americanos para o fato de que a Líbia, ou uma "arma líbia", poderia ser usada em algum ataque fatal dos terroristas. O jornal israelense Ha'aretz noticiou em 22 de maio de 2002 que "os esforços da Líbia para obter armas nucleares preocupam cada vez mais os funcionários dos governos dos Estados Unidos e de Israel. A ameaça líbia foi discutida em uma rodada de conversações estratégicas entre os dois países, realizada na última semana em Washington".
Não sei se o meu alerta do código da Bíblia levou ao novo foco sobre a Líbia ou se israelenses e norte-americanos chegaram independentemente à mesma conclusão.
Tentei falar com o sub-secretário da Defesa, Paul Wolfowitz, que tinha fortes laços com o serviço secreto israelense, em 19 de fevereiro de 2002. Meu fax dizia: "A base, se é que ela existe, pode estar ligada a bin Laden e ser uma fonte de perigo tanto para os Estados Unidos como para Israel." Wolfowitz me respondeu, por intermédio de seu assistente Linton Wells, em 19 de março e recusou-se a me ver.
Enviei uma carta, datada de 19 de maio de 2001, ao secretário de Estado Colin Powell, dizendo-lhe que acabara de me encontrar, em abril, com Arafat e Peres. "Mesmo que você não acredite em um código na Bíblia que prediz o futuro", escrevi a Powell, "ainda é importante que nos encontremos, porque Arafat claramente acredita nesse código." Powell não respondeu.
A afirmação do vice-presidente Cheney de que um novo ataque terro¬rista contra os Estados Unidos era "quase certo" - "não é uma questão de se, mas de quando" - foi publicada no New York Times de 20 de maio de 2002. O vice-presidente fez afirmações semelhantes no programa Meet the Press, da NBC, em 19 de maio.
A afirmação do secretário da Defesa, Ronald Rumsfeld, de que os ter¬roristas obteriam armas de destruição em massa foi feita em testemunho prestado no dia 21 de maio de 2002 perante uma audiência do Comitê Orçamentário do Senado. Rumsfeld repetiu seu alerta no dia seguinte em uma entrevista na PBS: "Eles estão totalmente dispostos a matar milhares de homens, mulheres e crianças inocentes, derrubando prédios com aviões. Sabemos que eles não hesitariam um segundo em usar armas de destrui¬ção em massa, se as tivessem."
Tom Ridge, diretor da Homeland Security, afirmou em entrevista ao New York Times em 6 de setembro de 2002: "Somos agora, e seremos no futuro previsível, o alvo de um ataque terrorista individual ou múltiplo."
A afirmação de Robert Mueller, diretor do FBI, de que outros ataques terroristas eram "inevitáveis" e "não seremos capazes de impedi-los" foi citada no New York Times de 21 de maio de 2002. Mueller aparentemente não sabia que seus comentários em uma conferência sobre execução da lei se tomariam públicos. Mueller admitiu, em 29 de maio, que os ataques de 11/9 poderiam ter sido evitados se o governo tivesse estabelecido a cone¬xão entre os vários relatórios dos serviços de informações já disponíveis antes de 11 de setembro, de acordo com uma reportagem do New York Times de 30 de maio de 2002.

CAPÍTULO 12: A JORNADA DO HERÓI

Joseph Campbell mostra a clássica "Jornada do herói" em seu livro O herói de mil faces (Ed. Pensamento, São Paulo; The Hero with a Thousand Faces, Princeton University Press, 1968, p. 30). A afirmação de Campbell ("Re¬vela-se que os poderes divinos buscados, e alcançados com tanto risco, sempre estiveram dentro do coração do Herói") aparece na p. 39.
As últimas palavras de Moisés aos antigos israelitas aparecem no Deuteronômio 30:11-14. A afirmação do Dr. Rips de que a codificação consistente de "obelisco" e "chave do código" estava além do acaso, mas não provava que os objetos existissem neste mundo, foi feita quando me encontrei com ele em janeiro de 2000; continuamos a discutir o assunto desde então.
Rips observou que havia, no texto aberto da Bíblia, uma referência óbvia a uma cópia da Torah completa entalhada em pedras e que o antigo comentário dizia que ela fora realmente entalhada em pedras, em 70 línguas diferentes, para todas as nações da Terra.
- Desse modo, não é impensável que os seus "obeliscos" existam ¬disse Rips - e é claro que eu ficaria mais do que entusiasmado se você os encontrasse.
A história de José recebendo do faraó o novo nome de "Safenat Fanec" ou "Zaphenat-Paneah" - que em hebraico significa "decodificador do código" - aparece no Gênesis 41:45. "Esta é a solução" ou "Este é o senti¬do", palavras ditas por José ao revelar o futuro em duas ocasiões, apare¬cem no Gênesis 40:12 e 40:18. Em ambas as vezes, o nome da península de "Lisan" se sobrepõe às suas palavras.
A afirmação do Dr. Rips de que o código "vem de uma inteligência que não só é mais alta que a nossa, como também diferente da nossa" surgiu em uma reunião que tive com ele logo depois da Páscoa, em março de 1999. Naquele mesmo encontro, Rips me disse que, para o Codificador, não existe distinção entre passado, presente e futuro.
A afirmação similar de Einstein - "A distinção entre passado, presen¬te e futuro é apenas uma ilusão, embora persistente" - aparece em uma carta que ele escreveu à viúva de um colega físico e amigo da vida toda, Michele Besso, em 21 de março de 1955 (Arquivos Einstein 7-245, publicada em The Quotable Einstein, Princeton University Press, 1996, p. 61).
Conversei com o cineasta Stanley Kubrick sobre o código da Bíblia em diversas ocasiões, enquanto trabalhava no meu primeiro livro em meados da década de 1990. Na primeira vez que mencionei o código da Bíblia, a reação imediata de Kubrick foi: "É como o monólito de 2001."
Stephen Hawking afirmou que lia viagem no tempo talvez esteja den¬tro da nossa capacidade no futuro" na introdução ao livro The Physics of Star Trek (Basic Books, 1995, p. xii). Hawking repete sua crença na viagem no tempo na última edição de seu livro A Brief History of Time (Bantam, 1996, p. 211). Ele também observa que qualquer forma avançada de via¬gem no tempo exigiria velocidade maior que a da luz, o que automatica¬mente significa o retomo no tempo.
A afirmação de bin Laden - "Os americanos amam a vida, essa é a fraqueza deles. Nós amamos a morte, essa é a nossa força" - aparece em um de seus aparecimentos gravados na rede árabe Al-]azeera e acredita-se que a gravação foi feita antes de 11/9, mas irradiada depois.




CAPÍTULO 13: CONTAGEM REGRESSIVA

Minha afirmação a Rips, nos dias seguintes ao 11/9, de que mesmo pessoas totalmente seculares agora acreditam que estamos vivendo o Fim dos Dias foi confirmada por uma matéria de capa da revista Time em 1o. de julho de 2002: "A Bíblia e o Apocalipse: Por que mais americanos estão lendo e falando do Fim do Mundo." A matéria cita o ministro-chefe da sóbria Igreja Presbiteriana da Quinta Avenida, em Manhattan: "Desde o 11 de setembro, aqueles advogados e corretores intransigentes, ríspidos e cínicos, que não se comovem com nada, passaram a perguntar 'O mundo vai acabar?'"
A profecia de uma "batalha final" no Novo Testamento é encontrada no livro do Apocalipse 20:7-9. A citação do Antigo Testamento - "É este o homem que fazia a Terra tremer?" - é do livro de Isaías 14:16.
Um tempo de terrível sofrimento antes da vinda de um Messias é pro¬fetizado no Capítulo 12 do livro de Daniel (Antigo Testamento), no Capí¬tulo 20 do livro do Apocalipse (Novo Testamento) e no comentário do Alcorão, o Hadith.
A carta lacrada que entreguei a meu advogado Michael Kennedy estava datada de 6 de outubro de 1998.
Minha carta a Alan Greenspan, presidente do Federal Reserve, estava datada de 13 de setembro de 2001 e foi entregue no escritório de Greenspan em 17 de setembro. Esse dia era a véspera do Ano Novo judaico de 5762, que estava codificado junto com "crise econômica", e também o dia em que os mercados acionários reabriram pela primeira vez desde 11 de se¬tembro. O Índice Dow Jones caiu 684 pontos, sua maior perda na história, começando uma semana que testemunhou a pior queda do mercado de ações desde a Grande Depressão de 1929, segundo uma reportagem de 22 de setembro de 2001 do New York Times.
Lynn Fox, assistente de imprensa de Greenspan, confirmou em 28 de setembro de 2001 que o presidente do Fed "leu sua carta" mas nunca dava entrevistas e não aceitava uma reunião comigo. O New York Times noticiou em 27 de novembro de 2001 que a Agência Nacional de Pesquisa Econô¬mica tinha declarado oficialmente uma recessão".
.Em julho de 2002, o pior mercado a termo em uma geração derrubou todos os principais índices acionários para um patamar ainda mais baixo do que aqueles atingidos após 11/9. O New York Times informou em 23 de julho de 2002 que o Dow tinha caído de 8.000 para 7.702 pontos, seu fechamento mais baixo desde outubro de 1998, e que o Índice Standard & Poor caíra de 800 para 797, seu fechamento mais baixo desde abril de 1997. O Times também informou, em 21 de julho, que o mercado tinha perdido sete trilhões de dólares em apenas dois anos. .
O mercado de ações terminou o ano judaico de 5762, na sexta-feira 6 de setembro de 2002, com perdas em seis dos últimos oito dias de opera¬ção e em todos os cinco últimos meses em série, desde a recessão de 1981. O Times noticiou, em 4 de setembro de 2002, as previsões do mercado: 'agora parece provável que o Dow caia durante três anos consecutivos, o mais longo período de tempo ininterrupto desde a Grande Depressão."
O nome da base terrorista codificada na Bíblia junto com "no Fim dos Dias" é intencionalmente omitido. Informei o nome do local aos serviços secretos norte-americanos e israelenses.
O jornal israelense Ha'aretz informou em 31 de outubro de 2001 que lia mais perigosa ameaça com armas não-convencionais que Israel enfren¬ta hoje é a varíola, disseram conselheiros de Segurança Nacional ao primeiro-ministro Ariel Sharon". .
Segundo Jonathan Tucker em Scourge (Atlantic Monthly Press, Nova York, 2001), a varíola ceifou IIcentenas de milhões de vidas" antes de ser erradicada do mundo em 1980. O livro de Tucker também afirma que um terço das vítimas morrem e que a maioria dos sobreviventes fica com efei¬tos terríveis. Tanto os Estados Unidos como Israel decidiram, em meados de 2002, vacinar os cidadãos que trabalham nas áreas de saúde e emergenciais, aqueles que formam a linha de frente contra qualquer ata¬que bioterrorista. O Times noticiou, em 7 de julho de 2002, que os Estados Unidos vacinariam meio milhão de pessoas da área da saúde pública, in¬formando também que o país tinha cem milhão de doses da vacina antivaríola e que no final de 2002 teria o suficiente para toda a população norte-americana. Israel, de acordo com o Ha'aretz, já havia armazenado vacina suficiente para toda sua população.
O general Isaac Ben-Israel, cientista-chefe do Ministério da Defesa, dis¬se-me em 12 de dezembro de 2001 que a varíola é "O pesadelo de todos", porque se espalha de pessoa para pessoa, é transportada pelo ar e, no mun¬do de hoje, seria global em poucas semanas.
A citação que faço de meu primeiro livro sobre o código da Bíblia, publicado em 1997 - "0 terrorismo nuclear pode detonar a Terceira Guerra Mundial" - aparece na p.130 (The Bible Code, Simon & Schuster, Nova York, 1997; O Código da Bíblia, Editora Cultrix, São Paulo, 1997, p. 127.)
O relatório do Senado norte-americano sobre o perigo do terrorismo nuclear, "A proliferação global de armas de destruição em massa" (Sen. Hrg. 104-422), foi publicado em 1995. A citação referente à queda da União Soviética - "Nunca antes um império se desintegrou enquanto estava de posse de 30.000 armas nucleares" - é do discurso de abertura do senador Sam Nunn, transcrito em 31 de outubro de 1995.
A matéria de primeira página do New York Times sobre terrorismo nu¬clear, assinada por Bill Keller, foi publicada em 26 de maio de 2002. A manchete era garrafal: "MAIS CEDO OU MAIS TARDE, UM ATAQUE ACONTECERÁ AQUI." O modelo computadorizado do impacto de um artefato nuclear de 1 quiloton explodindo em Times Square, citado por Keller, foi desenvolvi¬do por Matthew McKinzie, cientista do Conselho de Defesa dos Recursos Naturais. Minha descrição foi extraída do artigo de Keller.
As descrições do impacto de uma bomba de 1 megaton lançada sobre Nova York foram extraídas do conceituado livro de Jonathan Schell, The Fate ofthe Earth (Knopf, Nova York, 1982, pp. 47-49). Schell descreve, às pp. 52-53, o provável impacto de uma bomba de 20 megatons. Sua descri¬ção do ataque com detonação no nível do solo está à p. 53 de seu livro.
Robert Wright, especialista em terrorismo, escreveu s.obre o 11/9 na sua coluna editorial do Times de 24 de setembro de 2001: "Os terroristas não usaram armas biológicas nem nucleares e, da próxima vez, talvez usem."
A citação do Dr. Rips - Moisés alertando sobre "o mal que cairá sobre vós no Fim dos Dias" - é do DeuteronômÍo 31:29. Rips observou que a passagem completa com as últimas palavras de Moisés deixa claro que temos uma escolha e termina com esta afirmação: "Pois não são para vós palavras ocas, trata-se de vossa própria vida. Cumprindo-as, prolongareis vossa vida sobre a terra."

EPÍLOGO

As palavras de Newton - não só a Bíblia, mas todo o Universo é um "criptograma criado pelo Todo-Poderoso" - são citadas por John Maynard Keynes no capítulo "Newton, o homem" (Essays and Sketches in Biography, Meridian Books, 1956).
O genoma humano foi decifrado por duas equipes de cientistas, uma governamental e outra privada, e anunciado conjuntamente em 26 de ju¬nho de 2000; a descoberta foi noticiada no New York Times de 27 de junho com o título "CÓDIGO GENÉTICO DA VIDA HUMANA É DECIFRADO POR CIENTISTAS."
- O telescópio espacial Hubble está enviando de volta à Terra imagens que chegam mais perto do que nunca de capturar a luz dos primórdios do Universo. "Quanto mais longe enxergam os telescópios, tanto mais velha é a luz que eles enxergam - até 13 bilhões de anos no passado, aproxi¬mando-se daquilo que os cientistas acreditam ser a aurora dos tempos", informou o New York Times em 23 de julho de 2002.
A afirmação de sir Martin Rees, astrônomo da Real Academia britânica, de que uns poucos números impressos no momento da Criação determi¬naram a forma de todas as coisas está em seu livro Just Six Numbers (Basic Books, 2000, p. x).
Newton acreditava que o Universo era um enigma feito por Deus para ser decifrado por nós. O Dr. Rips acredita que o código da Bíblia é um enigma feito por Deus e o próprio código afirma que "a solução está em nossas mãos".

APÊNDICE

Ao descobrir e provar a existência de um código na Bíblia que revela acontecimentos ocorridos milhares de anos após a Bíblia ter sido escrita, Eliyahu Rips desafiou a ciência moderna e mudou nossa maneira de ver o mundo.
- Se o código é real, então é uma descoberta mais importante que a de Einstein - disse-me Yakir Aharonov, o mais respeitado fisico de Israel, na primeira vez que lhe falei do código da Bíblia, há alguns anos.
- Se o código é real, então é uma descoberta tão importante quanto a de Newton - disse Aharonov, quando voltei a encontrá-lo recentemente.
- Você deu uma promoção ao código da Bíblia - comentei.
- Sim - respondeu Aharonov. - Se o código é real, ele transformará a ciência da mesma maneira que Newton transformou.
Mas como sugere Thomas S. Kuhn em seu livro, já um clássico, The Structure of Sdentific Revolutions, muitas das grandes descobertas são rejei¬tadas e mesmo ridicularizadas pela corrente dominante da ciência na época - especificamente porque todas as grandes descobertas, por definição, ameaçam aquilo que pensamos conhecer e, portanto, ameaçam a corrente dominante da ciência.
"Cada descoberta precisou que uma teoria científica reverenciada em dado momento fosse rejeitada em favor de outra teoria, incompatível com ela", escreveu Kuhn. "A ciência normal costuma reprimir as novidades fundamentais, porque estas são necessariamente subversivas."
Lembro-me de ter alertado Rips, antes que meu primeiro livro sobre o código da Bíblia fosse publicado, de que ele seria atacado quando sua descoberta se tornasse conhecida em larga escala. Ele estava pedindo ao mundo para aceitar uma teoria tão radical que, uma vez aceita, o mundo nunca mais seria o mesmo.
- Você está desafiando o mundo da mesma maneira que Gali1eu, quando ele disse que a Terra girava em volta do Sol. Que era o Sol, não a Terra, o centro do nosso mundo. E não foi só a Igreja que o condenou. Foi toda a corrente dominante da ciência de sua época. Você também está desafiando a religião estabelecida e a corrente dominante da ciência de hoje.
- Bem, só posso dizer que fico contente porque hoje as pessoas não são mais queimadas vivas - observou Rips.
Mas Rips teria de enfrentar um tipo diferente de provação. Ele foi ata¬cado por muitos cientistas comuns, que não conseguiam aceitar a realida¬de de um fenômeno incompreensível para eles.
Contudo, ninguém conseguiu encontrar,a menor falha na matemática ou na computadorização do experimento original de Rips, que ele publi¬cou em agosto de 1994 em um respeitado boletim matemático dos Esta¬dos Unidos, Statistical Science, cujos artigos são previamente avaliados por peritos da área. Ninguém chegou sequer a apresentar uma refutação.
E então, cinco anos mais tarde, Statistical Science, sob novo editor, pu¬blicou uma refutação, escrita por uma equipe de matemáticos liderada por um australiano que não sabia ler a linguagem do código da Bíblia, o hebraico.
Ele tinha, porém, diversos aliados israelenses que não atacaram nem a matemática nem a computadorização do experimento original de Rips. Eles atacaram os dados - a lista dos nomes hebraicos dos 32 sábios, todos eles nascidos depois que a Bíblia foi escrita e cujos nomes apareciam no código da Bíblia junto com as respectivas datas de nascimento e morte.
"O mesmo fenômeno poderia ser encontrado em qualquer livro", di¬ziam os críticos. Essa foi a primeira pergunta que fiz a Rips quando nos conhecemos. Será que a mesma aparente coincidência não seria encontra¬da em qualquer livro, usando um computador?
Rips disse-me que ele e seus colegas tinham realmente procurado os mesmos nomes e as mesmas datas, usando o mesmo programa de compu¬tador e o mesmo teste matemático, em três outros textos não-bíblicos.
Na Bíblia, os nomes e as datas estavam codificados juntos. Nos três outros livros, isso não acontecia. E as probabilidades de encontrar as in¬formações codificadas por mero acaso eram basicamente de 1 em dez mi¬lhões.
"Os dados foram ajustados ao teste", alegavam os críticos. A refutação chegou peno de acusar o Dr. Rips e seus colegas de fraude, de terem esco¬lhido nomes e datas que só combinavam na Bíblia.
Eu sabia que isso não era verdade, porque chequei os fatos antes de publicar meu primeiro livro, Esta foi a segunda pergunta que fiz a Rips: "Quem escolheu os dados?"
Na verdade, os nomes dos sábios foram escolhidos mecanicamente. Rips e seus colegas simplesmente mediram quantos centímetros tinham as colunas dos verbetes na Encjclopedia of Sages, o grande livro de referên¬cia padronizado, e escolheram em primeiro lugar os 34 sábios cujos verbe¬tes ocupavam pelo menos x centímetros. Quando os cientistas que supervisionavam o experimento original pediram novos conjuntos de dados ¬especificamente para descanar qualquer possibilidade de fraude – Rips escolheu os 32 sábios seguintes, cujos verbetes na enciclopédia tinham pelo menos x centímetros de comprimento.
Não havia possibilidade de manipulação. A escolha dos nomes foi pu¬ramente mecânica.
Mas houve alguma discussão quanto à grafia correta dos nomes daqueles rabinos, pois a maioria deles viveu em épocas anteriores à padroni¬zação da língua hebraica escrita. Por isso, Rips e seus colegas pediram à maior autoridade em bibliografia rabínica, o professor Sh1omo Z. Havlin, para decidir independentemente as grafias apropriadas e, assim, fazer a escolha final dos dados para seu experimento. Entrevistei Havlin e ele tam¬bém me deu um testemunho por escrito:
"Confirmo que ambas as listas de nomes e títulos foram decididas con¬forme meu julgamento e que examinei escrupulosamente tais listas no banco de dados computadorizado do Centro de Processamento de Dados da Universidade Bar-llan."
Antes de Statistical Science publicar a refutação, cinco anos depois, Havlin enviou àquele boletim uma declaração ainda mais detalhada de seu papel na decisão dos dados utilizados no experimento original de Rips.
"Quero enfatizar que, no decorrer da preparação das listas acima men¬cionadas, não só foi-me impossível saber qual efeito teria a escolha de determinado nome ou título sobre o sucesso do experimento, mas tampouco tive a menor idéia de como o experimento seria aferido e de que modo o mesmo estaria ligado à lista de nomes e títulos."
O experimento original de Rips era um clássico experimento duplo¬-cego. O especialista independente que escolheu os dados nem mesmo sa¬bia como os dados afetariam o resultado do experimento. Na verdade, ele nem tinha conhecimento do experimento.
A acusação básica contra Rips e seus colegas - a de terem "ajustado os dados ao teste" - obviamente era falsa. Nem Rips nem os dois colegas que realizaram o experimento com ele escolheram os dados. Quem os es¬colheu foi Havlin.
Mas embora o boletim Statistical Science tenha sido previamente infor¬mado por escrito, por Havlin, de que a acusação contra Rips era falsa, a refutação acabou sendo publicada.
A refutação incluía um outro desafio ao experimento de Rips. O australiano Brendan McKay fez seu próprio "experimento", não na Bíblia masem Guerra e Paz. E admitiu ter manipulado os dados para criar um falso "código" no romance russo.
A mensagem que McKay tentava transmitir era: se ele próprio conseguira fraudar um experimento, criar um "código" falso, então Rips poderia ter feito a mesma coisa.
A alegação, claro, era tola e equivocada. Antes de tudo, Rips não poderia ter fraudado seu experimento porque um especialista independente, Havlin, escolhera os dados. E Havlin não sabia como os dados afetariam o resultado.
Mas, além disso, tudo o que McKay provou foi que ele próprio tinha falsificado um experimento, tinha perpetrado um embuste. Conforme co¬mentou o mais famoso matemático de Israel, Robert Aumann, da Universidade Hebraica: "Se McKay tivesse falsificado uma nota de cem dólares, isso não provaria que todas as notas de cem dólares são falsas. Provaria apenas que McKay era um falsificador."
O desafio era tão claramente errôneo, e tão claramente absurdo, que sob circunstâncias comuns nunca teria sido publicado.
Mas, na verdade, as idéias de McKay foram aceitas por muitos cientis¬tas porque estes já tinham uma noção preconcebida do assunto. Aquilo que Rips afirmou, aquilo que Rips provou, aquilo que ninguém conseguiu provar que estava errado - o fato de haver na Bíblia um código que reve¬lava acontecimentos ocorridos depois que a Bíblia foi escrita - ameaçava tão completamente a ciência ocidental moderna que alguns cientistas ocidentais decidiram, sem examinar as provas, que não podia ser verdadeiro.
Se Rips estava certo, eles estavam errados. Se Rips estava certo, as leis da física e da matemática e a natureza do próprio tempo teriam de ser reexaminadas.
É o mesmo desafio com que se defrontou quase todo cientista que fez uma grande descoberta, qualquer descoberta que ameaçasse a ciência da época.
Mas até hoje ninguém encontrou a menor prova de que Rips está erra¬do. Ninguém desafiou sua matemática, sua computadorização ou o resul¬tado de seu experimento original, que mostrava que os nomes de 32 sá¬bios que viveram após a Bíblia ter sido escrita combinavam com as respec¬tivas datas de nascimento e morte, contra probabilidades de dez milhões para 1.
Na verdade, um decodificador sênior da Agência de Segurança Nacio¬nal, Harold Gans, reproduziu o experimento de Rips utilizando seu pró¬prio programa de computador. Gans estava tão certo de que o código da Bíblia não poderia ser real, que levou seu experimento um passo adiante - procurou novas informações no código, os nomes das cidades onde aqueles mesmo sábios nasceram e morreram. Ele as encontrou, codifica¬das nos mesmos trechos.
McKay et al. alegaram falsamente, em seu ataque a Rips, que Gans tinha "repudiado" seu experimento. Mas Gans afirmou de público, por escrito, que reconfirmava seu experimento e que estava certo de seus resultados.
"Nossa prova mais flagrante contra os 'códigos' é que não consegui¬mos encontrá-los", escreveram McKay et al., ignorando o fato de que um veterano da ASN, com 25 anos de experiência, que passou a vida criando e decifrando códigos para o serviço de informações militares dos Estados Unidos, encontrou realmente um código na Bíblia.
Além disso, por duas vezes os próprios McKay et al. encontraram pro¬vas claras de que o código da Bíblia era real. Primeiro, eles desafiaram a seleção original de nomes, alegando que os centímetros das colunas na Encyclopedia of Sages não tinham sido medidos com exatidão. Quando o experimento original de Rips foi refeito usando os dados selecionados por Mckay, o resultado foi ainda melhor. McKay et al. ignoraram esse experi¬mento.
Depois, em seu primeiro experimento próprio, tentando ridicularizar o código da Bíblia, McKay et al. encontraram realmente um resultado posi¬tivo. Em vez de reportar esse resultado, eles mudaram o método experi¬mental, estabelecendo novos parâmetros que, segundo Rips lhes alertara de antemão, impediriam a possibilidade de um resultado positivo. Eles então publicaram os resultados desse segundo experimento, ocultando nos novos dados os resultados positivos de seu primeiro experimento.
E, é claro, ninguém explicou como o código da Bíblia poderia predizer corretamente o futuro se não fosse real. Ninguém encontrou em Guerra e paz ou em Moby Dick uma predição correta, de antemão, de algum acontecimento mundial.
Ninguém poderia manipular um código falso para predizer com exatidão, um ano antes, o assassinato de um primeiro-ministro.
Talvez seja por isso que quase todo mundo, fora de um pequeno círculo de cientistas, aceita a realidade do código da Bíblia.
Em seu ataque, Statistical Science observou que "o ensaio [de Rips] foi reproduzido na íntegra no livro de Drosnin (1997), que tem sido um best¬seller em muitos idiomas, e por isso tornou-se possivelmente o ensaio científico mais publicado de todos os tempos".
No entanto, o ensaio de Rips atraiu apenas aquela única refutação, obviamente falsa, nas revistas científicas.
Em sua resposta a Statistical Science, Rips e seus colegas mostraram, com detalhada análise matemática, que o desafio de McKay "não tinha qualquer validade". Rips também observou que "as declarações do concei¬tuado estudioso Prof. S. Z. Havlin, da Universidade Bar-Ilan, e de Harold Gans, que foi decodificador sênior no Departamento de Defesa dos Esta¬dos Unidos, mostram claramente a falsidade das acusações".
"As provas a favor do código da Bíblia são mais fortes do que nunca", escreveu Rips. 'alcançou-se um progresso surpreendente, que inclui no¬vos experimentos mostrando que personagens da Bíblia e pessoas que viveram muito após a Bíblia ter sido escrita são nomeados e codificados com os detalhes de suas vidas."
Mas o boletim matemático que publicou originalmente o experimento de Rips, e prometeu por escrito lhe permitir resposta a qualquer refutação, recusou-se a publicar sua resposta.
O mais respeitado matemático de Israel, Aumann, que é também mem¬bro da Academia Americana de Ciências, enviou a Statistical Science um protesto por escrito, que foi também assinado por um dos mais conheci¬dos matemáticos de Harvard, David Kazhdan, contestando a recusa do boletim de permitir que Rips e seus colegas respondessem ao ataque.
"Estamos bem cientes da natureza explosiva do artigo original", escre¬veram Aumann e Kazhdan. "Statistical Science deve ser calorosamente cum¬primentada por ter tido a honestidade e coragem intelectual de publicá-lo, apesar da tempestade que o artigo estava fadado a criar - e criou."
Depois de louvar a bravura da decisão de publicar o .artigo original de Rips, Aumann advertiu Statistical Science para o perigo de agora adotar "pro¬cedimentos baixos, inapropriados e injustos". Mencionou especificamen¬te o problema ético de publicar uma refutação que foi escrita em segredo, sem nunca ter sido mostrada a Rips.
Mas o boletim matemático ignorou as cartas de Havlin, de Gans, de Aumann e Kazhdan. E publicou aquele ensaio que já tinha sido refutado de antemão.
Estou certo de que o ensaio publicado originalmente por Rips um dia será visto como uma "revolução científica".



AGRADECIMENTOS

Este novo livro começou quando encontrei o nome do matemático israe¬lense que descobriu o código da Bíblia em um versículo da Bíblia que narra a descida de Deus ao monte Sinai para dar a Torah a Moisés.
Nos cinco anos que se passaram desde então, conversamos com fre¬qüência e nos encontramos muitas vezes. As provas de que o código da Bíblia é real vieram de muitas fontes, mas este livro não poderia ter sido escrito sem a ajuda constante de Eli Rips.
No entanto, este livro foi escrito independentemente de Rips e os pon¬tos de vista aqui expressados são meus, não dele, exceto pelas declarações citadas.
Utilizei o programa de computador que ele criou com seu colega Dr. Alex Rotenberg. Todas as listagens do código da Bíblia foram feitas usando o software criado por Alex com ajuda do Dr. Alex Polishuk.
Muitos funcionários do governo de Israel me prestaram importante auxílio. Não quero agradecer a eles citando seus nomes, porque isso tor¬naria suas tarefas mais difíceis, mas quero agradecer ao meu amigo gene¬ral Isaac Ben-Israel, que foi até pouco tempo atrás o cientista-chefe do Ministério da Defesa. Também agradeço a Joel Singer, o advogado que re¬digiu os acordos de paz de Oslo e que me ajudou a chegar até pessoas importantes em Israel e na Jordânia.
Dois geólogos, David Neev e seu jovem protegido Yuval Bartov, com¬partilharam seus conhecimentos sobre o mar Mono e a península de Lisan, tomando possível minha busca arqueológica.
Vários amigos dedicaram seu tempo a ler e criticar meu material, e a me encorajar. Um deles, Jon Larsen, foi ainda mais longe. Seus conselhos têm sido corajosos e inteligentes e ele vem me encorajando ao longo dos anos. Dois outros amigos, meus advogados Ken Burrows e Michael Kennedy, me prestaram ajuda que excede de longe o conselho legal. Meu agente, John Brockman, conseguiu manter este livro em segredo enquanto orquestrava o lançamento mundial simultâneo.

Wendy Wolf, minha editora na Viking, tomou fácil uma tarefa difícil e conseguiu produzir este livro em tempo recorde. Susan Petersen Kennedy e David Shanks, respectivamente presidenta e Diretor Executivo (CEO) da Penguin Putnam Inc., mostraram-se entusiasmados desde a primeira hora e me deram total apoio. Também quero agradecer a Jaye Zimet, diretor do projeto gráfico, e a Chip Kidd, que criou a capa.
Este livro não teria sido possível sem a ajuda de minhas duas assisten¬tes, Diana e Talya. Diana manteve tudo em ordem, encontrou o inen¬contrável e fez importantes pesquisas. Talya, uma jovem e brilhante israe¬lense, não só confirmou as traduções como também me ajudou a escrever o livro. Eu não o teria escrito sem ela.





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