INTRODUÇÃO
Há mais de vinte e cinco anos faço aconselhamento pastoral, sou professor e pastor. Literalmente milha¬res de aconselhamentos com casais têm me revelado algumas das necessidades espirituais não satisfeitas nas vidas dos mari¬dos e esposas. Mais freqüentemente do que seus maridos, as esposas expressam sua necessidade de intimidade espiritual, oração, aprendizado da Palavra de Deus e de compartilhar das coisas profundas dele com seus maridos. Das centenas de ve¬zes em que ouvi as esposas suspirarem, "gostaria que meu ma¬rido orasse comigo," raramente ouço os maridos expressarem o mesmo desejo. Por que?
As esposas são mais sensíveis espiritualmente do que os maridos? Elas discernem a carência espiritual antes que seus maridos? Que tijolos foram colocados na muralha espiritual construída entre maridos e esposas? Como marido, descobri que orava mais como pastor e conselheiro com outras pessoas do que com minha própria esposa. Conseqüentemente, armei alguns esquemas, me senti culpado, retraído, comprei livros, busquei aconselhamento espiritual e até mesmo discuti com mi¬nha esposa e outros sobre o que deveria acontecer espiritual¬mente entre cônjuges cristãos. Desta forma nos debatemos com esses assuntos e aprendemos através da Palavra de Deus, seu Espírito, conselhos sábios de outros e da experiência prática de como compartilhar espiritualmente.
Este livro foi escrito para esposas. Estou escrevendo para elas com uma perspectiva masculina com o propósito de co¬municar sua compreensão - não condenação, ordem ou críti¬ca. As estatísticas revelam que os maridos vão às livrarias evan¬gélicas e compram livros com menos freqüência que suas es¬posas - muito menos livros sobre casamento ou espiritualidade! A realidade é que as esposas quase sempre discernem a mura¬lha espiritual no casamento antes que seus maridos possam discerni-la e estão mais disponíveis a enfrentarem e derruba¬rem esta muralha muito antes que seus maridos admitam que haja um problema. Assim, preciosa esposa, eis algumas idéias sobre o que está acontecendo, como compreender o proble¬ma, formas de orar sobre ele, e sim, alguma ajuda prática para realmente crescer com seu marido em oração e disciplinas es¬pirituais.
E já que seu marido possivelmente nunca lerá volunta¬riamente este livro - mesmo que você o deixe aberto debaixo do controle da televisão ou sobre o seu travesseiro com pará¬grafos sublinhados e coloridos para chamar sua atenção - ten¬te ler em voz alta para ele antes do sexo ou antes de permitir que hipnotizadora cinza chamada TV seja ligada na ESPN, CNNSI ou no mais novo pacote de esporte da TV a cabo que ele tanto quer assistir.
Na realidade, orar com ele antes de um grande jogo de seu time favorito pode ser muito mais produtivo do que orar depois que seu time acabou de perder para o outro! Desejaria a você sorte, mas a sorte não tem nada a ver com o que você deseja. Estou desejando-lhe perseverança santa. Seu desejo de orar e compartilhar espiritualmente com seu marido não é somente idéia sua - é idéia de Deus - e você colherá benefí¬cios eternos. Vá em frente refinando sua ousadia. Eu e Judi estaremos orando juntos por você!
Dê-nos, Oh Senhor, corações longânimos que não podem ser arrastados por falsos amo¬res; dê-nos corações corajosos que não po¬dem ser desgastados por problemas; dê-nos corações retos que não podem ser desvia¬dos por objetivos indignos e impuros. Dê-nos também, nosso Senhor e Deus, compre¬ensão para conhecê-lo, zelo em buscá-lo, sa¬bedoria em reconhecê-Lo uma fidelidade que nos levará a vê-lo face a face.
Thomas À Kempis
Séculos XIV e XV d.c.
1. VOCÊ ESTÁ DORMINDO OU ORANDO?
Aquela noite em particular não começou muito dife¬rente do que as outras noites. Minha esposa, Judi, e eu, tínhamos ido para cama, assistido ao noticiário noturno, lido nossas respectivas devocionais e apagado as luzes após nos beijarmos antes de dormir. Conforme a escuridão nos en¬volvia e a embriaguez da semiconsciência flutuava em meu cérebro, eu concluí meu dia como sempre fiz desde a infância -orando.
Durante anos orava até que caísse no sono. Começava por minha esposa e filhos, e orava por todos que vinham à mente, incluindo tanto suas necessidades como meu louvor por eles, até que finalmente meus olhos se fechavam, meus pensamentos se perdiam e o sono me envolvia até a manhã.
A manhã seguia um padrão semelhante. Depois que o despertador soava duas ou três vezes, meus pensamentos se concentravam no Senhor - agradecendo-o pelo novo dia enquanto orava pedindo proteção e bênção sobre minha família e minha tumultuada agenda.
Assim, naquela noite em particular, pouco antes de me desligar, uma luz penetrante atravessou minhas pálpebras fe¬chadas e a voz de minha esposa me colocou diante do Tribu¬nal do Todo-Poderoso:
"Bom... você está dormindo... ou está orando?"
Imediatamente houve uma descarga de adrenalina no meu cérebro e minhas cordas vocais quase pronunciaram as pala¬vras "és mais santa do que eu".
"Orando, claro." falei.
"Como você consegue ser tão hipócrita?" ela perguntou acusadoramente.
"Mas o que...," continuei, somente para ser abruptamen¬te interrompido como um trem de carga descarrilado.
"Você fica lá, no púlpito, todas as semanas exaltando as virtudes da oração, e você nem ao menos ora com a sua espo¬sa!" ela falou acusadoramente - se bem que com razão, devo admitir.
"Mas eu oro por você, e pelas crianças, e por..."
"Não é o que quero dizer... não tente se defender. Você é hipócrita...," ela gritou enquanto nos sentamos para assistir¬mos à seqüência do filme "Rocky, O Lutador".
"O que desencadeou isto?" perguntei.
"Eu acho...," ela prosseguiu como um promotor que sabe que o réu é obviamente culpado sem circunstâncias atenuan¬tes. "Será que pelo menos uma vez na semana você se rebai¬xaria, a ponto de orar com sua esposa, - já que você faz questão de orar publicamente com presbíteros, diáconos, membros da igreja e até mesmo estranhos? Só estou pedindo que me dê a mesma quantidade de tempo, seu hipócrita!"
Os primeiros golpes de justiça começaram há apenas al¬guns anos depois que entrei para o ministério integral como pastor de jovens. A verdade é que após vinte e cinco anos pastoreando, aconselhando, ensinando e escrevendo, ainda não consigo viver de acordo com as expectativas de Judi (e as mi¬nhas!) em relação à minha vida espiritual e de oração. Graças a Deus ela não estará no seu Tribunal no final dos tempos!
Entretanto, ainda estamos casados - e com muita ale¬gria. Geralmente oramos juntos, tanto silenciosamente quanto em voz alta. E ainda discordamos a respeito de alguns assun¬tos da igreja. Ainda pastoreio, ensino e escrevo e ela ainda é uma lembrança viva de que falho espiritualmente de várias formas em relação a tudo o que Deus me criou para ser. Mas todos nós falhamos (Rm 3:23). Graças a Deus pela graça!
Então, o que motivou este livro sobre crises espirituais que esposas e maridos enfrentam como cristãos? O que pode ser dito que já não foi escrito nos melhores livros sobre casa¬mentos cristãos, devocionais de casais e vídeos, fitas e guias de estudos sem fim que enfatizam a espiritualidade conjugal?
Simplesmente isto: Muitos maridos e pais lutam constan¬temente com falsa culpa e condenação sobre seus fracassos em serem os gigantes espirituais que suas esposas, famílias e igrejas pregam que devem ser. Oh, já ouvi todos os melhores ideais:
• O pai é o sumo-sacerdote da família.
• Os homens precisam tomar seu legítimo lugar como líde¬res espirituais da família e do casamento.
• Se os homens nas igrejas fossem tão espirituais quanto as mulheres, haveria mais ministério; mais orações seriam fei¬tas; e mais avivamento aconteceria na igreja.
• As mulheres estão cansadas de serem as líderes espirituais de seus lares. Já é hora dos homens assumirem sua posi¬ção como responsáveis em rebaterem os mísseis que Satanás está arremessando contra a família.
• O que precisamos atualmente é de mais homens como os que lemos na Bíblia - gigantes espirituais como Abraão, Samuel e Davi. (Verdade seja dita, muitos destes homens de Deus na Bíblia falharam grandemente na tarefa de ma¬ridos e pais).
Espere aí! Este livro não é uma defesa dos homens inap¬tos, preguiçosos, materialistas e analfabetos bíblicos que negli¬genciam ou abusam de suas famílias e que não levam sua fé à sério. Mas este é um livro para maridos e esposas que estão cansados de sentirem fracassos espirituais e desejam continuar a crescerem juntos em Cristo.
É hora de deixar a polêmica e as expectativas irreais de lado assim como as acusações, condenações e culpa. As crises espirituais no casamento e família tanto podem aprimorar a fé quanto destruir os fundamentos espirituais frágeis e esmaga¬rem a esperança de crescerem juntos em Cristo.
Os casais cristãos enfrentam desafios espirituais tremen¬dos. Eles contam com sabedoria bíblica e grandes exemplos de outros cristãos de como crescer através destas crises sem pararem ou desistirem da corrida antes da linha de chegada (Hb 12:1-3). E hora dos casamentos cristãos não só sobrevive¬rem espiritualmente - mas se fortalecerem!
Após muitos anos de aconselhamento conjugal, pastoreando e compartilhando caminhos semelhantes de fé com casais cristãos, não só identificamos algumas das crises mais comuns, mas também vimos alguns meios da graça dados por Deus disponíveis para ajudarem casais a crescerem juntos - e não separados - em Cristo.
VOCÊ JÁ SE VIU PERGUNTANDO...
• Como podemos orar juntos de forma a nos sentirmos tran¬qüilos, verdadeiros, transparentes e honestos?
• Quando um se sente mais espiritual do que o outro, o que devemos fazer?
• O que causou a muralha espiritual entre nós, e como ela pode ser derrubada?
• Quando a vida em casa está desmoronando, por que va¬mos à igreja e nos sentimos pior, culpados e hipócritas?
• O que fazer quando estamos muito ocupados fazendo as coisas da igreja para sermos a igreja na adoração e minis¬tério?
• Como parar de discutir sobre o dízimo e finanças?
• Qual igreja é a melhor para nós?
• Como mudar de igreja sem magoar os outros ou a nós mesmos?
• Quando a devocional em família não está resolvendo para nós, devemos desistir?
• Onde fica o equilíbrio entre a televisão cristã e os outros canais - entre música cristã e outros tipos de música?
• Ambos estamos tão ocupados e cansados que não temos tempo juntos, muito menos tempo para orarmos e lermos a Bíblia juntos - e aí?
• Nossos filhos querem ir para outra igreja e nós amamos onde estamos - devemos fazer com que fiquem conosco?
• Não concordamos sobre o que cremos, aonde adorar ou como criar nossos filhos espiritualmente - quem está cor¬reto?
• Como devo ministrar ao meu marido ou esposa quando ele ou ela está numa crise pessoal, espiritual?
Deixe-me assegurar a você que estas crises são reais. Como um tufão mortal num dia de chuva, uma crise espiritual pode subjugar a todos. As famílias dos pastores assim como as famílias dos membros da igreja podem enfrentar uma crise es¬piritual a qualquer momento. As crises espirituais são os divisores de águas em nossas vidas que constroem as muralhas de sepa¬ração - ou as derrubam.
CRISES ESPIRITUAIS SÃO...
O que é uma crise espiritual no casamento ou na família? Uma crise espiritual é:
• Um momento quando os cônjuges são tentados a ficarem longe um do outro ao invés de juntos em Cristo.
• Uma palavra ou ação que espiritualmente fere o casamen¬to.
• Uma decisão que precisa ser tomada e pende entre a ver¬dade absoluta e um relativismo comprometedor.
• Uma ofensa, conflito ou briga que faz com que um (ou ambos) dos cônjuges seja tentados a não perdoar o outro.
Uma crise espiritual pode ser complexa - como um côn¬juge que confia em Jesus e o outro que vive na incredulidade - ou simples - como um desentendimento a respeito se vão ou não à igreja num domingo de manhã.
Uma esposa, que constantemente importunava seu ma¬rido sobre assuntos espirituais, estava tendo dificuldades em acordá-lo para se prepararem para ir à igreja. "Não sou sua mãe," ela protestava. "Estou cansada de forçá-lo a se levantar e ir para igreja comigo no domingo de manhã. O que há com você?
"Mas as pessoas de lá me odeiam," o marido respondeu.
"Não, eles não o odeiam," ela retrucou.
"E o culto é chato," ele retorquiu.
"Você deveria estar adorando a Deus, não analisando o culto," ela o instruiu.
"E eles estão sempre brigando e discutindo," ele recla¬mou. "Ficaria melhor se pudesse ficar em casa ao invés de ouvir aquilo!"
"Mas você tem que ir!" a esposa insistiu.
"Por que?" ele perguntou.
"Por que você é o pregador!" ela explicou.
Sim, é uma velha história. Mas a lição permanece atual. Não importa o quanto o casal é dedicado, comprometido, ins¬truído, espiritual ou devotado a Cristo e Sua igreja, haverá épo¬cas de crise espiritual. Os casais que são parte do clero não são mais imunizados contra as crises espirituais do que os casais dos bancos. Então não devemos ficar pensando qual o seg¬mento da igreja que é mais afetado pela falta de oração - todas as pessoas e todos os casamentos enfrentarão, em algum mo¬mento, crises espirituais que construirão muralhas de falta de oração entre maridos e esposas.
UMA PERGUNTA CRÍTICA
A crise espiritual será uma época de construir muralhas ou derrubar as muralhas espirituais do casal? Cada capítulo irá:
• Definir as barreiras que os casais cristãos comumente en¬frentam em seu casamento ou na vida da igreja.
• Reduzir a tensão do problema sem projetar toda a culpa na outra pessoa, procurando ser mais tardio no falar e tar¬dio em irar-se conforme compartilham a verdade no amor.
• Auxiliar as esposas a compreenderem o que está aconte¬cendo com a vida espiritual dos maridos.
• Revelar a sabedoria bíblica sobre as muralhas espirituais na perspectiva de Deus - e não na nossa.
• Desvendar novos caminhos para derrubar as muralhas es¬pirituais e descobrir uma intimidade mais profunda em Cristo.
• Desafiar você a tentar uma nova postura e comportamen¬to que irão ajudá-la a superar as barreiras espirituais e fa¬zer com que seu casamento seja um exemplo para os ou¬tros no corpo de Cristo.
Ainda está aí? Você está dormindo ou orando?
A propósito, aqueles que acham que menos precisam deste livro são os que mais precisam dele! Você está pronta para aprender como chegar fortalecida após uma crise espiritu¬al? Então vire a página e vamos começar derrubando as muralhas espirituais entre você e seu marido.
Senhor,
Tu sabes que precisamos de Ti e um do outro. Nos dê a von¬tade de sermos mais profunda e intimamente ligados a Ti através de nossa oração juntos. Nos faça perceber as barrei¬ras espirituais entre nós. Nos ajude a sermos ousados e com¬prometidos em derrubar as muralhas que nos separam um do outro e de Ti. E finalmente, Senhor, mesmo quando isto for doloroso, nos fortaleça com paciência e perseverança para que possamos orar juntos em poder e concordando um com o outro nesta oração. No nome de Jesus.
Amém
Perdoe-os, Oh Senhor...
Nossos pecados de omissão e nossos pecados de execução;
Nossos pecados da juventude e nossos peca¬dos dos anos de maturidade; Nossos pecados da alma e nossos pecados do corpo;
Nossos pecados mais secretos e os mais óbvios; Nossos pecados de ignorância e surpresa e nossos pecados mais deliberados e arrogan¬tes;
Os pecados que cometemos para nos satisfa¬zer e os pecados que cometemos para satisfa¬zer os outros;
Os pecados que conhecemos e nos lembramos e os pecados esquecidos;
Os pecados que tentamos esconder dos outros e os pecados que ofenderam aos outros;
Perdoe-os, Oh Senhor, perdoe-os por aquele que morreu por nossos pecados e ressuscitou para a nossa justificação e que agora está à sua direita para interceder por nós, Jesus Cristo nosso Senhor.
John Wesley
Século XVIII d.c.
2. SE VOCÊ NÃO É O SACERDOTE DA CASA, QUEM É?
Nosso grupo de comunhão em casa começou de uma forma bem inocente. Todos compartilhavam pedi¬dos de oração e então o líder sugeriu que déssemos as mãos e orássemos em voz alta. A esposa do líder começaria o período de oração e depois todos no círculo teriam a oportunidade de orar (mesmo se quisessem ou não!). O círculo de oração gira¬va no sentido horário com cada pessoa intercedendo confor¬me ia sendo dirigida pelo Espírito Santo.
O problema era que Steve só orava em particular - nun¬ca num círculo. Nunca havia orado em público. Na verdade, este era o primeiro grupo de comunhão da qual participava.
Semanas antes desta noite, Jennifer havia pressionado Steve como um boxeador massacra seu adversário até que fi¬nalmente Steve foi derrotado. Para o seu próprio assombro, Steve se viu num grupo de igreja.
Sim, tudo o que temia sobre tais grupos havia aconteci¬do. Primeiro, Steve teve de falar sobre si em frente ao grupo todo. Ele odiava falar em um grupo de mais de duas pessoas a menos que fosse uma discussão sobre futebol ou sobre o técni¬co. Em seguida o líder do grupo colocou Steve para se sentar com um advogado extrovertido com quem deveria comparti¬lhar seus sentimentos em relação ao perdão. O advogado in¬terrogou Steve sem nunca falar algo sequer sobre ele próprio.
Depois disto, todos tiveram de compartilhar uma necessi¬dade de oração ou um agradecimento. Ele não conseguia pen¬sar em uma necessidade que pudesse compartilhar. (Ele nunca deixaria o grupo saber como estava apavorado com o fato da filha estar se aproximando dos dezesseis anos e de seu desejo de namorar). Já que Steve não conseguia compartilhar seus verda¬deiros medos, ele inventou algo espiritual e religioso.
Agora este momento de oração chega! Por algum tempo que parecia horas, ele ficou de mãos dadas com quase estra¬nhos. (Jennifer ficou do outro lado com uma parceira de ora¬ção). Steve sempre suava quando ficava de mãos dadas. Ele nunca ficava de mãos dadas com Jennifer porque as palmas das mãos suadas o constrangiam. Agora, ambas suadas e ele totalmente constrangido, segurava as mãos de dois homens que nunca havia visto.
Uma crise espiritual tomou conta dele como um cachor¬ro louco atrás do lixeiro. Ondas de náusea se apoderavam dele - era sua vez de orar em público!
Jim, o cara perto de Steve, tinha terminado a oração mais longa do mundo pelos incrédulos do bairro, da cidade, do es¬tado, do país e do mundo. Agora era a vez de Steve orar.
Balbuciando num sussurro, Steve gaguejou: "Obrigado, Deus, pela minha esposa e família. Amém."
Como se não bastasse o grupo ter sido ruim, a viagem para casa com Jennifer foi ainda pior.
"Você me deixou tão constrangida hoje à noite que não sei se vamos conseguir aparecer na igreja novamente," era ela que deixou escapar, assim que ele deu ré para sair do estacio¬namento.
"Mas você sabe como odeio orar em voz alta, principal¬mente em um lugar público," Steve respondeu na defensiva. "Não se preocupe em ter de encarar aquelas pessoas nova¬mente. A próxima vez que os vir será no céu - se eu conseguir chegar lá!"
"É exatamente isso que acho de você. Você não tem de¬terminação espiritual. Não é líder na família. Você não ouviu nada do que o pastor pregou domingo passado?" ela pergun¬tou.
Steve se agarrou ao volante com tanta força que suas juntas dos dedos começaram a ficar esbranquiçadas. Vincos se formavam em sua testa conforme a ira borbulhava como um vulcão e fomentava por baixo de seu exterior calmo. Este ar¬gumento se repetia como um vídeo que sempre tinha o mes¬mo final - silêncio de Jennifer por alguns dias.
"Ouvi cada palavra," Steve falou por entre suas mandí¬bulas cerradas.
"Bem, só para lembrá-lo, o pastor claramente ensinou que você deve ser o sacerdote da família. Estou cansada de tomar à frente nos assuntos espirituais no nosso casamento, da leitura da Bíblia à oração, preparar os garotos para a igreja, fazer com que você vá a um grupo de comunhão onde possa fazer amigos cristãos e ter um pouquinho de comunhão. Se fosse do seu jeito, sentaríamos em casa em frente à televisão e assistiríamos aos esportes todas as noites da semana!"
Buscando uma oportunidade de colocar sua esposa na defensiva, Steve respondeu rapidamente: "Escuta, Santa Jennifer, esta linguagem não está um pouquinho pesada para a Joana D'Arc?" No momento em que disse isto, Steve sabia que tinha ido longe demais. Ela cruzou os braços, fixou o olhar adiante e começou um jejum de palavras que duraria várias semanas. Tragicamente, a guerra de silêncio sobre as coisas espirituais - como oração e Bíblia - deveria trazer paz, amor, poder e intimidade no casamento. O que aconteceu de erra¬do? A crise espiritual poderia ser resolvida e mesmo evitada da próxima vez - se houvesse uma próxima vez?
CRISE ESPIRITUAL 1 - QUEM É O SACERDOTE OU LÍDER ESPIRITUAL DA FAMÍLIA?
O sacerdote Zacarias orou. Isabel tinha fé. Juntos eram grandes vasos usados por Deus para prepararem o caminho do Messias (Lc 1).
Ambos exerciam seus dons espirituais, e Deus respondia à suas necessidades. Um Levita de nascimento, não necessaria¬mente por disposição, Zacarias servia fielmente a Deus no tem¬plo durante o reinado de Herodes. Isabel não teve filhos du¬rante anos. O coração de um marido judeu clama por filhos para passar seu nome e sua semente para as gerações subse¬qüentes. Os filhos eram tão importantes que a Torá dizia que o irmão de um homem deveria se casar com sua viúva e gerar um filho para carregar o nome do pai falecido (Veja Dt 25:5-6). Esta era a base do casamento de Boás e Rute.
Zacarias observava criteriosamente a Lei e orava por um filho (Lc 1:5-17). Mesmo quando um anjo do Senhor revelou a Isabel que teria um filho, Zacarias teve um lapso de fé e ques¬tionou a Deus, "Como saberei isto? Pois eu sou velho e minha mulher avançada em dias." (Lc 1;18) Estas parecem as pala¬vras de um líder espiritual forte de sua família? A falta de fé de Zacarias fez com que ficasse mudo, sem poder falar até que seu filho, João (Batista) nascesse. Assim quando a decisão do nome do bebê se tornou um problema, Isabel recebeu uma revelação do nome de João, e Zacarias apoiou obedientemen¬te a unção profética da esposa: "E perguntaram, por acenos, ao pai do menino [Zacarias] que nome queria que lhe dessem. Então, pedindo ele uma tabuinha, escreveu: João é o seu nome. E todos se admiraram. Imediatamente a boca se lhe abriu e, desimpedida a língua, falava louvando a Deus."(Lc 1:62-64)
Por outro lado, Isabel demonstrava grande fé, louvando a Deus por o que havia feito: "Assim me fez o Senhor, contem¬plando-me, para anular o meu opróbrio perante os homens."(Lc 1:25) Enquanto a espiritualidade de Zacarias não é mais men¬cionada, Lucas relata que Isabel se encheu do Espírito Santo e pronunciou uma bênção sobre o Messias que estava para che¬gar de dentro do ventre de sua prima Maria (Veja Lc 1:39-46).
Quem é o sacerdote desta família? Zacarias tinha o car¬go, mas Isabel também tinha a unção do Espírito Santo. En¬quanto Zacarias aparentemente tinha uma unção para oração e obediência, sua esposa tinha a unção da fé e revelação e fé proféticas (Lc 1). Deste exemplo podemos observar algumas verdades espirituais:
• Numa família sacerdotal, a unção pode estar no marido ou esposa.
• Deus honra e responde à iniciativa fiel e obediência tanto do marido quanto da esposa.
• Deus se importa mais com a atitude do servo do que com sua posição ou papel.
Note que a Bíblia registra: "Ambos eram justos diante de Deus, vivendo irrepreensivelmente em todos os preceitos e mandamentos do Senhor." (Lc 1:6)
Lucas mais tarde registra em Lucas 2 que um outro casal trabalhou espiritualmente juntos para serem podero¬samente usados por Deus - José e Maria. Na verdade, Ma¬ria ouviu de Deus antes de José (Lc 1:26-38; Mt 1:18), e José parecia espiritualmente um pouco mais devagar - tan¬to que um anjo veio pessoalmente a ele passar-lhe suas res¬ponsabilidades (Mt 1:19-25).
Estas histórias sugerem que ambos os casais nos dão maravilhosos exemplos de como maridos e esposas podem passar pela crise espiritual juntos com um ou outro tomando a iniciativa espiritual conforme o Espírito os guia. O fator essen¬cial para a unção que dá poder ao marido ou esposa não é o papel mas sim sua entrega fiel.
A verdade é que o casamento não altera os modos abso¬lutos usados por Deus em nosso meio. Ele usa servos. A atitu¬de que Deus deseja no casamento não é a de responsabilidade por direito ou posição de poder. Ele requer de todos nós que "o maior dentre vós será vosso servo." (Mt 23:11) O casamen¬to não altera ou modifica este princípio inviolável dos relacio¬namentos. O casamento deve implicar em sermos servos. Pau¬lo escreve que a atitude no casamento deve ser como o relaci¬onamento com Cristo: "Sujeitando-vos uns aos outros no te¬mor de Cristo." (Ef 5:21)
Desta forma se você é um marido e procura qual seu papel no casamento, seu primeiro desejo deve ser servir a sua esposa. Como cabeça da esposa assim como Cristo é cabeça da igreja, uma das atitudes de um marido servo é o amor por sua esposa e a doação de sua vida por ela, assim como Cristo fez pela igreja. O marido é um servo líder dentro de casa. Semelhantemente, a prioridade da esposa é servir ao marido.
Então quem é o líder em casa? O marido.
Como ele lidera? Através do amor e serviço.
O que a liderança exige dele? Reverência por Cristo e oração.
Por que ele ora? Porque Cristo orou pela igreja, ele deve orar pela esposa (Veja Jo 17).
Quem é o sacerdote da casa? Na realidade, tanto o mari¬do quanto a esposa são sacerdotes da casa. Pedro escreve so¬bre todos os cristãos: "Vós porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz." (1 Pe 2:9)
As únicas pessoas que Deus usa são os quebrantados -servos humildes - que desejam derramar amor pelos outros. A oração no casamento é um privilégio e responsabilidade do marido e da esposa. Ele é o único mencionado na Bíblia como o Sumo-Sacerdote (Veja Hb 4:14-16).
Depois do culto de domingo de manhã, uma esposa, com seu marido ao seu lado, disse para mim: "Eu sempre ouvi que o marido é o sumo sacerdote da casa. Já que Jesus é o cabeça da igreja e, como Jesus, o marido é o cabeça da casa, então meu marido deveria ser o sumo sacerdote de nossa casa, e ele não está fazendo seu papel! Você pode dar um jeito nele em relação a isto?" Que acha de ser posto em uma situação difícil?
Sua afirmação e pergunta eram mais sobre relacionamento do que sobre teologia. Eu poderia ter feito uma exegese de vários textos bíblicos e citado especialistas como Gary Smalley ou James Dobson. Mas o que ela realmente queria (e precisa¬va) era de um marido que orasse, fosse um servo líder e estabelecesse um exemplo de Cristo em casa. Vamos explorar como um marido pode satisfazer a necessidade da esposa na área de oração e liderança espiritual sem ser forçado a cumprir um papel que ela - e não Deus - espera que ele cumpra.
AS ORAÇÕES PARTICULARES DE UM MARIDO
E. M. Bounds em seu livro, Purpose in Prayer (Propósito na Oração) afirma:
Mulheres e crianças que oram são de grande valor para Deus mas se suas orações não forem suplementadas pelas orações dos homens, ha¬verá uma grande perda no poder da oração, uma grande brecha e depreciação no valor da oração e uma paralisia muito grande na energia do evangelho.1
Os sacerdotes oravam e intercediam pelo povo de Deus no Antigo Testamento (Veja Lv 9, 16: 21-22). Cristo orava por sua igreja no Novo Testamento (Veja Jo 17). Como sacerdotes que seguem o exemplo de Cristo, os maridos devem orar por suas esposas assim como Cristo orou por sua noiva - a igreja (Veja Ef 5).
Uma principal ocasião de oração para os maridos é em particular. Conheço muitas esposas que têm dificuldade em compreender os homens de oração neste sentido. Note que não estou excluindo a oração pública mas primeiramente es¬tou descrevendo as orações particulares.
Uma esposa frustrada repreendeu severamente seu mari¬do na escola dominical dizendo: "Meu marido está sempre oran¬do, mas nunca comigo! Todas as manhãs ele fica sozinho oran¬do. Não entendo por que sempre fica sozinho para orar."
Após aconselhar e compartilhar com muitos homens so¬bre suas vidas de oração, descobri uma realidade sobre os ho¬mens que também pode ser vista nas Escrituras: os homens têm vidas de oração privadas. Eis alguns dos comentários que eles fazem sobre a oração:
• Amo orar em particular mas me sinto desconfortável oran¬do em público.
• Quando oro em voz alta com minha esposa sinto-me como se ela estivesse ouvindo e criticando minha oração.
• A oração é mais autêntica e genuína para mim quando oro sozinho.
• Fico muito íntimo na minha conversa com o Senhor. Para mim é difícil compartilhar esta intimidade com alguém mais, até mesmo minha esposa.
• Meu relacionamento de oração com o Senhor é pessoal e privado. Preciso de tempo sozinho com ele.
Antes da oração pública se tornar autêntica, a oração em particular deve ser praticada. A prática na presença de Deus começa na privacidade de um relacionamento pessoal com Deus e depois passa a envolver um ambiente público de duas ou mais pessoas.
O fato do marido talvez não se sentir confortável orando em público com sua esposa raramente revela um problema em seu relacionamento. Simplesmente significa que sua principal forma de orar é em particular, não em público. Agora, isto não é desculpa para nunca orar em voz alta com sua esposa. Discu¬tiremos mais tarde neste mesmo capítulo como os casais po¬dem orar juntos. Mas a menos que a esposa entenda a necessi¬dade do marido em orar em particular, ela continuará a se sen¬tir frustrada e até mesmo com raiva em relação ao seu momen¬to de oração juntos.
Das orações particulares do marido a Deus vem o desejo e vontade de orar com a esposa. Assim, se ele nunca passar um tempo sozinho com Deus, qualquer oração que fizer com sua esposa pode ser uma oração vazia, superficial, planejada e hipócrita.
Um querido pastor amigo meu ama acordar às cinco horas da manhã para orar. Ele na realidade se retira no seu closet do quarto, se enrola numa manta, coloca o fone do aparelho de CD, ouve música de adoração e ora intensamente durante horas. Ele nunca pediu que sua esposa ficasse com ele. E ela não tem nenhum desejo de estar ali. Por que? Porque é sua hora de orar sozinho com o Pai.
Este pastor ama sua esposa e ora com ela. Sua intenção nas orações matinais não é excluí-la mas se retirar de tudo o mais e ter comunhão com Deus.
Sim, ele geralmente compartilha com ela o que Deus fala ao seu coração em oração. Sim, ele intercede por sua esposa e família em suas orações particulares. Mas suas orações parti¬culares são somente isto - particulares!
Jesus descreve tais orações particulares quando ele ensi¬na:
"E, quando orardes, não sereis como os hipócritas; por¬que gostam de orar em pé nas sinagogas e nos cantos das praças, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que eles já receberam a recompensa. Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto, e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará." (Mt 6:5-6)
Jesus enfatiza que nossas orações não são para serem ouvidas pelos outros mas somente para Deus ouvir. Tais ora¬ções particulares levam aquele que está orando para mais per¬to de Deus. Quando o homem toma a iniciativa de se aproxi¬mar de Deus, então Deus promete estar com esta pessoa. Nes¬te lugar secreto, o homem se arrepende, se purifica, e se humi¬lha. Tiago escreve: "Chegai-vos a Deus e ele se chegará a vós outros. Purificai as mãos, pecadores; e vós que sois de ânimo dobre, limpai o coração. Afligi-vos, lamentai e chorai. Conver¬ta-se o vosso riso em pranto, e a vossa alegria em tristeza. Humilhai-vos na presença do Senhor, e ele vos exaltará." (Tg 4:8-10)
Sem orações particulares e confissão, as orações públicas se tornam arrogantes, orgulhosas, enfadonhas e religiosas. As esposas descobrem que os maridos que oram com elas em público sem primeiro orarem em particular podem usar o mo¬mento de oração para pregar para elas ao invés de falarem com Deus. Como é humilhante ter um marido arrogante, sem se quebrantar perante Deus, que usa a oração para manipular, corrigir, julgar e repreender sua esposa!
Num aconselhamento conjugal anos atrás, a esposa con¬fessou que ela odiava orar com seu marido. "Ele faz um ser¬mão para mim quando oramos," ela revelou. "Descubro mi¬nhas falhas, fracassos e suas expectativas frustradas em relação a mim quando oramos. Tenho pavor de nossos momentos de oração juntos!"
Quando perguntei ao marido sobre seu momento a sós com o Senhor, ele confessou que tinha dificuldade de fazê-lo. De fato, ele realmente só passava tempo com Deus quando lia a Bíblia e orava junto com sua esposa. Já que ele nunca tinha se quebrantado perante o Senhor em particular, ele não tinha nada a compartilhar ou ministrar sobre sua esposa em seus momentos de oração juntos.
Sim, é saudável e proveitoso para os maridos orarem com suas esposas para confessarem seus pecados um para o outro em oração. "Confessai, pois, os vossos pecados uns aos ou¬tros, e orai uns pelos outros, para serdes curados. Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo." (Tg 5:16) Mas o arrepen¬dimento na oração particular dá ao homem a força e coragem de compartilhar de forma mais transparente e ficar mais vulne¬rável quando está orando junto com sua esposa.
AS NECESSIDADES DELE NA ORAÇÃO
Com freqüência as esposas me fazem esta confidência: "Ele não entende mesmo minhas necessidades."
"Você já falou com ele sobre elas?" pergunto.
"Falei com ele o que?" é a resposta.
"Quais as suas necessidades?" indago.
A esposa geralmente fica com um olhar confuso. Na ver¬dade ela nunca considerou pedir aquilo de que necessita! Pe¬dir o que necessita em oração é a base para o fundamento da construção da vida de oração do casal. Conforme o casal apren¬de a expressar suas necessidades em oração, confiando que Deus será sua fonte, eles aprenderão a expressar suas necessi¬dades mais abertamente um com o outro. As pessoas possuem diferentes necessidades espirituais, assim como necessidades emocionais e físicas no casamento.
Então de que os maridos precisam? Tanto os maridos quanto as esposas têm a mesma necessidade de orarem jun¬tos? Cada indivíduo tem necessidades singulares. Mas há algu¬mas necessidades em comum que os maridos expressam. Aqui estão algumas destas necessidades:
Quando o marido ora com a esposa, ele geralmente ne¬cessita...
1. Tempo para pensar. Isto mesmo! Os maridos geralmente reclamam que suas esposas de repente, sem mais nem me¬nos, lhes pedem para orar sobre algo em que ainda não tive¬ram tempo para pensar. Entendo que as esposas desejam que os maridos sejam espontâneos, guerreiros de oração prontos para orar a qualquer momento. Mas os maridos freqüentemente gostam de meditar e refletir sobre o que irão orar. Há ocasiões para as orações instantâneas ocasio¬nadas por situações de emergência, crise e necessidades imediatas. Mas, geralmente, se a esposa compartilha uma preocupação e pede ao marido para pensar a respeito por um instante, a sua oração com ela sobre esta necessidade flui de sua mente e coração.
2. Tempo para sentir. Os maridos sentem! Mas seus sentimen¬tos podem estar bem debaixo da superfície tumultuada do vendaval. Em meio ao furacão que o envolve, o marido pode geralmente se retirar para o olho da tempestade como forma de obter alguma tranqüilidade para digerir seus sen¬timentos e emoções sobre o pedido de oração da sua es¬posa. Este tempo gasto com suas próprias emoções dará frutos sensíveis quando for orar com sua esposa.
3. As palavras certas para orar. Os maridos sempre se preocu¬pam em falar a coisa certa. Não digo com isto que as espo¬sas sejam frívolas com suas palavras, mas os homens têm a tendência a usarem as palavras de forma mais cuidadosa e deliberada quando oram. Enquanto suas esposas jorram uma fonte de palavras vivas que expressam uma contínua corrente de sentimentos e pensamentos, os maridos geral¬mente escolhem suas palavras mais cuidadosamente por uma série de razões. Primeiro, eles não querem que suas esposas os interpretem mal. Segundo, eles genuinamente desejam ser compreendidos e transparentes. Finalmente, eles não estão dispostos a pagarem o preço de se dizer a coisa errada e ter de se desculpar mais tarde - à sua esposa e a Deus.
4. Um enfoque ou direção para a oração . Uma esposa refle¬tiu: "Só quero que meu marido ore o que estiver em seu coração." Por outro lado, o marido respondeu: "Não me sinto bem buscando coisas aleatórias por que orar." Mas quando sua esposa sugeriu áreas específicas que necessi¬tavam de oração em seu casamento, vidas, família e igreja, ele conseguiu articular suas orações baseados nas suges¬tões dela. Quando a esposa exclama: "Precisamos orar," o marido geralmente pensa: "Sobre o quê?" Sua falta de uma oração imediata em resposta ao seu pedido não significa que ele sinta menos a necessidade de orar do que ela. Ao contrário, seus pensamentos o levam além da necessidade inquestionável de orar com sua esposa; eles o levam ao desejo de saber o que precisa de oração. Os maridos não gostam de ser intimidados pelo julgamento da esposa, "Bem, você deveria saber o que precisa de oração". Na verdade, este tipo de resposta geralmente inibirá o marido a orar com sua esposa. Então, quando o marido pergunta: "Sobre o que precisamos orar?", a esposa deve simples¬mente responder: "Você pode orar comigo sobre... (identi¬ficando a necessidade de oração)."
Um tempo determinado para orar. Esta última necessida¬de diz respeito a estabelecer um horário para orar quando ambos os cônjuges estiverem dispostos. Sim, devemos orar sem cessar conforme nos instruiu o apóstolo Paulo (Ts 5:17). Mas agora não é sempre a hora em que o marido se sente pronto para orar. Então, se não é agora, quando é? A es¬posa pode pedir ao marido que determine o horário e lu¬gar de oração. A hora de orar não deve ser prorrogada indefinidamente. Juntos marquem um compromisso divi¬no para orar um com o outro.
5. A chave para a oração nesta altura de nossa discussão é simplesmente esta: Peça aquilo que necessita. Se o marido nunca ou raramente levanta sua própria necessidade de orarem juntos, então você é quem deve perguntar o que ele necessita. Recuse-se a sentir-se frustrada ou com raiva da falta de iniciativa dele em orar. Como uma sacerdotisa real em Cristo, você tem tanto direito a começar a orar quanto ele.
Compartilhe suas necessidades e preocupações sem condená-lo. Recuse-se a humilhá-lo por não orar ou não to¬mar a iniciativa da forma que você gostaria. Ao contrário, peça o que você necessita; se ele ainda assim se recusar a orar, vá em frente e ore quando ele estiver por perto e puder ouvi-la.
Lembre-se que muitas orações na Bíblia foram feitas em voz alta. De que outra forma eles poderiam ser ouvidos e regis¬trados pelos escritores bíblicos? Deixe que seu marido a ouça orando em voz alta. Isto pode comunicar a ele de forma eficaz não somente sua necessidade de orar com ele mas também suas preocupações.
CRISE ESPIRITUAL 2 - HÁ UMA MURALHA ESPIRITUAL ENTRE VOCÊ E SEU MARIDO?
Voltando da igreja, Mariann virou-se para Tom e confes¬sou: "Detesto ir à igreja quando somos tão hipócritas." Surpre¬so, Tom escolheu as palavras certas para responder. Sua mente tentou analisar todas as possíveis razões para aquela explosão:
• Alguém disse algo a ela e agora ela está projetando aquela dor em mim.
• É "aquela época do mês" e seus hormônios estão dese¬quilibrados.
• Ela está com raiva porque não deu para dar um che¬que de dízimo por causa das contas inesperadas que ti¬vemos de pagar para o conserto do carro.
• Eu disse alguma coisa errada e não percebi.
• Nunca deveria ter concordado em entrar para aquela nova classe de casais. Eles sempre levantam assuntos que fomentam novas crises espirituais e confrontos no casa¬mento. Talvez fosse melhor ignorarmos o que deixamos passar em nosso casamento do que sermos informados sobre estes problemas. Algumas vezes a ignorância é feli¬cidade!
Conforme sua mente avaliava rapidamente estes proble¬mas, um rio de lágrimas começava a rolar pela face de Mariann.
O que pareceria ter sido um culto maravilhoso e enlevado ti¬nha subitamente desabado num abismo de dor e mágoa - e Tom não tinha idéia da razão daquela crise!
Na raiz de sua crise espiritual no casamento estava uma muralha espiritual que se erguia cada vez mais alto entre eles nos anos sem oração e falta de intimidade espiritual. Ele preci¬sava admitir que a muralha existia. Mas a única pessoa que poderia falar a verdade em amor sobre esta muralha era sua esposa Mariann.
O mais sensacional é que as esposas geralmente espe¬ram e oram que alguém mais alcance seus maridos.
Elas oram para que um pregador, professor, evangelista, profeta ou pastor diga a coisa certa e sacuda seus maridos es¬piritualmente acanhados. Ou elas esperam que um dos mari¬dos de suas amigas diga algo que irá abalá-lo na sua falta de oração. Algumas vezes elas até compram livros ou deixam a Bíblia aberta com versículos destacados, esperando revelar o problema espiritual que seu casamento enfrenta. Um choque sacode a esposa quando ela finalmente percebe que ela é a melhor pessoa a alcançar seu marido e revelar a muralha espi¬ritual entre eles.
Freqüentemente a esposa reage ao seu marido de forma chocante e o tratamento de choque não é a melhor aborda¬gem para que uma mudança positiva aconteça em seu casa¬mento. Ela pode encorajar, pedir, suplicar ou forçar seu mari¬do a orar. Talvez ele mude por pouco tempo e a triste realidade de uma mudança duradoura não ocorra; após umas poucas semanas ou meses a muralha espiritual reaparece e desta vez mais sólida e impenetrável do que antes.
As esposas geralmente se perguntam em voz alta em meus aconselhamentos, "Por que tem de ser sempre eu a levantar os problemas e necessidades de nosso casamento? Ele nunca per¬cebe que as coisas entre nós não estão bem espiritualmente?"
Sim, os maridos não têm desculpa. Eles deveriam saber como a oração e a disciplina espiritual são importantes para o casamento.
Mas a verdade geralmente é que eles não notam as mu¬ralhas espirituais que estão se formando entre eles e suas espo¬sas porque as suas prioridades não estão em seus devidos lu¬gares. Jesus definiu claramente as prioridades para as nossas vidas quando ensinou, "Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas cousas vos serão acrescenta¬das." (Mt 6:33)
Muito freqüentemente os maridos buscam em primeiro lugar seus alvos na carreira, finanças e família. Todos eles são importantes, mas não são a verdadeira prioridade. Os maridos passam mais tempo tentando agradar a quem se importa me¬nos com eles - os patrões, clientes ou colegas de trabalho - do que cuidando dos que mais o amam - Deus, esposa, família e o corpo de Cristo.
Uma vida ocupada como resultado de tentar alcançar alvos importantes distraem os maridos das prioridades essen¬ciais em sua vida, que classificadas de uma forma simples são:
• Deus, primeiro
• Esposa e família, em seguida
• Outros, depois
• Eu, por último.
Jesus coloca desta forma, "Quem quiser tornar-se gran¬de entre vós, será este o que sirva e quem quiser ser o primeiro entre vós será servo de todos." (Mc 10:43,44)
Conforme o marido trabalha cada vez mais, se envolven¬do em tudo e com todos antes do Senhor e da sua esposa, a muralha espiritual começa a se formar entre ele e sua esposa.
Primeiro, os tijolos na muralha são pequenos obstáculos onde ele machuca seu dedo, mas rapidamente se recupera. Mas depois, os tijolos estão sedimentados com a argamassa da negligência habitual e uma grande muralha é construída e ela exige muito arrependimento para ser destruída.
Nos capítulos seguintes, mostrarei os tijolos nas muralhas espirituais que são colocados entre os maridos e esposas que não oram e nem compartilham espiritualmente. Também ex¬ploraremos modos práticos e bíblicos para derrubar estas mu¬ralhas.
Antes de discutir estas barreiras que formam as muralhas espirituais, considere tomar algumas destas medidas iniciais como esposa.
ALGUNS PASSOS PARA DERRUBAR AS MURALHAS
O primeiro passo para derrubar as muralhas é admitir que todos temos necessidades. Os Drs. David Ferguson e Don McMinn no livro Top Ten Intimacy Needs (As Dez Principais Necessidades) identificaram o que acontece quando estas ne¬cessidades não são satisfeitas. As necessidades não satisfeitas nos fazem construir muralhas na intimidade espiritual se nós...
• Negarmos nossa necessidade. A negação nos leva à auto-suficiência, auto-confiança e insensibilidade.
• Exaltarmos nossa necessidade. Exaltar a nossa necessida¬de nos transforma em pessoas egoístas, exigentes e egocêntricas.
• Condenar nossa necessidade. A condenação produz frus¬tração e sentimentos de inferioridade.
As seguintes principais necessidades para a intimidade foram identificadas através do trabalho de Ferguson e McMinn no Centro de Intimidade Conjugal e Familiar em Austin, Texas:
1. Aceitação. "Portanto, acolhei-vos uns aos outros, como tam¬bém Cristo nos acolheu para a glória de Deus." (Rm 15:7)
2. Aprovação. "Aquele que deste modo serve a Cristo é agra¬dável a Deus e aprovado pelos homens." (Rm 14:18)
3. Encorajamento. "Consolai-vos, pois, uns aos outros, e edificai-vos reciprocamente, como também estais fazendo." (1 TS 5:11)
4. Apoiar/Levar os Fardos. "Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo." (Gl 6:2)
5. Afeição. "Saudai-vos uns aos outros com ósculos santos." (Rm 16:16)
6. Segurança. "Sejam prósperos os que te amam." (Sl 122:6)
7. Respeito. "Tratai a todos com honra, amai aos irmãos, temei a Deus, honrai ao rei." (1 Pe 2:17)
8. Atenção. "Cooperem os membros com igual cuidado, em favor uns dos outros." (1 Co 12:25)
9. Conforto. "Deus de toda consolação! É ele que nos confor¬ta em toda a nossa tribulação, para podermos consolar aos que estiverem em qualquer angústia..." (2 Co 1:3-4)
10. Estima. "Eu vos louvo." (1 Co 11:2)
Classifique estas necessidades na ordem em que você desejar e, se seu marido quiser, peça para que ele as classifi¬que também. Compartilhe o que descobriram um com o ou¬tro. Use estas listas como uma lista de oração. Se você não se sente tranqüila em pedir que ele a preencha, tente imaginar como ele a classificaria. Comece orando pelas suas próprias necessidades e depois as necessidades deles, para que Deus as satisfaça, pois Ele é que satisfaz todas as nossas necessida¬des (Fp 4:19).
Pai do Céu, somente Tu satisfazes minhas necessi¬dades. Eu reconheço que o Senhor é minha fonte de satisfação - não o meu marido, meu traba¬lho, minha família ou minha igreja. Pai, aqui estão todas as minhas necessidades...
Quando discuto as muralhas espirituais no casamento com os casais, descubro que muitos cônjuges estão querendo que a muralha permaneça. Por que?
1. Negação. Eles se recusam a admitir que a muralha exista. Seus pecados os enganam e os levam ao caminho destrutivo da negação.
2. Ignorância. Eles não sabem que podem ter um relaciona¬mento no casamento mais profundo e com significado atra¬vés da oração e disciplina espiritual. E eles desconhecem formas genuínas, reais para começarem a orar e crescer juntos espiritualmente.
3. Dor. Eles querem passar pela dor e esforço para alcança¬rem um ganho espiritual no casamento.
4. Falta de Fé. Eles simplesmente não acreditam que podem mudar. Geralmente a esposa tenta durante anos que seu marido mude através da oração, broncas, ameaças, retrai¬mento, crítica e encorajamento. Em outras palavras, ela sente que tentou de tudo e nada funcionou. Então por que continuar tentando? Por que tentar desempacar uma mula? Desta forma ela sacrifica a oração e espiritualidade para "manter a paz".
5. Medo. A esposa teme que se derrubar a muralha espiritual isto poderá revelar um marido menos atraente do que os que ela conhece. Ou ela teme que pode ficar novamente vulnerável à dor. Ela pode temer a rejeição e o fracasso. O marido, por outro lado, pode temer expor sua própria po¬breza e aridez espiritual. Ele pode temer que sua esposa vá simplesmente manipular seus sentimentos e atitudes para "obter o que quer". Ou ele pode temer admitir seus fracas¬sos passados e ter de mudar.
Então você pode perguntar: "O que eu posso fazer que já não tenha feito para que meu marido ore comigo e deseja cres¬cer espiritualmente comigo?"
Você já tomou o primeiro passo admitindo que há um problema - uma muralha espiritual que realmente existe.
Segunda Timóteo 1:7 pode jogar uma luz no seu próxi¬mo passo: "Porque Deus não nos tem dado espírito de covar¬dia, mas de poder, de amor e de moderação."
Deixe-me compartilhar uma palavra prática de encorajamento antes que você vire as páginas e examine os tijolos que possam estar formando sua muralha espiritual.
As páginas da Bíblia são cheias de orações. Como elas foram parar lá? Alguém deve tê-las escrito ou orado em voz alta. As orações silenciosas são ouvidas por Deus mas não pe¬los outros.
A oração de Jesus em João 17 foi ouvida pelos discípu¬los e mais tarde escrita para que nós pudéssemos ouvi-las. Tome estes passos positivos:
• Ore em voz alta. Não tenha medo de deixar seu marido ouvir ou ler suas orações.
• Escreva suas orações.
• Não faça sermões nas suas orações. Não use as suas ora¬ções para pregar para o seu marido.
• Simplifique as suas orações. Pela manhã, às refeições, an¬tes de dormir à noite, faça uma oração simples a Deus de forma que seu marido a ouça.
O que você oraria para seu marido? Eis aqui uma suges¬tão:
Senhor Jesus, revele a meu marido meu amor por ele. Derrube as muralhas espirituais entre nós e nos ajude a orarmos juntos. Mude-nos, Senhor. Amém
Não espere que seu marido reaja. Já que você não está orando para ele, então não deve esperar que ninguém mais, a não ser Deus, responda à sua oração. Boas notícias! Deus irá responder, e as muralhas ruirão.
CONCEITOS INICIAIS PARA DERRUBAR AS MURALHAS ESPIRITUAIS
Neste capítulo descobrimos que...
• Cristo é o Sumo Sacerdote do casamento e da família. Tanto o marido quanto a esposa são os sacerdotes e intercessores de suas famílias.
• Os maridos e esposas são líderes-servos em casa - servir um ao outro através de oração e ministério. A oração de¬senvolve o serviço, e o serviço leva o casal à oração.
• Os homens precisam desenvolver sua privacidade, intimi¬dade e vidas de oração antes que possam orar de forma eficaz com suas esposas.
• Quando os maridos oram com suas esposas, eles geral¬mente precisam de tempo para pensar, tempo para sentir, as palavras certas para orar, um enfoque ou direção para orar e um horário definido para orar.
• As muralhas espirituais são geralmente construídas como resultado das prioridades mal colocadas pelo marido no casamento.
• Freqüentemente a melhor pessoa para alcançar o marido espiritualmente é sua esposa.
• Os maridos e/ou esposas algumas vezes não querem der¬rubar as muralhas por causa da negação, ignorância, dor, falta de fé ou medo.
• O desejo de destruir as muralhas é necessário e salutar no casamento. Quando um dos cônjuges quer admitir que há uma muralha e deseja derrubá-la, esta pessoa não tem o que temer, esconder ou perder.
• Uma forma de começar a derrubar as muralhas que sepa¬ram os maridos e esposas em oração é a esposa começar a orar em voz alta para que seu marido possa ouvir suas orações.
Você Não Tem Nada A Temer, Nada A Esconder E Nada A Perder. Deus Está Lhe Dando O Poder De Fazer Algo Em Relação À Muralha. Ele Também Está Lhe Dando Amor Por Seu Marido Que Você Necessita. Deus Ama Vocês Dois Tanto Que Não Permitirá Que Você Continue Onde Está - Ele A Ama O Suficiente Para Mudá-la! Você Pode Perseverar E Pacientemente Persistir Tomando Os Passos Positivos Para Derrubar A Muralha.
Comece orando:
Senhor Jesus, eu confesso que há uma muralha espiritual entre mim e meu marido. Peço que me dê autodisciplina, coragem, poder e amor para derrubar a muralha.
Sei que o Senhor me ama o suficiente para me proteger, para me dar as palavras certas para falar e mudar tanto a mim quanto a meu mari¬do.
Começarei hoje orando diariamente por meu marido. Ajude-me, Senhor, a ser uma sacerdoti¬sa, guerreira de oração e uma esposa santa.
No nome de Jesus, Amém.
Agora vire a página. Comece a remover os tijolos das muralhas espirituais entre você e seu marido.
***
"Retires de mim todo o impedimento e ensina-me a aceitar tudo o que Tu aceitas: as exigênci¬as sem fim, os conflitos, as pressões e mal-enten¬didos, mesmo daqueles que mais Te amam.
Evelyn Underhill
Século XIX-XX d.c.
***
DERRUBANDO AS MURALHAS ESPIRITUAIS DE...
3. EXPECTATIVAS NÃO SATISFEITAS, PLANOS NÃO IMPLEMENTADOS E PROMESSAS NÃO CUMPRIDAS
AS MURALHAS DAS EXPECTATIVAS NÃO SATISFEITAS
Antes de Joann e Will se casarem, eles passaram a maior parte de seu namoro envolvidos no ministé¬rio da igreja. Quando namorados de colégio, eles eram líderes do grupo dos jovens; ambos sentiram o chamado para o minis¬tério integral. Começaram a freqüentar a faculdade local para economizar dinheiro para quando fossem para o seminário teológico. Entretanto, o namoro virou noivado e resultou em casamento antes que se formassem.
Joann decidiu trabalhar em horário integral para ajudar a pagar a faculdade de Will. Ele decidiu obter o diploma de professor como meio de se sustentar e então começar o seminário mais tarde. Mas este dia nunca chegou.
Após dois filhos e um acúmulo de dívidas dos carros, casa e móveis, Will e Joann ficaram somente com a memória do ministério e se devotaram o quanto podiam ao ensino na escola dominical e como voluntários no ministério infantil da igreja.
Enquanto Will se envolvia com um número cada vez maior de tarefas - ensino, técnico do time, ministério de ho¬mens e reformando casas no verão para ganhar um dinheiro extra, Joann começou a remoer seus sonhos perdidos. Ela se lembrava das muitas horas silenciosas de oração que ela e Will compartilhavam antes do casamento. Will não parecia mais interessado em orar com ela ou ler a Bíblia. A intimidade espi¬ritual que tinham na faculdade foi comprimida pelo trabalho, criação de filhos e o corre-corre das suas muitas atividades. Até mesmo o ministério na igreja parecia mais um dever do que uma alegria.
Fomos jantar uma noite com Will e Joann, sem nunca suspeitarmos do vulcão pronto para entrar em erupção por baixo da superfície. Eles sempre foram voluntários animados na igreja e eram considerados membros que davam pouco tra¬balho. Mas conforme conversávamos durante o jantar sobre assuntos superficiais, Joann subitamente desabafou sua frus¬tração. "Será que ainda vou passar algum tempo com Deus? Conseguimos recuperar o que perdemos quando nos afasta¬mos de Deus?"
Will olhou fixamente para seu espaguete, recusando-se a olhar para quem quer que fosse.
Eu e minha esposa simplesmente tentamos mudar de as¬sunto, pensando: Será que os pastores e suas esposas alguma vez têm uma noite livre? Temos sempre que falar sobre assun¬tos espirituais?
Como pastor, eu confesso que tenho o desejo secreto de me relacionar com pessoas que não fazem a mínima idéia de que estamos no ministério. Assim como médicos que fazem diagnóstico grátis fora do consultório, espera-se que os minis¬tros estejam sempre disponíveis quando alguém precisa de um conselho ou orientação espiritual. Mas este compromisso ca¬sual com este casal leigo de nossa igreja estava destinado a se tornar um momento de catarse de sentimentos e tivemos que lidar com esta situação de forma sensível e pastoral.
A frustração de Joann era na verdade muito mais pro¬funda do que revelava seu comentário. E foi um encontro divi¬no pois começamos a conversar com eles sobre a muralha es¬piritual das expectativas não satisfeitas.
Enquanto compartilhavam, ficou evidente que suas es¬peranças e sonhos de estarem no ministério sucumbiram à re¬alidade de terem de se sustentarem e criar uma família. Will não só fracassou em satisfazer as expectativas de Joann, mas as de Deus também. Sua ira reprimida por ambos fervia con¬forme ela se lamentava do modo como Will e Deus tinham logrado seus sonhos de ministério.
Enquanto Joann compartilhava, Will se retirou num si¬lêncio desconfortável e não se defendeu de suas acusações lacrimosas. Obviamente ele já havia ouvido seus lamentos muitas vezes antes e há muito tempo já tinha desistido de ten¬tar abordar qualquer assunto espiritual com sua esposa.
Finalmente, depois que a enxurrada de sentimentos da esposa diminuiu, eu comecei a sondar os sentimentos dele. Ele compartilhou que há muito tempo tinha parado de tentar orar com sua esposa ou compartilhar qualquer coisa espiritual uma vez que todas as tentativas terminavam numa ladainha de to¬dos os seus fracassos passados, tudo centralizado em seus fra¬cassos ministeriais. Uma muralha de expectativas não satisfei¬tas se levantou como o Monte Rainier entre eles e não tinham sequer a fé de um grão de mostarda para removê-la.
A muralha espiritual de expectativas não satisfeitas entre maridos e esposas pode ser compreendida à luz de uma reveladora história no Antigo Testamento. Venha comigo para os bastidores do primeiro casamento de Davi com Mical, a fi¬lha do Rei Saul.
ATÉ MESMO HOMENS DE DEUS PODEM DESAPONTAR SUAS ESPOSAS
Davi é descrito como um homem segundo o coração de Deus (1 Sm 13:14). A filha do rei Saul, Mical, amava Davi e se tornou sua primeira esposa. Que união espiritual deve ter sido esta! Mical e sua irmã mais velha, Merabe, foram as primeiras princesas da história de Israel. Mical casou-se com o herói de Israel, Davi, que havia matado Golias e milhares dos odiados inimigos de Israel, os filisteus.
A filha do primeiro rei ungido de Israel, Mical, casa-se com o ungido poeta, salmista, guerreiro e futuro rei, Davi. Ela protege Davi das crises de raiva de Saul que incitavam Saul a tentar matar Davi a cada oportunidade que surgia. Todas as referências a Mical antes de Davi fugir de Saul falam de seu amor protetor por Davi (Veja 1 Sm 18:20, 28; 19:11-18).
Chega o dia em que o Rei Saul e seu filho Jônatas - o amigo querido de Davi - são mortos durante uma batalha com os filisteus. Davi habilmente assegurou o trono, sendo assim o primeiro rei ungido de Judá e mais tarde, de Israel (Veja 2 Sm 2,5).
O que aconteceu com Mical? O enredo fica mais intenso. Davi havia fugido das perseguições assassinas de Saul. Saul deu Mical em casamento a Paltiel, enquanto Davi se casa com Abigail e Ainoã (Veja 1 Sm 25: 43-44). Após Davi ser ungido rei de toda Israel, ele pede a Mical que volte para ele (2 Sm 3:14-15). Ela é tirada de seu segundo marido, Paltiel, e volta para a casa de Davi. Curiosamente, não há menção alguma de amor e intimidade entre Davi e Mical.
A próxima cena apresentando o Rei Davi e Mical se dá quando Davi traz a arca para Jerusalém, pulando e dançando perante o Senhor. "Ao entrar a arca do Senhor, na cidade de Davi, Mical, filha de Saul, estava olhando pela janela, e, vendo o rei Davi, que ia saltando e dançando diante do Senhor, o desprezou no seu coração." (2 Sm 6:16)
Considere as expectativas não satisfeitas que Mical pode ter suportado por causa de Davi. Davi a abandonou por duas outras mulheres, ele tinha traído seu amor por ela. Tendo en¬contrado refúgio no casamento com Paltiel, Mical é tirada de seu marido que pranteava, que obviamente a amava, e voltou para o Rei Davi (2 Sm 3:15-16). Davi enche Mical de amor e atenção? Não. Ele pelo menos a nota? Nada indica que sim. Na verdade, Davi vai em frente e toma mais concubinas e es¬posas para si em Jerusalém e tem mais filhos enquanto, apa¬rentemente, ignorava sua primeira esposa, Mical (2 Sm 5:13-16). No que se refere a casamento e fidelidade conjugal, Davi era simplesmente um desajeitado.
Algo aconteceu dentro de Mical. Talvez tivesse sido causado pelo primeiro abandono e casamento com outras mulheres. Ou pode ter acontecido por causa da forma como ele a separou de Paltiel. Ou os contínuos flertes de Davi com as mu¬lheres em Jerusalém bem em frente a Mical podem ter final¬mente a impelido a construir um muralha espiritual, que não só ficou entre ela e seu marido, mas entre ela e Deus.
Enquanto Davi dançava e pulava em adoração, louvor e alegria diante da Arca de Deus, Mical desprezava, escarnecia e sentia desdém por Davi, e o via como uma pessoa vil (2 Sm 6:16).
Suas expectativas não satisfeitas por ele como marido e líder espiritual impediu que ela reconhecesse que sua dança era para Deus e não lascívia para se mostrar às mulheres de Israel. Ela via sua dança como vulgar. A muralha espiritual das expectativas não satisfeitas entre Davi e Mical cegaram o jul¬gamento dela em relação aos assuntos espirituais de Davi e ela ficou estéril - física e espiritualmente.
Sim, a forma como Davi a tratava era errada e indesculpável. Seu casamento e vida familiar permaneceriam um campo de batalha toda sua vida. Mas Davi ainda assim tinha um coração voltado para Deus - algo que Mical não po¬deria reconhecer ou discernir por causa da muralha espiritual das expectativas não satisfeitas.
O amor de Mical por Davi era condicional. Quando ele satisfazia certas expectativas e condições, ela o amava. Mas se Davi não preenchia estas condições, seu amor se retraía.
As pessoas que tentam manter o seu amor sob controle tem amor condicional. No grego, quatro palavras são freqüen¬temente usadas para amor. Ágape é o amor de Deus, que é incondicional, que tudo suporta e busca o melhor para a pes¬soa amada. Storge é a afeição natural, como o amor entre pais e filhos ou irmãos e parentes. Eros é o desejo físico ou luxúria, enquanto philos é o amor fraternal, mas comumente expresso quando as pessoas trabalham juntas em prol de um objetivo comum. Todos os outros tipos de amor, exceto ágape, são amor condicional.
Algumas vezes, as pessoas mais difíceis de serem amadas com amor incondicional são aquelas que tem amor condicio¬nal por nós. Por que? Aqueles que amam condicionalmente estão sempre cedendo ou subtraindo o amor baseados em sen¬timento ou circunstâncias. Eles podem se tornar legalistas e freqüentemente usarem a culpa para manipular os outros.
Se você ama seu marido condicionalmente com um nú¬mero de expectativas atadas ao amor, ele achará difícil amar você incondicionalmente. E o amor incondicional, ágape, é justamente o amor de que você precisa! Aquilo de que você mais precisa pode estar sendo repelido pelo seu próprio amor condicional e egoísta. O amor exigente, controlador, condicio¬nal de Mical carregado de expectativas repeliu aquele a quem amava. Suas expectativas podem estar fazendo o mesmo com seu marido. Se você tem amor condicional, você pode muito bem estar construindo uma muralha entre você e seu marido.
O amor condicional pode ser expresso em termos espiri¬tuais. Você pode dizer ao seu marido ou expressar através de suas ações que...
• Se você [marido] não orar comigo [esposa], então não o amarei.
• Se você não se tornar o cabeça espiritual de nossa casa, então não poderei amá-lo incondicionalmente.
• Se você não me amar incondicionalmente, então eu não o amarei incondicionalmente.
O QUE CONSTRÓI A MURALHA DAS EXPECTATIVAS NÃO SATISFEITAS?
A muralha entre Will e Joann foi construída com os tijo¬los das esperanças e sonhos despedaçados do ministério. En¬tre Mical e Davi uma muralha de expectativas não satisfeitas no compromisso e amor conjugal foi levantada. As suas expec¬tativas não satisfeitas formaram uma muralha entre você e seu marido?
A causa das expectativas frustradas está no nosso desejo de que os outros sejam criados à imagem que fazemos deles. Nós freqüentemente esperamos que nosso cônjuge seja ou se torne alguém que não é ou que nunca será.
A esposa pode se casar com a visão de um homem que ela deseja que seu marido se torne ao invés de aceitar o retrato da vida real de quem seu marido realmente é. Inevitavelmente chega o dia em que ela acorda e descobre que o homem ao seu lado na cama não é o homem poderoso de Deus mas meramente um ídolo barbado com pés de barro e chifres ao invés de um halo.
Em outras circunstâncias, um casal passa pelo namoro e até mesmo pelos primeiros anos de casamento fielmente com¬prometidos com a oração, devocionais e o compartilhar espiri¬tual. Eles podem até mesmo sentir que têm um chamado para o ministério em tempo integral. Entretanto, conforme os anos passam, a intimidade espiritual fica cada vez mais rasa e a fre¬qüência das orações se torna esporádica até que cessa total¬mente. Percebendo sua profunda perda espiritual, a esposa começa a reclamar, bajular, envergonhar ou alfinetar seu mari¬do para que volte aos gloriosos tempos passados. Invariavel¬mente seus esforços de alimentar as chamas da paixão espiritual que viraram cinzas fracassam e ela constrói um muralha espiritual de expectativas não satisfeitas entre ela e seu marido.
Claro, não só as esposas constroem tais muralhas. O marido que espera que sua esposa seja mais incentivadora, apoiadora e que o aceite quando ele entra numa fase de des¬vio espiritual, descobre que ela faz justamente o contrário. Ao invés de orar por ele, ela o julga, critica e condena por sua fraqueza espiritual. Como resultado final, o marido erige uma muralha espiritual de expectativas não satisfeitas, com o intuito de se proteger - ainda que inadequadamente - de seus ata¬ques implacáveis.
Todas as explicações do mundo do porquê as expectati¬vas não foram satisfeitas não ajudam derrubar a muralha que eles construíram. Vamos ficar atentos a:
• O que faz com que a esposa construa uma muralha de expectativas não satisfeitas?
• Como a esposa determina se tal muralha existe e qual a sua força?
• Que passos práticos ela pode seguir para evitar que a mu¬ralha das expectativas não satisfeitas seja construída?
QUAL A FORÇA DA MURALHA DAS EXPECTATIVAS NÃO SATISFEITAS?
Seu marido pode ou não satisfazer as expectativas espiri¬tuais que você tem dele. E sim, você pode ter alguns sentimen¬tos e reações negativas como resultado. Mas não pegue a isca de Satanás. O que é isto? No seu livro A Isca de Satanás, John Bevere descreve a isca como sendo uma ofensa causada por outra pessoa. Quando você morde a isca da ofensa, uma muralha de separação se forma entre você e seu marido. Bevere observa astutamente:
Se tenho expectativas em relação a certas pessoas, elas podem me desapontar. O desapontamento será propor¬cional à expectativa que deposito nelas. Mas, se não te¬nho expectativas em relação às pessoas, qualquer coisa que eu der será uma bênção e não algo que deva ser retribuído em troca.
Preparamo-nos para ser ofendidos quando esperamos certo comportamento daqueles com quem temos relaci¬onamentos. Quanto mais esperamos, maior o potencial para a ofensa.1
Quanto maior sua expectativa de seu marido orar, mais você se sentirá ofendida quando ele não orar com tanta fre¬qüência ou tão profundamente quanto você deseja. Quanto maior sua expectativa de seu marido assumir a liderança de sua casa, maior será sua ofensa quando ele não assumir a lide¬rança - mesmo quando ele demonstrar maturidade espiritual em algumas áreas e falhar horrivelmente em outras, assim como Davi.
Como podemos evitar expectativas fora da realidade? É possível render todas as expectativas espirituais que você tem por seu marido? Bevere está sendo realista quando ele nos fala para não termos expectativas em relação aos outros? Claro que sim!
Os maridos e esposas se ofenderão tanto intencionalmente quanto sem intenção. Jesus observou: "E inevitável que ve¬nham escândalos" (Veja Lc 17:1). Deveríamos colocar um ade¬sivo no pára-choque de nossas limusines do casamento dizendo: Ofensas Acontecem! As ofensas acontecerão mas como você reage às ofensas determinará se a muralha espiritual aumenta¬rá ou não em seu casamento.
Você pode esperar que seu marido seja o que Deus espe¬ra que ele - e você - seja. Na nossa condição natural, carnal e ímpia, Deus sabe que somos:
• Enganosamente corruptos (Jr 17: 9)
• Cegos e tolos (Rm 1: 21-23)
• Sempre carentes (Rm 3: 23)
• Fracos (Rm 5: 6)
• Amaldiçoados (Gl 3: 10)
• Corrompidos pelas concupiscências do engano (Ef 4: 22)
• Infiéis inimigos de Deus (Tg 4: 4-10)
Mas espere, você pode protestar. Meu marido é crente. Não devo esperar coisas mais nobres dele agora?
Deus pode, mas você não. "Ora, nós que somos fortes devemos suportar as debilidades dos fracos, e não agradar-nos a nós mesmos... Portanto acolhei-vos uns aos outros, como também Cristo nos acolheu." (Rm 15:1,7) Deus transforma nossos parceiros; nós não. Deus está transformando nossos cônjuges em novas criaturas, mas nós não podemos transformá-los em nada (2 Co 5:17).
Deus está transformando seu marido num homem que Ele deseja que ele seja, e Ele não precisa de sua ajuda (2 Co 3:18). Deus quer somente suas orações. Esta transformação pode não estar ocorrendo no tempo em que você gostaria. Se este é o caso, então pergunte-se, Desejo esperar em Deus a mudança de meu marido mesmo que leve toda uma vida de oração e paciência? Lembre-se que Deus é o agente da mudança. Nós somos os agentes de oração. E.M. Bounds reflete, "Todos os santos de Deus chegaram à santidade através da oração. Os santos não poderiam fazer nada sem a oração." 2 A chave para evitar a tentação de construir uma muralha espiritual de expectativas frustradas entre você e seu marido são:
1. Veja seu marido como Deus o vê.
2. Aceite seu marido como Cristo o aceitou.
3. Ore continuamente por seu marido.
4. Espere e veja a mudança que Deus fará nele.
Anos atrás eu era líder assistente de um retiro de obreiros jovens com Carol e Dave. Todas as tardes do retiro, nós nos encontrávamos com os líderes dos jovens individualmente para responder quaisquer preocupações pessoais ou particulares que eles tinham em relação ao ministério e orar com eles.
Eu e Carol conversamos com uma mulher que, em lágri¬mas, compartilhou sobre seu marido que não se preocupava com as coisas espirituais. Ele nunca ia à igreja com ela. Ele nunca encorajou seus filhos a orarem ou ler a Bíblia.
Na verdade, ele ridicularizava sua espiritualidade na frente das crianças. Ela orou por ele e sua salvação durante quinze anos de casamento mas sua paciência estava se esgotando perigosamente. Como uma corda que chega no seu último fio, sua esposa mal conseguia agüentar seu casamento. Ela nos confidenciou que pensava seriamente em entrar com o pedido de divórcio quando voltasse para casa.
Esta esposa descreveu como seu marido na realidade impedia a família de adorar, planejando passeios em família e atividades de lazer nos domingos de manhã. Quando sua es¬posa pedia aos filhos que se vestissem para irem à igreja, ele tentava seduzi-los a fazerem um piquenique, irem à praia ou andarem de bicicleta. Além do mais, ele era cruel e grosso. Ele geralmente diminuía sua esposa na frente das crianças e deixa¬va revistas pornográficas jogadas para que todos da casa pu¬dessem ver. Ouvi em silêncio enquanto Carol colocou algumas questões sensíveis perante ela. Carol perguntou: "Você ora por seu marido?"
"Sim," respondeu a esposa. "Estou orando para que Deus o transforme."
"Por que não orar um tipo diferente de oração?" encora¬jou Carol.
"Como o quê?" a mulher perguntou. "Tipo, 'Deus leve-o embora'?"
"Não é exatamente isto que tinha em mente. Por que não começar a orar para que Deus o salve?"
"Oh, eu costumava orar assim, mas desisti. Eu o acho impossível. Ele nunca se arrependerá e se voltará para Deus," entristeceu-se a esposa.
Então Carol investigou mais profundamente. "Então o que você fará?"
"Estou cansada de esperar nele ou em Deus. Eu e meus filhos ficaríamos melhor sem ele. Estou pensando em pedir o divórcio quando eu voltar," a esposa respondeu com o ódio envolvendo cada palavra.
"Você deseja esperar em Deus para que seu marido seja salvo?" perguntou Carol.
"Quanto tempo?" ela retrucou.
"Quanto tempo levar... talvez a vida toda," Carol acon¬selhou.
Deste modo, se seu marido não é tudo o que você espe¬ra, você deseja orar e esperar toda uma vida para que Deus o mude?"
***
Arrependendo-se da Muralha de "Expectativas não Satisfeitas
Senhor Jesus, somente Tu podes destruir e despe¬daçar a muralha das expectativas não satisfei¬tas. Eu me arrependo de ter construído esta mu¬ralha em meu casamento. Arrependo-me de to¬das as vezes que permiti que esta muralha nos roubasse a alegria e amor.
Senhor Jesus, eu me arrependo de esperar que meu cônjuge satisfaça minhas necessidades que somente o Senhor pode satisfazer. Perdoa-me por ter expectativas irreais, irracionais e inalcançáveis. Perdoa-me pela raiva que senti e pelas coisas terríveis que falei quando minhas expectativas não foram satisfeitas pelo meu parceiro. Perdoe-me pelas vezes em que o/a di¬minui na frente dos outros porque ele/ela não satisfizeram minhas expectativas. Senhor Jesus, arrependo-me do meu egoísmo por esperar e querer coisas dos outros quando somente Tu és minha força e fonte. Obrigada, Senhor Je¬sus, por ter me dado a pessoa que o Senhor esco¬lheu como meu parceiro.
Ajuda-me a expressar minhas necessidades de modo a me comunicar sem condenação e crítica. No nome de Jesus, eu agora me arrependo e de¬claro que minha muralha de expectativas não satisfeitas está destruída e abolida. Louvo a Deus por querer e ser capaz de satisfazer todas as mi¬nhas expectativas em Cristo Jesus.
Tu recebo Seu perdão, paz e poder para resistir à tentação de reconstruir esta muralha no futu¬ro. Peço a meu cônjuge que me perdoe.
Amém
***
Em uníssono leiam Filipenses 4:19-20
E o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades. Ora, a nosso Deus e Pai seja a glória pelos séculos dos séculos. Amém.
A MURALHA DOS PLANOS NÃO IMPLEMENTADOS
Teresa sonhava em ter um lar estável e uma parceria de ministério no casamento. Seu marido queria esta¬bilidade, uma direção fixa para seu casamento, mas nada pare¬cia funcionar. Eles vieram até mim para compartilharem suas frustrações.
"Toda casa que planejamos comprar não foi adiante nos últimos cinco anos," Teresa reclamou.
"O dinheiro que tiro com vendas flutua tanto que é difícil obter uma hipoteca," confidenciou Sam. "Nós decidimos sobre uma casa, fazemos um contrato e começamos a sonhar so¬bre onde os móveis ficariam. Entregamos nossos planos a Deus. A Bíblia não promete que concederá os desejos dos nossos corações quando entregarmos nossos caminhos a Deus?"
Quando os planos deles deram errado, um após o outro, a vida de oração de Sam e Teresa começou a desmoronar. Eles se acostumaram a orar juntos quando precisavam ou que¬riam algo de Deus mas quando viam suas esperanças desvane¬cerem era como um ácido corroendo o metal. O que tinha sido uma vida de oração semelhante a uma couraça, foi corroído a ponto de só restarem pedaços dos sonhos abandonados como destroços num ferro-velho.
Teresa compartilhou: "Minha fé no meu marido e em Deus foi abalada. Foi ensinado que quando dois concordam em fé, Deus age. Nós concordamos. Nós temos fé, mas Deus não age. O que estamos fazendo de errado? Há algum pecado em nos¬sas vidas? Precisamos de mais fé? Devemos fazer mais para Deus? O que devemos fazer agora?"
Sam e Teresa chegaram ao fim da linha. Todas as alter¬nativas de oração simples e fáceis para suas vidas se extingui¬ram. Pararam de orar e começaram a duvidar de Deus e deles próprios. O próximo passo seria a desilusão. Por que? Quando oramos por nossas ilusões, colhemos desilusão.
A muralha de planos não implementadas é levantada quando esperamos que Deus abençoe nossos planos ao invés bendizermos a Deus pelos Seus planos. Ao invés de planejar e depois efetivar os planos, precisamos buscar a Deus para que nos mostre Seus planos, sonhos e visões. Nossos planos são geralmente estratégias para efetivar nossa vontade ao invés de fazermos o que Deus quer. Podemos disfarçar nossos motivos egoístas na piedade religiosa e linguagem farisaica e de líderes religiosos quando oramos (Lc 18:9-14). Jesus repreendeu as atitudes orgulhosas na oração e ordenou a humildade, "todo o que se exalta será humilhado; mas o que se humilha será exal¬tado." (Lc 18:14)
Para evitar a muralha de planos não implementados, eu a encorajo a...
1. Buscar a Deus juntamente com seu marido para descobri¬rem qual é o Seu plano. Costumamos planejar nosso futu¬ro escrevendo os prós e contras de uma decisão num bloquinho. Se os prós excederem os contras, então deve ser a vontade de Deus e vice versa. Entretanto, em ne¬nhum lugar das Escrituras achamos que este método é um bom dispositivo para discernir a vontade de Deus. Ele não está de acordo com as Escrituras, com a voz de Deus em oração, com os conselhos de crentes sábios, com o teste¬munho do Espírito em nosso coração, a evidência da paz de Deus em nossa vida e o modo como Deus Se move nas circunstâncias para testificar Sua vontade. O plano em ques¬tão é o melhor de Deus, o caminho de Deus, o tempo de Deus e para Sua glória? Se todos estes critérios, com exce¬ção de um, forem cumpridos, então aguarde mais um tem¬po. Não se apresse em colocar o plano em prática que pa¬rece ser uma boa idéia mas que não é a idéia de Deus.
2. Recuse-se afazer menos do que Seu plano. Não fixe sua fé no plano de seu marido, em seu próprio plano, ou até mes¬mo planos com que concordam.
3. Esteja aberto ao Espírito de Deus que nos dá sonhos e vi¬sões (Veja Jl 2; At 2).
4. Creia que os planos que Deus tem para você são bons e não maus. Deus declara: "Eu é que sei que pensamentos tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que desejais. Então me invocareis, passareis a orar A mim, e eu vos ouvirei. Buscar-me-eis, e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração." (Jr 29:11-13)
5. Pare de tentar e comece a confiar. O legalismo e a religião buscam implementar os planos sem o poder e a força de Deus. A oração reconhece que a implementação dos pla¬nos de Deus não depende de nossa força mas da Dele. "Não por força nem por poder, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos." (Zc 4:6)
6. Fracassar não faz de você e seu marido pessoas fracassa¬das. Muito freqüentemente os casais desistem dos planos de Deus quando as coisas - na perspectiva deles - saem erradas. Mas retrocessos ou fracassos temporários não sig¬nificam que os planos nunca serão implementados. Se Deus está nos planos, não desista! Se você pudesse colocar os planos em prática, Deus não levaria o crédito. Ele vai além de nossa força e recursos para fazer o impossível. Jesus nos aconselha, "Isto é impossível aos homens, mas para Deus tudo é possível." (Mt 19:26)
7. Pare de esperar que o crescimento espiritual no casamen¬to seja algo fácil. Fácil raramente aparece no vocabulário de Deus. E fácil para aquele que tem o entendimento de Deus e o fardo da salvação de Jesus é fácil para o crente (Pv 14:6; Mt 11:30). Mas a vida não é fácil. Jesus alerta: "Neste mundo tereis aflição, mas tende bom ânimo! Eu venci o mundo." (Jo 16:33) Assim, exercite seus músculos da fé; você pode até levantar algum peso mas quando Deus está presente, nada pode impedir Seus planos a não ser você!
8. Tome nota! Quando Deus der um plano, visão ou sonho para você ou seu marido, ou ambos, tome nota. "Escreva a visão", Deus instrui Habacuque (Hc 2;2). Tome nota de qualquer plano que Deus lhe der e ore em voz alta, juntos, sobre este plano. Coloque-o na geladeira preso com ímãs. Escreva-o no espelho do banheiro. Repita o plano em voz alta quando estiver orando onde seu marido possa ouvi-la. Nunca desista dos planos de Deus!
***
Arrependendo-se das Muralhas dos Planos não Implementados
Senhor Jesus, eu me arrependo por ter planos meus, e não Teus... idéias minhas, não Tuas... vi¬sões e sonhos meus, e não Teus... e esperar que meu parceiro os coloque em prática. Eu sei, Se¬nhor, que colocaste em nossas vidas planos ma¬ravilhosos e nos deste sonhos e visões através do Teu Espírito.
Mas também sei, Senhor Jesus, que busquei o meu melhor, e não o Teu melhor; meu próprio cami¬nho, e não o Teu caminho, em meu próprio tempo e não em Teu tempo. Perdoa-me, Cristo Jesus. Senhor, por todas as vezes em que fizemos planos juntos e meu parceiro não cumpriu suas respon¬sabilidades, eu o perdôo. E Senhor, eu peço Teu perdão por qualquer ressentimento, ira, frustra¬ção e palavras de raiva que expressei. Jesus, tira todos os meus planos inacabados, so¬nhos frustrados e visões fora de foco de minha vida para que eu possa estar livre e desimpedi¬do para receber tudo o que tens para nosso casa¬mento. Envia Teu Espírito Santo para nos guiar, dirigir, instruir e capacitar para que possamos seguir Teus planos.
No nome de Jesus, eu peço perdão e declaro que a muralha de planos não implementados está der¬rubada pela graça e poder de Cristo. Eu louvo a Deus por podermos recomeçar e planejar basea¬dos em Sua vontade, caminho e tempo. Obrigada, Senhor, por me dar uma segunda chance e rece¬bo o Teu perdão. Teço que meu parceiro me per¬doe e que busque comigo Teus planos para nosso futuro juntos em Ti.
Jesus, pela fé nós recebemos Tua promessa de que Teus planos para nós são para nosso bem - não para o desastre, e sim para nos dar um futuro e esperança em Ti. Jesus, sejas o planejador de nos¬so casamento.
Amém
***
Em uníssono, leiam em voz alta Jeremias 29:11-13
"Eu é que sei que pensamentos tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que desejais. Então me invocareis, passareis a orar a mim, e eu vos ouvirei. Buscar-me-eis, e me achareis, quan¬do me buscardes de todo o vosso coração."
A MURALHA DAS PROMESSAS NÃO CUMPRIDAS
Dezenas de milhares de homens enchem os estádios no país. Mais de um milhão de homens se reúnem para orar em Washington. Eles são chamados de Promise Keepers (Guardadores de Promessas). Em todo o país, os ho¬mens estão se dedicando a guardarem as promessas que fize¬ram a Deus, suas esposas, suas famílias, suas igrejas e no tra¬balho. Mas o que acontece com a oração no casamento quan¬do o marido não mantém a promessa?
Repito que sem o Espírito e a força de Deus é humana¬mente impossível manter uma promessa. O único Guardador da Promessa perfeito é Deus. Mas quando o marido prometeu fazer algo e faz outra coisa diferente, sua integridade e credibilidade com sua esposa são abaladas. Como você pode evitar que uma muralha de promessas não cumpridas seja construída quando seu marido não mantém a palavra?
Lee era um marido modelo e leigo na igreja. Ele cumpria todos os seus compromissos. Sua família se sentia amada e segura. Mas Lee tinha uma necessidade profunda dentro de si que sua esposa não podia satisfazer. Um dia sem qualquer avi¬so, ele anunciou a Brenda que não a amava mais e que estava mudando-se dali.
Sim, ele era um trabalhador diligente. Na verdade, ele tentou arduamente ir a tantos jogos de basquete dos filhos quanto possíveis. Mas sua esposa parecia que o superava na liderança espiritual. Embora ambos fossem líderes importantes no ministério de casais, ela sempre parecia ser aquela que tra¬zia a palavra e organizava os eventos. Ele silenciosamente se¬guia sua liderança.
Depois que ele largou Brenda, eu fui visitar ela e seus quatro filhos. Eles estavam surpresos e confusos com suas ações. O melhor que alguém poderia imaginar era que ele sim¬plesmente se desgastou do excesso de trabalho e estresse fi¬nanceiro.
Então conversei com Lee. Ele deu poucas desculpas por ter saído fora do casamento. Ele afirmou simplesmente que estava cansado e estressado por causas das contas a pagar, o desejo de sua esposa de fazer cada vez mais e sua falta de chamado para o ministério na intensidade que sua esposa que¬ria que ele se envolvesse com a obra cristã.
Tragicamente, uma das ditas amigas de Brenda lhe disse para não olhar para o passado. Com Lee fora de seu caminho ela poderia ficar livre para o ministério e dar continuidade ao seu amadurecimento espiritual. Um arrepio gélido congelou minha sensibilidade quando ouvi tal comentário. Tal perspecti¬va trouxe memórias dolorosas de minha própria vida.
Anos atrás, eu e minha esposa enfrentamos sérios pro¬blemas conjugais. Meu excesso de trabalho e falta de atenção à ela e aos meus filhos construíram uma muralha entre nós. Repetidas vezes eu prometi trabalhar menos, e passar mais tem¬po com ela e com a família, e me devotar mais à oração com ela e leitura da Bíblia com a família. Eu ensinava aos outros como orar com suas esposas e filhos enquanto eu quebrava minhas promessas feitas à minha família de orar com eles. Na maioria das noites eu chegava em casa após a hora de oração deles quando já estavam na cama. Noites sem fim minha es¬posa, Judi, chorava até cair no sono.
Desejando remediar a situação, eu me esforcei para man¬ter minhas promessas mas falhava miseravelmente. Minhas ações levaram minha esposa para cada vez mais longe de mim.A muralha de promessas não cumpridas era tão impenetrável que sempre que fazia uma promessa, Judi sentia os dardos inflamados de todas as promessas não cumpridas. Uma pro¬messa nos meus lábios era uma fonte de dor - não de esperan¬ça e conforto.
Fui a um conselheiro cristão na esperança de encontrar uma resposta. Sem sabedoria alguma ele me disse que deveria me divorciar. Ele sentia que a muralha entre nós era impenetrá¬vel. Usando a letra de uma antiga canção eu diria que a muralha de promessas não cumpridas entre mim e Judi era "tão alta que não poderíamos escalá-la, tão baixa que não poderíamos pas¬sar por baixo dela, e tão larga que não poderíamos circundá-la." Mas as palavras finais da música nos dava esperança de que precisávamos: "Temos que passar pela porta!"
Não consegui atender o pedido do conselheiro - a coisa mais sábia que já fiz em todos aqueles anos! Ao contrário, co¬mecei a buscar a Cristo para que me desse orientação e força. Ele era a porta que eu precisava para atravessar a muralha. Na realidade Sua porta era como o buraco da agulha de Provérbi¬os. O único caminho para destruir a muralha de promessas não cumpridas era através do arrependimento e da humilha¬ção. Em Sua graça e fidelidade Deus restaurou meu relaciona¬mento com minha filha adolescente e fez com que minha es¬posa continuasse a orar por mim mesmo quando não oráva¬mos juntos. Um ano depois Deus tratou do meu coração e começou a derrubar a muralha entre nós.
Mesmo quando você já desistiu de seu marido cujas pro¬messas você não confia mais, não desista de Deus. Todas as Suas promessas são sim e amém (2 Co 1:20). Em outras pala¬vras, Ele cumpre suas promessas mesmo quando o marido não consegue.
No Antigo Testamento, Rute nunca desistiu de esperar pela provisão de Deus para ela e Deus lhe deu Boas, um mari¬do santo. E quando Elcana não pode prometer à Ana um filho, ela buscou a Deus e descobriu que Ele era fiel (1 Sm 1). Há um Guardador de Promessa fiel em sua família. Seu nome é Jesus. Quando o parceiro não cumpre a promessa, busque o Noivo cujas promessas nunca falham.
Cumprir uma promessa é uma questão de confiança no casamento. Quando a confiança foi violada e jogada na lama como um trapo sujo e usado, pegue-a de volta e leve-a ao Guardador da Promessa - Cristo. Ore. Peça a Ele para fazer o que é humanamente impossível - reconstruir a confiança entre você e seu marido.
Lembra-se de Lee e Brenda? Eles tiveram uma tarefa muita árdua na destruição da muralha da promessa não cum¬prida porque ele abandonou o relacionamento e ela decidiu que seu ministério era importante demais para ela. Assim, cada um seguiu seu próprio caminho sem que cada um deles fizesse um movimento em direção ao outro em confiança.
Mas como a muralha é destruída e a confiança restaura¬da?
• Permaneça no relacionamento. Recuse-se a permitir que as promessas não cumpridas destruam o relacionamento.
• Comece a orar as promessas de Deus para seu casamento e para seu marido. Primeiro ore usando os votos de casa¬mento. Por exemplo, "Senhor, prometo amá-lo na saúde e na doença, na pobreza e na riqueza, até que a morte nos separe. Amém."
• Incentive seu marido quando ele cumprir uma promessa e recuse-se a condená-lo quando ele fracassar. Em aconse¬lhamento eu geralmente peço aos casais que relatem os dias maus e bons que tiveram na semana anterior. Eles podem dizer: "Bem, na segunda e na terça tudo correu bem, mas quarta foi um desastre. Quinta foi horrível por causa da quarta, mas sexta e sábado foram bons. Então brigamos muito no domingo." Eu lhes digo que quatro dos sete dias da semana foram bons para seu casamento. Isto é a maio¬ria! Na verdade, no baseball um rebatedor é considerado bom quando rebate uma de três bolas lançadas. Em outras palavras, ele não rebate duas das três e isto é considerado um sucesso. Desta forma, valorize cada dia bom, e libere os dias maus.
• Comece pelas pequenas coisas. Jesus diz que quando nós somos fiéis no pouco, podemos receber mais ainda (Lc 19:17). Converse com seu marido sobre as pequenas pro¬messas que ambos mantiveram e então partam para as coisas maiores. Sua graça é suficiente em um dia de cada vez. Cumpra os votos do casamento em um dia de cada vez e você não terá de se preocupar em cumpri-los pelo resto da vida.
• Finalmente, preste contas. Diga a seu marido quando não cumprir uma promessa e peça perdão a ele. Peça a ele que faça o mesmo. Ore por perdão um pelo outro em voz alta. Não fale para seu parceiro que você sente muito ou que irá perdoá-lo somente. Ore sua confissão ou perdão em voz alta para que Deus e seu marido ouçam.
***
Arrependendo-se da Muralha de Promessas Não Cumpridas
Jesus, sei que todas as promessas de Deus em Ti são sim e amém. Eu me arrependo por esperar que meu parceiro mantenha cada promessa que fez, sabendo que ele/ela não é perfeito/a. Senhor, somente pelo Teu poder e graça é que podemos nos tornar guardadores de promessa. Assim, Jesus, ajude meu parceiro a manter suas promessas e ajuda-me a perdoar e compreender quando ele/ela fracassam. E que esta mesma gra¬ça seja estendida a mim quando eu não cumpro uma promessa.
Pai Celeste, Tu prometeste que serias minha segu¬rança. É em Ti e não nos outros que deposito mi¬nha confiança e esperança. Capacita-me a fazer e manter as promessas que estão enraizadas em Tua vontade e Palavra.
Senhor, entrego meus caminhos a Ti e confio em Ti para a implementação de cada plano, visão e sonho que tenho pelo Teu Espírito. Tu, Senhor, és minha alegria e meu coração está em Ti. No nome de Jesus, derruba a muralha das promessas não cumpridas e cura as feridas da decepção e desi¬lusão causadas pelas promessas não cumpridas no passado. No nome de Jesus.
Amém
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Com seu cônjuge, leia este versículo em voz alta:
"Porque quantas são as promessas de Deus tantas têm nele o sim; porquanto também por ele é o amém para glória de Deus, por nosso intermédio." 2 Co 1:20
A PERSPECTIVA DO MARIDO
Os maridos que enfrentam as muralhas das expectativas não satisfeitas, planos não implementados e promessas não compridas podem enxergar estas muralhas em perspectivas diferentes de suas esposas. Quando os maridos enfrentam as muralhas eles dizem:
• Sinto que quanto mais tento mais fracasso em relação às expectativas de minha esposa.
• Meus fracassos parecem que sempre são contabilizados, mas meu sucesso nunca é notado.
• Quando mantenho minhas promessas, ninguém na famí¬lia parece gostar ou ficar agradecido a mim. Mas se eu que¬brar uma promessa todos me transformam num bode expiatório.
• Minha esposa tem expectativas irreais em relação a mim. Parei de tentar fazer o impossível. Somente Jesus poderia agradá-la e somente em alguns dias.
• Não consigo satisfazer as necessidades de minha esposa. Mas ela se recusa e fazer amizade com outras pessoas. Como podemos construir uma rede de apoio com outros crentes?
• Quando oramos juntos, ela diz a Deus o que quer de mim e o que eu não tenho feito. Me sinto exposto e ridiculariza¬do perante Deus quando nós oramos.
• Quando fazemos planos eu não quero desapontar minha esposa, então sempre concordo com o que ela quer. Mas quando o esperado não acontece, eu sou culpado pelo fracasso.
• Minha esposa sente que estou satisfeito com menos daqui¬lo que Deus tem de melhor para mim ou Sua excelência.
• Porque eu não busco as promessas de Deus do modo que minha esposa faz em oração, ela me vê como alguém que não tem fé. Ela chama meu realismo de descrença.
• Sou muito mais lento que minha esposa para tomar deci¬sões. Então ela me vê como indeciso e ambivalente.
• Nunca serei o tipo de marido que minha esposa espera que eu seja, então já desisti de tudo e simplesmente faço o melhor que posso.
Seu marido tem alguns destes sentimentos ou observa¬ções? Gaste um tempo lendo estes tópicos com ele. Após com¬partilharem, orem juntos em voz alta em uníssono:
Senhor Jesus, nos capacite a compreender Tuas expectativas em relação a nós. Molda nossas ex¬pectativas de acordo com Tua vontade. Ajuda-nos a entregarmos nossas expectativas à Tua vontade para nós como casal. Obrigada por res¬ponder à nossa oração.
Amém
A PERSPECTIVA DO NOIVO
Jesus nos avalia baseado em nossa fidelidade ao que nos foi confiado. Os maridos e as esposas geralmente caem numa armadilha de comparação deles e de seus cônjuges com ou¬tros casais. Quando se defende, o marido protesta: "Eu oro mais com você do que o John com sua esposa." Ou a esposa pode dizer de uma forma crítica: "Gostaria que você fosse mais espiritual do que William em seu casamento. Mary sempre me diz que eles oram juntos diariamente, pela manhã e à noite. Eles compartilham profundamente suas vidas espirituais. Quem dera se chegássemos no ponto em que estão."
Jesus revelou que a uma pessoa foram dados cinco talen¬tos, a outro dois, e um outro recebeu um talento. Para cada pessoa Deus dá de acordo com a habilidade da pessoa (Mt 25:14-30). Assim, um cônjuge não deve esperar um desempenho de cinco talentos de uma pessoa de dois talentos. Sim, Deus não faz acepção de pessoas. Note que ele não diminui a pessoa de dois talentos por ganhar somente dois talentos ao invés de cin¬co. Ele mede nosso desempenho baseado nas habilidades e ta¬lentos que Ele criou dentro de nós - não em comparação com outros. Ele recompensa aqueles que O servem fielmente sem discriminação (Mt 20:8). Mas aqueles que não são fieis àquilo que Ele nos confiou, Deus os julga severamente.
Nem todos os maridos e esposas se encontram no mes¬mo nível espiritual. Para alguns, uma oração de uma frase re¬flete a profundidade que Deus deseja para seus corações, en¬quanto outros podem orar durante horas sem pausa. Para es¬tas pessoas orar menos demonstra falta de fidelidade àquilo que Deus os deu.
Deus nos aceita no nível em que estamos e nos ama muito para nos deixar onde estamos. Não crescemos na proporção de nosso cônjuge ou de outros casais. Não se deixe cair na armadilha de comparar seu marido com outros. Ao contrário, incentive o desejo de seu coração de crescer espiritualmente e de orar fielmente no conhecimento e entendimento que ele tem. E se ele não tem desejo de crescer espiritualmente ou investir em dons, ore por ele para que seu coração mude, para que o Espírito Santo o ensine e o convença e que ele escape do julgamento que o infiel servo de um talento recebeu.
Se Existem Muralhas, como Você Pode Começar a Destruí-las?
Talvez a muralha espiritual de expectativas não satisfeitas esteja bem cimentada e firmemente plantada entre você e seu marido. E agora?
Primeiro, comece orando silenciosamente e depois em voz alta:
Senhor Jesus, eu aceito o meu marido do modo como o Senhor o aceita. Eu entrego ao Senhor minhas expectativas em relação a ele. Transfor¬me-o, Senhor. Faca a mim e a ele, como o Senhor.
Amém
Resumindo as idéias deste capítulo, decida que você irá agir de acordo com elas:
• Esperando o melhor e não o pior de seu marido.
• Falando sobre seu sucesso e recusando-se a lembrá-lo de seus fracassos.
• Orando por sua justificação e santificação em Cristo Jesus.
• Entregando todas as suas expectativas em relação ao seu marido a Jesus Cristo
• Recusando-se a pegar a isca da ofensa.
• Arrependendo-se de guardar as ofensas passadas e pedin¬do perdão a seu marido por guardar estas ofensas.
Finalmente, diga a verdade a si mesmo. As expectativas não satisfeitas do passado não têm um propósito construtivo no presente. Elas só servem para perpetuar a dor, a mágoa e os ressentimentos do passado. Enterre-as juntamente com suas expectativas presentes. Recuse-se a desenterrá-las, mesmo quando você está com raiva e quer magoar seu marido numa discussão ou conflito.
Imagine isto. Pegue todas as expectativas não satisfeitas de seu marido, escreva-as num pedaço de papel ou cartões e coloque-os num saco de lixo. (Diga a seu marido o que você está fazendo.) Leve o saco para fora para que seja recolhido pelo caminhão de lixo no dia seguinte e veja o lixeiro carregá-los para o lixão. Nunca volte lá para recolher seu lixo.
Derrube a muralha. Jogue fora os tijolos das expectativas não satisfeitas. Aproveite a liberdade da entrega das expectati¬vas a Cristo e celebre a alegria que sente quando seu marido começa a mudar, crescer espiritualmente e orar com você -não por causa do que você fez mas porque você orou e espe¬rou enquanto Cristo o mudava!
Peça a seu marido que leia isto em voz alta com você.
Cada um deve inserir o nome do outro nos parênteses.
Que o Senhor abençoe [nome do cônjuge) e guar¬de (nome do cônjuge).
O Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre (nome do cônjuge), e tenha misericórdia de (nome do cônjuge).
O Senhor reine sobre (nome do cônjuge) Levante o seu rosto, e dê a (nome do cônjuge) a paz.
Adaptado de Números 6: 24-26
Se o seu marido não orar isto com você em voz alta, não desista. Ministre esta oração sobre ele. Deixe-o saber que você continua orando bênçãos e graça sobre ele continuamente.
Prepare-se para derrubar a próxima muralha - a de ne¬cessidades não satisfeitas. Pegue uma caixinha de lenços de papel. As lágrimas vão começar a rolar. Vá para o próximo capítulo.
***
Ouça, Senhor,
uma mãe orando
baixo e silenciosamente:
ouça por favor.
Ouça o que suas lagrimas
estão dizendo
olhe seu coração
de joelhos;
levante o fardo
de seus ombros encurvados
até que ela veja e entenda,
O Senhor, que sustenta o mundo
tome os seus problemas
em Suas mãos.
Ruth Graham Bell
Século XX d.c.
***
DERRUBANDO AS MURALHAS ESPIRITUAIS DE...
4. NECESSIDADES NÃO SATISFEITAS, DONS NÃO APRECIADOS E SACRIFÍCIOS NÃO RECONHECIDOS
A MURALHA DAS NECESSIDADES NÃO SATISFEITAS
Durante anos Jennifer desejou intimidade espiritual com seu marido. Esperaram cinco anos para terem seu primeiro filho. A educação de John veio em primeiro lugar. Depois eles se mudaram para Denver para arrumar um empre¬go novo, comprar sua primeira casa e se estabilizarem como casal. Finalmente, sentiam-se prontos para ter o primeiro filho. Jennifer estava aguardando ansiosamente pelo nascimen¬to do bebê. Secretamente ela esperava que a criança lhe desse a intimidade física e espiritual da qual perdeu as esperanças de ter com John.
Sim, ela e John oravam ocasionalmente pela saúde do bebê que chegaria e agradeciam a Deus pela bênção que seria ter este bebê. Mas a necessidade de Jennifer de um marido que amorosamente se unisse a ela em oração e buscasse intensa¬mente a Palavra de Deus nunca foi satisfeita. Ela comparava John com outros jovens maridos em seu grupo pequeno que acontecia em sua pequena casa; eles pareciam tão ávidos a crescerem espiritualmente. Mas John estava satisfeito com seu status quo espiritual e nunca forçou um caminhar mais profun¬do com Deus.
Então a tragédia aconteceu. Jennifer começou a sangrar uma manhã quando John estava viajando a serviço. Uma ami¬ga a levou às pressas para o hospital. Ali, sozinha com seus temores, Jennifer abortou, perdendo não somente o bebê mas também aquele que ela esperava que fosse satisfazer suas ne¬cessidades não satisfeitas.
A amiga de Jennifer tentou sem sucesso encontrar John que estava indo de uma reunião para outra. Finalmente, no final da tarde e horas depois do aborto, John e Jennifer se falaram ao telefone.
Mas seu marido estava distante - não só geograficamente mas também emocionalmente. Ele comentou de uma forma banal: "Bem, acho que deve ter sido a vontade de Deus que não tivéssemos um filho agora," com voz cansada, John disse que tinha de dormir um pouco e desligou o telefone, não per¬cebendo que havia desligado o relacionamento também.
Jennifer chorou secretamente pela perda do filho e conti¬nuou a sofrer silenciosamente pelas necessidades não satisfei¬tas. Ela precisava que seu marido orasse com ela, comparti¬lhasse coisas espirituais com ela, e que fosse tanto marido como amigo, crescendo com ela em intimidade com Deus. John não tinha desejo algum de satisfazer estas necessidades. Ir à igreja uma vez por semana era tudo o que ele desejava para sua vida espiritual. Seus dias e noites eram tomados pelo trabalho. John cria que estava satisfazendo as necessidades de sua esposa por¬que dava a ela coisas materiais - dinheiro, casa, comida, rou¬pas e outros luxos que somente o dinheiro podia comprar.
O amor nunca promete coisas. O amor promete uma pes¬soa. Quando prometem amar um ao outro incondicionalmen¬te, maridos e esposas prometem ser um do outro acima de tudo. Eles dizem um para o outro algo como: "Finalmente, em meu compromisso de amor incondicional, eu prometo a você uma pessoa e não uma massa." 1 Devemos amar as pessoas e usar as coisas ao invés de amar as coisas e usar as pessoas. Pode¬mos usar as coisas para servir às pessoas mas não podemos satisfazer a necessidade das pessoas por amor às coisas. John acreditava que trabalhando muito e dando as coisas para Jennifer ele satisfaria sua necessidade de amor. Infelizmente, sua crença era uma heresia e as necessidades dela continua¬vam insatisfeitas.
Nenhuma quantia de dinheiro poderia amenizar a ne¬cessidade de companhia e parceria espiritual de Jennifer. Anos de necessidades insatisfeitas construíram uma muralha entre ela e John. Seu casamento se tornou um relacionamento de negó¬cio. Até mesmo quando iam à igreja, eles iam em carros sepa¬rados, se sentavam em lugares separados e adoravam de ma¬neiras diferentes. Ela transbordava de emoção quando adora¬va enquanto John agüentava estoicamente o culto, constante¬mente olhando o relógio para ver por quanto tempo ele teria de ficar na igreja até que chegasse a hora do almoço.
Suas necessidades insatisfeitas construíram uma muralha de separação entre você e seu marido? Sempre que seu marido do não consegue satisfazer uma necessidade física, emocional, intelectual ou espiritual que você tenha, como você reage?
A necessidade mais profunda que temos é de amar e ser amado. Quando nosso amor por outra pessoa não é correspondido, algo em nós grita de dor e tristeza. Esta era a situ¬ação nos tempos antigos dos patriarcas quando Lia guardava dentro de si uma profunda necessidade de ser amada e querida por seu marido, Jacó. Vamos desvendar o que aconteceu com Lia quando sua necessidade de amor não foi satisfeita.
AS NECESSIDADES NÃO SATISFEITAS DE AMOR DE LIA
O antigo ritual de casamento semita seguia os costumes prescritos na época. Labão, o líder de um clã nômade, prome¬teu sua filha, Raquel ao seu sobrinho, Jacó, em troca de sete anos de trabalho. Desejoso e esperançoso, Jacó trabalhou tan¬to quanto qualquer escravo que servia seu tio até que o grande dia chegou - a festa de casamento.
Os convidados vieram de longe para celebrar a cerimô¬nia. Coberta da cabeça aos pés com roupas e véus de luxo, a noiva tinha até seus olhos cobertos por um véu translúcido que cobria sua face.
O coração de Jacó batia forte. Finalmente ele passaria a primeira noite do resto de sua vida com a mulher a quem ama¬va. A festa parecia que nunca iria acabar, mas a tão esperada noite chegou... para que Jacó descobrisse na manhã seguinte que a mulher com quem fez amor não era Raquel, e sim Lia! Consumido pelo ódio, Jacó abordou Labão: "Que é isso que me fizeste? Não te servi eu por amor a Raquel? Por que, pois, me enganaste?" (Gn 29:25)
Labão deu uma desculpa pelo engano, protestando que ele deveria primeiro se casar com a filha mais velha, Lia - que era vesga - antes que sua irmã mais nova pudesse se casar. Então Jacó concordou trabalhar outros sete anos para se casar com a mulher a quem realmente amava - Raquel.
E Lia? O que seria dela? Como ela se sentiria? Como sua necessidade de amor iria ser satisfeita se seu marido a desde¬nhava e amava outra? Deus interfere de forma sobrenatural para confortar Lia:
"Vendo o Senhor que Lia era desprezada, fê-la fecunda; ao passo que Raquel era estéril.
Concebeu, pois, Lia, e deu à luz um filho, a quem cha¬mou Rúben, pois disse: O Senhor atendeu à minha afli¬ção, por isso agora me amará meu marido. Concebeu outra vez, e deu à luz um filho, e disse: Soube o Senhor que era preterida, e me deu mais este; chamou-lhe, pois, Simeão." Gn 29:31-33
Mesmo após ter tido seis filhos e uma filha, Lia ainda bus¬cava honra, respeito e amor de Jacó (Gn 30:20). Sabiamente, Lia nunca deixou que uma muralha desenvolvesse entre ela e Deus enquanto dava graças continuamente a Ele por seus fi¬lhos. No nascimento de Judá, ela exclamou: "Esta vez louvarei o Senhor" (Gn 29:35). E quando Zebulom nasceu: "Deus me concedeu excelente dote" (Gn 30:20). A necessidade de amor, honra e respeito de Lia que deveria ser satisfeita por seu mari¬do, Jacó, não aconteceu. Aparentemente somente em seu en¬terro é que Lia foi honrada, sendo enterrada com os patriarcas - Abraão e Isaque. Mais tarde, Jacó deu instruções para ser enterrado com Lia, no lugar de honra tradicional, e não com Raquel, que foi enterrada em outro lugar (Gn 49).
É interessante também notar que a Bíblia não relata qual¬quer animosidade de Lia em relação a Jacó. Na realidade, ela e Raquel trabalhavam juntas em favor de Jacó para ganharem a herança de Labão. A Bíblia honra Lia e Raquel como sendo duas mulheres que "edificaram a casa de Israel" (Rt 4:11).
Se você fosse Lia, como reagiria? As necessidades não satisfeitas em seu casamento causam muralhas espirituais entre você e seu marido? Você teria continuado a apoiar e cooperar com ele se você fosse tratada como Lia?
EVITANDO A MURALHA ESPIRITUAL DE NECESSIDADES NÃO SATISFEITAS
A vida de Lia nos dá uma perspectiva valiosa de como as esposas podem se desviar da tentação de construir uma mura¬lha entre elas e seus maridos quando as necessidades não são satisfeitas. A chave para derrubar a muralha de necessidades não satisfeitas ou até mesmo para não se construir uma mura¬lha é o louvor!
No início de seu casamento, Lia teve de enfrentar a reali¬dade de que Jacó não satisfazia sua profunda necessidade de amor. Ele claramente amava Rachel. Lia não era seu primeiro amor ou sua primeira escolha. Ela realmente experimentou a dor e a tristeza mas as superou. Como? Ela louvou a Deus por Sua bondade e graça em meio às suas necessidades não satisfei¬tas. Lia agradeceu a Deus por seu precioso dom de ter filhos.
Para que você evite a muralha espiritual resultante das necessidades não satisfeitas, é essencial que você...
• Reconheça que Deus, e não seu marido, é sua fonte. Deus satisfaz as necessidades. Paulo escreveu: "E o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades." (Fp 4:19) Diga esta passagem muitas vezes em voz alta: "Meu Deus, se¬gundo a sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Je¬sus, cada uma de minhas vontades."
• Louve a Deus pelos bons dons que Ele lhe deu. Recuse-se a enfatizar o que falta. Tenha uma atitude de gratidão pelo que Deus lhe deu e irá dar. "Deus pode fazer-vos abundar em toda a graça, afim de que, tendo sempre, em tudo, am¬pla suficiência, superabundeis em toda boa obra." (2 Co 9:8) Lembre-se que toda a boa dádiva não vem como re¬sultado do que seu marido faz ou deixa de fazer. Toda boa dádiva vem de uma única fonte - o Senhor. "Toda boa dádiva e todo dom perfeito é lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação, ou sombra de mudança." (Tg 1:17)
• Recuse-se a construir muralhas espirituais quando não con¬seguir o que quer. Lembre-se que Deus satisfaz nossas ne¬cessidades, e não nossas vontades. Culpar a Deus por não ganhar o que quer revela um espírito interior de reclama¬ção e descontentamento. Novamente as Escrituras nos dá uma perspectiva de que necessitamos: "Digo isto, não por causa da pobreza, porque aprendi a viver contente em toda e qualquer situação. Tanto sei estar humilhado, como tam¬bém ser honrado; de tudo e em todas as circunstâncias já tenho experiência, tanto de fartura, como de fome; assim de abundância, como de escassez. Tudo posso naquele [Cristo] que me fortalece." (Fp 4:11-13)
• Ore e peça o que precisa. Primeiro, peça a Deus o que precisa. O que for da Sua vontade para você, no poder de Seu nome, isto Ele fará. "E tudo quanto pedirdes em meu nome, isso farei, a fim de que o pai seja glorificado no Fi¬lho. Se me pedirdes alguma cousa em meu nome, eu o farei." (Jo 14:13-14) Lembre-se que os maridos não lêem as mentes e geralmente não tem boa intuição para perce¬ber quais as necessidades das esposas. Quando você tiver uma necessidade, peça a ele. Se você precisar que ele ore por você, peça isto a ele. Não tenha medo dele dizer não. Mas mesmo que você peça, perceba que ele não é sua fon¬te, Deus sim. Se ele falhar em não conseguir satisfazer sua necessidade, seu Pai Celeste sabe de que você precisa e cuidará de você (Veja Mt 6:25-34).
***
Arrependendo-se da Muralha das Necessidades não Satisfeitas
Deus Todo Poderoso, eu tenho necessidades emo¬cionais, físicas, mentais e espirituais. Eu me ar¬rependo da dor que sinto quando meu parceiro não satisfaz todas as minhas necessidades ou até mesmo as necessidade que quero desespera¬damente que ele/ela satisfaça. Eu sei, Deus, que Tu és minha fonte, o rio de vida e cura para todas as partes da minha exis¬tência. Tudo que preciso Tu já sabes e Tu cuidas de mim.
Eu me arrependo de minhas vontades. Eu tenho desejos em minha carne que agora crucifico. Estou crucificada com Cristo. Não sou eu mais quem vivo, mas Cristo vive em mim. Ajuda-me, Pai, a compartilhar minhas necessi¬dades e dá ou meu parceiro a habilidade de sa¬tisfazer toda minha necessidade conforme sua capacidade. "Revela a mim os caminhos que que¬res que eu siga para que minhas necessidades sejam satisfeitas segundo Teus propósitos. Jesus, minha necessidade mais profunda do meu coração és Tu. Eu Te amo e Te desejo de todo o coração. Tu és meu primeiro amor e a paixão de minha vida. Cristo, pelo Teu poder eu derrubo a muralha de necessidades não satisfeitas e con¬fio em Ti para todas as coisas de que necessito na vida.
Amém
***
Em uníssono, leia em voz alta os seguintes versículos:
"Temei o Senhor, vós os seus santos, pois nada falta aos que o temem." Sl 34:9
"Então ele me disse: Minha graça te basta, porque o po¬der se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo." -2 Co 12:9
"Porque o Senhor teu Deus te abençoou em toda a obra das tuas mãos; ele sabe que andas por este grande deser¬to; estes quarenta anos o Senhor teu Deus esteve contigo; cousa nenhuma te faltou." -Dt 2:7
A MURALHA DOS DONS NÃO APRECIADOS
Hank sempre fez com que Victoria se sentisse inútil, principalmente na área de autoridade espiritual. Ele era sempre o que tinha dons espirituais. Ele era sempre o que tinha uma palavra de Deus. Ele era sempre o que ministrava.O papel de Victoria era permanecer calada na sombra, apoiando tudo o que ele dizia e fazia e nunca questionar suas diretrizes e decisões. Ele dizia que este relacionamento era bíblico. Ela se sentia como se estivesse alistado sem querer na marinha. Ele liderava o casamento e a família como se fosse o capitão de um navio e todos os que o aborreciam tinham que andar na pran¬cha!
A realidade era que Victoria tinha dons maravilhosos e valiosos. Entretanto, Hank se importava demais consigo mes¬mo e com o ministério para notar os dons da esposa ou apoiá-la. Quando Victoria finalmente veio para uma sessão de acon¬selhamento, seu valor próprio estava destruído.
Victoria continuamente usava seus dons de hospitalida¬de e administração para manter o lar e o ministério em ordem. Quando as pessoas ligavam sua casa para falarem com Hank e ele estava fora, Victoria as encorajava, confortava e aconselha¬va eficazmente. Geralmente seus conselhos eram tão bons que as pessoas nunca ligavam mais para Hank porque Deus satisfa¬zia suas necessidades através dos dons de Victoria.
Hank e Victoria oravam juntos mas ela achava que os momentos de oração eram insatisfatórios. Ele orava pelos dois e nunca pedia à ela que orasse por coisa alguma. Hank a trata¬va como se ela não tivesse nada a falar, nada por que orar e nada para oferecer.
Como cristãos, não somente temos a necessidade de re¬ceber, mas também necessidade de dar. E Hank abafava a ne¬cessidade de dar de Victoria. Entretanto, suas orações com ou¬tras pessoas eram eficazes, cheias de compaixão e exaltação. Parecia que todos sabiam como Victoria era espiritualmente dotada exceto seu próprio marido. Os outros apreciavam seus dons, mas ele nunca os notava.
Quando ela compartilhou sua frustração com seu marido, ficou aparente que a muralha dos dons não reconhecidos esta¬va firmemente erigida entra ela e seu marido. Sua importância não era apoiada pela pessoa que mais significava para ela. Como resultado, quando ele orava, ela não ouvia. Quando ela prega¬va, ela mentalmente redecorava a casa. Quando ele dava or¬dem, ela reagia com agressividade passiva. Ela passivamente se recusava a reagir ao seu controle como uma forma de revidar. Ela era como uma criança cujos pais a manda ficar num canto de castigo. Por fora a criança está de pé no canto, mas interior¬mente ela está assentada em rebeldia e ira. Exteriormente Victoria era uma esposa submissa, mas interiormente ela dei¬xou seu marido fora de sua vida.
Não reconhecer os dons espirituais do cônjuge causa o apagar do Espírito na vida daquela pessoa. Paulo escreve: "Não apagueis o Espírito" (1 Ts 5:19). Quando abafamos o fogo do Espírito fazemos com que a vida espiritual do casal esfrie. Se o seu marido não valoriza seus dons, você deve seguir alguns passos positivos para evitar a muralha dos dons não aprecia¬dos.
1. Continue a usar seus dons. A fonte e o surgimento dos dons vêm do Espírito Santo, não de seu marido (1 Co 12). Seja obediente ao Espírito quando ministra seus dons.
2. Seja guiada pelo Espírito. Não force seus dons no seu ma¬rido ou nos outros. Ouça a voz do Espírito.
3. Preste conta a um grupo de apoio espiritual. Ter um grupo pequeno de mulheres maduras com que você poderá orar e ministrar irá encorajá-la em seus dons e ministério.
4. Peça confirmação. Sempre que você usar um dom na com¬panhia de seu marido, peça confirmação a ele. Como? Diga simplesmente, "Eu estava usando o dom de (nome do dom). Você sentiu a presença e o poder de Deus?"
5. Louve verbalmente a Deus por seus dons. Deixe seu mari¬do ouvir seu testemunho e louvor pelo que o Espírito mi¬nistrou aos outros através de você.
***
Arrependendo-se da Muralha de Dons não Apre¬ciados
"Espírito de Deus, obrigada pelos talentos, habi¬lidades e dons que me deste. Sei que eles vêm de Ti e são usados para dar-Te glória. Eu confesso as vezes que busquei glória pelos dons que me deste e por ter esperado reconhecimento pessoal por estes dons. Eu me arrependo de ter dado sob condição ao invés de dar incondicio¬nalmente.
Eu me arrependo da dor, ira e amargura que senti por meu parceiro por não valorizar os dons que me deste. Eu Te dou toda a glória pelos dons, talentos e habilidades que tens usado para me abençoar na vida dele/dela. Jesus, eu amo os dons que o Espírito Santo depo¬sitou em minha vida e agora me comprometo a usá-los para o bem dos outros e não porque que¬ro reconhecimento.
No nome de Jesus, eu removo a muralha de dons não apreciados , compreendendo que quando eu ministro Teus dons, Tu irás receber toda a glória e honra. No precioso nome de Jesus.
Amém
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Leia em uníssono com seu marido estas verdades:
"Ora, os dons são diversos, mas o Espírito é o mesmo. E também há diversidade nos serviços, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade nas realizações, mas o mesmo Deus é quem opera tudo em todos. A manifestação do Espírito é concedida a cada um, visando a um fim provei¬toso." 1 Co 12:4-7
A MURALHA DO SACRIFÍCIO NÃO RECONHECIDO
Após viverem anos numa casa cara na cidade, seu marido insistiu em se mudar para outro país. Ele não tinha certeza de onde exatamente deveriam morar naquele novo país, então ele carregou a família de lá para cá procurando um lugar onde pudesse morar.
Entretanto, nada parece estar à altura dele. Ela se mudou várias vezes. Deixou sua família, as tradições religiosas, seu lar, seu estilo de vida para irem de cidade a cidade procurando um lugar para morar.
Seu marido, além de ser indeciso, era muito exigente. Não tinham mais idade de terem filhos, mas ele queria começar uma família. Ela simplesmente riu, sentindo que tais desejos da par¬te dele eram absurdos.
O marido era Abraão e a sua esposa, Sara. Um estudo das narrativas de Gênesis revela que enquanto Sara fazia sacri¬fícios tremendos e tinha de seguir Abraão - que seguia um Deus invisível de quem Sara nunca tinha ouvido falar - Abraão rara¬mente demonstrava algum carinho por ela. Podemos protestar que em sua cultura as mulheres eram tratadas como uma pro¬priedade e assim ele poderia ser desculpado. Mas a falta de consideração pelos sacrifícios nunca pode ser desculpada, não importa a cultura ou época da história.
Como um marido que tentou penhorar a própria esposa para o faraó para salvar sua pele, Abraão nunca pode ser con¬siderado um marido exemplar. Na realidade, muitos dos heróis na Bíblia eram um fracasso como maridos e pais. Alguns dos exemplos notáveis de fracasso são: Samuel, Eli, Davi e Salomão. Lembre-se que Bateseba sacrificou seu marido, reputação e estilo de vida simples para enfrentar a montanha-russa de um relacionamento com Davi e todas as suas outras esposas e fi¬lhos - sem mencionar as intrigas da corte para matar Bateseba e Davi. Então, os exemplos bíblicos de maridos santos são raros. Talvez Isaque, José e Boás estivessem entre os poucos qua¬lificados como líderes-servos espirituais em seus lares.
Todos os homens são essencialmente inaptos no que diz respeito ao desenvolvimento de um caminhar espiritual e deci¬dido e de uma vida de oração com as esposas? Não necessari¬amente, mas a história nos dá poucos exemplos bíblicos de homens de Deus que foram também bons maridos e pais. Tal¬vez o exemplo mais importante fosse José, o pai de Jesus. Mes¬mo assim ele considerou esconder Maria para que não passas¬se vergonha (ou provavelmente para salvar a vida dela) quan¬do ele descobriu que ela estava grávida. Ele não se importava com o fato de que ela teria de enfrentar a vergonha de ser uma mãe solteira? Mas como alguém evita a construção de uma muralha de sacrifícios não reconhecidos se for casada com um Davi ou com um Abraão? Eis aqui algumas poucas chaves para evitar a muralha do sacrifício não reconhecido:
• Enxergue seus sacrifícios com dons. Nunca dê sem prazer ou sem vontade. O ato sacrificial de dar que não envolva a alegria transforma o sacrifício em obrigação e serviço involuntário. Quando Paulo afirma que "Deus ama a quem dá com alegria," ele não está limitando sua exortação a dar dinheiro mas está indicando qualquer semente que é semeada na obra de Deus (2 Co 9:6-15). Qualquer coisa que você semear sacrificial e alegremente na vida de seu marido, você colherá louvor e glória a Deus.
• Peça reconhecimento quando precisar. O reconhecimento espontâneo vindo de seu marido seja talvez o que você precisa, mas talvez seja também uma realidade muito dis¬tante. Se este for o caso, peça reconhecimento e confirma¬ção quando você precisar. Ore para que seu marido entenda a mensagem e receba uma forte dose de convicção do Espírito Santo para que ele aprenda como agradá-la no futuro.
• Evite provocar uma reação negativa em seu marido. Algu¬mas esposas preferem reações negativas a nenhuma rea¬ção. Como resultado, elas param de se sacrificar ou dar na esperança de que seu marido finalmente notará ou talvez reclamará. Atenção para este aviso: Nunca busque uma reação negativa como um substituto para a edificação. Deus sempre a valorizará. Se seu marido se recusar a notar, vá até o seu noivo - Jesus.
***
Arrependendo-se da Muralha de Sacrifícios não Reconhecidos
Senhor, sei que Teus sacrifícios na cruz por mim superam. qualquer sacrifício que eu faça por Ti ou no serviço aos outros.
Eu me arrependo pelos sentimentos negativos e ofensas causados quando meu parceiro não re¬conheceu meus sacrifícios feitos por nosso casa¬mento.
Eu peço perdão a Ti e ao meu marido por guar¬dar sentimentos negativos quando não recebi reconhecimento.
Jesus, Teu sacrifício na cruz é tudo para mim. Como desejo ter comunhão em Teus sofrimentos, considerando que meus sacrifícios e feitos não são nada comparados a Ti. Ajuda-me a ser sen¬sível e grata quando os outros fazem sacrifícios por mim. Dá a meu marido a habilidade de notar e reconhecer os sacrifícios que eu faço em nosso casamento. Quando ele notá-los, encha-me de louvor por Ti. E quando ele não notar, ainda assim, encha-me de louvor a Ti. Em tudo, Jesus, Te louvo.
Amém
***
Em uníssono, diga estes versículos em voz alta com seu cônjuge:
"... Para o conhecer e o poder da sua ressurreição e a comunhão dos seus sofrimentos, conformando-me com ele na sua morte, para de algum modo alcançar a ressur¬reição dentre os mortos. Não que eu o tenha já recebido, ou tenha já obtido a perfeição; mas prossigo para con¬quistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus." Fp 3:10-12
MURALHAS NA PERSPECTIVA DO MARIDO
Jim e Lillian nunca foram ao meu gabinete para aconse¬lhamento, mas freqüentemente iam à nossa casa para comer uma sobremesa depois do culto. Jim adorava jogar golfe. Uma manhã durante um jogo ele começou a se abrir sobre suas frus¬trações com Lillian.
"O que faço com uma esposa que precisa de tudo, a toda hora?" Jim perguntou com um suspiro.
"Como assim?" eu respondi, imediatamente sabendo que tínhamos mudado do assunto de golfe para aconselhamento.
"Ela diz que não satisfaço suas necessidades. Ela quer dizer necessidades emocionais e espirituais. O sexo anda bem, eu acho," Jim refletiu.
"Que necessidades ela menciona?" eu perguntei.
"Ela nunca é muito específica, exceto quando diz que eu não oro com a mesma intensidade que ela. Ela espera que eu dê a ela minha total atenção quando chego do trabalho, mas eu preciso de alguma privacidade. Quando chego em casa es¬tou acabado mas ela está ouvindo músicas cristãs e orando. Tudo o que eu queria era de um pouco de privacidade, paz e tranqüilidade e alguma diversão como ver televisão ou assistir a um vídeo."
Lillian estava sufocando Jim com suas necessidades. E quanto mais ele se retraía, mas insistente ela se tornava em re¬lação ao tempo que Jim gastava com ela. Na realidade, Jim estava encontrando razões para ficar até mais tarde no traba¬lho, para arrumar compromissos para depois do trabalho e ir à reuniões à noite somente para evitar Lillian. "Ela não sai da minha cola por nada!" ele confessou.
A confissão de Jim é muito parecida com a daqueles ou¬tros maridos que descobriram que as muralhas das necessida¬des não satisfeitas, mágoas não curadas e ofensas não arrependidas aumentam a distância espiritual entre eles e suas esposas. Eis alguns comentários mais comuns que ouço os ho¬mens fazerem:
• Minha mulher é exigente. Não importa o quando eu faça para ela, ela sempre quer mais.
• O tanque emocional dela está sempre vazio toda manhã, não importa o quanto compartilhamos no dia anterior.
• Se eu deixar de orar com ela ou ler a Bíblia um só dia, é como se tudo o que fizemos anteriormente fosse por água abaixo.
• Não consigo me sair bem. Quanto mais eu tento satisfazer suas necessidades, mais sou criticado.
• Ela diz que eu nunca noto o que ela faz. Será que devo notar sempre que ela muda os móveis de lugar? Eu gosto do que ela faz mas não gosto de ter que reparar tudo.
• Ela chora por qualquer motivo. Ela sempre fala sobre o quanto ela abriu mão das coisas para apoiar a mim e às crianças.
• Eu sei que ela quer ter um ministério na igreja além de ser simplesmente uma esposa, eu não sei o que ela quer fazer.
• Quando conseguimos decidir uma forma de orar e fazer nossa meditação juntos, ela compra um livro novo ou ouve a respeito de uma nova forma de compartilhar. Eu estou cansado de suas artimanhas.
Quase sem exceção, os homens dizem que há duas res¬postas que eles odeiam que suas esposas dêem:
1 - Quando o homem pergunta à sua esposa: "O que você quer que eu ore?", e recebe a resposta: "Nada. Está tudo bem." Logo em seguida dá um sermão no marido por não satisfazer as suas necessidades.
2 - Quando o marido elogia seus dons e reconhece seus sacrifícios e ela responde: "Não fiz nada de mais."Tal comentá¬rio não só desvaloriza a mulher como também o apoio dele.
A PERSPECTIVA DO NOIVO
A vida de Jesus foi cercada por mulheres que tinham ne¬cessidades não satisfeitas, dons não apreciados e sacrifícios não reconhecidos. A necessidade de amor de Maria Madalena a levou a prostituição antes de conhecer Jesus. A mulher no poço teve uma necessidade parecida antes de beber da água viva de Jesus. Maria e Marta tinham dons especiais que usavam para ministrar a Jesus. Ninguém mais naquela época, a não ser Je¬sus, fez amizade exaltando mulheres como Maria e Marta. E o que dizer de Maria, mãe de Jesus? Ela sacrificou tudo, até mes¬mo foi exortada por seu Filho, para ser a mãe de Jesus. Seu sacrifício parece não ter sido totalmente reconhecido pelos dis¬cípulos e seguidores de Jesus até talvez após a ressurreição quando ela estava dentre os cento e vinte sentados no salão do Pentecoste.
Jesus valorizou, apreciou e reconheceu as mulheres. Elas O seguiram e ministraram a Ele. Em compensação, Jesus geral¬mente ministrava às mulheres de forma singular e nada tradici¬onal naquela época. Ele transformou a perspectiva dos homens em relação às mulheres; ao invés de propriedade elas se torna¬ram pessoas amadas e apreciadas por Deus. O Noivo buscou satisfazer as necessidades das mulheres e as histórias, milagres e narrativas sobre o ministério de Jesus como as mulheres en¬chem os Evangelhos. Aqui estão algumas amostras, com ob¬servações sobre cada passagem:
• A encarnação, anúncio do nascimento e dedicação no tem¬plo enfatizam a fé e obediências de mulheres - Isabel, Ma¬ria e Ana, a profetiza (Lc 2).
• A sogra de Pedro tinha o dom da hospitalidade. Quando ela ficou doente, Jesus a curou com um toque (Mt 8:14; Mc 1 :29; Lc 4:38).
• Quando a mulher com a hemorragia se arrastou na multi¬dão para tocar a beirada do manto de Jesus, Ele reconhe¬ceu a sua fé dizendo: "Tem ânimo, filha, a tua fé te salvou." (Mt 9:22; Mc 5:25-34; Lc 8:43-48)
• Quando uma mulher gentia, que não tinha o direito de fa¬lar com um profeta judeu, se aproximou de Jesus para pedi-Lo que curasse sua filha, ele não a admoestou mas tam¬bém viu seu coração de fé e a honrou dizendo: "O mulher, grande é a tua fé: seja isso feito para contigo como tu dese¬jas." (Mt 15:28; Mc 7:24-29)
• Jesus reconheceu o dom de adoração de uma mulher que ungiu Seus pés com perfume e os lavou com suas lágrimas e cabelos (Lc 7:38).
• Jesus escolheu ficar na casa de Maria, Marta e Lázaro quan¬do estava perto de Jerusalém. Ele ministrava às suas neces¬sidades de adorá-Lo e servi-Lo. Jesus apreciou a adoração de Maria e ensinou a Marta como compreender o relacio¬namento entre serviço e adoração (Lc 10:38-41).
• Jesus exaltou as esposas e dignificou sua posição no casa¬mento quando Ele exorta os homens judeus que achavam que era fácil se divorciarem de suas esposas (Mt 19:3-12).
• Na vida da viúva, Ele reconheceu o dom de dar que em muito excedia os dos homens no Templo (Mcl2:41-44; Lc 21:1-4).
• Jesus quebrou a tradição judaica e teve uma conversa soli¬tária com uma mulher samaritana. Ele reconheceu sua ne¬cessidade de Deus e de amor. Um dos diálogos espirituais mais longos entre Jesus e outra pessoa durante Seu minis¬tério foi este com a mulher no poço (Jo 4).
• Quando Lázaro morreu, Jesus ministrou especificamente à necessidade de conforto na tristeza de Marta e Maria e com¬partilhou profundas verdade com elas sobre vida eterna e ressurreição (Jo 11).
• A primeira aparição de Jesus após a ressurreição não foi para os homens e sim para as mulheres (Mt 28:1-10). E é para Maria Madalena - e não para os discípulos - que Ele aparece no jardim imediatamente após Sua ressurreição. Ele as conforta em sua dor (Jo 20:10-18).
• No dia de Pentecostes, quando o Espírito Santo veio para batizar e capacitar a igreja primitiva, as mulheres tomaram seus lugares orando e aguardando junto com os homens. "E todos estes perseveravam unanimemente em oração e súplicas, com as mulheres, e Maria mãe de Jesus, e com seus irmãos." (At 1:14)
As mulheres são parte integrante do ministério de Jesus assim como na vida da igreja primitiva. O Noivo satisfaz as ne¬cessidades das mulheres, aprecia seus dons e reconhece seus sacrifícios.
Algumas vezes, Jesus será mais do que um marido do que o homem de carne e osso com quem se casou. E mesmo que seu marido satisfaça suas necessidades de forma maravi¬lhosa, somente o Noivo pode e irá satisfazer todas as suas ne¬cessidades.
Cristo tem sensibilidade em relação às suas necessidades de forma que nenhum ser humano terá. Mas seja encorajada assim como Davi se encorajou no Senhor (1 Sm 30:6). Tenha esperança nisto: O mesmo Jesus que tocou e ministrou às mulheres nos Evangelhos habita agora nos maridos nascidos de novo para que eles tenham poder e potencial para ministrar a você assim como Ele faz (Veja 1 Co 3:16-17). Ore assim:
Jesus, pelo Teu Espírito, capacita meu marido a me tratar como Tu o fazes, para satisfazer mi¬nhas necessidades como Tu o fazes, para apreci¬ar meus dons como Tu o fazes e para reconhecer meus sacrifícios como Tu o fazes.
Amém
SE AS MURALHAS EXISTEM, COMO COMEÇAR A DERRUBÁ-LAS?
Há várias coisas que você pode fazer para começar a der¬rubar a muralha espiritual de necessidades não satisfeitas, dons não apreciados e sacrifícios não reconhecidos:
1. Passe pelo menos trinta minutos por dia compartilhando com seu marido. Nada de televisão ou outras distrações. Nenhuma interrupção é permitida. Nada de tentar resolver problemas, reclamar ou criticar. Vocês podem se incentivar e compartilhar necessidades de oração, sem discutir, brigar ou diminuir o outro. Você pode passar trinta minutos posi¬tivos com seu marido por dia?
2. Façam uma lista de necessidade de oração para o outro orar. Atualize-a regularmente conforme compartilharem as necessidades um com o outro. Escreva as respostas de Deus para suas necessidades. Mantenha a lista em suas Bíblias, carteiras ou bolsas. Compartilhe um com o outro o louvor a Deus pelo o que Ele tem feito em suas vidas. Uma forma que Judi e eu usamos para que saibamos a necessidade um do outro é escrevendo versículos e frases com nossas necessidades no espelho do banheiro com uma canetinha que pode ser apagada. Toda vez que faço a barba ou ela coloca a maquiagem vemos a Palavra e as necessidades do outro para que possamos orar.
3. Perdoe. Perdoe seu marido por não satisfazer suas necessi¬dades. Aquelas que ele consegue satisfazer mas não o faz. Se você não consegue pedir perdão em voz alta para seu marido, escreva sua expressão de perdão para que ele pos¬sa lê-las várias vezes. Peça que ele faça o mesmo para você - perdão por suas ofensas contra você.
4. Peça perdão. Peça perdão a ele por não satisfazer aquelas necessidades que você pode satisfazer mas não o faz. Algu¬mas vezes é mais fácil pedir perdão do que perdoar. Mas quando a dor do pecado se torna maior do que o medo da revelação do pecado, você irá confessar e pedir perdão. O Espírito Santo continuará a trabalhar em você, convencen¬do-a do pecado até que se arrependa e confesse (Veja Jo 16).
5. Seja realista. Nenhum ser humano jamais conseguirá satis¬fazer todas as necessidades de outro ser humano. Quando tentamos fazer isto, o relacionamento se torna dependente ou co-dependente, com uma pessoa usando e abusando da outra. Seu cônjuge não pode satisfazer suas necessida¬des de relacionamento e amizade. Algumas de suas neces¬sidades terão de ser adequadamente satisfeitas por outros cristãos.
Uma querida amiga minha, Dra. Marylea Henderson, há mais de três décadas vem aconselhado mulheres nos cen¬tros de ajuda às mulheres que ficam em campus universitá¬rios. Como conselheira adjunta em nosso quadro de funci¬onários da igreja, ela freqüentemente faz supervisão de con¬ferências onde avaliamos nossas experiências em aconse¬lhamento. Marylea trabalha especificamente com mulheres que passam por separação, divórcio, morte do cônjuge ou deficiência física. Ela mesma se divorciou muitos anos an¬tes de um marido violento e alcoólatra e nunca mais se ca¬sou novamente. Há décadas que ela ouve e aconselha uma corrente sem fim de mulheres feridas por dolorosas crises em suas vidas.
Em uma das sessões de supervisão, eu perguntei a Marylea: "O marido e a esposa deve satisfazer pelo menos metade das necessidades do outro no casamento?" "Não", ela rapidamente retrucou, "devem satisfazer as ne¬cessidades tendo como base a totalidade delas. Em outras palavras, ambos devem buscar satisfazer as necessidades do outro usando 100 por cento de suas habilidades." "Então é possível satisfazer todas as necessidades do ou¬tro?" perguntei.
"De forma alguma. O que a esposa deve saber é que o marido está dando o que há de melhor nele para ela. Mas este melhor nunca irá satisfazer todas as suas necessidades de relacionamentos significativos. Na melhor das hipóte¬ses, ele irá satisfazer metade ou dois terços de suas necessi¬dades. Ele também precisa de uma rede de amigos que irão satisfazer suas outras necessidades. A esposa nunca deve esperar que seu cônjuge satisfaça todas as suas neces¬sidades."
6. Encontre outras pessoas para orar com você. Nossa neces¬sidade de orar com outra pessoa somente irá ser satisfeita parcialmente quando oramos com nosso cônjuge. Também precisamos de amigos para orar conosco em grupos nas casas, reunião de oração, cultos de adoração e por telefo¬ne. Entretanto, quero dar um alerta sobre isto: Quando se¬lecionamos um parceiro de oração, devemos sempre esco¬lher um parceiro do mesmo sexo. Se uma mulher escolher um parceiro do sexo oposto que não seja seu marido, os perigos de transferência de sentimento surgem e podem levar a comportamentos e emoções inadequados e imo¬rais.
O marido de Joan era quieto e reservado. Ele orava silenci¬osamente com ela mas nunca em voz alta. Mas Joan parti¬cipava de um grupo de oração no trabalho que envolvia homens e mulheres.
Algumas vezes, o grupo se dividia em pares e um orava pelo outro. Joan geralmente orava com Jeff, que facilmen¬te orava em voz alta e parecia saber exatamente as palavras certas para orar pelas necessidades dela. Cada vez mais Joan compartilhava necessidades íntimas de sua vida quando ela e ele oravam juntos.
Após algum tempo, eles ocasionalmente almoçavam jun¬tos para compartilhar preocupações pessoais e familiares. Ambos tinham motivos puros. Ambos amavam a Deus. Mas uma ligação emocional começou a se desenvolver entre eles que os levou a uma relação profunda de adultério. Ambos se divorciaram de seus cônjuges e se casaram. Você pode acreditar que isto nunca acontecerá com você. Não se engane. Qualquer um pode ser tentado e ceder à tentação. Recuse-se a se colocar numa situação ou relacionamento que comprometa seu relacionamento com Deus ou com seu cônjuge.
Ore a seguinte oração em voz alta:
Senhor Jesus, obrigada por conhecer e satisfa¬zer todas as minhas necessidades. 'Dá-me um co¬ração agradecido pelas necessidades que meu ma¬rido satisfaz e graça por aquelas necessidades que ele não consegue satisfazer.
Amém
Em resumo, as perspectivas espirituais para se quebrar a muralha espiritual das necessidades não satisfeitas neste capí¬tulo são:
• Sua fonte é Jesus Cristo - somente Ele pode satisfazer suas necessidades.
• Renda suas vontades e busque a Deus em suas necessida¬des.
• Peça seu marido aquilo que você necessita e convide-o a compartilhar suas necessidades com você.
• Agradeça por aquelas necessidades que seu marido satis¬faz e dê as que não são satisfeitas ao Senhor.
• Desenvolva uma rede de amigos cristãos que possam orar com você em grupos nas casas, adoração, reunião de ora¬ção e por telefone.
• Recuse-se a deixar que suas necessidades não satisfeitas se tornem uma muralha entre você e seu marido.
Permitir que a ira ou frustração contamine suas necessi¬dades não satisfeitas, dons não apreciados e sacrifícios não re¬conhecidos pode resultar em muralhas amargas entre você e seu marido. No próximo capítulo, descreveremos as muralhas de mágoas não saradas, ira não resolvida e ofensas não arrependidas. Prepare-se para permitir que Aquele que cura sare seu coração ferido.
Jesus, sempre que tiver necessidades não satis¬feitas, dons não apreciados e sacrifícios não re¬conhecidos, encha-me com sabedoria para que eu Te busque. Guarda meu coração e boca com a Tua Palavra. Dá-me as palavras certas para falar com meu marido para que ele entenda mi¬nhas necessidades. Obrigada, Senhor, por ser minha fonte.
Amém
***
Faz, Ó Senhor, com que tomemos mais cuidado com nosso mau-humor e sentimentos impuros; remova tudo o que há em nós que possa ser pe¬dra de tropeço para outros; para que, conforme obedeçamos à Sua vontade nas pequenas coisas, possamos esperar Sua proteção e ajuda para pas¬sarmos com segurança pelos grandes perigos e provações aos quais estamos expostos.
Christian Rossetti
Século XIX d.c.
***
DERRUBANDO AS MURALHAS ESPIRITUAIS DE...
5. MÁGOAS NÃO SARADAS, IRA NÃO RESOLVIDA E OFENSAS NÃO ARREPENDIDAS
A MURALHA DAS MÁGOAS NÃO SARADAS
As mágoas que Mônica sentia eram somente indireta¬mente relacionadas a seu marido, Al. Ele não havia causado as mágoas, mas a igreja tinha. Eles freqüentavam a mesma igreja durante os sete anos de casamento. Era a igreja dele, com seus pais, seus parentes e suas tradições.
Mônica havia sido uma estranha desde o princípio. Ela vinha de uma igreja parecida, então achou que compreende¬ria a igreja de Al. O que ela entendia era o ensino, estilo de adoração e as doutrinas. Mas ela não havia aprendido como seriam complexos e difíceis os relacionamentos numa igreja familiar.
Algumas das mulheres da igreja fofocaram sobre ela des¬de o princípio. Suas roupas, casa, casamento e maternidade estiveram sob a vigilância e crítica tanto dos parentes quanto dos membros da igreja. Tantas coisas dolorosas foram ditas que Mônica ficava anestesiada quando ia à igreja. Ela não apro¬veitava nada da adoração e agüentava firme até o final do culto. Na maioria dos domingos ela corria do culto até o berçá¬rio para pegar Joshua e Benjamin, e ia rapidamente para o carro, evitando contato com o maior número de pessoas possí¬vel. Claro, isto servia para mais assunto de fofoca.
Al era diácono na igreja e professor de escola dominical de adolescentes. Todos diziam à Mônica como ela tinha a sorte de ter um marido de Deus. Todos sentiam que Al havia se ca¬sado com alguém inferior a ele e faziam questão de deixar Mônica saber o que achavam. A muralha de mágoas surgiu a ponto de Mônica se sentir enojada quando ele orava com ela ou lia a Bíblia para os filhos. Tudo o que a fazia lembrar a igreja era repulsivo. Al também se sentia magoado com a reação dela e finalmente desistiu de tentar. Ambos precisavam desesperadamente crescer juntos espiritualmente mas a muralha das mágoas da igreja ficou impenetrável.
As mágoas surgem de várias feridas diferentes. As feridas religiosas em particular podem acabar com a vida de oração de um casal. As mágoas que surgem do legalismo, atitudes crí¬ticas e tradicionalismo rígido sufocam tanto o Espírito de Deus quanto a oração.
Mas é claro que as mágoas emocionais e físicas também constroem uma muralha espiritual entre os cônjuges que so¬mente o bálsamo de Gileade pode curar.
UMA MULHER APRISIONADA PELAS MURALHAS DA MÁGOA
Ela buscou em vão o amor em seis homens diferentes e encontrou a mágoa e a rejeição em cinco. O homem com quem vivia agora não a tomou como esposa. Ele também a estava magoando simplesmente por usá-la?
Ela havia estudado religião. Ela ouviu as tradições de seus ancestrais que permaneceram em Judá depois que a Babilônia exilou a nata da sociedade judaica na Mesopotâmia. Aqueles deixados para trás para traçar sua existência numa terra devas¬tada estavam pobres, doentes, machucados e eram os rejeita¬dos da sociedade judaica. Deste entulho humano surgiu um grupo híbrido de pessoas conhecidas como os samaritanos. Eles se casaram com pagãos. Eles tentavam adorar a Deus de formas diferentes da Torá porque não havia templo, sacerdó¬cio e sacrifício deixados ali na terra.
Quando Neemias se recusou a deixar os samaritanos aju¬darem com a reconstrução do templo de Jerusalém, eles segui¬ram suas próprias observâncias religiosas em Samaria. No monte Gerizim, os samaritanos construíram um templo rival ao templo de Zorobabel, que havia sido construído em Jerusa¬lém quando os judeus voltaram a Jerusalém e reconstruíram as muralhas sob a supervisão de Neemias. Eles criaram seu próprio sacerdócio e leis religiosas em competição com os ju¬deus.
Esta mulher samaritana havia herdado um passado cheio de mágoas religiosas que passaram de geração para geração. Ela viveu uma mágoa atrás da outra, afligida por uma suces¬são de homens que a rejeitaram. Seu caminho solitário até o poço deve ter indicado que as outras mulheres da vila a execravam e a deixavam no ostracismo. Suas mágoas não sara¬das a deixaram desconfiadas, dogmática, cética, solitária e seca. Mas agora a estação de seca de sua vida está chegando ao fim com o encontro com Aquele que revelaria a fonte da água viva.
A mulher tinha se tornado um deserto. Jesus falou ao seu espírito seco e árido desta forma: "Quem beber desta água tor¬nará a ter sede; aquele, porém, que beber da água que eu lhe der, nunca mais terá sede, para sempre; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna." (Jo 4:13-14)
O mais interessante é que a mulher respondeu pronta e desesperadamente: "Senhor, dá-me dessa água para que eu não mais tenha sede, nem precise vir aqui buscá-la." (Jo 4:15)
Revelando sua necessidade, a mulher não está pronta para enfrentar a realidade de sua muralha espiritual de mágoas não saradas.
Você já notou que os problemas e discussões com uma pessoa nunca são de fato o problema real? Geralmente acha¬mos que precisamos resolver um problema quando um mais profundo clama por uma solução.
O mesmo aconteceu com esta mulher samaritana. O pro¬blema não tinha nada a ver com samaritanos e judeus ou an¬cestrais e poços. Ao contrário, o problema era mais profundo nesta mulher - seu poço interior estava seco e sua alma ressecada pelos ventos destruidores da mágoa e dor.
Jesus está pronto para derramar uma corrente fresca em sua vida para expor suas mágoas e curar sua dor.
DERRUBANDO A MURALHA DE MÁGOAS NÃO SARADAS
Jesus ajudou a mulher samaritana a derrubar sua mura¬lha de mágoas não saradas com a verdade e a compaixão -falando a verdade em amor. O Médico dos Médicos tratou de suas mágoas não saradas...
1. Confrontando a dor. Antes de uma mágoa ser curada, a dor deve ser reconhecida e admitida.
2. Enfrentando a realidade. A negação geralmente deixa as mágoas intocadas e conseqüentemente não saradas. Não podemos correr da verdade.
3. Descrevendo a mágoa. Jesus descreve corretamente as si¬tuações nas quais a mulher foi magoada.
A oração é uma ferramenta eficaz usada pelo Espírito de Deus para nos ajudar na cura. Assim como a mulher samaritana conversou com Jesus e tratou de suas mágoas não saradas, da mesma forma podemos ter comunhão com Ele e orar através de nossa dor. Como? Vá para a Palavra de Deus que cura.
Leia os Salmos. Marque todos os lugares que fala do con¬solo, cura e perdão de Deus. Sublinhe cada lugar que fala so¬bre aflição, mágoa e dor. Leia diariamente pelo menos uma passagem sobre aflição e uma sobre cura, sabendo que Deus entende sua mágoa e deseja curar e restaurar você.
Os maridos e as esposas podem começar a derrubar a muralha espiritual de mágoas não saradas identificando pri¬meiramente a dor profunda nas memórias cauterizadas dos eventos dolorosos. Depois eles podem ir à Bíblia para recebe¬rem o bálsamo curador da Palavra e Espírito de Deus para suas vidas.
O confronto da realidade da mulher samaritana feita por Jesus foi a Sua afirmação, "Vai, chama teu marido e vem cá." (Jo 4:16)
Ele observou através de suas perguntas religiosas e atitu¬de defensiva que a verdadeira dor estava abaixo da superfície. Ele confrontou a causa da dor - rejeição. As muralhas de má¬goas emocionais emergem rapidamente da rejeição. Os cônju¬ges experimentam a rejeição um do outro de várias formas. Mas a despeito das razões e circunstâncias, a rejeição geralmente coloca uma muralha espiritual entre os cônjuges.
Um outro tijolo da muralha de mágoas não saradas é a invasão, que ocorre quando um cônjuge invade os limites do outro cônjuge. Por exemplo, o marido insiste em fazer algo a seu modo e passa por cima dos sentimentos, pensamento, opi¬niões e desejos da esposa como um rolo compressor. Quando Gary Smalley reflete sobre este tipo de mágoa, ele aconselha, "Peça permissão para entrar no espaço de alguém." 1 Quando um cônjuge viola 1 Coríntios 13:5 e insiste em fazer as coisas a seu próprio modo, a mágoa aparece e as muralhas espirituais são erigidas.
Uma muralha espiritual de mágoas não saradas pode tam¬bém ser causada pela indiferença, falta de atenção e negligên¬cia. A esposa pode entender que seu marido é indiferente às suas necessidades físicas, emocionais ou espirituais. Ela pode desejar orar ou buscar a Deus, mas ele não demonstra interes¬se algum em seus desejos espirituais. Ele não lhe dá atenção, não a valoriza ou sequer ouve quando os assuntos espirituais são discutidos. Ele negligencia até mesmo as disciplinas mais simples como agradecer antes das refeições ou ir aos cultos com ela. Quando uma esposa é espiritualmente magoada no início de seu casamento, ela pode se retrair, parando de buscar a Deus com seu marido.
Finalmente, o legalismo pode construir uma muralha qua¬se impenetrável entre os cônjuges. Se o marido ou a esposa tem uma religião estritamente legalista que está pronta para jul¬gar e tardia em perdoar, o cônjuge que quebrar as regras é se¬veramente exortado pelo cônjuge legalista. A exortação severa de crítica e julgamento fere espiritualmente quem viola as re¬gras. Como resultado, o cônjuge legalista geralmente lembra o culpado de seus pontos fracos e fracasso sem nunca perdoar, apoiar ou edificar o outro. Tal legalismo destrói a importância espiritual daquele que é constantemente acusado. Devemos tomar cuidado para não cairmos nas mãos do acusador. Não somos Deus e conseqüentemente não somos juiz ou legislador. Jesus nos admoesta severamente: "Não julgueis, para que não sejais julgado." (Mt 7:1) Paulo nos encoraja dizendo: "Agora, pois, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus." (Rm 8:1)
Quaisquer que sejam as causas das barreiras espirituais de mágoas não saradas, o bálsamo curador vem do exemplo de Cristo em João 4 com a mulher samaritana. Ele não só a ajuda a identificar sua dor mas também lhe diz como encon¬trar as águas vivas que curam. Você pode seguir Seu modelo orando durante o derrubar de suas próprias mágoas e depois orar as mesmas orações em voz alta para que seu marido a ouça.
• Confronte a dor.
• Enfrente a realidade.
• Descreva a dor.
Quando você admitir sua dor, estará pronta para se arre¬pender e perdoar. O arrependimento e a confissão significam que você deixou para trás a dor passada e se recusa a sentir a mesma dor. Jesus leva a sua dor para a cruz.
"Certamente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores le¬vou sobre si; e nós o [Cristo] reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido." (Is 53:4) Quando Ele toma sobre Si a nossa dor em arrependimento e confissão, Jesus nos cura, "...e por suas pisaduras fomos sarados." (Is 53:5)
***
Arrependendo-se da Muralha de Mágoas não Saradas
Senhor, meu cônjuge me magoou. Cura minhas mágoas. Sara meu coração partido. Livra-me de todas as mágoas não saradas de meu passado. Apaga a memória de minha mente e a dor do meu coração.
Eu Te peço que me perdoe de qualquer mágoa que eu possa ter causado a meu cônjuge. Peço o perdão dele (dela) também.
Senhor Jesus, peço o bálsamo de Gileade sobre as mágoas emocionais, físicas, mentais e espirituais e recebo toda a libertação que Tua cura traz. Deposito minha mágoa, dor, pesar, ressentimen¬to e tristeza aos pés da cruz e recebo a cura, pois por Tuas pisaduras sou sarada. Por Tuas pisaduras meu cônjuge é sarado. Tu declaro que a muralha de mágoas não saradas está sendo levada pelo sangue de Jesus Cristo.
Amém
***
Declare estes versículos juntos como casal:
"Enviou-lhes [Deus] a sua palavra e os sarou, e os livrou do que lhes era mortal." Sl 107:20
"O Senhor veio salvar-me, pelo que, tangendo os instru¬mentos de cordas, nós o louvaremos todos os dias de nossa vida na casa do Senhor." Is 38:20
"Mas ele foi transpassado pelas nossas transgressões, e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sara¬dos." Is 53:5
"...carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madei¬ro, os nossos pecados, para que nós mortos aos pecados, vivamos para a justiça, por suas chagas fostes sarados." 1 Pe 2:24
DERRUBANDO A MURALHA DE IRA NÃO RESOLVIDA
Vez ou outra Bill tinha prometido a Tommie que mu¬daria. Ele prometeu orar e meditar com ela. Ele tam¬bém prometeu se envolver mais na ministração do seu peque¬no grupo e no ministério de casais da igreja com Tommie.
Por algum tempo, Bill cumpria suas promessas com força total. Mas após alguns meses, ele caía novamente em seu antigo padrão. Numa sessão de aconselhamento, Tommie compar¬tilhou suas frustrações.
"Bill está sempre prometendo um compromisso mais pro¬fundo com o Senhor e mais envolvimento no serviço de Cristo mas quebra continuamente suas promessas. Depois, após nos comprometermos com o ministério da igreja, eu me vejo dan¬do desculpas por ele não estar presente. E muito embaraçoso e estou farta disto," Tommie confidenciou.
Bill compartilhou sua perspectiva: "Quero agradar a Tommie mas me envolvo com outras coisas e perco o interesse nas coisas da igreja. Além disto, me sinto melhor trabalhando com um outro casal do que em um grupo. Eu não gosto de contar meus problemas e ouvir os problemas dos outros."
O padrão de Bill em ajudar Tommie fazendo promessas de mudança e depois quebrando seus compromissos semanas ou meses mais tarde tem sido uma fonte de constante mágoa para Tommie. Este padrão não se repetia somente nos assuntos espiri¬tuais mas também em outras áreas do seu casamento. A decep¬ção constante resultou numa ira crescente dentro de Tommie que nunca mais se resolveu. As mágoas contínuas que se repetiam construíram uma muralha de mágoas não resolvidas na vida espi¬ritual do casal. O mais doloroso é quando o marido se arrepende diversas vezes, promete se mudar mas volta depois a cair nos mesmos hábitos e agir de forma que magoa. Quando eu aconse¬lhei Bill e Tommie, ele já havia desistido de agradá-la e as mágoas repetidas e não saradas dela havia suscitado não somente ira não resolvida mas também uma tempestade de ira vulcânica dentro dela. Gary Smalley faz uma observação:
"O destruidor é a ira esquecida e não resolvida - não aquela que corrói o estômago noite após noite mas tam¬bém o tipo que desaparece silenciosamente. Mas quando enterramos a ira dentro de nós... ela sempre é enterra¬da viva! Então, quando menos esperamos, ela causa seus danos, destruindo como ferrugem num carro, como tra¬ças num armário escuro." 2
Mágoas não saradas que levam à ira não resolvida po¬dem ser as muralhas ou barreiras mais difíceis de serem remo¬vidas na vida espiritual dos cônjuges. Geralmente, até mesmo quando as mágoas foram tratadas, a ira ainda resiste como uma tosse que persiste durante semanas após a gripe já ter passado.
O perigo espiritual de ira não resolvida é que ela faz do cônjuge o inimigo. A esposa, com raiva do marido, é tentada a orar contra ele ao invés de orar por ele. E mesmo se orarem juntos, seu foco no Senhor é distraído pela ira por seu marido. Enquanto ele faz orações lindas e doces, ela se sente como se jogasse pedra nele para estilhaçar o comportamento santo dele. Como ousa orar com tanta piedade quando me magoou tão profundamente e quando estou com tanta raiva de você! ela pensa, enquanto ele, sem perceber a ira, continua orando.
Após orarem juntos, uma esposa irada pode freqüente¬mente fazer comentários mordazes e amargos que chocam completamente o marido. Como resultado, ele silenciosamen¬te resolve evitar orar com sua esposa no futuro se esta for a forma como ela reage. Por causa da ira enterrada, ela não sabe porque está com tanta raiva; só sabe que está. E ele não sabe que está errado; só sabe que é tratado mais como inimigo do que como amigo. Então o marido simplesmente se retrai cada vez mais de ter alguma intimidade espiritual com sua esposa irada.
Você tem ira não resolvida no seu relacionamento de ca¬samento? Se você tiver uma muralha de ira, como ela pode ser destruída ou derrubada?
Há alguns passos específicos que podem ser seguidos pela esposa que armazenou ira não resolvida porque seu cônjuge não se arrependeu das ofensas que cometeu contra ela. Se¬guindo estes passos, ela pode começar a destruir duas mura¬lhas - a muralha de ira não resolvida e a muralha de ofensas não arrependidas.
PASSOS PARA LIDAR COM A IRA
1. Confesse a ira. A Palavra de Deus promete: "Se confessar¬mos nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça." (1 Jo 1:9) O problema com a ira não resolvida não é o que aconteceu no passado - isto não pode ser mudado - mas o que você fará com esta ira agora? Você pode deixá-la crescer e se tornar uma muralha de amargura que sufoca toda a ora¬ção entre você e seu marido. Ou, você pode confessar a ira a Deus e receber o perdão que cura.
2. Diga a seu marido o que confessou. Deixe que seu marido saiba que a muralha de ira não resolvida foi destruída pelo sangue de Cristo - "e o sangue de Jesus nos purifica de todo o pecado." (1 Jo 1:7)
Não espere uma reação de seu marido. Se ele reagir nega¬tivamente, recuse-se a tomar aquilo como ofensa. Se ele reagir positivamente à sua confissão, louve ao Senhor. E se ele reagir de forma indiferente, não se sinta desencorajada. Libere a ira e vá em frente no seu relacionamento com o Senhor e com seu marido.
3. Perdoe seu marido mesmo que ele não se arrependa. Sua confissão não garante o arrependimento de seu marido. O perdão começa sem evidência alguma de arrependimento do ofensor. Aqueles que crucificaram Cristo não pediram Seu perdão mas Jesus os perdoou antes que pedissem. Devemos seguir seu exemplo.
4. Viva na graça e não na lei. A mulher samaritana achava que conhecia todas as leis. Entretanto, o que ela pensava ser correto era meramente tradição humana, não a justiça de Deus. Jesus se recusou a aceitar o legalismo e ofereceu a ela a graça das Suas águas vivas. Você está disposta a estender a mesma graça ao seu marido?
***
Arrependendo-se da Muralha de Ira não Resolvida
Senhor, a ira dentro de mim está me queimando e o sol se pôs sobre ela; eu a alimentei como um fogo violento dentro de mim. Perdoe-me, Senhor, por ter tanta ira e amargura pelo meu cônjuge. "Retire as raízes de amargura do meu ódio. Trans¬forme minha ira em amor incondicional pelo meu cônjuge. Eu me arrependo da hostil idade e de to¬das as vezes em que toquei nas feridas passadas. Peço meu perdão a meu marido, assim como peço perdão a Deus.
Deus Pai, obrigada por poupar da ira divina através do sangue de Jesus. O Senhor perdoou minhas iniqüidades e curou minhas enfermida¬des. O Senhor colocou meus pecados longe como o oriente dista do ocidente. Eu exalto o Senhor por não executar o julgamento, mas sim esten¬der a graça através da cruz de Cristo. Ensina-me a ser misericordiosa do mesmo modo como me demonstrou misericórdia. "Ensina-me a ser pronta para ouvir e tardia em me irar e falar.
No nome de Jesus, leve embora as muralhas de ira não resolvidas com o perdão, amor e recon¬ciliação do Senhor. As misericórdias do Senhor se renovam a cada manhã.
Amém
***
Leiam esta passagem juntos:
"Irai-vos, e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira, nem deis lugar ao diabo." Ef 4:26-27
PERDOE ANTES QUE ELE SE ARREPENDA - DESTRUA A MURALHA DE OFENSAS NÃO ARREPENDIDAS
O perdão destrói a muralha espiritual de ira não re¬solvida e ofensas não arrependidas. Se seu perdão estiver aguardando pelo arrependimento, talvez ele nunca virá. No casamento, segurar o perdão até que o arrependimento ocorra provoca o aparecimento de uma fossa podre de ira, mágoa, depressão e amargura.
Na verdade, a ira não resolvida faz crescer uma raiz de amargura. Hebreus avisa, "atentando diligentemente por que ninguém seja faltoso, separando-se da graça de Deus, nem haja alguma raiz de amargura que, brotando, vos perturbe e, por meio dela, muitos sejam contaminados." (12:15)
Volte aos passos dados nas páginas 116 e 117 que mos¬tram como lidar com a ira. Em oração, siga novamente estes passos, pedindo a Deus que complete Sua obra de destruição da muralha de ofensas não arrependidas.
Talvez você precise anotar sua ira e compartilhar o que escreveu com seu marido se não conseguir compartilhar ver¬balmente. Ou melhor ainda, por que não pedir a seu marido para orar com você quando você confessar? Deixe-o ouvir sua oração de confissão.
Ore...
Senhor, eu confesso minha ira não resolvida por causa de ofensas não arrependidas de meu côn¬juge. Obrigada por me perdoar e ter morrido pe¬los meus pecados antes mesmo de eu pedir per¬dão por eles. Arranque qualquer amargura de minha vida. Obrigada pela purificação através do sangue de Jesus.
Amém
***
Arrependendo-se da Muralha de Ofensas Não Arrependidas
Senhor, eu me arrependo de me sentir ofendida. Rendi-me à isca de Satanás e guardei estas ofen¬sas que me separam do Senhor e de meu marido.
Despedace minhas ofensas, Senhor com Seu per¬dão e amor. Dê-me coragem de me arrepender antes de meu cônjuge pedir perdão. Ajude-me a perdoá-lo/la por causa de ofensas. Quando meu marido não se arrepender de um erro, dê-me palavras de amor e não permita que eu o julgue, critique ou condene. Jesus, somente o Senhor é justo. Eu confesso meu orgulho e arrogância de achar que eu tinha o direito de me sentir ofendida. Eu rendo todos os meus direitos ao Senhor e recebo o único direito que tenho - o de edificar e não destruir. Leão de Judá, esmague as ofensas não arrependidas e ensine-me a perdoar antes que as pessoas peçam perdão.
Amém
***
Leia estes versículos com seu cônjuge em voz alta:
"Perdoa a transgressão da tua serva; pois de fato o Se¬nhor te fará casa firme, porque pelejas as batalhas do Senhor, e não se ache mal em ti por todos os teus dias. Se algum homem se levantar para te perseguir, e buscar a tua vida, então a tua vida será atada no feixe dos que vivem com o Senhor teu Deus, porém a vida de teus inimigos este a arrojará como se a atirasse da cavidade de uma funda." 1 Sm 25:28-29
E diga a ele:
"E bem-aventurado é aquele que não achar em mim [Je¬sus] motivo de tropeço." -Mt 11:6
A PERSPECTIVA DO MARIDO
Como é a visão do marido das mágoas não saradas, ira não resolvida e ofensas não arrependidas? A muralha pode ser parcialmente construção dele. O que quer que ele tenha construído, ele é responsável por derrubar pelo poder de Cristo.
Quando os maridos experimentam as muralhas de má¬goa e ira construídas por suas esposas, eles têm algumas rea¬ções específicas. Eis algumas coisas que ouvi dos maridos inú¬meras vezes em sessões de aconselhamento e pequenos gru¬pos. Seu marido pode estar pensando, observando ou até mesmo dizendo algumas destas coisas:
• Que diferença fará se eu me arrepender? Ela vai achar al¬guma outra coisa para ficar com raiva.
• Não faço nada certo mesmo, então para que tentar?
• Fique longe de seu caminho e ela superará o problema.
• Todas as vezes em que tento conversar, ela chora e eu me sinto como um animal.
• Minha esposa determina as regras espirituais na família. Se não seguirmos suas leis, sou considerado não espiritual e até mesmo condenado como um líder espiritual medíocre na nossa família.
• Quanto mais eu tento, pior eu fico.
• Quando tentei perdoar no passado, funcionou por pouco tempo, mas quando acontece algo, ela traz de volta toda a mágoa. Estou farto de tentar e farto de ouvir suas mágoas.
• Quando pergunto a ela o que eu fiz, ela diz que se eu real¬mente a amasse eu saberia.
• Quando tento orar com ela, ela me chama de hipócrita.
• A ira dela me dá raiva, então acabamos gritando um com o outro e magoando um ao outro mais ainda. Pelo menos quando não conversamos ou oramos juntos não nos ma¬goamos.
• Estou magoado e irado, mas não posso falar isto para ela. Estamos transtornados.
• As mágoas são tantas e tão profundas que nunca serão saradas.
Você não pode mudar a forma de seu marido pensar ou sentir mas você pode orar para que Cristo o mude. E você pode mudar sua reação em relação a seu marido. Confesse isto: "Tudo posso naquele [Cristo] que me fortalece." (Fp 4:13)
Primeiro, qualquer mudança que você faça parecerá es¬tranha e arriscada. Quando você foi magoada e está em fase de cura, ele pode ainda tratá-la como um paciente. Aja como uma vencedora e não como uma vítima. Não deixe que as reações dele mudem sua caminhada em direção à cura. Suas reações devem ser dirigidas ao Noivo e não ao marido. Lem¬bre-se que o que fizer, faça como se fosse para o Senhor (Rm 14:8).
Suas palavras e ações justas e abnegadas afetarão seu marido de uma forma bem significativa: Elas trarão verdade e convicção para a vida dele. Ele talvez a acuse de ser super-espiritual, exageradamente piedosa ou uma fanática por Jesus. Novamente, não reaja a ele... não se defenda... e não se ofenda. Mantenha seu foco em Cristo. Na realidade, Seu Espí¬rito pode usá-la como instrumento humilde para trazer seu ma¬rido ao arrependimento.
A PERSPECTIVA DO NOIVO
"[O Pai] enviou-lhe a sua palavra [Jesus Cristo, o Noivo] e os sarou." (Sl 107:20) Seu marido não pode curar suas má¬goas; nem você, seus amigos, seu pastor, seu conselheiro ou qualquer outra pessoa. Somente Deus, Jeová Rafá, pode curar e restaurar os danos causados por ofensas não arrependidas e ira não resolvida. Ouça a voz de Deus, "...nenhuma enfermi¬dade virá sobre ti, das que enviei sobre os egípcios; pois eu sou o Senhor que te sara." (Ex 15:26)
Egito - isto é passado, o local do cativeiro e escravidão onde você foi ferida. Não volte para o Egito! No Egito, os filhos de Deus eram escravos que construíam tumbas, muralhas de morte. Pare de voltar às mágoas, ofensas e ira passada. A Pala¬vra nos curou e nos libertou. "E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará." (Jo 8:32) Jesus é a Palavra que foi en¬viada para curar e libertar. Você nunca será livre para orar com seu marido até que seja livre para orar com o Noivo. A forma de se aproximar de seu marido com o perdão é através de Cristo. Ele nos capacita para curar, perdoar e orar pelo e com o cônjuge.
À sua ira, o Noivo diz: "Eu, porém, vos digo que todo aquele que [sem motivo] se irar contra seu irmão está sujeito a julgamento; e quem proferir um insulto a seu irmão está sujeito a julgamento do tribunal; e quem lhe chamar: Tolo, estará su¬jeito ao inferno de fogo. Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem alguma cousa contra ti, deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, então voltando, faze a tua oferta." (Mt 5:22-24)
Sobre as ofensas, Jesus observou: "É inevitável que ve¬nham escândalos." (Lc 17:1) Os outros farão coisas pecamino¬sas, dolorosas e que ofendem a você - isto inclui seu marido. A chave é não pegar a isca de Satanás e ficar ofendido. As mura¬lhas espirituais que você erigiu como resultado das ofensas e mágoas não protegerão você! Elas somente se tornarão uma barreira entre você e o Senhor e entre você e seu marido. A Palavra de Deus nos lembra: "O irmão [ou cônjuge] ofendido resiste mais que uma fortaleza; suas contendas são ferrolhos dum castelo." (Pv 18:19)
Construímos muralhas quando ficamos magoados para salvaguardar nossos corações e prevenir futuras feridas. Guar¬damos nossos direitos e relacionamentos pessoais cuidadosa¬mente. Nossa energia é consumida no esforço que fazemos para que nenhuma outra ferida seja feita. Se não arriscamos ser magoados, não podemos dar amor incondicional. O amor incondicional dá aos outros o direito de nos magoar. O amor não busca seu próprio interesse mas as pessoas magoadas se tornam cada vez mais contidas. Neste clima o amor de Deus esfria.3
As mágoas não saradas sufocam a oração entre você e seu marido. Além disto, elas fazem com que seu amor a Deus e a seu marido esfriem. Sobre o perdão, Jesus - nosso Noivo e marido eterno - diz a você: "Porque se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso pai celeste vos perdoará." (Mt 6:14) O perdão destrói as muralhas e libera você para curar, perdoar e amar.
Finalmente, Jesus confirma que vivemos pela graça, não pela lei. Ele nos ensina que devemos evitar julgar os outros (Mt 7:1-6) e que o verdadeiro cumprimento da lei é encontrado não em boas obras, mas Nele (Mt 5:17). Seu Noivo é perfeito, mas seu cônjuge continua firme somente quando é continua¬mente alcançado pela graça.
Em resumo, as perspectivas espirituais neste capítulo para derrubar as muralhas espirituais de mágoas não saradas, ira não resolvida e ofensas não arrependidas são:
• O que cura é Cristo - somente Ele pode curar suas mágoas.
• Para derrubar a muralha espiritual de mágoas não saradas, você deve confrontar a dor, enfrentar a realidade e descre¬ver a mágoa.
• Libere o ofensor e o perdoe.
• Confesse sua ira a Deus e a seu marido, ou verbalmente ou por escrito.
• Perdoe seu marido, arrependendo-se ele ou não.
• Não volte às ofensas não arrependidas ou ira não resolvi¬da. Libere-as para que você possa ir em frente com Deus.
• Comece a orar o Pai Nosso por seu marido.
Agora Podemos Abordar O Último Conjunto De Mura¬lhas Que Impedem Nossas Orações E Intimidade Espiri¬tual No Casamento. Elas São As Muralhas De Pecado Não Confessado, Comunicação Indigna E Reações In¬sensíveis. Deixe O Egito E Sua Escravidão De Mágoas Para Trás E Siga Em Frente Com Deus Para Uma Liber¬dade Sem Muralhas Em Cristo.
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Jesus, Tu és o que me cura - cura meu casamen¬to e mantenha-nos saudáveis, completos e um em Ti. Ajuda-me a perdoar como Tu me perdoaste. Eu perdôo meu cônjuge. Eu me arrependo das ofensas passadas que guardei, no nome de Jesus.
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Nós Te agradecemos de todo o coração por cada graça que nos foi dada, por todas as bênçãos so¬bre nossas vidas, por cada hora de segurança, saúde e paz, de tranqüilidade no lar e diversão inocente. Sentimos que fomos abençoados muito além do que merecemos; e embora não possamos fazer mais nada a não ser orar para que estas misericórdias continuem, nós reconhecemos que não somos dignos delas e imploramos a Ti que perdoe a presunção de nossos desejos. Livra-nos, Ó Pai Celeste, do mal nesta noite. Leva-nos em segurança a um novo dia e dá-nos a opor¬tunidade de acordarmos com todo o sentimento sério e religioso que agora nos guia. Que Tua misericórdia seja estendida a toda a hu¬manidade, levando-a da ignorância ao conheci¬mento da Tua verdade, despertando o impeniten¬te, tocando os duros de coração. Olha com com¬paixão para os aflitos em diferentes situações, ameniza a angústia da enfermidade, conforta os magoados no espírito.
Jane Austen
Séculos XVII-XVIII d.c. *
***
QUEBRANDO AS MURALHAS ESPIRITUAIS DE...
6. PECADOS NÃO CONFESSADOS, COMUNICAÇÃO INDIGNA E REAÇÕES INSENSÍVEIS
A MURALHA DE PECADO NÃO CONFESSADO
Sharon começou a chorar antes mesmo da primeira palavra ser pronunciada. Seus soluços sacudiam seus ombros como ondas quebrando na praia durante uma chuva de verão. Finalmente a tempestade diminuiu e ela falou cada palavra com uma determinação dolorosa.
"Estraguei meu casamento," ela confidenciou. Minha reação inicial era de choque. Sharon e Lance eram um casamento modelo para os jovens casais. Eles se amavam e amavam a Deus profundamente. Eles se tratavam com gran¬de respeito e amor. Geralmente falavam de sua tristeza em não conseguirem ter filhos e freqüentemente trabalhavam em berçários ou pré-escolas como voluntários para satisfazer um pou¬co da necessidade de contato com crianças.
"Você estragou seu casamento?" eu perguntei.
"Sim, eu disse a Lance a verdade e agora tudo está aca¬bado."
Eu não sabia muito bem o que ela estava querendo dizer então aguardei sua próxima revelação.
"Sabe," ela explicou, "Eu tinha dito a Lance que era vir¬gem quando estávamos namorando. Mas isto era uma menti¬ra. E além de não ser virgem, eu tinha feito um aborto quando tinha dezesseis anos. Ninguém sabia, nem mesmo meus pais."
"Como isto afeta você e Lance?" eu perguntei.
"Na noite passada eu não consegui mais segurar a culpa. Eu acho que o aborto causou alguns problemas físicos que podem me impedir de ter filhos. Então eu tive de dizer a Lance a verdade. Nunca o vi agir da forma que agiu na noite passa¬da. Ele ficou com tanta raiva. Ele disse que eu o tinha engana¬do e que nunca deveria ter casado comigo. Não sei o que fazer ou que atitude tomar. Temo que Lance me abandone."
Sharon achou que a confissão tornaria as coisas melho¬res para seu casamento. Ao invés disto, o oposto aconteceu, e agora ela se arrependia de ter sido sincera com Lance. Algu¬mas vezes a verdade no casamento fazem as coisas piorarem antes de ficarem melhores.
Sem que Lance soubesse, tudo o que Sharon comparti¬lhou com ele espiritualmente tinha sido num nível superficial porque ela havia escondido o pecado dele.
***
Robert era um representante comercial de uma indústria. Ele passava de terça a sexta-feira de cada semana na estrada, fazendo visitas aos clientes da região. A vida na estrada era monótona e solitária. Cada noite ele se retirava no seu quarto de hotel e ficava na frente da televisão com as ofertas de filmes pornográficos. A pornografia se tornou um substituto para a intimidade.
Ele nunca contou a sua esposa, Heather, e continuou a ser diácono da igreja e um pai e marido amoroso. Mas Heather sentia que algo estava errado em seu relacionamento. Sempre que Heather sugeria orarem juntos, ele orava com ela mas evi¬tava completamente qualquer confissão de pecado ou trata¬mento de culpa.
Em seu livro Five Spiritual Vows (Os Cinco Votos Espiri¬tuais), A. W. Tozer instrui os cristãos a fazerem cinco votos:
• Trate completamente do pecado.
• Nunca deva nada.
• Nunca aceite glória.
• Nunca fale nada sobre alguém que poderá magoar a pes¬soa.
• Nunca se defenda.1
Sempre que Heather e Robert falavam sobre confissão de pecados, ele ficava na defensiva e tentava mudar de assunto, assim Heather nunca forçou nesta área. Entretanto, ela se sen¬tia incomodada sobre seu silêncio nesta área de seu relaciona¬mento. E de tempos em tempos, ele fazia sugestões na área sexual que pareciam estranhas.
Uma noite quando estavam bem íntimos, ela o confron¬tou: "Há alguma coisa acontecendo quando você viaja que ainda não me contou? Você está tendo um caso?"
Robert ficou estático como um animal que é pego no meio de uma estrada escura pelos faróis de uma carro que se aproxi¬ma , cortando a escuridão da noite, expondo tudo o que está na luz. Ele não tinha para onde correr ou onde se esconder.
Quando me contaram mais tarde sobre a briga horrível que tiveram, na qual Robert acabou tendo de dormir no sofá, não somente sua vontade de intimidade espiritual foi estilhaçada mas a própria possibilidade do casamento continuar estava por um fio.
Meses de aconselhamento foram precisos para destruir as muralhas que foram construídas pelo pecado não confessa¬do de Robert. Antes de examinarmos esta muralha, deixe-me primeiramente fazer uma distinção entre uma culpa real e uma culpa neurótica.
A culpa real aparece quando nós transgredimos as leis de Deus, e, como resultado, ferimos Deus, os outros e nós mes¬mos.
Nós somos destrutivos. Ferimos Deus: "...pois me quebrantei por causa do vosso coração dissoluto que se desviou de mim..." (Ez 6:9). Nós ferimos os outros: "A boca, eles a têm cheia de maldição e amargura; são os seus pés velozes para derramar sangue, nos seus caminhos há destruição e miséria" (Rm 3:14-16). Constantemente causamos dor àqueles a quem amamos. 0 remorso que vem de Deus busca a cura, a restitui¬ção daqueles a quem magoamos. Ao contrário, a culpa busca auto-justificação; uma tentativa de se livrar dos sentimentos ruins.2
Sentimentos de culpa surgem quando magoamos os ou¬tros. Mas eles também surgem devido a "deveres" irracionais em nossas vidas que estão enraizados em expectativas irreais a respeito de nós mesmos. Estes "deveres" criam uma culpa neu¬rótica. Cremos que devemos:
• Ter sempre uma casa perfeitamente limpa.
• Estar sempre preparada para receber uma visita inespera¬da.
• Estar sempre imaculadamente vestida para os outros.
• Tomar sempre as decisões corretas.
Quando não conseguimos viver de acordo com estas expectativas irreais, nos sentimos culpados. Nos martirizamos com a culpa que nunca deveria existir. Primeiro, examine se seus sentimentos de culpa são reais ou neuróticos. Depois vá em direção ao tratamento da culpa somente quando se livrar da culpa falsa e neurótica.
UM CASAL CUJA CULPA OS DESTRUIU
Como devem ter ficado animados em ouvirem que os seguidores de Jesus proclamando as boas novas no templo diariamente. Tantos novos convertidos haviam permanecido em Jerusalém que os crentes que moravam lá tinham de arru¬mar espaço em suas casas para abrigarem os novos membros da família.
Eles haviam ouvido Jonas dar seu testemunho. * Duran¬te anos eles se sentavam no portão do templo pedindo esmo¬las aos transeuntes. De repente, um dia quando os apóstolos Pedro e João estavam entrando no templo, eles curaram o paralítico. Jonas contou a todos sobre esta cura no nome de Jesus.
Ananias e Safira ficaram maravilhados com os milagres, sinais e prodígios feitos no nome de Jesus. Eles ficaram especialmente animados quando os crentes venderam suas terras e colocaram o dinheiro das vendas aos pés dos apóstolos. O le¬vita José, que era chamado Barnabé, havia vendido um cam¬po e dado o dinheiro aos necessitados. Então Ananias e Safira conversaram entre si sobre vender uma parte de sua proprie¬dade e dar o dinheiro a Deus.
Entretanto, seu campo era o único bem que tinham. O que aconteceria anos mais tarde quando ficarmos velhos? Eles pensaram. Eles não tinham filhos para cuidar deles. Obvia¬mente não podiam esperar que outros cuidassem deles. Então decidiram reter uma pequena porção como garantia para o futuro - no caso de precisarem na velhice. Parecia algo racio¬nal e inocente. Além do mais, a parte do leão da renda iria ser dada à igreja. Mas eles queriam que a igreja pensasse que eles tinham dado tudo ao Senhor, então secretamente maquina¬ram um engano em seus corações que sairia pela culatra, cau¬sando uma tragédia.
No fundo ambos sabiam que o que estavam fazendo era enganoso e errado. Mas eles queriam tanto parecer um casal que apóia e se envolve nas coisas que os crentes estavam fa¬zendo. Os outros notariam o que fizeram e os impressionariam com sua fé. Eles nem perderam tempo orando sobre o assun¬to. Assim que Ananias recebeu o dinheiro da venda, ele levou imediatamente uma parte para o salão onde Pedro geralmente pregava.
Empurrando as pessoas que ouviam Pedro, Ananias abriu caminho até à frente da multidão. Conforme Pedro pregava, Ananias caiu de joelhos e depositou a oferta aos pés de Pedro.
Quando se levantou para sair, Pedro falou severamente: "Ananias, por que encheu Satanás teu coração para que mentisses ao Espírito Santo, reservando parte do valor do campo? Conservando-o, porventura, não seria teu? E, vendido, não estaria em teu poder? Como, pois, assentaste no coração este desígnio? Não mentiste aos homens, mas a Deus." (At 5:3-4)
O medo tomou conta do coração de Ananias. Seu peca¬do foi exposto. Subitamente, ele caiu morto no chão.
Três horas mais tarde os homens carregaram o corpo de Ananias para fora e Safira entrou no salão onde a multidão de crente estava. Ela esperava que aqueles que a conheciam a louvassem pela oferta generosa que Ananias havia trazido mais cedo. Ao contrário, o silêncio a saldou quando abriu caminho na multidão. Todos os rostos mostravam expressões conster¬nadas. Dentro dela, a culpa do pecado se remoia.
A voz de Pedro se dirigiu a ela: "Dize-me, vendestes por tanto aquela terra?" (v. 8) Pedro abriu as mãos e mostrou os pedaços de ouro que recebeu de Ananias.
"Sim, por tanto," mentiu Safira. (v.8)
"Por que entraste em acordo para tentar o Espírito do Senhor? Eis aí à porta os pés dos que sepultaram o teu marido, e eles também te levarão." (At 5: 9) Imediatamente ela caiu morta (v.10).
Uma muralha de pecado não confessado pode separar o marido da esposa e isto pode também separar o casal de Deus. Vamos descobrir como derrubar a muralha do pecado não confessado que se levanta em nossos corações que se endure¬cem perante Deus.
DERRUBANDO A MURALHA DE PECADO NÃO CONFESSADO
Rhonda e Tim sentaram-se de frente para mim no meu gabinete pastoral. Eles eram um casal dinâmico na igreja. Eles ensinavam na classe de crianças da escola dominical e ela can¬tava no coro. Ela reclamava do enfoque legalista e rígido que ele tinha da fé e de suas atitudes machistas. No oeste do Texas muitos homens achavam que as mulheres deviam ficar em si¬lêncio, serem mulheres modelo - não serem pessoas participativas no casamento e na liderança da igreja. Tim era um destes homens rudes do Texas que parecia muito incomo¬dado e sem jeito por estar falando com um pastor sobre sua vida particular.
Tim reconhecia seu jeito de "bom garoto" no que se refe¬ria ao casamento e a vida em si. Entretanto ele sentia que Rhonda não estava sendo honesta com ele em relação a seus sentimentos por ele. Ele tentava ter intimidade espiritual com ela mas ela nunca queria orar com ele ou ler a Bíblia em voz alta. Ela sempre insistia que suas orações e devocional deveri¬am ser compartilhadas com a família toda - nunca só os dois como casal. Depois de muitos anos de tentativa, Tim desistiu de ser íntimo espiritualmente de Rhonda.
Conforme o aconselhamento prosseguia, eu descobri que a intimidade física deles também estava sendo negligenciada. Quando ela falava de seus objetivos para sua carreira e como ele não a apoiava, minha mente começou a procurar pistas abaixo da superfície de seus comentários. Havia uma frieza no seu tom de voz quando falava dele indicando problemas mais profundos em sua intimidade.
Após um bom número de sessões com cada um deles, ela confidenciou: "Eu não amo Tim há muitos anos. Já tive outros homens fora do casamento que satisfaziam minhas necessida¬des mas sei que isto é errado. Estou envergonhada de meu com¬portamento mas duas de minhas amigas sentem o mesmo. Des¬ta forma nós encontramos o amor fora do casamento. Se tomar¬mos conta de nossos filhos e maridos, então certamente Deus não irá nos culpar por precisarmos de intimidade e amor de um homem que irá satisfazer nossa necessidade?"
Seu adultério construiu uma muralha de pecado não con¬fessado entre eles e impediu toda oração e disciplina espiritual. Ela racionalizou seu pecado. Mais adiante no processo de acon¬selhamento, ela confessou sua infidelidade para Tim. No prin¬cípio ele reagiu com raiva mas depois teve, conforme ele mes¬mo disse, um "enfoque mais realista" do problema: "Se isto é o que ela precisa e ainda cuida dos filhos, da casa e de minhas necessidades físicas, o que posso fazer? Pelo menos podemos ficar juntos por causa das crianças," Tim raciocinou.
Claro que a muralha de pecado não arrependido conti¬nuou a erodir seu casamento até que, alguns anos mais tarde, eles se divorciaram e continuaram a magoar um ao outro por causa dos problemas de custódia das crianças.
O primeiro passo em direção à destruição da muralha de pecado não confessado é a confissão e arrependimento. Paulo escreve, "Porque a tristeza segundo Deus produz arrependi¬mento para a salvação que a ninguém traz pesar; mas a tristeza do mundo produz morte. Porque, quanto cuidado produziu isto mesmo em vós que segundo Deus fostes contristados! Que defesa, que indignação, que temor, que saudades, que zelo, que vindita! Em tudo deste prova de estardes inocentes neste assunto." (2 Co 7:10-11)
O que Rhonda não conseguiu fazer foi se arrepender - se afastar de suas ações pecaminosas e seguir em direção a justi¬ça do poder de Cristo. Ela admitiu que o que estava fazendo era errado mas ela não conseguia parar de fazê-lo. Um pastor compartilhou sua teoria básica para se lidar com o pecado:
• Admiti-lo
• Abandoná-lo.
• Esquecê-lo.
Pode parecer algo bem simplista mas a verdade profunda está contida nestas duras palavras.
A intimidade espiritual profunda da oração não pode acontecer com pecados habituais e não confessados na vida de um ou outro parceiro. A imoralidade sexual, vício, abuso e qualquer envolvimento com o oculto trará morte à vida espiri¬tual do casal.
O que a esposa deve fazer quando ela percebe que o pecado não confessado na vida de seu marido está impedindo a intimidade do casal com o Senhor?
O primeiro passo é a oração. Ela necessita da direção clara do Senhor sobre como abordar o marido. O Espírito San¬to pode revelar seu pecado a ela. Ele pode guiá-la até a Bíblia para fortalecê-la, para dar a ela visão e apoio. Algumas vezes o Espírito Santo trará circunstâncias que revelarão o pecado. Ou o Espírito poderá levar ambos ao aconselhamento. A promes¬sa é que Deus agirá quando você orar: "Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. Pois todo o que pede, recebe; o que busca encontra; e a quem bate, abrir-se-lhe-á."(Mt 7:7-8) Esteja certo de que o pecado não confessado virá à tona. Deus alerta, "e sabeis que o vosso pecado vos há de achar." (Nm 32:23)
Como você deve orar? Ore assim:
Senhor Jesus, peço que me envie o "Espírito Santo para revelar a mim e a meu marido a muralha de pecado não confessado entre nós. Use a espa¬da do Espírito, a Palavra, para expor cirurgicamente nossos pecados e remover o câncer do pe¬cado de nossas vidas. Dê-nos a coragem de confessar, o poder de nos arrepender e nos desviar do pecado e a liberdade que desejamos para nos livrarmos do cativeiro do pecado. Dê-nos tam¬bém o amor para perdoar e a sabedoria para es¬quecer. Amém
Admita-o e abandone-o. Quando o pecado que causa a muralha for revelado, é importante que duas coisas sejam fei¬tas - admitir e abandonar o pecado. Uma muralha de pecado não confessado pode ser levantada pelo marido, pela esposa ou por ambos. Quem quer que estiver envolvido na constru¬ção da muralha deve não somente admitir o pecado mas tam¬bém abandonar o pecado. Se o pecado envolver um compor¬tamento ou atitude habitual, os cônjuges devem buscar acon¬selhamento para quebrar a prisão do pecado. Vá a um pastor ou a um terapeuta cristão para começar a sua caminhada em direção à cura.
Evite o auto-engano. Admitir o pecado exige coragem, fé e determinação. Negar e se enganar destroem a vontade de admitir o pecado. Neil T. Anderson e Dave Park fizeram uma lista no livro Busting Free que nos ajuda a identificar as formas como nos enganamos. Use esta lista sozinho ou com seu côn¬juge.
MODOS COMO PODEMOS NOS ENGANAR
• Ouvir a Palavra de Deus e não obedecê-la (Tg 1:22; 4:17).
• Dizer, "Eu não pequei" (1 Jo 1:8).
• Pensar que sou algo que não sou (Gl 6:3).
• Pensar que sou sábio nas coisas do mundo (1 Co 3:18-19).
• Pensar que não vou colher o que semear (Gl 6:7).
• Pensar que os ímpios que vivem vidas de pecado vão ter parte no reino de Deus (1 Co 6:9-10).
• Achar que posso conviver com pessoas do mundo e não ser influenciado (1 Co 15:33).
• Achar que posso ser um bom cristão e ainda assim magoar os outros com o que falo (Tg 1:26).3
Abandonar o pecado envolve aceitar o perdão e se livrar da prisão do pecado passado e da culpa. A liberdade vem atra¬vés de Cristo - e não através de um ritual, religião ou esforço. Andar em liberdade requer que ambos os cônjuges orem, lei¬am a Palavra e adorem juntos. Cada um faz um compromisso ou aliança selados no poder do Espírito de Deus e ande em retidão um com o outro. Faça a seguinte aliança:
Eu faço uma aliança em amor e no nome de Jesus para admitir e abandonar meu pecado. Eu peço o poder para andar em liberdade da Sua verdade e quebrar cada amar¬ra de pecado passado. Eu peço e recebo o perdão de Jesus Cristo por meus pecados através do sangue derra¬mado. Eu faço uma aliança de oração, leitura da Palavra e adoração. Eu peço o seu perdão e perdôo você de qual¬quer mágoa passada. Eu nunca mais mencionarei este pecado ou qualquer pecado passado que você tenha cometido contra mim. Que Cristo sele esta aliança de amor no meu coração.
A única forma de evitar que uma muralha de pecado não confessado seja construída é perdoando e esquecendo o passado. A maioria dos casais aceita o perdão mas protesta que esquecer a mágoa passada e o pecado contra eles é im¬possível. No perdão, Deus erradica a memória do pecado: "Pois perdoarei as suas iniqüidades e de seus pecados jamais me lem¬brarei" (Jr 31:34; Hb 8:12). Como os casais demonstram que perdoaram e esqueceram? Recusando-se a remexer no pecado passado. Eles não usam o pecado passado como uma arma contra seu cônjuge. Eles evitam mencionar o pecado passado quando fica com raiva. Eles não expõem o pecado de passado do cônjuge a mais ninguém.
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Arrependendo-se da Muralha de Pecado Não Confessado
Eu me arrependo de todos os meus pecados, Se¬nhor Jesus. Pelos pecados que cometi ou pecado de omissão, eu me arrependo. Pequei contra 'ti, Deus, e me arrependo do meu pecado. Por toda a transgressão da Tua Lei, eu me arrependo. Por ter magoado os outros, incluindo a meu cônjuge, eu me arrependo. Por cada pecado que me lem¬bro e por aqueles que não me lembro, eu me arre¬pendo.
Por cada pecado da minha boca, minha mente, minhas emoções e corpo, eu me arrependo. Sa¬bendo que meu coração é enganosamente mau, eu peço o Teu perdão e a purificação de Teu san¬gue. Mesmo que meus pecados sejam escarlates, eles se tornaram mais alvos do que a neve em Ti, Senhor Jesus.
Eu me arrependo dos pecados contra meu cônju¬ge. Eu sou um pecador salvo pela graça através da fé em Jesus Cristo. Eu preciso de Tua graça porque eu não posso me perdoar e me salvar.
Contigo, Jesus, eu sou uma ovelha perdida que fugiu. Perdoa-me, salva-me e restaura minha vida, Jesus, meu Salvador.
Amém
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Grite estes louvores com seu cônjuge:
Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e tudo o que há em mim bendiga ao seu santo nome. Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e não te esqueças de nem um só de seus benefícios. Ele é quem perdoa todas as tuas iniqüidades; quem sara todas as tuas enfermida¬des;
Quem da cova redime a tua vida, e te coroa de graça e misericórdia; quem farta de bens a tua velhice, de sorte que a tua mocidade se renova como a da águia. (Sl 103:1-4)
A MURALHA DE COMUNICAÇÃO INDIGNA
Você talvez esteja orando por convicção. A convicção não será agradável ou boa. Quando o Espírito San¬to nos convence do pecado, o processo pode envolver confu¬são, resistência ou comunicação truncada e desagradável. Algu¬mas vezes, aqueles que estão sendo convencidos projetam sua culpa nos outros. Você talvez se torne o alvo da culpa e da condenação. Tal resistência ao convencimento do Espírito construi¬rá uma outra muralha - a muralha de comunicação indigna.
Isto nos leva à uma discussão sobre a língua. Uma língua abusiva e desagradável pode rapidamente construir uma mu¬ralha entre os cônjuges que resulta em palavrões, abuso verbal e palavras amargas. A comunicação com seu marido contém algum dos elementos a seguir?
Palavrões
Abuso verbal
Humilhação
Tom desrespeitoso
Acusações
Condenação Expressões de ira
Frases que rebaixam o cônjuge
Palavras rudes
Linguagem que magoa
Bajulação ou resmungo
Silêncio sepulcral
Conheço uma esposa que se recusava a aceitar qualquer culpa, humilhação ou abuso verbal de seu marido puxando o lóbulo de sua orelha toda vez que ele começava a usar algo dos tipos de comunicação negativos acima. O que esta ação não verbal significa? Com este gesto, ela estava dizendo: "Isto é uma orelha. Mas você a está utilizando como se fosse uma lata de lixo. Este ouvido não é uma lata de lixo e eu me recuso a permitir que lixo seja jogado aqui."
Depois de trocar palavras de ira, profanas e maldosas, alguns casais tentam se reconciliar dizendo: "Eu não quis dizer o que disse." Mas se alguém não quis dizer isto, por que afinal disse o que disse? Jesus observou: "Não é o que entra pela boca o que contamina o homem, mas o que sai da boca, isto, sim, contamina o homem." (Mt 15:10) "O homem bom do bom tesouro tira o bem, e o mau do mau tesouro tira o mal; porque a boca fala do que está cheio o coração." (Lc 6:45)
Uma esposa, cheia da ousadia do Espírito quando seu marido começou a falar uma onda de palavrões dirigidos a ela, teve a coragem de dizer: " Eu repreendo você no nome de Je¬sus Cristo. Cale a boca." Surpreso, ele se retirou do quarto e não mais a amaldiçoou .
A língua em nosso casamento é graciosa ou venenosa? Como que doces orações podem sair de uma boca que amal¬diçoa? Tiago pergunta: "Com ela bendizemos ao Senhor e Pai; também com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhan¬ça de Deus: de uma só boca procede benção e maldição. Meus irmãos, não é conveniente que estas coisas sejam assim. Acaso pode a fonte jorrar do mesmo lugar o que é doce e o que é amargoso?" (Tg 3:9-ll)
Não há porque orar juntos se as mesmas línguas come¬çam a se amaldiçoar depois do amém! Se a muralha de comu¬nicação indigna deve ser derrubada para que a oração e o louvor no casamento sejam liberados, os cônjuges precisam controlar a língua. Se você controla a sua e seu marido não, continue a orar por ele assim.
Senhor Jesus, eu amarro a língua do meu marido conforme Tua vontade. Eu libero toda a raiva, a amargura e palavras venenosas que há em mim e nele. Peço sobre nós pensamentos e palavras puras, amáveis, admiráveis, excelentes e dignas de louvor.
Amém
Ore assim por seu marido enquanto ele dorme e em voz alta quando ele começar a falar de forma irada. Lembre-se, Deus não exige que você ouça essa linguagem abusiva de seu marido. Se ele não conseguir controlar sua língua, sai de perto dele. E se ele continuar a abusá-la verbalmente, busque apoio e aju¬da imediatamente. Talvez vocês tenham que se separar fisica¬mente até que sua língua esteja sobre o controle do Espírito Santo.
Se você não consegue controlar a sua língua, faça a mes¬ma oração por você. Lembre-se, no poder da língua está a vida e a morte (Pv 18: 21). Escolha falar a vida e não a morte em seu casamento e em sua vida espiritual. Arrependam-se e peçam perdão um ao outro por tudo que os magoou no passa¬do. Faça uma aliança para o uso de sua língua para que ela abençoe seu cônjuge no futuro.
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Arrependendo-se da Muralha de Comunicação In¬digna
Senhor, eu te peço que guarde a minha língua e a língua do meu cônjuge neste casamento. Declaro que em nossas línguas estão a vida e a morte. Espírito Santo, coloca estas palavras em minha boca, para que somente águas vivas fluam de mim, trazendo frescor para meu marido. Jesus, silencia a língua de meu cônjuge quando qualquer palavra de morte for formada ali. E cada palavra negativa em nosso casamento seja repreendida e arrependida no nome de Jesus. Senhor Jesus, sei que seremos julgados por cada palavra que falarmos. Então silencie nossas lín¬guas inflamadas e dá-nos tuas palavras de mel. Dá-nos respostas suaves para desviar a ira um do outro. Ajuda-nos a formar palavras de amor e apoio com os nossos lábios. Dá-nos a sabedoria de saber quando nos silenciar. No nome de Jesus nós derrubamos a muralha de comunicação in¬digna e substitua nossa palavra pela Tua Pala¬vra. Que as palavras de nossas bocas e as medita¬ções de nossos corações sejam agradáveis a Ti.
Amém
Ore este versículo com seu cônjuge:
As palavras dos meus lábios e o meditar do meu coração sejam agradáveis na tua presença, Senhor, rocha minha e redentor meu! (Sl 19: 14)
A MURALHA DE REAÇÕES INSENSÍVEIS
Anos atrás eu ouvi Joyce Landorf dar uma palestra que me impressionou com esta verdade: Há algu¬mas pessoas irregulares em nossas vidas. Quem é uma pessoa irregular? Uma pessoa irregular é alguma com quem temos de nos relacionar - cônjuge, filho ou pais - que não tem sensibilida¬de alguma com nossos sentimentos. As reações de tal pessoa sim¬plesmente não se encaixam com o que dizemos ou sentimos.
Por exemplo, você talvez diga: "Eu me magoei muito com o que você disse." Sua pessoa irregular possivelmente responde¬ria: "O que tem para o jantar?" chorando, você talvez diga: "O gato morreu porque foi atropelado pelo carro." E sua pessoa irregular responde: "Espero que a sujeira não esteja ainda na rua."
Os cônjuges irregulares não se comunicam no mesmo comprimento de onda. Como resultado, o parceiro sensível geralmente experimenta a mágoa como resultado de respostas insensíveis de seu parceiro. Ela pode levantar uma muralha e concluir: "Ele não se importa com meus sentimentos." Talvez ele se importe ou seja incapaz ou não tenha vontade de tornar sensível.
Há modos de evitar esta muralha ou derrubá-la se ela começar a surgir. Eis alguns passos simples:
1. Identifique e comunique os seus sentimentos. Deixe que seu marido saiba como você se sente e o que deseja comu¬nicar sobre seus sentimentos quando oram juntos. Por exemplo: "Eu me magôo quando você ignora meu desejo de orar."
2. Use frases na oração que comunique sentimentos. Juntos completem e orem em voz alta estas frases:
Senhor, eu fico com raiva quando...
Senhor, eu me magôo quando...
Senhor, eu sinto dor quando...
Senhor, fico feliz quando...
Senhor, sinto esperança quando...
Senhor, me sinto amada quando...
Lembre-se de expressar seus sentimentos em oração de uma forma que não projete a culpa em Deus ou em seu cônju¬ge. Por exemplo: "Senhor, fico com raiva quando meu marido deveria me dar atenção" é uma oração que projeta culpa. O mesmo sentimento pode ser expresso numa oração: "Senhor, fico com raiva quando preciso de atenção de meu marido e minha expectativa não é satisfeita."
3. Não enterre ou reprima seus sentimentos. Algumas espo¬sas decidem enterrar seus sentimentos, achando que não devem ter certos sentimentos e que devem se sentir de modo diferente. Compartilhe seus sentimentos com Deus em oração e deixe que seu marido ouça sua oração.
4. Peça a seu marido que repita o que você acabou de dizer. As pessoas irregulares que dão respostas insensíveis geral¬mente não ouvem o que os cônjuges dizem. Talvez eles estejam pensando em suas próprias necessidades. Talvez suas mentes estejam a quilômetros de distância. Qualquer que seja a razão, a pessoa irregular raramente ouve o que está sendo dito. Quando você precisar que seu cônjuge ouça seus sentimentos para que possa genuinamente orar por eles, peça que ele responda a estas perguntas:
O que você ouviu eu dizer? 0 que você entende que deve ser os meus sentimentos? Você quer orar comigo sobre os meus sentimentos?
Se seu marido não descrever seus sentimentos e afirma¬ções corretamente, então repita-os até que ele entenda claramente.
Steve continuamente compartilhava no grupo de homens sobre a intensidade de oração de sua esposa. "Ela transborda em todo tipo de sentimentos. Ela ri e chora na mesma oração. Eu não consigo lidar com seus sentimentos quando oramos," Steve confidenciava.
"Como você se sente quando ela ora com tal intensidade de emoções?" Eu perguntei.
"Inadequado e incapaz de orar como ela. Não sei por¬que ela tem de ser tão intensa. Gostaria de orar orações curtas que vão direto ao ponto mas ela continua como se fosse durar horas, e realmente não diz muita coisa," Steve reclamou.
"Então o que você quer fazer?" eu confrontei.
"Suas orações me desgastam. Eu preferiria orar com um grupo de homens a orar com ela e isto me faz sentir péssimo," ele confidenciou.
"O que acontece quando você compartilha como se sen¬te em relação à ela?" eu perguntei.
"Ela fica chateada, dizendo que eu não quero orar com ela. Eu quero, mas me sinto emocionalmente esgotado. Geral¬mente evito orar com minha esposa a menos que nós esteja¬mos saindo de casa. Desta forma eu sei que ela vai precisar parar de orar assim que chegarmos ao lugar aonde estamos indo."
Tome cuidado para não chatear seu marido com senti¬mentos diferentes quando você orar. Talvez ele não sinta com a mesma intensidade do que você mas se recuse a permitir uma barreira quando orarem juntos. Pergunte a ele se ele se sente incomodado quando você compartilha seus sentimentos em oração.
Procure compreender o nível de conforto de cada um quando orarem; permita que cada um de vocês cresça ao invés de forçar o outro a compartilhar o que talvez seja embaraçoso.
Uma esposa me confidenciou que ela sentia que era seu dever tirar seu marido da área de conforto quando oravam juntos. Ela queria forçá-lo à uma profundidade de oração que ele nunca havia experimentado. Entretanto ele colocou uma muralha de reações insensíveis e começou a se retrair. Achan¬do que ele estava tentando escapar, ela me telefonou e per¬guntou o que deveria fazer.
Minha resposta foi simplesmente, "Dê um tempo. Pare de forçá-lo a orar sobre coisas e expressar sentimentos com os quais ele não se sente confortável. Deixe-o crescer no ritmo que Deus determinar - não no ritmo que você determinar."
Meses mais tarde ela me contou após um culto: "Meu marido está realmente tomando a liderança em nossa vida de oração desde que eu deixei de sufocá-lo. Obrigada pela idéia. Ele agora está crescendo espiritualmente nas áreas que pensei não ser possível."
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Arrependendo-se da Muralha de "Reações Insen¬síveis
Jesus, quando meu cônjuge reagir com falta de sen¬sibilidade, carinho e amor, dá-me a capacidade de reagir com um amor mais profundo do que ele pos¬sa compreender. Não quero enfatizar meus senti¬mentos. Sintoniza meu coração com o Teu para que eu possa sentir o que sentes, ter o coração tocado
pelo que Te toca e amar tudo o que Tu amas. Eu sei, Senhor Jesus, que somente Tu sabes o que realmente sinto. Desta forma, Espírito Santo, fala ao meu coração, removendo toda a insegu¬rança, inferioridade e falta de vontade de ar¬riscar. Faz de mim uma pessoa que sara mas que já foi ferida para que eu sinta e cure com Tua compaixão e consolo.
Jesus, no Teu nome eu destruo a muralha de rea¬ções insensíveis e tomo o Teu manto de vulnerabilidade e confiança. Eu correrei o risco de ser magoada no meu casamento para que eu possa estar mais próximo do meu cônjuge e de Ti.
Amém
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Ore estes versículos com seu cônjuge:
Os meus olhos se elevam continuamente ao Senhor, pois ele me tirará os pés do laço.
Volta-te para mim e tem compaixão, porque estou sozi¬nho e aflito.
Alivia-me as tribulações do coração; tira-me das minhas angústias.
Considera as minhas aflições e o meu sofrimento, e per¬doa todos os meus pecados.
Guarda-me a alma e livra-me; não seja eu envergonha¬do, pois em ti me refugio.
Preservem-me a sinceridade e a retidão, porque em ti espero.
(Sl 25:15-21)
A PERSPECTIVA DO MARIDO
Quando as muralhas espirituais de pecados não confes¬sados, comunicação indigna e reações insensíveis aparecem num casamento, alguns dos pontos-de-vista que ouvi de mari¬dos durante os anos são:
• Sinto-me culpado cada vez que oro com minha esposa. É mais fácil evitar orar com ela do que experimentar a culpa todas as vezes que oramos.
• Só quero o perdão dela para o meu pecado. Eu quero saber que sou perdoado e que posso ir em frente.
• Quando não acerto perante Deus, é muito difícil orar com mi¬nha esposa. Preciso me acertar com He antes de orar com ela.
• Ela quer que eu exponha tudo em oração. Há algumas áreas em minha vida que devo tratar no meu relaciona¬mento com Deus - não ela que deve tratar.
• Gostaria de poder confessar meu pecado quando oro com minha esposa sem que ela me julgue ou me magoe depois da oração.
• Minha esposa faz orações longas demais.
• Fico emocionalmente tão esgotado quando oramos que me sinto péssimo. Não deveríamos nos sentir melhor, e não pior quando oramos com nossas esposas?
• Minha esposa diz coisas quando está zangada que real¬mente me machucam. Após seu desabafo verbal eu não quero orar com ela.
• Sei que meu linguajar sujo magoa minha esposa. E não sei como orar em linguagem santa. Então é mais fácil não orar do que me sentir como um hipócrita quando oro.
• Não sei como reagir aos sentimentos de minha esposa quan¬do ela ora. E quando eu não reajo da forma que ela espe¬ra, ela fica chateada comigo.
• Minha esposa diz coisas, e eu não faço idéia do que signi¬ficam. Quando finalmente eu compreendo, me vejo em maus lençóis em relação a ela.
• É mais fácil vencer a frustração dela quando não oro com ela do que lidar com a mágoa que ela sente quando digo as coisas honesta e francamente em oração.
Quando as barreiras de pecado entram na vida espiritual do casal, elas não podem ser ignoradas. O tempo não cura e a mágoa não vai embora sozinha. A confissão, o arrependimen¬to e o perdão são necessários.
Então o que o Noivo nos pede para fazer quando somos tentados a construir estas muralhas?
A PERSPECTIVA DO NOIVO
Jesus insiste que devemos lidar completamente com o pecado. Na realidade, as primeiras palavras que Ele falou no início de Seu ministério foram: "Arrependei-vos porque está próximo o reino dos céus." (Mt 4:17) Jesus relaciona o perdão de Deus a nós com nossa vontade de perdoar o próximo. "Por¬que se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos ho¬mens [as suas ofensas], tampouco vosso pai vos perdoará as vossas ofensas." (Mt 6:14-15)
As muralhas de pecado não confessado são derrubadas e destruídas pelo arrependimento e perdão. Não temos o direito de retermos nossos pecados ou retermos o pecado que os ou¬tros cometeram contra nós. Como seu Noivo, Jesus diz a você: "Isto é o meu corpo oferecido por vós; fazei isto em memória de mim... Este é o cálice da nova aliança no meu sangue derra¬mado em favor de vós." (Lc 22:19-20) "Porque isto é o meu sangue, o sangue da [nova] aliança, derramado em favor de muitos, para remissão de pecados." (Mt 26:28) Ele deseja per¬doar você se você se arrepender, derrubar as muralhas de pe¬cados não confessados, comunicação indigna e reações insen¬síveis.
O Noivo também nos alerta sobre nossas palavras. Guar¬de sua língua assim como seu coração. Ouça Suas palavras, "...porque a boca fala do que está cheio o coração... porque pelas tuas palavras serás justificado, e pelas tuas palavras serás condenado." (Mt 12:34, 37)
Libere qualquer pecado ou ofensa que você possa estar segurando. Controle sua boca para que somente o que edifica saia dela. Seja sensível aos sentimentos de seu marido mesmo quando seus pecados sejam evidentes e horríveis.
Lembra-se da mulher flagrada em adultério? Embora ela tenha pecado e transgredido a Lei, ela foi tratada com misericór¬dia por Jesus. Conceda a seu marido a mesma medida de mise¬ricórdia que Jesus lhe deu. Jesus instrui:
"Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia." (Mt 5:7)
CHAVES PARA MANTER AS MURALHAS DERRUBA¬DAS E ORAR DE FORMA EFICAZ COM SEU CÔNJUGE
Exploramos como reconhecer e destruir estas muralhas, mas como construímos estas muralhas afinal? De tempos em tempos iremos pecar, dizer algo que magoa ou reagir com in¬sensibilidade. Você ou seu marido podem ser tentados a levan¬tar qualquer destas muralhas a qualquer momento. Mas há cha¬ves para evitar a construção das muralhas que impedem sua oração e vida espiritual juntos.
CHAVE # 1 - ARREPENDA-SE RAPIDAMENTE
Quando pecar contra Deus, arrependa-se rapidamente. Quando você se pegar pecando contra seu marido, arrependa-se antes que o pecado possa criar raízes em sua vida. Por exem¬plo, Paulo escreve, "Irai-vos e não pequeis; não se ponha o sol sobre sua ira..." (Ef 4;26) Os pecados não confessados agem como um ímã atraindo outros comportamentos pecaminosos. Falta de arrependimento embaça e cauteriza nossa consciência e pecar se torna mais fácil da próxima vez. O pecado não con¬fessado também cria falta de confiança e de comunicação num casamento. Ele sufoca a oração eficaz e dá início ao curso de falta de oração.
CHAVE # 2 - OUÇA ANTES DE FALAR OU AGIR
Use a oração como um momento para ouvir Deus e seu cônjuge. Marque o tempo de suas orações. Qual a percenta¬gem de tempo passado ouvindo Deus comparado com o tem¬po que você gasta falando com Ele?
Obviamente, se você passa a maior parte do tempo falan¬do, você irá ouvir muito pouco. Se o Espírito de Deus está ten¬tando convencê-la de um pecado, você precisa ouvir Sua voz. Hebreus nos alerta: "Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos corações como foi na provocação." (Hb 3:15)
Ouvir a voz de Deus em oração e na Palavra irá protegê-la do pecado. "Guardo no coração a tua palavra para não pe¬car contra ti." (Sl 119:11)
Ouvir também irá ajudar você a controlar a ira destrutiva. Tiago escreve: "Todo homem, pois, seja pronto para ouvir, e tardio para falar, tardio para irar-se." (Tg 1:19)
Tente isto: Você e seu marido leiam juntos o Salmo 1 em uníssono. Fechem seus olhos e fiquem sentados silenciosamente, ouvindo Deus falar através de Sua Palavra. Compartilhem um com o outro a parte que mais falou diretamente ao seu cora¬ção e por que.
Orem para que a bênção do Salmo 1 esteja em suas vidas. Depois ouçam silenciosamente o Espírito de Deus falar a você sobre como implementar o Salmo 1 em suas vidas. Após cinco ou dez minutos compartilhem o que Deus falou com vocês.
CHAVE # 3 - CONFESSE DIARIAMENTE OS PECADOS UM PARA O OUTRO
Incorpore a confissão e o arrependimento em sua vida de oração como casal. O arrependimento diário não dá opor¬tunidade para o pecado rastejar pela sua porta (Gn 4:7).
A confissão diária leva à comunhão constante entre os côn¬juges que não pode ser quebrada: "Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os ou¬tros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado. Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça." (1 Jo 1:7-9)
Finalmente, a confissão traz cura para as nossas vidas e relacionamentos.
Tiago escreve, "Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros, e orai uns pelos outros, para serdes curados." (Tg 5:16)
Você deseja uma vida de oração restaurada com seu mari¬do? Confessem seus pecados um para o outro. Você deseja orar em fé com poder? Confessem seus pecados um para o outro diari¬amente. Você quer desfrutar de um relacionamento curado e res¬taurado? Confessem seus pecados um para o outro diariamente.
CHAVE # 4 - GUARDE SUA LÍNGUA
Use sua língua para oração e louvor. Evite diminuir seu cônjuge. Deixe que sua língua seja usada para se edificarem (Pv 18:21). Em oração, agradeça a Deus por seu cônjuge.
CHAVE # 5 - RECUSE-SE A DESPEJAR TUDO UM NO OUTRO
Lembre-se que seu parceiro pode não ser capaz de lidar com seus sentimentos, mágoas e necessidades de uma vez. Somente Deus pode cuidar de tudo o que você precisa: "lan¬çando sobre vós toda a vossa ansiedade, porque ele tem cui¬dado de vós." (1 Pe 5:7)
CHAVE # 6 - ORE POR SENSIBILIDADE E BENIGNIDADE
Num seminário para treinamento de conselheiros anos atrás, perguntaram a Wayne Oates: "Qual é o conselho mais importante que você dá aos casais em aconselhamento?"
Eu estava esperando por uma resposta profunda e espiri¬tual como: "Ore um pelo outro," ou "ame a Deus e um ao outro," ou "Sempre se perdoem". Oates simplesmente disse: "Seja benigno um com o outro." (veja Ef 4:32)
Por que temos a tendência de magoar aqueles a quem mais amamos? Por que tratamos os estranhos com mais civili¬dade e gentileza do que os nossos próprios cônjuges? Ore para Deus a encha do Seu Espírito de consolo, que sempre é gentil e sensível às nossas necessidades e preocupações.
Em resumo, aprendemos o seguinte:
• Destruir a muralha de pecado não confessado envolve ad¬mitir nosso pecado, abandoná-lo e então esquecê-lo.
• Quando evitar o auto-engano, evitamos a construção da muralha de pecado não confessado.
• Devemos perdoar e esquecer o pecado passado para evi¬tarmos a construção das muralhas espirituais entre os côn¬juges.
• Não temos de ouvir o lixo de comunicação indigna de nos¬so cônjuge.
• Quando guardamos nossa língua e falamos o que é positi¬vo, e não negativo, evita a construção de muralhas em nosso casamento.
• Se nosso cônjuge for uma pessoa irregular, podemos supe¬rar as muralhas expressando clara e diretamente nossos sentimentos.
• Oramos com mais eficácia com nosso cônjuge quando nos arrependemos rapidamente, confessamos diariamente nos¬sos pecados um para o outro, guardamos nossa língua, nos recusamos a despejar tudo um no outro e oramos por sen¬sibilidade e benignidade.
Deus Todo Poderoso, rendo minha língua a Ti. Usa minha boca para edificar - e não para destruir. Ensina-nos como respeitar e honrar um ao outro no casamento com nossas palavras e ações. Eu confesso meus pecados. Purifica-me com Teu san¬gue. Faz-me sensível, Pai, a Ti, e não aos meus próprios sentimentos egoístas.
Amém
Agora podemos ir para a seção final de orações que você poderá orar por e com seu marido e que envolve as profundezas da confissão, bênção, intercessão, jejum e oração enquanto estão longe um do outro.
***
Senhor Jesus, lembra-Te de mim e elimine meu pecado;
Livra-me das paixões do mundo e purifica-me. Senhor Jesus, lembra-Te de mim, com carinho e preocupação;
Permita que Teu amoroso servo obtenha Teu des¬canso prometido.
Senhor Jesus, lembra-Te de mim, não me deixa desviar;
Através das trevas e perplexidade aponta o ca¬minho celestial.
Senhor Jesus, lembra-Te de mim, que quando o dilúvio passar, eu possa ver a claridade eterna e finalmente compartilhar Tua alegria.
Sinésio de Cirene
Século IV d.c.
***
7. CONFISSÃO: ARREPENDIMENTO QUE CURA O CASAMENTO
James chorou quando contou a Rebecca que não ora¬va. Não, ele não orava havia meses. A única oração que fazia era antes das refeições. Ele não orava por ela ou com ela. Na realidade, quando todos oravam na igreja, ele pensava no jogo de futebol que passaria à tarde. Quando ela orava antes de caírem no sono à noite, ele pensava no que tinha de fazer no dia seguinte.
Então o que o levou a fazer esta confissão que derrubou a muralha? Rebecca participou de um seminário sobre oração na igreja que a ensinou como orar com a Bíblia. Uma passa¬gem em particular causou um grande impacto em sua vida de oração; era o Salmo 51 - a oração de arrependimento de Davi após seu adultério com Bate-Seba. Uma noite ela leu para James este Salmo como uma oração. Quando lia sua confis¬são, seu espírito quebrantado tocou o coração de James. Ele começou a chorar. Ele começou a confessar para ela que não orava, o que ela já sabia, mas não condenava. Seu espírito contrito derrubou as muralhas espirituais entre eles.
João escreve: "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça." (1 Jo 1:9) Sua confissão não depende de seu mari¬do. Sua confissão não será afetada se ele estiver contrito ou não. Qualquer pecado contra ele, os outros ou Deus precisa ser purificado de sua vida independente do arrependimento ou falta de arrependimento de seu marido. Algumas vezes as es¬posas podem sentir que elas são justificadas em não se arre¬pender porque seus maridos são arrogantes e rebeldes contra Deus. Nosso único direito é de nos arrependermos. Deus irá lidar com seu marido se ele se recusar a confessar seus peca¬dos.
Não reaja às atitudes de seu marido, causando assim uma muralha entre você e Deus. Você não é o Espírito Santo. Deus não precisa de você para convencer seu marido dos seus peca¬dos e confessar estes pecados. Humilhe-se e confesse seus pró¬prios pecados.
Muito antes de James se arrepender, Rebecca começou a confessar seus pecados. Nada derruba as muralhas espiritu¬ais entre você e seu marido como as orações de arrependi¬mento.
Antes de orar seu arrependimento, memorize as passa¬gens bíblicas dadas neste capítulo. Internalize a Palavra para que você possa orar a Palavra.
O arrependimento e a confissão significam desviar-se do pecado e concordar com Deus. A palavra grega para arrepen¬dimento (metanoia) significa "desviar-se da iniqüidade e peca¬do", enquanto a palavra grega para confessar (homologeo) sig¬nifica "concordar com". Em outras palavras concordamos com a maneira que Deus nos vê. Então, não somente confessamos e concordamos com Seu convencimento de nosso pecado mas também Sua afirmação de que somos filhos em Cristo.
A confissão não só concorda com Deus sobre nosso pe¬cado, mas também concorda com Suas promessas de perdão e purificação do pecado. O arrependimento não somente nos tira do pecado mas também nos leva em direção a retidão. Consi¬dere isto:
No arrependimento nos desviamos de: Nos voltamos para:
Pecado Rendição
Nosso 'eu' Cristo
Rebeldia Submissão
Alienação Relacionamento
Inimizade Reconciliação
Dor Reconciliação
Aflição Cura
Ira Amor
Divisão Unidade
Desordem Paz
Veja a lista acima e circule as áreas que ainda precisam de arrependimento em sua vida. Sublinhe as áreas pelas quais verdadeiramente se arrepende e pelas quais você louva a Deus por Seu perdão.
A PALAVRA SOBRE ARREPENDIMENTO E CONFISSÃO
David (Paul) Yonggi Cho afirmou em seu livro Prayer: Key to Revival (Oração: Chave para o Avivamento):
"Quando entramos em contato com Deus em nossas ora¬ções, a primeira coisa que sentimos em nossos corações quan¬do entramos na Sua divina presença é a percepção do nosso pecado. Ninguém consegue sentir orgulho na presença de um Deus Santo. Quando percebemos nossa falta de qualificações naturais para estar em Sua Santa Presença, começamos a con¬fessar nossos pecados e a nos humilhar perante Deus." 1
A Bíblia está cheia de passagens que falam da nossa ne¬cessidade de arrependimento e confissão de pecados - mas tanto em relação a Deus quanto um ao outro. Como casal, leiam juntos os seguintes versículos. Compartilhem as passa¬gens que mais falam aos seus corações, e explique o porquê:
Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humi¬lhar, orar e me buscar, e se converter dos seus maus ca¬minhos, então eu ouvirei dos céus, perdoarei os seus pe¬cados e sararei a sua terra. 2 Cr 7:14
Porque não tenho prazer na morte de ninguém, diz o Senhor Deus. Portanto convertei-vos e vivei. Ezl 18:32
Confesso a minha iniqüidade; suporto tristeza por causa do meu pecado. Sl 38:18
Daí por diante passou Jesus a pregar e a dizer: Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus. Mt 4:17
Digo-vos ainda: Todo aquele que me confessar diante dos homens, também o Filho do homem o confessará diante dos anjos de Deus. Lc 12:8
Não eram, eu vo-lo afirmo; se, porém, não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis. Lc 13: 3
Arrependei-vos, pois, e convertei-vos para serem cance¬lados os vossos pecados. At 2:38
Porque com o coração se crê para justiça, e com a boca se confessa a respeito da salvação. Rm 10:10
Porque a tristeza segundo Deus produz arrependimento para a salvação que a ninguém traz pesar; mas a tristeza do mundo produz morte. 2 Co 7:10
Entretanto o firme fundamento de Deus permanece, ten¬do este selo: O Senhor conhece os que lhe pertencem. E mais: Aparte-se da injustiça todo aquele que professa o nome do Senhor. 2 Tm 2:19
Chegai-vos a Deus e ele se chegará a vós outros. Purificai as mãos, pecadores; e vós que sois de ânimo dobre, limpai o coração. Tg 4:8
Afligi-vos, lamentai e chorai. Converta-se o vosso riso em pranto, e vossa alegria em tristeza. Tg 4:9
Humilhai-vos na presença do Senhor, e ele vos exaltará. Tg 4:10
Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros, e orai uns pelos outros, para serdes curados. Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo. Tg 5:16
Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça. 1 Jo 1:9
Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zelo¬so, e arrepende-te. Ap 3:19
ORAÇÕES DE CONFISSÃO
As seguintes orações podem ser feitas por ou com seu marido.
Ore-as em voz alta para que ele ouça. Se ele desejar fazê-las, orem juntos em voz alta.
Confessando Meu Pecado
Ore o Salmo 51 para que seu marido ouça, como sendo sua oração de confissão pessoal. Coloque o seu nome no lugar do pronome pessoal. Este salmo foi escrito por Davi assim que o profeta Natã o confrontou com o adultério com Bate-Seba.
Compadece-te de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; e, segundo a multidão das tuas misericórdias, apa¬ga as minhas transgressões.
Lava-me completamente da minha iniqüidade, e purifi¬ca-me do meu pecado.
Pois eu conheço as minhas transgressões, e o meu peca¬do está sempre diante de mim.
Pequei contra ti, contra ti somente, e fiz o que é mal pe¬rante os teus olhos, de maneira que serás tido por justo no teu falar e puro no teu julgar.
Eu nasci na iniqüidade, e em pecado me concebeu mi¬nha mãe.
Eis que te comprazes na verdade no íntimo, e no recôn¬dito me fazes conhecer a sabedoria. Purifica-me com hissopo, e ficarei limpo; lava-me, e fica¬rei mais alvo que a neve.
Faze-me ouvir júbilo e alegria, para que exultem os ossos que esmagaste.
Esconde o teu rosto dos meus pecados, e apaga todas as minhas iniqüidades.
Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova dentro em mim um espírito inabalável.
Não me repulses da tua presença, nem me retires o teu Santo Espírito.
Restitui-me a alegria da tua salvação, e sustenta-me com um espírito voluntário.
Então ensinarei aos transgressores os teus caminhos, e os pecadores se converterão a ti.
Livra-me dos crimes de sangue, ó Deus, Deus da minha salvação, e a minha língua exaltará a tua justiça.
Sl 51:1-14
Confessando Nosso Pecado
Ore Esdras 9:6-9, 13, 15, em uníssono com seu marido. Coloquem seus nomes nos lugares dos pronomes pessoais.
Meu Deus! Estou confuso e envergonhado para levantar a ti a minha face, meu Deus: porque as nossas iniqüidades se multiplicaram sobre a nossa cabeça, e a nossa cul¬pa cresceu até aos céus.
Desde os dias de nossos pais até hoje estamos em gran¬de culpa, e por causa das nossas iniqüidades fomos en¬tregues, nós, os nossos reis e os nossos sacerdotes, nas mãos dos reis de outras terras, e sujeitos à espada, ao cativeiro, ao roubo e à ignomínia, como hoje se vê. Agora por breve momento se nos manifestou a graça da parte do Senhor, nosso Deus, para nos deixar alguns que escapem, e para dar-nos estabilidade no seu santo lugar; para nos alumiar os olhos, ó Deus nosso, e para nos dar um pouco de vida em a nossa servidão; porque somos servos, porém na nossa servidão não nos desamparou o nosso Deus; antes estendeu sobre nós a sua misericór¬dia... Depois de tudo o que nos tem sucedido por causa das nossas más obras, e da nossa grande culpa, e vendo ainda que tu, ó nosso Deus, nos tens castigado menos do que merecem as nossas iniqüidades, e ainda nos deste este restante que escapou...
Ah! Senhor Deus de Israel, justo és, pois somos restantes que escaparam, como hoje se vê. Eis que estamos diante de ti em a nossa culpa, porque ninguém há que possa estar na tua presença por causa disto. Amém.
Ed 9:6-9, 13,15
Buscando a Misericórdia de Deus
Ore Daniel 9:16-19 em uníssono com seu marido. Colo¬quem ambos os nomes nos lugares dos pronomes pessoais.
Ó Senhor, segundo todas as tuas justiças, aparta-se a tua ira e o teu furor da tua cidade de Jerusalém, do teu santo monte; porquanto por causa dos nossos pecados, e por causa das iniqüidades de nossos pais, se tornaram Jeru¬salém e o teu povo opróbrio para todos os que estão em redor de nós.
Agora, pois, ó Deus nosso, ouve a oração do teu servo, e as suas súplicas, e sobre o teu santuário assolado faze resplandecer o teu rosto, por amor do Senhor. Inclina, ó Deus meu, os teus ouvidos, e ouve; abre os teus olhos, e olha para a nossa desolação, e para a cida¬de que é chamada pelo teu nome, porque não lançamos as nossas súplicas perante a tua face fiados em nossas justiças, mas em tuas muitas misericórdias. Ó Senhor, ouve; ó Senhor, perdoa; ó Senhor, atende-nos e age; não te retardes, por amor de ti mesmo, ó Deus meu; porque a tua cidade e o teu povo são chamados pelo teu nome. Amém.
Dn 9:16-19
Confessando Seu Conhecimento do Meu Interior
Ore o Salmo 139 em uníssono com seu marido. Talvez você queira substituir os pronomes pessoais pelo nome de seu marido ou filhos.
Senhor, tu me sondas e me conheces. Sabes quando me assento e quando me levanto; de lon¬ge penetras os meus pensamentos. Esquadrinhas o meu andar e o meu deitar, e conheces todos os meus caminhos.
Ainda a palavra me não chegou à língua, e tu, Senhor, já a conheces toda.
Tu me cercas por trás e por diante, e sobre mim pões a tua mão.
Tal conhecimento é maravilhoso demais para mim: é so¬bremodo elevado, não posso atingir. Por onde me ausentarei do teu Espírito? Para onde fugi¬rei da tua face?
Se subo aos céus, lá estás; se faço a minha cama no mais profundo abismo, lá está também; Se tomo as asas da alvorada e me detenho nos confins dos mares: ainda lá me haverá de guiar a tua mão e a tua destra me susterá.
Se eu digo: As trevas, com efeito, me encobrirão, e a luz ao redor de mim se fará noite, até as próprias trevas não serão escuras: as trevas e a luz são a mesma cousa. Pois tu formaste o meu interior, tu me teceste no seio de minha mãe.
Graças te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso me formaste; as tuas obras são admiráveis, e a minha alma o sabe muito bem; Os meus ossos não te foram encobertos, quando no ocul¬to fui formado, e entretecido como nas profundezas da terra.
Os teus olhos me viram a substância ainda informe, e no teu livro foram escritos todos os meus dias, cada um de¬les escrito e determinado, quando nem um deles havia ainda.
Quão preciosos para mim, Senhor, são os teus pensamen¬tos! E como é grande a soma deles! Se os contasse, excedem os grãos de areia: contaria, con¬taria, sem jamais chegar ao fim... Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração: prova-me e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim al¬gum caminho mau, e guia-me pelo caminho eterno. Amém.
Sl 139:1-18, 23-24
Arrependimento: Destruindo as Muralhas
O marido e a esposa são duas pessoas que se tornaram uma em Cristo. Jesus diz: "Por isso deixará o homem a seu pai e mãe [ e unir-se-á a sua mulher], e, com sua mulher, serão os dois uma só carne. De modo que já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que deus ajuntou não separe o homem." (Mc 10:7-9) As muralhas que construímos e que nos dividem espiritualmente precisam ser destruídas. Cristo quer que o ca¬samento seja uma união espiritual que espelhe Seu relaciona¬mento com a igreja (Ef 5). Então quem derruba as muralhas? Como elas são quebradas e destruídas?
Nossa resposta é encontrada em Efésios 2:14: "Porque ele [Cristo] é a nossa paz, o qual de ambos fez um; e, tendo derrubado a parede da separação que estava no meio, a inimi¬zade..."
Embora você possa derrubar a muralha, seu marido ain¬da assim pode ter uma barreira levantada entre ele e você. Ou talvez ele derrube a muralha enquanto você mantém a barrei¬ra. E necessário que ambos, como um em Cristo, cheguem a Ele em oração de arrependimento e Ele destruirá as muralhas.
Nenhum de vocês dois pode fazer isto sozinhos, mas oran¬do juntos em Cristo irá quebrar toda e qualquer muralha entre vocês. Talvez você proteste, dizendo: "Não tenho vontade de orar assim," ou "Não sinto que somos um em Cristo." Os senti¬mentos nem sempre expressam uma medida exata da verdade. No casamento, a realidade espiritual é a unidade em Cristo. En¬tão vocês podem orar juntos apesar dos seus sentimentos. O que? Fazer algo que contradiga seus sentimentos? Claro. Sua vida de oração e vida espiritual são mais importantes do que como você se sente no momento. Os sentimentos podem e de¬vem mudar. A verdade absoluta nunca muda - isto se aplica a todos os momentos, todas as pessoas e em todas as situações.
Deus declara que no casamento você e seu marido são um. Que a verdade não muda de repente se você acordar se sentindo menos amorosa naquele dia. Esta verdade não é mudada se você não orar junto com seu marido durante uma semana, mês, ou anos. As muralhas espirituais que foram le¬vantadas há anos podem ser quebradas num piscar de olhos por Cristo - Ele é nossa paz, o que destrói a muralha de separa¬ção da inimizade.
Orando com Poder e com Resultados Maravilhosos
Com arrependimento e confissão as muralhas espirituais no casamento são derrubadas como as muralhas de Jericó. A cura é liberada para o relacionamento de casamento e para o crescimento dos cônjuges. Quando um casal ora, eles encon¬tram o poder do Espírito de Deus agindo neles e através deles. Antes da oração mudar as coisas, as pessoas serão mudadas. (2 Co 3:18)
Durante anos, eu e Judi orávamos juntos somente espo¬radicamente e sem poder e eficácia. Então veio a crise. Nossa filha começou a sair com um grupo de amigos cujas vidas eram opostas ao evangelho. Eles usavam drogas, ouviam formas ofensivas de rock, saíam para clubes noturnos e se envolveram com várias formas de rebeldia contra as figuras de autoridade - pais, professores, polícia e outros.
A crise que enfrentamos de perder não somente o relaci¬onamento com nossa filha mas também a possibilidade dela se voltar para Deus nos fez ralar nossos joelhos. Em nosso orgu¬lho, nós achávamos que ter uma filha adolescente rebelde nunca iria acontecer conosco. Nós críamos que tínhamos sido bons pais que criaram Amy com valores corretos e moral.
Mas ela começou a fazer escolhas que a levariam à des¬truição de sua vida a menos que nós interviéssemos. Todos os nossos esforços para discipliná-la e corrigi-la falharam dramati¬camente. Os conselhos de líderes e amigos não estavam funci¬onando. Nós estávamos desesperados. Esta crise quebrou nos¬sas muralhas espirituais e nos aproximou para buscarmos em concordância a salvação, livramento e proteção de nossa filha. Algumas vezes Deus pode usar uma crise para fazer com que o casal fique de joelhos. Ele não causou a crise, mas aprende¬mos a verdade que "tudo coopera para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu pro¬pósito." (Rm 8:28)
Orando juntos vimos que Deus faz coisas poderosas com resultados maravilhosos. Várias vezes o Espírito Santo nos le¬vou a lugares perigosos onde nossa filha estava para que pu¬déssemos tirá-la de clubes noturnos, festas e relacionamentos perigosos. Deus nos deu as palavras certas para encorajá-la e dizer a ela que a amamos. Quando poderíamos ter falado coi¬sas rudes e que iriam magoá-la, Deus controlou nossa língua pela oração.
Uma noite depois que eu e Judi tínhamos orado, caí num sono agitado, me remexendo na cama, enquanto Judi conti¬nuava a orar. De repente, ela me sacudiu e disse: "Vá correndo para a casa de Don, Amy está em apuros. Traga-a para casa." Vesti-me rapidamente, dirigi até a casa de Don e descobri que Amy estava lutando para tomar decisões que teriam sido mui¬to destrutivas para sua vida. Felizmente, ela veio para casa co¬migo, embora estivesse zangada e chateada comigo por ter estragado sua noite.
Durante um período que durou meses, o Espírito Santo começou a nos mudar e ela foi restaurada a nossa família, à família de Deus e ao plano e propósito de Deus para sua vida. Hoje ela e seu marido têm um maravilhoso ministério e um lindo filho. Eles amam e servem a Deus. Um casal orando jun¬to verá Deus fazer coisas maravilhosas e poderosas.
Vemos nossos filhos dedicarem suas vidas ao Senhor e O servirem com suas respectivas carreiras porque Deus foi fiel em responder nossas orações. Nossas orações eram aleatórias, sem refinamento, disciplina e maturidade. Apesar de nossos fracos esforços, Deus foi fiel e respondeu nossas orações mesmo sen¬do tão indisciplinados. Hoje nos arrependemos de não ter dado a Deus mais oportunidade de nos mudar e mudar nossa famí¬lia pela oração. Arrependemo-nos pelas coisas que não acon¬teceram porque não oramos!
Parem de perder o que Deus deseja fazer em e através de vocês como casal! Depois de derrubar as muralhas espirituais entre vocês, orem continuamente.
"Com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito, e para isto vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos." (Ef 6:18)
Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso, e do pecado que tenazmente nos assedia, cor¬ramos com perseverança a carreira que nos está propos¬ta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual em troca da alegria que lhe estava pro¬posta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus. Hb 12:1-2
Cinqüenta Maneiras para Manterem as Muralhas Derrubadas
Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nos¬sa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira com gemidos inexprimíveis. E aquele que sonda os corações sabe qual é a mente do Espírito, porque segundo a von¬tade de Deus é que ele intercede pelos santos. Rm 8:26-27
Deixe-me sugerir diferentes modos de você e seu marido orarem juntos. Nenhum estilo ou forma é sagrado. Lembre-se de ouvir mais a voz de Deus do que um do outro. Não esteja consciente de si próprio - esteja consciente de Deus. Deixe que o Espírito ore através de você quando não souber como orar.
1. Ore, leia, medite e memorize partes da Bíblia juntos.
2. Façam devocionais juntos.
3. Escreva suas orações pelo cônjuge.
4. Mantenham um diário juntos.
5. Orem silenciosamente juntos.
6. Orem em voz alta juntos.
7. Orem juntos no carro enquanto dirigem.
8. Cantem suas orações juntos.
9. Recite diariamente suas bênçãos e respostas de Deus às orações.
10. Use uma chave bíblica para procurar texto para...
• Todas a promessas de Deus.
• Todas as orações na Bíblia
• Todos os versículos sobre oração na Bíblia.
• Todas as vezes em que Deus respondeu às orações na Bí¬blia.
11. Leiam juntos um livro cristão, revezando na leitura.
12. Orem juntos no culto.
13. Orem juntos enquanto caminham.
14. Orem juntos depois de fazer amor.
15. Mantenham uma lista de oração pelas necessidades dos outros e orem sobre os itens regularmente.
16. Mantenham uma lista das necessidades de orações um do outro. Lembre-se de dar louvor quando as orações forem respondidas.
17. Junte-se a um grupo de oração ou vá a um culto de oração juntos.
18. Escreva orações um para o outro e as compartilhe.
19. Procure um livro de orações em sua livraria evangélica e orem com ele juntos.
20. Vá a um retiro de oração juntos.
21. Orem e jejuem juntos um dia, uma semana ou até por mais tempo.
22. Confessem seus pecados um para o outro diariamente.
23. Façam uma lista de louvor e orem com ela.
24. Imponham a mão um sobre o outro e orem um pelo outro.
25. Orem no Espírito um pelo outro.
26. Faça um mapa espiritual de sua comunidade ou região e orem para as fortalezas serem derrubadas.
27. Unjam um ao outro com óleo e orem por cura.
28. Coloquem pedidos de oração da mala um do outro quan¬do qualquer um dos dois for viajar.
29. Telefonem um para o outro durante o dia e orem pelo ou¬tro no telefone.
30. Peça a um casal espiritualmente maduro que compartilhe maneiras de orar juntos e como ficarem mais íntimos espi¬ritualmente.
31. Peça que o pastor ore uma oração de bênção por vocês.
32. Vá aos presbíteros juntos para que os unjam com óleo e oração.
33. Passem um tempo juntos no altar da igreja em oração.
34. Visitem seus vizinhos e perguntem a eles como poderiam orar por eles.
35. Orem pelos líderes cristãos juntos - professores, missioná¬rios, pastores, obreiros de jovens, pregadores e profetas.
36. Orem sobre os ouvidos, bocas e olhos um do outro para protegê-los do que entram em suas vidas.
37. Desliguem a televisão ou rádio e orem.
38. Substituam seu programa de televisão preferido por ora¬ção.
39. Ao invés de saírem para jantar ou fazer alguma outra ativi¬dade recreativa, saiam para orar.
40. Tirem fotos daqueles por quem oram; escrevam orações no verso das fotografias.
41. Escrevam bilhetes ou cartas de oração para seu cônjuge e coloquem-nas no correio.
42. Escrevam coisas pelas quais são agradecidos que seu côn¬juge tenha e orem por esta lista de modo que o outro pos¬sa ouvir.
43. Orem juntos antes das refeições.
44. Estabeleça um horário para orarem juntos.
45. Peçam que seus filhos orem por vocês juntos.
46. Ajoelhem-se perante seu cônjuge e orem por seus pés, para que Deus lhe dê misericórdia e orientação.
47. Orem do mesmo modo sobre as mentes e mãos do seu cônjuge.
48. Orem juntos pelos perdidos. Façam uma lista dos perdidos que vocês conhecem e orem por sua salvação, dado o nome de cada um na sua oração.
49. Sentem-se juntos e ouçam a voz de Deus compartilhando o que Ele diz um para o outro.
50. Reserve um tempo fixo - cinco minutos, uma hora, vinte e quatro horas ou qualquer intervalo de tempo para orar continuamente um pelo outro.
Persista na Oração!
Jesus promete que quando dois concordarem em ora¬ção, efeitos maravilhosos e poderosos acontecerão. "Em ver¬dade também vos digo que, se dois dentre vós, sobre a terra, concordarem a respeito de qualquer cousa que porventura pedirem, ser-lhes-á concedida por meu Pai que está nos céus. Porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles." (Mt 18:19-20)
Orar em concordância com outra pessoa começa no ca¬samento. O marido e a esposa se tornam um tabernáculo para a presença de Cristo em seu meio. O marido e a esposa oran¬do pela fé em concordância com Sua vontade podem transfor¬mar suas vidas, famílias, igrejas e comunidades. Deus age com grande poder quando oramos. Suas orações como casal são poderosas? Paul E. Billheimer sugere essa oração poderosa:
Os muitos convites contundentes de Deus à oração em Sua Palavra mostram que Ele não fará nada na esfera da redenção humana fora do âmbito da oração e intercessão. Ele não apenas nos convida; Ele roga; Ele insiste; Ele nos impele. Ele até nos implora a exercitar este privi¬légio. Um tradutor parafraseou Mateus 7:7 assim: "Peça, Eu peço que você peça; busque, Eu rogo a você que busque; bata, Eu insisto com você que bata". Evidente¬mente Ele não pode fazer nada sem nossas orações.2
Eu o encorajo a orar junto com seu marido. Se ele ainda se recusa a orar com você após caminhar em direção à destrui¬ção das muralhas espirituais descritas neste livro, ainda assim não desista. Encontre uma outra esposa que possa concordar com você em oração pela sua família e seu marido. Seja persis¬tente. Nunca desista.
Um marido que conheço há mais de vinte anos resistiu em orar com sua esposa. Ela tentou orar com ele mas rara¬mente ele orava com ela. Ela deixou livros espalhados e deu todos os tipos de sugestões sobre oração. Ela tentou estimular, insistir, envergonhar, afirmar, exortar e manipular seu marido a orar - nada funcionou. Ela pediu que outras pessoas orassem por ela. Ela leu livros sobre oração. Ela foi a grupos de oração. Uma coisa que ela não fez foi desistir. Ela persistiu.
No Dia de Ação de Graças em 1989, a presença podero¬sa de Deus tocou seu marido quando ele catava as folhas no quintal. Prostrando-se perante Deus com lágrimas escorrendo pela sua face, ele clamou a Deus e ouviu Sua voz pela primeira vez em décadas.
Desde então, seu casamento foi curado, seus filhos res¬taurados, seu ministério com a esposa cresceu e sua vida de oração juntos amadureceu. Nem tudo é perfeito mas eles vi¬ram vários milagres serem operados pelas mãos de Deus por¬que oram juntos.
Este marido era eu. Eu agradeço a Deus diariamente por minha esposa que sempre orou, que persistiu até que Deus me quebrantou.
Preciosa esposa, não desista. Não desista a menos que você queira enfrentar seu marido no dia do juízo e responder a esta pergunta: "Por que você desistiu de mim? Eu precisei de suas orações persistentes mesmo quando não percebia minha necessidade. Por que você não perseverou?"
Creia em mim, querida mulher de Deus. A eternidade pode ser algo incerto para seu marido. Só há uma coisa pode¬rosa que você pode fazer por seu marido - orar! E isto será o suficiente para um grande resultado! Eu e Judi estaremos orando por você.
***
Meu Deus, eu escolhi ser completo. Não há por¬que tornar-me um santo pela metade. Não te¬nho medo de sofrer por Tua causa; a única coisa de que tenho medo é agarrar-me à minha pró¬pria vontade. Eu quero ser completo, tudo o que seja Tua vontade para mim.
Sta. Tereza de Liseux
Século XIX d. c.
***
8. UMA ORAÇÃO FINAL
Uma de nossas orações preferidas que oramos um para o outro é o Pai Nosso. Talvez isto pareça muito sim¬ples ou tradicional. E daí? Sua oração tem um impacto profun¬do e duradouro, que se renova a cada dia. Ore as palavras do Pai Nosso, inserindo o seu nome ou o de seu marido:1
Pai Nosso Que Estás Nos Céus, Santificado Seja O Teu Nome Na Vida De _____________
Deseje para seu cônjuge que ele seja honrado, santifica¬do, separado e amado através do poder da honra e temor a Deus. Se seu cônjuge teme e honra a Deus, então...
• Você será amada.
• Você nunca será abusada.
• Você será apreciada.
• Você será tratada com dignidade e honra.
• Você nunca precisará construir uma muralha.
Quando o cônjuge santifica o nome de Deus em sua pró¬pria vida, o seu nome será também tratado com honra e res¬peito. O modo como os maridos e esposas tratam a Deus é exatamente como irão se tratar. E o modo como tratam a Deus é melhor do que o modo como se tratam, então a hipocrisia é o padrão e a ira é o sentimento que tem em relação à suas próprias vidas. "Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. Ora, temos da parte dele este mandamento: que aquele que ama a Deus ame também a seu irmão [maridos e esposas também]." (1 Jo 4:20-21)
Venha O Teu Reino Na Vida De __________________________
Quem está no controle de seu cônjuge e seu casamento? Quando o cônjuge busca em primeiro lugar o reino de Deus, tudo o mais na vida vai para os devidos lugares (Mt 6:33). Quando Cristo está no trono de suas vidas e de seu casamen¬to, as muralhas defensivas não são erigidas. Lisa Bevere con¬fessa que estava fora de controle e que gostava disto. Quando Deus está no controle, nós não temos o controle de nossos casamentos, nossos filhos, nossas carreiras, nossas igrejas e nossas vidas. Quando o Rei dos reis toma Seu devido lugar no trono de nossos corações, Ele dirige nossas vidas espirituais, nossas orações, nossos pensamentos, comportamento, senti¬mentos e atitudes.
O Pai Nosso define nossas prioridades no casamento. Seu nome deve ser santificado acima de tudo. Jesus confirma o primeiro e grande mandamento: "Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento."(Mt 22:37) O amor honra e teme a Deus. O amor cede o controle. O oposto do pecado - e das muralhas produzidas por aquele pecado - não é a justiça, pois não te¬mos justiça própria. Ao contrário, o oposto do pecado é a ren¬dição. Rendendo o controle completo a Cristo, recebemos Sua justiça. "Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tor¬nou da parte de Deus sabedoria, e justiça, e santificação e re¬denção." (1 Co 1:30)
Faça-se A Tua Vontade, Assim Na Vida De ___________ Assim Na Terra Como No Céu.
A vontade perfeita de Deus para seu cônjuge é a sua sal¬vação em Cristo Jesus. "Isto é bom e aceitável diante de Deus, nosso Salvador, o qual deseja que todos os homens sejam sal¬vos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade." (1 Tm 2:3-4) As muralhas espirituais permanecerão até que o marido e a esposa sejam salvos. Quando somos salvos, Deus nos muda, fazendo de nós novas criaturas (2 Co 5:17).
Depois Ele nos transforma. "Rogo-vos, pois, irmãos, pe¬las misericórdias de Deus que apresenteis os vossos corpos por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus." (Rm 12:1-2)
A vontade permissiva de Deus em nossas vidas é prescri¬ta pela Palavra de Deus. Tudo o que Ele permite na Palavra é permitido em nossas vidas, e tudo o que Ele proíbe é proibido. A Palavra não é um código legal mas uma Palavra viva minis¬trada a nosso casamento pelo Seu Espírito. "O qual nos habilitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do espírito, porque a letra mata, mas o espírito vivifica." (2 Co 3:6) Os maridos e as esposas devem guardar Sua Pala¬vra em seus corações para que não pequem contra Deus e um contra o outro (Sl 119:11).
A vontade participativa de Deus nos convida a ir aonde Ele nos guiar para nos tornarmos novas criaturas (2 Co 5:17). Nós compartilhamos de Seu sofrimento (Fp 3:10-11). E des¬cobrimos coisa nova que Ele faz: "Eis que faço cousa nova, que está saindo à luz; porventura não o percebeis? Eis que porei um caminho no deserto, e rios no ermo." (Is 43:19)
Você está cansado das velhas muralhas, estação de seca e desertos espirituais em seu casamento? Participe junto com Deus na coisa nova para seu relacionamento. Torne-se Seu embaixador da reconciliação tomando a coisa nova que Ele está fazendo em seu casamento e leve para outros casamen¬tos.
Ora, tudo provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação, a saber, que Deus estava em Cristo, recon¬ciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconci¬liação. De sorte que somos embaixadores em nome de cristo, como se Deus exortasse por nosso intermédio. Em nome de cristo, pois, rogamos que vos reconcilieis com Deus. 2 Co 5:18-20
Seja um embaixador para Cristo com o testemunho do seu casamento. Quando Cristo derrubar suas muralhas espirituais, leve Seu Espírito para outros casamentos para que eles se reconciliem com Ele.
O Pão Nosso De Cada Dia Dá A ______________________ Hoje.
O pão diário para nossa vida espiritual e física não pode ser velho, mofado, do dia anterior ou um pão meio-assado do amanhã que ainda não ficou pronto. Sua graça é suficiente para satisfazer nossas necessidades no casamento, um dia de cada vez. Devemos nos achegar a Ele diariamente em oração. Ele satisfaz nossas necessidades diárias. Ele nos alimenta com o pão da Sua Palavra, com Ele próprio, que é o pão da vida. E Ele sustenta todas as nossas necessidades físicas também. Não importa quão espiritualmente ruim seu casamento estava on¬tem. Hoje, o pão fresco está pronto e disponível se você sim¬plesmente tomá-lo. Hoje, novos ventos estão soprando sobre sua vida de oração.
Pegue tudo o que Deus tem para você em seu casamento hoje. Seja revigorado espiritualmente hoje apesar da dor do passado ou da ameaça do futuro.
Como casal, lembrem-se que você não tem porque te¬mer, não tem nada a perder e nada a esconder. Ore hoje, pe¬dindo pela fé tudo o que Deus tem para você. Saiba de uma coisa: "Ou qual dentre vós é o homem que, se porventura o filho lhe pedir pão, lhe dará pedra? Ou se lhe pedir um peixe, lhe dará uma cobra? Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai que está nos céus dará boas cousas aos que lhe pedirem?" (Mt 7:9-11)
E Perdoa _________________ Assim Como Ele/Ela Tem Perdoado A Quem O/A Ofendeu.
O perdão a deixa aberta para receber perdão. Você não pode aceitar o perdão de seu marido a menos que o tenha perdoado. E nenhum de vocês pode aceitar o perdão de Deus a menos que se livre da falta de perdão em sua vida.
O perdão não é uma opção. Jesus afirma claramente: "Porque se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens [as suas ofensas], tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas." (Mt 6:14-15)
E Não Deixe ___________ Cair Em Tentação, Mas Livra-O/A Do Mal.
Aplique o sangue de Jesus Cristo em oração para prote¬ger seu cônjuge, sua família, sua casa, sua igreja e todas as suas atividades. Faça o mesmo com seus filhos, amigos e pas¬tor.
Junto com seu cônjuge, ore para que o sangue de Cristo esteja sobre eles. Que poder uma oração simples assim pode ter!
"Muito mais o sangue de Cristo que, pelo Espírito eterno, a si mesmo se ofereceu sem mácula a Deus, purificará a nossa consciência de obras mortas para servirmos ao Deus vivo!" (Hb 9:14)
O sangue nos protege do pecado de construção de mu¬ralhas que impedem e até mesmo destroem nossos relaciona¬mentos com nosso cônjuge, família, amigos e outros na igreja e no mundo.
Pois Teu E O Reino, O Poder E A Glória Para Sempre Na Vida De _____________
Você e seu marido são poderosos guerreiros espirituais no reino de Deus. O inimigo gostaria mais do que tudo que você não orasse pelas muralhas que você venha a construir.
Ajudem um ao outro a colocar a armadura espiritual. Pense sobre isto um momento: no passado, a armadura era pesada demais para alguém vesti-la sem ajuda. A pessoa pre¬cisava de um companheiro para ajudá-la a se equipar para a batalha.
Em Efésios 6:11, Paulo escreve: "Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as cila¬das do diabo". Paulo não está apelando aos batalhadores soli¬tários ou soldados sozinhos para que oponham ao inimigo. Ao contrário, ele escreve aos crentes como corpo de cristo, um exército de Deus, soldados de Cristo e poderosos batalhadores para se colocarem contra o inimigo, apoiando uns aos outros. Uma ovelha solitária é um alvo fácil para o lobo assim como um cristão solitário é presa fácil para o leão - o diabo - que procura a quem devorar (1 Pe 5:8).
Maridos e esposas precisam um do outro para se ajuda¬rem a colocar a armadura de Deus e se prepararem para a batalha. Ore a seguinte oração por seu cônjuge.
Jesus, coloca em _________________ o cinturão da verdade.
Cobre o coração de ____________ com. a couraça da justiça.
Calça os pés de ________________ com a preparação do evangelho da paz.
Ajuda ________________ a tomar o escudo da fé para des¬viar os dardos inflamados do maligno.
Coloca Seu capacete da salvação na cabeça de ____________
Dá a __________________________ a espada do Espírito que é a Tua Palavra.
Senhor Jesus, sejas Tu a armadura e proteção de _____________
Mas o que é a batalha? Obviamente, não é derrotar o inimigo. Isto foi feito na cruz onde Cristo destruiu as obras do diabo (Veja 1 Jo 3:8). A batalha já foi ganha. Satanás, o peca¬do e a morte foram derrotados. Nossa batalha é a oração que clama, estabelece e supera o inimigo quando ele tenta roubar, matar e destruir a vida abundante que temos em Cristo (Jo 10:10). A oração é a arma eficaz que repele os ataques do inimigo. O propósito da armadura é estar equipado para a ora¬ção!
Juntos em oração, você e seu marido - vestidos com a armadura de Deus - devem orar...
• A toda hora. Isto quer dizer todos os dias.
• Em todas as ocasiões. Isto quer dizer todas as situações.
• No poder do Espírito Santo. Isto quer dizer que você supe¬rará a fraqueza não pela força, não pelo seu próprio poder, mas pelo Seu Espírito.
• Com todos os tipos de oração. Isto quer dizer adoração, agradecimento, confissão, louvor, arrependimento, petição e intercessão. Aprenda a usar cada tipo de oração.
• Sempre. Isto quer dizer que você deve persistir em oração. Ore durante os ataques até à vitória. Por causa de orações persistentes as pessoas estão sendo salvas, libertas e curadas.
• Ficando alerta, orando por todos os santos. Precisamos uns dos outros. Orar por todos os santos começa com oração por nossos maridos e esposas (Ef 6:18).
No seu casamento, deixe o Espírito de Deus estabelecer Seu reino nos corações do Seu povo através da oração e da Palavra. Arrependa-se das muralhas agora. Achegue-se ao Se¬nhor em oração.
Quando, porém, algum deles se converte ao Senhor, o véu lhe é retirado. Ora, o Senhor é o Espírito; e onde está o Espírito do Senhor aí há liberdade. E todos nós com o ros¬to desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor somos transformados de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito. 2 Co 3:16-18
As muralhas bloqueiam a glória; os espelhos refletem a glória do Senhor. As muralhas impedem a oração; os espelhos refletem a oração. As muralhas nos mantém na escuridão, mas os espelhos refletem a luz de Cristo em nossas vidas. Espelhe Cristo na vida de seu cônjuge e as muralhas não só irão ser derrubadas como ficarão permanentemente destruídas.
Aqui está uma oração para você:
Senhor Jesus, quebra todas as muralhas neste ca¬samento. Libera Teu Espírito para orar por este casamento com poder. Por Teu Espírito, conven¬ce os cônjuges, expõe o pecado para que este ca¬sal se coloque de joelhos em arrependimento. Ves¬te-os com Tua armadura para que possam orar em todas as horas, em todas as ocasiões, por to¬das as situações, intercedendo por todos os san¬tos para que seu casamento espelhe a glória de Cristo para todos.
Amém
NOTAS
Capítulo 2
Se Você não é o Sacerdote da Família, Quem É?
1. David Ferguson & Don McMinn, Top 10 Intimacy Needs (n.c, n.s.: Intimacy Press, 1994).
Capítulo 3
Quebrando as Muralhas de...
Expectativas não Satisfeitas, Planos não Implementados e Promessas não Cumpridas.
1. John Bevere, A Isca de Satanás (Editora Atos, 2000), 27.
2. Edward M. Bounds, The Complete Words ofE.M. Bounds on Prayer (Grand Rapids, MI: Baker Book House, 1990), 409.
Capítulo 4
Quebrando as Muralhas de... Necessidades não Satisfeitas, Dons não Apreciados e Sacrifí¬cios não Reconhecidos
1. John Powell, Unconditional Love (n.c, n.s.: Argus Communications, 1978), 80.
Capítulo 5
Quebrando as Muralhas de...
Mágoas não Saradas, Ira não Resolvida e Ofensas não Arrependidas
1. Gary Smalley, Making Love Last Forever, (Dallas, TX: Word Publishing, 1996), 90-91.
2. Ibid, 17.
3. Bevere, A Isca de Satanás, 24-25.
Capítulo 6
Quebrando as Muralhas de...
Pecados não Confessados, Comunicação Indigna e Reações Insensíveis
1. A. W. Tozer, Five Spiritual Vows (Harrisburg, PA: Christian Publications, n.d.).
2. Henry Cloud e John Townsend, False Assumptions (Grand Rapids, MI: Zondervan, 1994), 155.
3. Neil T. Anderson e Dave Park, Busting Free (Ventura, CA: Gospel Light, 1994), 131.
Capítulo 7
Confissões: Arrependimento que Cura o Casamento
1. Paul [David] Yonggi Cho, Prayer: Key to Revival (Dallas, TX: Word Publishing, 1987), 29-30.
2. Paul E. Billheimer, Destined for the Throne (Fort Washing¬ton, PA: Christian Literature Crusade, 1975), 44-45.
Capítulo 8
Uma Oração Final
1. Citações do Pai Nosso em Mateus 6 são adaptadas da Ver¬são Almeida, Revista e Atualizada.
* Promise Keepers: movimento de homens evangélicos que tem como objetivo levar os homens a guardarem as pro¬messas que fizeram a Deus e a família.
***
CONTRACAPA
"Este poderoso livro pode ajudar a muitos casais!"
(Gary Smalley)
Após vinte e cinco anos de aconselhamento conjugai, o pastor Larry Keefauver percebeu que das centenas de vezes em que ouviu as esposas suspirarem Que Bom Se Meu Marido Orasse Comigo', raramente ouviu os maridos expressarem o mesmo desejo. Da mesma forma, os maridos também não expressam grande necessidade de intimidade espiritual com suas esposas, seja através da leitura da Bíblia ou através da oração. Na verdade, ele descobriu que a maioria dos maridos nem percebe que há, na maior parte dos casos, uma "muralha" espiritual entre eles e suas esposas.
POR QUE? As esposas têm mais discernimento espiritual do que os maridos? As esposas caminham mais próximas do Senhor? Há alguma coisa que a esposa possa fazer para crescer junto com seu marido no Senhor?
Este livro de grande discernimento foi escrito para esposas, por um marido. Keefauver escreve para as mulheres com o propósito de comunicar sua ótica de homem e não condenação ou crítica de como os maridos pensam sobre Deus e os assuntos espirituais.
Que Bom Se Meu Marido Orasse Comigo não é somente um outro livro sobre relaciona¬mento. Não fala de esquemas ou artifícios que as esposas podem usar para atrair a atenção dos maridos. Maridos e esposas foram criados para terem juntos comunhão com o Senhor e este livro é um manual dirigido pelo Espírito para você, esposa, encontrar esta comunhão com seu marido.
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
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