Devemos Dançar?
“Tudo depende do que queiramos ser ou fazer no mundo,” diz certo autor.
Se os jovens tiverem de decidir a questão por si mesmos, a primeira coisa que farão é perguntar que mal faz dançar e por que a igreja adverte contra ela. Porém antes de responder, seja-nos permitido, pelo que isto representa de força e encorajamento, verificar o que dizem sobre o assunto as outras denominações.
A igreja metodista diz: “A dança é prejudicial à vida cristã,” e alerta os seus membros contra ela.
Diz a igreja congregacional: “Resolvido, que na opinião da associação a prática da dança por parte dos membros de nossa igreja não condiz com a profissão religiosa, devendo ser tornada objeto de disciplina.”
A igreja presbiteriana: “Consideramos a prática de dança por parte dos membros da igreja como pasmosa incoerência, e o entregarem-se os chefes de família a tais reuniões dançantes, como tendente a comprometer sua profissão religiosa, e o enviarem os pais cristãos seus filhos a escolas de dança como grave erro na disciplina da família.”
Diz a igreja episcopal, na palavra do bispo A. C. Coxe: “A dança é lasciva.” Mais tarde o mesmo bispo advertiu os dançadores que “contem em não vir à mesa da comunhão.” O bispo Hopkins acrescenta: “A dança é responsável pela dissipação de tempo, a condescendência para com a vaidade pessoal e o incitamento prematuro das paixões, e artifício nenhum pode torná-la condizente com o pacto do batismo.”
A igreja católica romana (Concílio Pleno de Baltimore), diz: “Consideramos ser nosso dever advertir nosso povo contra os divertimentos que possam facilmente tornar-se para eles ocasião de pecado, contra as modalidades de danças que, como praticadas presentemente, repugnam a todo sentimento de delicadeza e decoro, e se fazem acompanhar dos maiores perigos para a moral.”
Não faremos mais citações, mas passamos a expor dez razões pelas quais a dança deve ser condenada. Essas razões são reunidas de muitas fontes que tratam do bem-estar físico, mental e espiritual. Esse número pode ser aumentado. Podeis dizer que são afirmações radicais e prevêem condições que nem sempre procedem. Concedemos que assim seja, mas há que admitir-se também que não há uma só dessas dez proposições que não seja com alarmante freqüência uma verdade.
1. A dança é um estimulo anormal às paixões sensuais. Tenho ouvido apenas dois homens negá-lo, ao passo que centenas têm-no admitido. É evidente que a dança significa uma coisa para os homens, e bem outra para as mulheres. Muitas jovens nobres e de espírito bem dotado amam a dança por sua graça e ritmo. Para estas a dança apela apenas ao senso artístico. Ela apela também aos homens da mesma maneira, mas no que respeita ao sexo masculino não é este o mais forte apelo. Os homens chegam à maturidade em matéria de sexo quando as mulheres nada sabem a respeito. Mas as jovens devem ter conhecimentos sobre o assunto, a fim de poderem sentir em plena força a responsabilidade que repousa sobre elas ao se permitirem na dança o amplexo de rapazes.
2. O estimulo sexual resultante da dança geralmente vem quando é ele mais perigoso. A dança leva milhares de estudantes de escolas superiores, desprotegidos e não preparados, a situações em que não deviam estar. No bom plano de Deus para nossa vida Ele determinou que as paixões sexuais despertem lentamente para que o juízo e a força de caráter sigam a par com elas. Quando verificamos quantas mentes bem dotadas e brilhantes têm sido capazes de dominar todas as forças, exceto os reclamos do sexo, começamos a ver a sabedoria do plano de Deus. O Dr. W. A. McKeever diz: “A nova dança social é uma dança de morte. Jovens adolescentes de quinze anos são forçados pela dança a um intenso desenvolvimento sexual, em vez de experimentarem o despertamento normal, lento, da noção sexual.” Se acrescentarmos a isto os efeitos sobre a mente, teremos chegado mais perto da plena medida de seu significado.
3. A dança mina a saúde pelo menos de duas maneiras. Primeira, quando indevida e prematuramente excita as inclinações do sexo. Segundo, quando conduz a uma atividade anormal pelo manter-se desperto as desoras, associado ao comer e beber indiscriminalmente. Não há atitude mental que tão poderosamente reaja sobre a vida física como o incitamento provocado pela dança. Freqüentemente tem início uma intoxicação em que o corpo é forçado a obedecer aos reclamos de um frenesi mental. Não é pouco comum verem-se moços e moças manterem inconscientemente a atitude como que de sonâmbulos e o balanceado físico da dança em todas as horas e lugares da experiência do dia. A atitude conveniente para a saúde física e mental foi abandonada.
4. A dança debilita a resistência moral. Para que julgueis uma coisa convenientemente, é mister que vejais os seus frutos. Oficiais cívicos e obreiros sociais têm pouco que tratar com a assim chamada “dança respeitável,” mas eles vêem o que salta a cova do basilisco. Jane Addams diz que 85 por cento das jovens caídas citam a dança como o início do seu declínio. O Prof. A. T. Faulkner, que antes de sua conversão era proprietário da Academia de Danças de Los Angeles, disse que de 200 mulheres abandonadas, com quem ele havia falado, 163 atribuíram sua condição a escolas de dança e seus resultados. Jovens nobres tolerarão esta prática?
5. A dança destrói na pessoa o gosto por coisas espirituais. A alma necessita, tanto quanto o corpo, de um clima para viver. Tenho em mente dois quadros contrastáveis. Lembro-me da primeira bananeira que vi em Nova Albany, Indiana. Um de meus paroquiais orgulhosamente mostrou-me em flor. Essa flor era a recompensa de anos de expensas e cultivo. Muitas pessoas vinham para vê-la, pois uma bananeira em flor em Indiana era um acontecimento.
Aqui está o outro lado do quadro. Em junho último, quando no Instituto de Florida, vi ruas de graciosas bananeiras vergadas ao peso de frutos que faziam que as bananas de Indiana parecessem uma simples singularidade. A diferença não estava na espécie, mas no clima. O gosto espiritual é excessivamente sensível. Ele necessita do clima tropical da graça de Deus e da pureza para que desenvolva. Não preciso dizer mais nada. A principal pergunta não é: “Tenho eu alguma espiritualidade?” mas: “Quão bela e abundante é minha espiritualidade?”
6. A dança contribui para o mal do divórcio. Isto ela faz por gerar desejos na vida que não se acomodam à rotina e requisitos morais de uma família bem sucedida, como também pelo criar e perpetuar o terrível trinômio de relação: cinema, novelas e pluralidade de lares. Um lar onde Cristo não está presente está firmado em bases demasiado débeis para que possa enfrentar todos os reclamos da vida familiar e qualquer tentativa para satisfazer esta falta mediante exteriotipações mentais e algumas vezes físicas com lesão da correção moral está fadada a fracasso. Um lar onde Cristo está presente, mas onde não tem todo o domínio, não pode sem prejuízo segregá-Lo de molde a permitir lastro a interesses que Ele não aprova.
7. A dança não dá lugar ao intelecto. Sua predominância é em grande parte devida ao fato de que ela não requer esforço mental para ser planeada. A dança é simplesmente o abandonar-se ao meio de menor resistência em entretenimento. As pessoas intelectuais dançam, está claro, mas não têm de usar sua inteligência para faze-lo. Qualquer pessoa pode ligar o rádio ou por em movimento o fonógrafo. O resto é automático. É pouco razoável apelar tanto para o físico, e não dar à mente e ao espírito uma oportunidade.
8. A dança é arruinadora da modéstia. Jeremias chegou ao máximo de sua condenação à degradação do povo quando declarou que eles não sabiam mais o que era envergonhar-se. Seria difícil imaginar-se coisa mais condenadora. Nós procuramos evitar a vergonha de embaraços por falta de traquejo social, e devemos faze-lo; mas sempre a mais virtuosa e nobre evidência de pureza é o rubor de ressentimento que vem à face de alguém que encontra a sugestão do mal e impureza. A jovem que assim procede pode ir a qualquer lugar com segurança, e ela é dominadora da situação. E o jovem que possui esta qualidade possui o que há de mais nobre e varonil.
9. Os dançadores são egoístas. Nem todos e nem sempre, mas freqüentemente. Eu conheço dois jovens, um casal de irmãos, de um fino lar cristão e educado. O jovem é comerciante próspero, decidiu não freqüentar colégio e gasta bom tempo e bom dinheiro numa vida fácil. Recentemente ele comprou um automóvel do último modelo. Começou a freqüentar bailes. As moças com quem ele dançava estavam acima de qualquer censura, e além do mais ele era o tipo do cavalheiro tanto antes como depois do baile. Parecia ser isto um tempo agradável fora do comum.
Uma tarde sua irmã falou à mãe sobre seu desejo de freqüentar os bailes num clube aonde seu irmão ia freqüentemente. O irmão ouviu o assunto por alto e imediatamente fez um protesto. De qualquer forma, a irmã disse que iria se o irmão fosse, e insistiu para que ele declarasse por que objetava. Finalmente ele declarou com relutância que havia amigos ali com quem ele não desejava que a irmã tomasse contato. Parece-me que tal posição é fundamentalmente egoísta. Que direito tem um rapaz de protestar contra o fato de sua irmã ir a um lugar aonde ele vai e onde convive com moças tão boas como sua irmã?
Isto ilustra apenas um aspecto do assunto. A verdade inteira é muito maior. Se é cristão e altruísta de nossa parte, mercê de nosso amor pelo bem estar do povo, declarar que nada faremos que ponha uma pedra de tropeço no caminho de outros, então deve ser exatamente o oposto quando sujeitamos outros a um grande risco ainda que pelo prazer de apenas uma noite.
10. A dança é o instrumento universal dos ímpios para ajudá-los na execução de toda espécie de ímpios desígnios. O íntimo contato da dança não leva necessariamente uma pessoa a fazer o mau uso dessa intimidade, mas o fato de ser este um dos melhores meios para levar outros ao extravio é significativo. Ele apresenta um fato que os jovens que procuram o ideal cristão devem considerar seriamente.
O fato de que quase universalmente os cristãos educados mantêm um sentimento de dúvida em relação à dança, parece indicar que sua sensibilidade cristã não lhes permite sancioná-la facilmente. Muitos costumavam pensar que a única restrição à dança era o regulamento da igreja, mas desde que a restrição foi removida, estamos vendo mais claramente que nunca, que a verdadeira restrição é a lei da vida.
Estas dez razões são suficientes para dar-nos elementos para pensar neste assunto. Em conclusão, permiti-nos deixar claro nosso propósito. Eu não disse que uma pessoa não pode ser respeitável e dançar: também não disse que os dançadores não possuem norma de correção moral. Sei que pessoas educadas, cultas, finas, dançam. Mas este não é bem o ponto. As pessoas podem ser respeitáveis, moralmente corretas, educadas, refinadas e membros cultos da igreja, e nem por isso serem cristãos no sentido do Novo Testamento. Um cristão é algo além de tudo isto, e é esse algo além que a dança ameaça mais terrivelmente.
Tudo depende do que se deseje ser ou fazer no mundo. Um machado pesado, grosseiro, é muito bom para cortar um grosso tronco, mas se eu quiser cortar um espécime botânico, em finíssimas camadas, terei de usar uma lâmina de barbear bem afiada. Assim é que a mais fina experiência e obras de uma vida cristã esperam pelo espírito que é qual lâmina aguda, e mantém imaculado do mundo. Não há possibilidade de possuir-se o mais alto tipo de gozo e eficácia cristãos sem sacrifício. E sacrifício, devemos lembrar, não é o abandono do mal. Isto é uma necessidade cristã clara e pertence ao senso comum; é o cumprimento de um dever. Sacrifício é deixar o bom para alcançar o melhor. Sacrifício é fazer uma escolha de alvos, e então aceitar a ordem da vida que a escolha do alvo impõe. Na minha opinião, “o mais alto padrão de experiência e o viver segundo o Novo Testamento” requerem o abandono da dança.
A Dança
“O verdadeiro cristão não desejará entrar em nenhum lugar de diversão nem se entregar a nenhum entretenimento sobre que não possa pedir a bênção divina. Não será encontrado no teatro, no jogo de bola, na sala de bilhar. Não se unirá aos alegres valsistas, nem contemporizará com nenhum outro enfeitiçante prazer que lhe venha banir a Cristo do espírito.
“Aos que intercedem por essas distrações, respondemos: Não podemos com elas condescender em nome de Jesus de Nazaré. A bênção de Deus não seria invocada sobre a hora passada no teatro ou na dança. Cristão algum desejaria encontrar a morte em tal lugar. Nenhum quereria ser encontrado aí, quando Cristo viesse.
“Quando chegarmos à derradeira hora, e nos acharmos face a face com o registo de nossa vida, acaso lamentaremos haver assistido a tão poucas festas? ter tão poucas vezes participado de cenas de inconsiderada alegria? Não haveremos antes de chorar amargamente o ter gasto tantas horas preciosas na satisfação egoísta – negligenciado tantas oportunidades que, devidamente aproveitadas, no haveriam garantido riquezas imortais?
“Tem-se tornado costume que os que professam religião, desculpem quase toda perniciosa condescendência a que o coração se acha ligado. Pela familiaridade com o pecado, tornam-se cegos à sua enormidade. Muitos que pretendem ser filhos de Deus buscam passar um verniz sobre os pecados que Sua Palavra condena, procurando ajuntar algum desígnio de caridade da igreja a suas ímpias festas de beberronias. Tomam assim emprestadas as vestes do Céu para com elas servir ao diabo. Algumas são iludidas, transviadas e perdidas para a virtude por esse desperdícios ao sabor da moda.” – Mensagens aos Jovens, págs. 396 e 397.
NO CAMINHO DA DISSIPAÇÃO
“Em muitas famílias religiosas a dança e o jogo de cartas são usados como brincadeiras de salão. Alegam que são entretenimentos sossegados, domésticos, que podem ser com segurança usados sob as vistas paternas. Mas cultiva-se assim o gosto por esses excitantes prazeres, e o que era considerado inofensivo em casa não será por muito tempo olhado como perigoso lá fora. Resta ainda ver se há algum bem a colher desses divertimentos. Não dão vigor ao corpo nem repouso à mente. Não implantam na alma um sentimento virtuoso ou santo. Ao contrário, destroem todo o gosto pelos pensamentos sérios e os serviços religiosos. É verdade que existe vasta diferença entre a melhor classe de seletas festinhas e os promíscuos e degradantes ajuntamentos do baixo salão de baile. Todavia, são todos passos na vereda da dissipação.
“O divertimento da dança, segundo é orientado em nossos dias, é uma escola de depravação uma terrível maldição para a sociedade. Pudessem ser reunidos todos quantos, em nossas grandes cidades, são anualmente arruinados por este meio, e que histórias se ouviriam de vidas destroçadas! Quantos, dos que estão agora prontos a defender este costume, se encheriam de angústia e pasmo ante seus frutos! Como podem pais professadamente cristãos consentir em colocar seus filhos no caminho das tentações, assistindo com eles a tais cenas de festividade! Como podem moços e moças trocar sua alma por esse absorvente prazer?” – Mensagens aos Jovens, págs. 397 e 398.
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
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